Adélia celebra garantia de Lula de mais R$ 4,6 bilhões para o Porto Sul e o Porto do Malhado
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Adélia Pinheiro, candidata a prefeita de Ilhéus pelo PT, comemorou, hoje (23), a notícia de que o presidente Lula, o governador Jerônimo Rodrigues e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, asseguraram investimento de R$ 4,58 bilhões do novo PAC para acelerar as obras do Porto Sul.

O martelo foi batido em uma reunião em Brasília, que também contou com a presença do deputado federal Josias Gomes e de Bebeto Galvão. “Esse investimento é mais um passo para virarmos a chave da mudança que todos nós desejamos”, celebra a professora, médica e ex-reitora da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) por dois mandatos. “É o meu time comprometido em fazer mais por Ilhéus. E, comigo na Prefeitura, com experiência, competência, trabalho e dedicação, vamos fazer muito mais”, promete.

Também, no pacote, foi assegurado um aporte de R$ 19 milhões para dragagem e manutenção no Porto do Malhado. “Isso significa a criação de muitos novos empregos para o nosso povo, gerando mais renda para as famílias e fazendo nossa cidade voltar a ocupar o lugar de destaque no cenário nacional e internacional, como um polo de desenvolvimento e inovação”, pontua Adélia.

Trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) || Foto divulgação
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A Infra S.A, empresa pública federal vinculada ao Ministério dos Transportes, emitiu ordem de serviço para a conclusão do trecho II da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol II), que liga Caetité a Barreiras. O investimento será de R$ 365,2 milhões, e a previsão para conclusão é de 26 meses a partir da assinatura da ordem de serviço.

A ordem de serviço abrange a elaboração dos projetos executivos de engenharia e a execução dos serviços remanescentes para a conclusão das obras de subtrechos, incluindo os últimos 140 quilômetros da Fiol II e a montagem de uma superestrutura ferroviária na ponte sobre o Rio São Francisco.

O novo trecho faz parte do sistema Ferrovia Centro Oeste – Ferrovia Oeste Leste (Fico – Fiol). “A ordem de serviço para a construção do último lote remanescente da Fiol 2 representa mais um passo da consolidação desse importante eixo de ligação”, afirma o secretário do PPI da Casa Civil do Governo Federal, Marcus Cavalcanti.

Cavalcanti destaca que o primeiro trecho da ferrovia, Fiol 1, está concedido a Bahia Mineração e que o trecho 2 será concluída como obra pública.  “O trecho 3 da Fiol será objeto de concessão. Estamos terminando os estudos do traçado até o mês de janeiro do próximo ano”. A Tec Engenharia será responsável pela execução do trecho II.

FERROVIA LIGARÁ A BAHIA AO ESTADO DE TOCANTINS

Com cerca de 1527 km de extensão, a Fiol ligará o futuro Porto Sul, em Ilhéus, no sul da Bahia, a Figueirópolis, em Tocantins, onde se conectará com a Ferrovia Norte-Sul.

A ferrovia tem o objetivo de estabelecer alternativas mais econômicas para os fluxos de carga de longa distância, favorecer a multimodalidade, interligar a malha ferroviária brasileira e propor uma nova alternativa logística para o escoamento da produção agrícola e de mineração por meio do terminal portuário de Ilhéus.

Na Bahia, a previsão é que a Fiol beneficie diretamente os municípios de Ilhéus, Uruçuca, Aurelino Leal, Ubaitaba, Gongogi, Itagibá, Aiquara, Itagi, Jequié, Manoel Vitorino, Barra da Estiva, Mirante, Tanhaçu, Aracatu, Brumado e Livramento do Brumado.

Além de Lagoa Real, Rio do Antônio, Ibiassucê, Caetité, Guanambi, Palmas de Monte Alto, Riacho de Santana, Bom Jesus da Lapa, Serra do Ramalho, São Félix do Coribe, Jaborandi, Santa Maria da Vitória, Correntina, São Desidério e Barreiras.

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Uma das áreas mais valorizadas de Ilhéus, a Praia dos Milionários, na zona sul, acaba de atrair um grande empreendimento imobiliário residencial pé na areia. Com infraestrutura de alto padrão, o Ilhéus Select será construído pelas empresas baianas Pelir Engenharia, B2 Engenharia e Portal Santo Agostinho em uma área de 15 mil metros quadrados.

