Revigorado com uma pesquisa que aponta uma melhora na avaliação do governo, o prefeito Claudevane Leite volta a sonhar com o segundo mandato.
Nos bastidores, o tititi é de que o PCdoB não teve acesso a essa nova consulta financiada pelo chamado “núcleo vanista”, que tem na linha de frente Oton Matos, controlador-geral do município.
Ansiosamente esperada, principalmente pelo enigmático chefe do Executivo, é a enquete que será feita no segmento evangélico. É essa que vai decidir se Vane será ou não candidato à reeleição.
Se o alcaide não disputar o processo sucessório de 2016, o Centro Administrativo vai pegar fogo. As grandes labaredas surgirão do duelo entre o PCdoB e o PRB.
O presidente da Câmara de Vereadores de Itabuna, Aldenes Meira, e o seu partido, o PCdoB, não economizam artilharia contra o “núcleo duro” do Governo Vane.
Ao fazer avaliação de 2014, Aldenes deixou implícito que não ficará barato o aperto sofrido. Criticou o fato do prefeito manter “secretários com superpoderes”. Os alvos: Oton Matos (controlador-geral), Marcos Cerqueira (Fazenda) e Silas Alves (chefe de Gabinete).
Se os dois lados não se entenderem, o Governo Vane terá acabado lá em 30 de novembro, quando o PCdoB conseguiu manter o controle da presidência da Câmara, enquanto os “Homens de Vane” decidiram apoiar o ex-presidente Ruy Machado – e se deram mal.
O ex-presidente da Bahiagás, Davidson Magalhães, que se prepara para assumir uma cadeira na Câmara dos Deputados em fevereiro, fez duras críticas ao controlador-geral da Prefeitura de Itabuna, Oton Matos, na manhã desta segundsa-feira (22).
Durante entrevista ao programa Show do Jota Silva, na Rádio Jornal, Magalhães foi indagado sobre quem seu partido, o PCdoB, apoiaria em 2016, caso o prefeito Claudevane Leite venha a ficar inelegível devido à rejeição de suas contas pelo TCM.
Após declarar que não acredita na hipótese de inelegibilidade, o comunista apontou o controlador-geral, Oton Matos, como o responsável pelas dificuldades enfrentadas pelo prefeito.
“Nós alertamos o prefeito Vane há mais de um ano sobre a existência de erros infantis na administração municipal”. Magalhães chegou a usar a expressão “barbeiragens” e responsabilizou diretamente o controlador Oton Matos pelos equívocos.
Ainda criticando Oton Matos, Magalhães afirmou que “na Prefeitura de Itabuna tem controlador que quer ser prefeito e não faz o seu papel”. Sobre a relação com o gestor municipal, o comunista jurou que em 2016 o PCdoB estará junto com Vane, “pois sabemos da honestidade do prefeito e vamos ajudá-lo a reverter essa situação (da rejeição das contas)”. Ele disse ainda que “o PCdoB não tem a traição em seu currículo”.
Membros do “núcleo duro” do governo Vane, o controlador-geral Oton Matos e o secretário da Fazenda Marcos Cerqueira tentam explicar como as contas da Prefeitura acabaram reprovadas pelo TCM.
Responsável pela área financeira da administração, a dupla passou os últimos meses envolvida em articulações para fazer do vereador Ruy Machado (PTB) o presidente da Câmara Municipal. Não conseguiram.
A segunda derrota, em curto espaço de tempo, veio nesta tarde, com o parecer pela rejeição das contas de 2013, o que é prenúncio de dificuldades futuras no legislativo.
Segundo informações de bastidores, Oton e Cerqueira estão agora mais preocupados do que nunca com o revés sofrido na Câmara.
O presidente reeleito da Câmara Municipal de Itabuna, Aldenes Meira (PCdoB), avaliou que a sua vitória ontem (30) não representou derrota para o prefeito Claudevane Leite. “Sou da base aliada”, observa.