São duas torres, Cravo e Canela, 88 unidades de 2, 3 e 4 suítes, com metragens de 95m² a 258m², gardens privativos, garagens cobertas e opções de personalização dos ambientes, com preços a partir de R$ 595.000,00. O projeto arquitetônico do Ilhéus Select é moderno e sustentável. Na sua concepção, reflete o carinho e o cuidado das empresas com o local.

A comercialização está sendo coordenada por Tennyson Nabuco, com a participação da Imobiliária Torres como a House do Stand, na Avenida Tancredo Neves, Rua D, no bairro Jardim Atlântico.

O EMPREENDIMENTO E A CIDADE

O empreendimento Ilhéus Select é dos exemplos do novo momento da cidade sul-baiana. Celebrizada mundialmente nos romances de Jorge Amado, com belas praias, natureza exuberante e rico patrimônio cultural e arquitetônico, Ilhéus vive um acelerado processo de retomada do desenvolvimento econômico e atrai novos investimentos.

O cultivo de cacau de qualidade superior e o impulso à produção do chocolate de origem, a consolidação do turismo e projetos importantes, como o Porto Sul e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, têm impactos positivos no boom imobiliário que a cidade vem experimentando, especialmente no litoral sul.

AS EMPRESAS

A Pelir Engenharia nasceu, cresceu e se consolidou com o propósito de transformar sonhos em realidade. Em quase 40 anos de atuação, a empresa construiu sua trajetória no mercado imobiliário baiano e brasileiro com respeito aos seus clientes, oferecendo projetos de alta qualidade, pensados com capricho em cada detalhe para cada público. É atual vencedora do Prêmio Ademi-BA 2023 nas categorias lançamento imobiliário do ano e empreendimento do ano, além de diversos outros prêmios, como FIEB em Desempenho Ambiental e Ouro no Prêmio de Qualidade do Sinduscon-BA.
A B2 Engenharia está há quase 10 anos no mercado de infraestrutura e construção de alto padrão. E acaba de dar mais um passo importante com o lançamento imobiliário do Ilhéus Select. Sua atuação abrange a Bahia e outros estados do nordeste, tendo em seu portfólio diversos tipos de projeto, incluindo empreendimentos imobiliários, edifícios públicos, hotéis de alto padrão, galpões logísticos e industriais, dentre outros.
Nascida em Ilhéus, a Portal Santo Agostinho Engenharia é referência em ações sustentáveis e atua há mais de 20 anos no mercado. É reconhecida pela qualidade de seus projetos, seu atendimento personalizado e sua preocupação constante com o meio ambiente. Já realizou diversos empreendimentos em Ilhéus e região, sempre reduzindo o impacto ambiental desde o projeto até a entrega da obra.
SineBahia em Ilhéus funciona no SAC, que atende na Eustáquio Bastos, no Centro
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O avanço de obras de infraestrutura já impacta no volume de contratações diárias em Ilhéus. Ainda no sul da Bahia, mas em Itabuna, a área de hipermercados é responsável pela recuperação de maior volume de ofertas de empregos, com oportunidades para a área de atacarejo.

Todas as vagas têm intermediação do serviço estadual SineBahia. São 85 vagas em Itabuna, 82 em Ilhéus e 81 em Jequié, que oferta mais de 60 vagas na área industrial nesta segunda-feira (22).

Os interessados devem procurar unidade do SineBahia, até as 15h30min, nestes municípios. Os documentos necessários incluem carteiras de Trabalho e de Identidade, CPF e comprovantes de residência e de escolaridade.

ONDE FICA?

A unidade do SineBahia de Itabuna atende no segundo piso do Shopping Jequitibá, na Avenida Aziz Maron (Beira-Rio), no Góes Calmon. Em Jequié, o atendimento é feito na Avenida Rio Branco, no Centro. Quem reside em Ilhéus e quem mora em outras cidades e se interessou por algumas das dezenas de vagas na área da construção civil, devem se dirigir à Rua Eustáquio Bastos, no Centro, ao lado do Mercado do Artesanato e em frente à Praça Cairu. Clique em Leia Mais e confira todas as vagas. Atualizado às 12h40min.

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Projeto indica como seria o novo aeroporto
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Não se consegue fazer e promover turismo com um aeroporto onde as pessoas correm risco de não desembarcar para aproveitar as férias e nem fazer negócios.

 

Efson Lima || [email protected]

A cidade de Ilhéus possui um aeroporto desde o ano de 1938, sendo asfaltado na década de cinquenta e de lá para cá não se registra acidente aéreo no seu perímetro. Entretanto, desde o acidente ocorrido no Aeroporto de Congonhas/SP, em agosto de 2007, diversas ações cuidadosas, porém, restritivas, foram adotadas no Aeroporto Jorge Amado em Ilhéus, conforme orientação da ANAC, entre elas, a redução do tamanho da pista em 110 metros, tornando assim custosa a operacionalização do aeroporto, especialmente, para as companhias aéreas e virando um fator de preocupação para os passageiros e familiares que precisam embarcar e desembarcar na Princesa do Sul.

O aeroporto de Ilhéus passou a ser chamado de Aeroporto Jorge Amado, em 2002, após a morte do escritor e por meio de lei federal, que estabeleceu a nova nomenclatura para homenagear o famoso prosador das terras de Gabriela. Somente em 1981, que a Infraero passou a administrar o aeroporto, permanecendo até 2017, quando o Estado da Bahia assumiu a gestão do aeródromo.

O aeroporto em Ilhéus já atendeu positivamente a demanda regional, entretanto, atualmente, a região carece de um aeroporto moderno e com condições de receber pessoas com maior conforto e que possa operar em condições climáticas adversas. Hoje, a aeronave descer no aeroporto de Ilhéus é uma aventura e significa sorte na loteria para o passageiro e familiares. Inúmeras vezes, as aeronaves retornam para Salvador e tais situações tornam as passagens aéreas caras e impactam na vida do cidadão.

Apesar disto, o aeroporto de Ilhéus é o segundo mais movimentado do interior do nordeste, ficando atrás apenas do Aeroporto Internacional de Porto Seguro. Em 2023, o aeroporto de Ilhéus teve 633.154 passageiros alcançando sua maior marca, sendo o limite de 700.000 mil passageiros e o maior número de pousos e decolagens foi realizado em 2011, com 8.556. Para se ter uma ideia, o Aeroporto de Vitória da Conquista, em 2022, teve 346.703 passageiros, sendo até então a melhor marca.

Não obstante,  no sul da Bahia está em curso um processo de atração de investimentos governamentais e também empresarial, provocando a necessidade urgente de um novo aeroporto com capacidade para atender a demanda do modal que está em processo de implantação no sul do Estado, com dois portos: Porto Sul e Porto do Malhado (1971); Ferrovia Leste-Oeste; a construção da rodovia Itabuna-Ilhéus (BA 469); a consolidação da Universidade Federal do Sul da Bahia e a própria Zona de Processamento de Exportação (ZPE), sem deixar de registrar o Polo de Informática de Ilhéus, que com o aeroporto internacional poderá  finalmente ter sua estratégia ressignificada  e alavancar a produção.

 

Parece haver pouco envolvimento dos atores locais em defesa [do novo aeroporto]. A minha felicidade aumenta quando prefeitos de cidades circunvizinhas se mostram interessados e dispostos a defenderem o novo aeroporto internacional

 

Por fim, não se consegue fazer e promover turismo com um aeroporto onde as pessoas correm risco de não desembarcar para aproveitar as férias e nem fazer negócios. A tristeza pode ser aumentada em caso de lua de mel. Portanto, a região espera contar com o olhar atento dos governos federal e estadual para confirmarem a área situada no eixo Ilhéus – Itacaré, com vistas à construção do aeroporto internacional do sul da Bahia, cujo funcionamento impactará, nas diversas cidades circunvizinhas, inclusive, alcançando o baixo-sul. A cidade de Ilhéus que sempre contribuiu para o desenvolvimento do estado, agora, espera receber essa homenagem.

Entretanto,  parece haver pouco envolvimento dos atores locais. Continuo pensando que “parece”  existir uma apatia em defesa dos novos projetos para a cidade. De todo modo, a minha felicidade aumenta quando prefeitos de cidades circunvizinhas se mostram interessados e dispostos a defenderem o novo aeroporto internacional, evidenciando que a cidadania ultrapassa a fronteira municipal e interesses coletivos podem e devem ser articulados por diferentes gestores municipais. Os cidadãos do Litoral Sul agradecem.

Efson Lima é doutor e mestre em Direito pela UFBA e membro das academias de Letras de Ilhéus (ALI) e Grapiúna (Agral).