Apesar de afirmar que nem o prefeito nem o governo perderam, o vereador citou o controlador do município, Oton Matos, o secretário da Fazenda, Marcos Cerqueira, e o chefe de gabinete do prefeito, Silas Alves, como derrotados.
O trio, apoiado por José Trindade, secretário da Assistência Social, trabalhou para o adversário de Aldenes na disputa, Ruy Machado (PTB).
O vereador também disse o que foi importante para reverter o resultado ontem e citou prioridades para o novo mandato. Confira entrevista ao PIMENTA, ontem.
Confira BLOG PIMENTA – A outra chapa expôs apoios e revelava ter 12 dos 21 votos. O que foi decisivo para que você revertesse o quadro e ganhasse a eleição? ALDENES MEIRA – A chapa encabeçada por Ruy Machado bradava a todo tempo que tinha o apoio do prefeito Vane. Isso pressionava alguns vereadores. Porém, o prefeito ficou isento no processo. Tivemos conversas com Vane e em nenhum momento ele declarou apoio a nenhum dos candidatos. Ele sempre achou e em suas falas sempre diz que o legislativo deve ser independente. PIMENTA – Mas, na prática, foi desta forma? ALDENES – Claro que setores do governo apoiaram a minha chapa e outros apoiaram a chapa de Ruy. Foi até bom para o governo por ter gente nos dois lados. PIMENTA – Como foi essa “divisão” de apoios? ALDENES – Claramente, víamos que o controlador Oton Matos, o secretário Marquinhos [Marcos Cerqueira, da Fazenda], o chefe de Gabinete, Silas Alves, e o [secretário de Assistência Social, José] Trindade, tendiam para a chapa de Ruy. Mas, em contrapartida, Giorlando Lima e Wenceslau Júnior me apoiaram e Mariana Alcântara, em que pese o PPS estar na outra chapa, me ajudou, era simpática à nossa candidatura. Então, dentro do Executivo, houve isso. A nossa vitória é o que o legislativo quis, preferiu o nome da gente. PIMENTA – O resultado foi visto como derrota do prefeito, porque a articulação do governo puxou votos para Ruy Machado. O senhor também entende assim? ALDENES – Não. Se eu sou da base aliada, como é que foi uma derrota para o governo? PIMENTA – Mas o núcleo político não trabalhou pelo seu nome. ALDENES – É, mas houve articulação por mim. Tanto é que nós ganhamos. O meu partido também trabalhou para que ganhássemos, o meu partido é do governo. Então, não encaro como derrota do prefeito Vane nem do governo. Agora, sim, é uma derrota de setores do governo que trabalharam contra.
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Oton botou o bedelho dele, tirou vereadores do meu grupo para o outro, prometendo coisas. Acho que ele é o derrotado.
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PIMENTA – Quais setores? ALDENES – Oton foi derrotado nesse processo, botou o bedelho dele, tirou vereadores do meu grupo para o outro, prometendo coisas. Acho que ele é o derrotado. PIMENTA – E quanto ao PCdoB? ALDENES – Discutimos qual o melhor caminho e, quando definimos que era o meu nome, o partido me deu apoio o tempo todo. O vereador Jairo [Araújo], que é presidente do meu partido, articulou para obtermos essa vitória. PIMENTA – Quais as prioridades para o novo mandato? ALDENES – Primeiramente, dar continuidade ao trabalho de transparência e isonomia e tratar o legislativo dentro do espírito republicano. No dia 9, abriremos envelopes com as propostas das empresas para realizar o concurso público. Outra prioridade é a construção da sede própria da Câmara. Vamos ao BNDES em busca de recursos para esta obra, já que o volume de repasse do duodécimo não comporta essa demanda. No mais, vamos continuar tocando o legislativo com independência e democracia. PIMENTA – O prédio será construído mesmo na Princesa Isabel? ALDENES – A gente terá que fazer estudo de local, mas, provavelmente, será o mesmo. A Secretaria de Meio Ambiente queria uma permuta de espaço para anexar ali a um suposto parque municipal. Estamos discutindo, mas, a priori, o espaço será aquele. Aí é conseguir o recursos para financiar a obra.