Lula é recebido pelo prefeito Marão ao desembarcar no aeroporto de Ilhéus || Reprodução
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Do PIMENTA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já está em Ilhéus, onde, por volta das 9h desta segunda-feira (3), acompanha o o início das obras do trecho final da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), no quilômetro 28 da BA-262, no litoral norte do município, trecho Ilhéus-Uruçuca.

O presidente chegou ao município no início da tarde deste domingo (2), quando desembarcou no Aeroporto Jorge Amado, sendo recepcionado por autoridades estaduais e locais.

DESCANSO NA ZONA SUL

Após desembarcar no terminal aeroportuário, o presidente seguiu para a zona sul do município. Até amanhã, o presidente ficará hospedado no Sítio São Paulo, um dos metros quadrados mais caros de uma emergente Ilhéus. O mandatário brasileiro ficará na residência do empresário Nilton Cruz, petista ligado a nomes tradicionais do PT baiano, a exemplo do deputado estadual e líder do Governo Jerônimo Rodrigues na Assembleia Legislativa baiana, Rosemberg Pinto.

Anfitrião do presidente, Nilton sonhava disputar a prefeitura em 2020, mas retirou seu nome na reta final e apoiou o prefeito Mário Alexandre, o Marão (PSD). O acordo foi costurado pelo deputado estadual Rosemberg Pinto.

Após as eleições municipais, Marão acabou descumprindo o acordo eleitoral com Rosemberg e Nilton Cruz. O deputado externou, publicamente, sua insatisfação diante da quebra de palavra do prefeito de Ilhéus. A relação ficou estremecida, mas houve recomposição mais de dois anos depois.

FIOL E PORTO SUL

O presidente terá compromisso público já na manhã desta segunda-feira, quando participa do início oficial das obras da ferrovia Oeste-Leste (Fiol). As obras serão tocadas pela Bahia Mineração (Bamin), que ganhou a concessão que prevê investimento de R$ 3,5 bilhões.

O leilão ocorreu no ano passado. A previsão é de que o complexo intermodal (Ferrovia e Porto Sul) esteja operando em 2027. As obras do Porto Sul também serão executadas pela Bamin. A previsão de conclusão das obras da Fiol é de três anos. A retomada das obras no trecho ocorreu no final do primeiro semestre deste ano.

Para a solenidade de amanhã, em Ilhéus, além do presidente Lula e do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, também estarão presentes executivos nacionais e globais da Bahia Mineração. Segundo a assessoria da Bamin, estarão presentes Benedikt Sobotka, CEO global da ERG, organização responsável pelas atividades da empresa no Brasil, Eduardo Ledsham, CEO da Bamin, e Sérgio Leite, CEO de Ferrovia da Bamin.

Políticos e empresários se reuniram para elaborar documento por novo aeroporto || Arquivo

AEROPORTO INTERNACIONAL

Amanhã, provavelmente o presidente Lula receberá documento de líderes políticos, empresariais e de organizações sul-baianas pedindo a inclusão do Aeroporto Internacional da Costa do Cacau na segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Nas proximidades da área da solenidade na Bamin, outdoors foram colocados cobrando as obras do aeroporto, que deverá ser construído no sítio Joia do Atlântico, numa das margens da BA-001.

Um documento deverá ser entregue ao presidente. Para elaborá-lo, houve reunião de lideranças no último dia 21 de junho (reveja aqui). “O projeto do novo aeroporto está previsto no plano intermodal do Porto Sul. Já temos iniciadas [as obras] da Ferrovia Oeste-Leste e do Porto Sul. Falta o aeroporto”, disse ao PIMENTA o prefeito de Itacaré e presidente do Consórcio Litoral Sul (CDS-LS), Antônio de Anízio. Atualizado às 19h para correção de informação.

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A Bahia Mineração (Bamin) e o Senai promoveram a aula inaugural do novo ciclo do projeto Canteiro Escola, no Centro de Visitantes do Porto Sul, em Ilhéus. Nesta etapa, são 215 inscritos divididos em nove turmas. Até o final de 2023, serão oferecidas 520 vagas em 23 cursos profissionalizantes.

O curso de Auxiliar Administrativo vai reunir 25 estudantes das aldeias Igalha, Tamandaré, Itapuã e Acuípe do Meio, todas do Povo Tupinambá de Olivença. Os jovens indígenas vão estudar na Associação Tupinambá, em Olivença. Os demais inscritos irão às aulas no Centro de Visitantes do Porto Sul, no litoral norte da cidade.

Os alunos estão distribuídos nos cursos de Auxiliar de Segurança e Saúde Ocupacional, Auxiliar de Meio Ambiente – Atividades com Fauna, Auxiliar de Meio Ambiente – Atividades com Flora, Auxiliar Administrativo, Auxiliar Civil e Eletricista Instalador Residencial de Baixa Tensão. Serão 1.272 horas de aulas para os participantes.

Na próxima etapa, também estão previstos os cursos de Soldador, Operação de Caminhão Guindauto, Pintor Industrial, Mecânico Montador, Rigger (Auxiliar de Movimentação de Cargas), Armador de Ferragens, Carpintaria de Obras, Operação de Equipamentos (rolo compactador, trator esteira e pneu) e Pedreiro de Obras de Construção Civil.

Novas turmas do Canteiro Escola serão abertas no segundo trimestre de 2023. Os detalhes e pré-requisitos para ingresso nos cursos serão divulgados em breve. O principal objetivo do projeto é capacitar moradores das comunidades da região de um influência do Porto Sul para os empregos gerados direta e indiretamente pelo empreendimento.

CVR Costa do Cacau é credenciada pelo Inema e pelo Ibama
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Única empresa do sul da Bahia credenciada pelo Inema e Ibama para destinação de resíduos sólidos, a CVR Costa do Cacau está completando dois anos de atividades. A empresa atende as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos e do Marco Regulatório de Saneamento.

Localizado numa área de 75 hectares, às margens da Rodovia Jorge Amado (Ilhéus-Itabuna), o empreendimento atua com foco na sustentabilidade, contribuindo para extinção de lixões em cidades como Itabuna, Ilhéus e Itacaré e apoiando projetos de coleta seletiva e de conservação ambiental.

Em Itabuna, a CVR Costa do Cacau apoiou a capacitação dos catadores e a construção do Centro de Triagem Reciclagem e em Itacaré, além de implantar uma Estação de Transbordo, foi parceira na construção do Centro de Triagem e Econegócios, garantindo condições dignas de trabalho a centenas de catadores, mesmo processo em execução em Ilhéus.

Também foram distribuídos ecopontos nos municípios, para incentivar população a aderir à coleta seletiva. O fim dos lixões e a destinação correta de resíduos, além da questão ambiental e da qualidade de vida da população, é considerada fundamental para atrair novas empresas e aquecer a economia sul-baiana, gerando emprego e renda.

O prefeito Augusto Castro (PSD), de Itabuna, destaca a parceria com a CVR Costa do Cacau e a importância de fazer a Lei de destinação dos resíduos sólidos. “Fomos o primeiro município no sul da Bahia a firmar contrato com a CRV Costa do Cacau e assim demos fim ao antigo lixão, onde famílias tiravam o sustento de forma subumana. Hoje, além de dar uma destinação correta aos resíduos sólidos, as pessoas que dependiam do antigo lixão agora trabalham de forma digna, através da Associação de Agentes Ambientais e Catadores de Materiais Recicláveis de Itabuna (AACRRI)”, afirma Castro.

FIM DO LIXÃO

O prefeito de Ilhéus, Mario Alexandre, ressalta que a contribuição da CVR foi extremamente importante para atender as necessidades ambientais e sociais com o impacto positivo do fim do lixão. “Além da destinação correta dos resíduos, vamos investir na coleta seletiva, inserindo os catadores no mercado de trabalho em condições dignas. Isso numa cidade turística como Ilhéus é fundamental na preservação da natureza e valorizando a conservação da Mata Atlântica”, diz Mário Alexandre.

Já o secretário de Meio Ambiente de Itacaré, Marcos Luedy, destaca que o programa Lixão Nunca Mais teve o apoio importante da CVR Costa do Cacau, que atende todas as normas para a destinação correta de resíduos. “A CVR oferece aos municípios as condições de atender a região numa área fundamental para a conservação do meio ambiente, numa região que precisa valorizar os seus recursos naturais”.

Além de prefeituras, a CVR atende empresas como Shopping Jequitibá, Atacadão, Big Bompreço, Bamin/Porto Sul, OLAM Cacau e Joanes.

MEIO AMBIENTE

A conservação ambiental é um dos focos principais da CVR Costa do Cacau. Durante esses dois anos, foram distribuídas milhares de mudas para prefeituras, escolas, associações de moradores e prefeituras, para projetos de arborização e recuperação de matas ciliares. Em breve, a empresa vai implantar o Centro de Educação Ambiental, para a promoção de palestras e apresentações com uma ampla abordagem da educação socioambiental.

A estrutura do empreendimento inclui os sistemas de recepção e áreas de armazenamento de e os projetos de expansão incluem reciclagem para o beneficiamento de material com a instalação de ecoindústrias e produção de energia a partir do gás metano.

O diretor comercial da CVR Costa do Cacau, Rodrigo Zaché faz uma avaliação positiva dos dois anos do empreendimento. “A CVR se consolida como um equipamento de utilidade pública que vem prestando um serviço essencial para a região. Além do conceito ambiental, a CVR se destaca em vários projetos de inclusão social e capacitação, incentivando a coleta seletiva, fortalecendo o surgimento e ampliação de polos industriais, que também precisam atender a legislação que determina a destinação adequada de resíduos”.

MARCA AMBIENTAL

A CVR Costa do Cacau tem participação acionária do grupo capixaba Marca Ambiental, com 26 anos de experiência na construção e operação de centrais de tratamento de resíduos. A Marca Ambiental é uma empresa pioneira e a maior do Espírito Santo, atuando desde 1995 em soluções completas para resíduos, com forte impacto para a preservação ambiental e foi fundamental para que o estado atingisse a meta de lixão zero.

Trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) || Foto divulgação
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“Se a ferrovia lograr conexão com o oeste baiano, permitirá ao Porto Sul escoar a volumosa produção dessa fronteira agrícola”.

Henrique Campos de Oliveira || [email protected]

Dificilmente uma cidade na costa do Brasil irá dispensar a construção de um porto ligado a uma ferrovia que avança 1500 km em direção ao oeste no continente. Não há porto no país com essa capilaridade longitudinal.

Não é de agora que o litoral da Bahia é cobiçado para abrigar um porto que seja via de acesso a uma ferrovia que adentre o continente em direção ao pôr do sol. Vasco Neto, nos anos 1950, já apresentava tal proposta. A ideia era conseguir a sonhada conexão entre os Oceanos Pacífico e Atlântico. O porto do nosso lado seria em Campinhos, na baía de Camamu, e o do lado de lá da cordilheira, o de Iquique, no Chile. Uma obra com a mesma ambição do canal do Panamá: ligar os dois continentes e facilitar a conexão entre Ásia e Europa, tendo a Bahia e o Brasil como entrepostos.

Aquela iniciativa não foi adiante (relembre), mas a Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol) e o Porto Sul têm o projeto de Vasco Neto como referência.

O projeto da Fiol consiste na construção de três trechos de, aproximadamente, 500 km cada. O primeiro trecho e mais avançado na execução da obra é o que liga o Porto Sul a Caetité, onde se encontra a mina Pedra de Ferro. O escoamento do minério é o principal motivador para as duas obras, bem como gerará volume de cerca de 50 milhões de toneladas/ano, que viabilizam o empreendimento.

Trecho 2 não aparece como investimento ferroviário prioritário em estudo de 2010 do Ipea

O segundo trecho definido no projeto é a ligação entre Caetité e Barreiras, na região oeste da Bahia, produtora de grãos e demais commodities agrícolas. Se a ferrovia lograr conexão com o oeste baiano, permitirá ao Porto Sul escoar a volumosa produção dessa fronteira agrícola. O preço do frete seria reduzido, tendendo a expandir a atividade e a aumentar a diversidade de operações e serviços adicionais na região onde o porto é construído.

Todavia, é o trecho que enfrenta algumas complexidades, mesmo tendo 45% das obras concluídas. O ramo entre Correntina e Barreiras tem lençol freático e sítios arqueológicos importantíssimos, que exigem significativo cuidado na execução da obra. Além disso, há a necessidade da construção de uma ponte que passe sobre o maravilhoso – e largo – leito do Rio São Franciso, na altura de Ibotirama.

O terceiro trecho seria a conexão entre Barreiras e Figueirópolis, no Tocantins, onde iria entroncar com a ferrovia Norte-Sul, que liga Santos (SP) ao Porto de Itaqui, no Maranhão. Com esses três trechos, o Porto Sul não seria somente opção para escoamento de produtos do oeste baiano, mas também do Centro-oeste brasileiro, tendo a possibilidade de ampliar sua área de influência, inclusive à parte do Sudeste e do Norte.

O trecho 1, Ilhéus-Caetité, está praticamente pronto. Aguarda apenas o porto para começar a operar. A licença de exploração foi adquirida pela Bamin, mesma empresa que é dona da mina e do terminal portuário. O trecho 3 ainda aguarda licenças ambientais.

O trecho 2, a meiota que liga Caetité ao nosso oeste e viabilizaria a ampliação de serviços e operações do Porto Sul, como já dito, apresenta sensíveis complexidades na execução da obra. Se os trechos 1 e 3 forem executados sem o 2, será o fim da possibilidade de termos tal empreendimento como alternativa para superarmos a pobreza e a desigualdade que maculam a região.

Trechos da Fiol identificados em vermelho (1), azul (2) e verde (3)

Se esse buraco na Fiol persistir, como consta no mapa do Ipea (2010), vai tonar o Porto Sul um terminal exclusivo para minério e, ao invés de escoarmos a produção do Centro-Oeste, com consolidação do trecho 3 (Barreiras-Ferrovia Norte-Sul), outros estados vão escoar os produtos do oeste baiano, tanto por portos do Sul e Sudeste como do Norte.

Portanto, além de questões de engenharia e ambientais – legítimas e fundamentais para a sustentabilidade de uma nação -, há aspectos de ordem política na disputa federativa, que afetam a integralidade da Fiol. Contornar esses obstáculos exige dos políticos baianos (Executivo e Legislativo) e, sobretudo, da sociedade civil (como associações de produtores, sindicatos e empresários) união e coordenação política para garantir a integralidade do projeto o mais rápido possível. É questão de sobrevivência!

Henrique Campos de Oliveira é ibicariense, doutor em Ciências Sociais pela UFBA e professor do Mestrado em Direito, Governança e Políticas Públicas da Unifacs.

Leonardo Boff faz palestra em evento da Bamin em Salvador || Divulgação
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A Bahia Mineração (Bamin) apresentou sua plataforma de governança ambiental, social e coorporativa, nesta quinta-feira (29), em Salvador. Além da apresentação da Plataforma ESG Bamin, a empresa anunciou adesão ao Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). O evento contou com palestra do filósofo e escritor Leonardo Boff.

O Pacto Global engaja e oficializa o compromisso de organizações na adoção dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção. Coube ao CEO da Bamin, Eduardo Ledsham, assinar a Carta de Princípios em nome da companhia.

Rosane Santos, diretora de Sustentabilidade da Bamin

A diretora de Sustentabilidade da Bamin, Rosane Santos, afirmou que os projetos da empresa nascem integrados a estratégias de viabilidade e continuidade. “Nos preocupamos, prioritariamente, em adotar as melhores formas de minimizar os possíveis impactos às comunidades e ao meio ambiente”, acrescentou.

LEONARDO BOFF: SUSTENTABILIDADE É A CONTINUAÇÃO DA VIDA

Na segunda parte da solenidade, Leonardo Boff dedicou sua palestra à relação indissociável entre conservação ambiental e vida.

– Entendo sustentabilidade como aqueles processos e atos destinados a garantir a continuidade da vida, sua reprodução, para as presentes e futuras gerações. Não só para os seres humanos, mas para toda a comunidade de vida. De tal forma que, faltando sustentabilidade, nós corremos o risco de destruirmos as bases que sustentam a nossa vida. Olhando um pouco a situação do mundo, a gente se dá conta de que assim como as coisas estão, não podem continuar. Têm que mudar – disse o palestrante.

Eduardo Ledsham enfatizou que a Bamin se preocupa de modo genuíno com o meio ambiente e o bem-estar da sociedade. “Nesse processo, é importante ter transparência com as comunidades e todos os envolvidos, em qualquer nível, com os nossos projetos”, explicou o executivo.

De acordo com a Bamin, na região do Porto Sul, em Ilhéus, são desenvolvidos 34 programas (sendo 11 de caráter social e 23 ambientais) e no entorno da Mina Pedra de Ferro, em Caetité, são outras 35 iniciativas socioambientais (sendo 15 de caráter social e 20 ambientais).

Canteiro de obras do Porto Sul, em Ilhéus || Foto Divulgação
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“Esses empreendimentos e obras podem ser a redenção para a região reconfigurar a sua inserção internacional, prover mais competitividade aos agentes econômicos daqui e atenuar a miséria e desigualdade crônicas que assolam a região”.

Henrique Campos de Oliveira || [email protected]

Como discutido na última coluna, a infraestrutura disponível para integração física internacional do sul da Bahia é defasada e desintegrada. O Porto do Malhado foi inaugurado já em descompasso com as tecnologias vigentes da época, não precisou de uma década sequer, desde o início de suas operações, para se tornar ocioso. Tal como o Porto de Salvador atualmente, não tem conexão com ferrovia, isso desde a sua concepção pelo Governo da Ditadura Militar.

Assim, recuperamos a pergunta feita há 15 dias: como os atuais projetos e empreendimentos voltados à atividade da logística internacional superam esse atual padrão de conexão com o mundo na região?

A partir de 2007, iniciou-se discussão sobre a construção de um novo porto: o Porto Sul. A principal motivação para esse empreendimento, diferente dos demais portos construídos aqui, consiste em uma atividade exógena à região. Com o aumento da cotação do minério de ferro, que saiu de 20,00 para 120,00 dólares naquele ano, a exploração da mina em Caetité se tornou viável. Mas a produção não tinha como ser escoada.

A única malha ferroviária disponível, a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), que passa próximo à região mineradora, é defasada, ainda com traçado sob o paradigma tecnológico de trens a vapor e tem a Vale, concorrente da empresa exploradora da mina de Caetité, como exploradora da ferrovia.

O Porto Sul surge como a solução para esse gargalo logístico. Todavia, diferentemente do contexto da construção do Porto do Malhado, a proposta, que tinha a ligação da mina com o nosso litoral, inicialmente, por dutos, sofreu forte contestação.

Na primeira audiência pública do Processo de Licenciamento, os grupos locais de contestação, munidos de estudos técnicos, rechaçaram a Ponta da Tulha como o local designado pelo primeiro estudo locacional apresentado na referida audiência, em 2009.

A partir daí, com um novo estudo, numa nova audiência pública em 2011, decorrente de um processo de maior barganha e negociação com lideranças locais, decidiu-se pela atual área, em Aritaguá, mais próxima da cidade e mais antropizada. Também alterou-se substancialmente as medidas de mitigação e compensação definidas pelo EIA/RIMA, após um processo de maior aproximação e oitiva das demandas das comunidades afetadas diretamente pela obra.

Além disso, os governos estadual e federal, na época, apresentaram obras adicionais, com relações mais próximas das atividades locais, tais como: Fiol; aeroporto internacional; duplicação da BR 415; e a nova ponte do Pontal. Noutra frente, foram assegurados recursos e apoio para a lavoura do cacau, produção do chocolate e o turismo ecológico.

A ponte foi inaugurada, a Fiol já tem o trecho que liga o local do porto em construção a Brumado, cidade vizinha a Caetité, e muito se avançou na agregação de valor das cadeias do cacau e do turismo. Houve até o recente alargamento da BR-415. No entanto, o aeroporto internacional ainda não saiu do papel, e a Fiol tem sua integridade comprometida, podendo se tornar uma estrada de ferro exclusiva para escoar minério.

Iremos tocar em cada um desses desafios nas próximas colunas. Repensar essas obras é vital para não repetirmos o erro da construção de obras com dispêndio volumoso de recursos públicos e forte impacto ambiental, tal como o Porto do Malhado, para que não se limitem ao simples escoamento de commodities.

Esses empreendimentos e obras podem ser a redenção para a região reconfigurar a sua inserção internacional, prover mais competitividade aos agentes econômicos daqui e atenuar a miséria e desigualdade crônicas que assolam a região.

Diferente do que experimentamos com a ditadura miliar, que deixou como legado essa precária infraestrutura disponível, o contexto democrático nos permite cobrar, seja por voto ou vias institucionais, que os erros do passado não se repitam no presente.

Henrique Campos de Oliveira é ibicariense, doutor em Ciências Sociais pela UFBA e professor do Mestrado em Direito, Governança e Políticas Públicas da Unifacs.

Henrique C. Oliveira: "Lula exporta capacidade de gerar consensos"
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O sul da Bahia não saiu ileso desse processo. O projeto de uma ferrovia sobre a antiga estrada de chão que ligava o nosso litoral a Minas Gerais, passando por Vitória da Conquista, foi substituído pelo predomínio das rodovias.

Henrique Campos de Oliveira || [email protected]

O movimento pela inserção internacional do sul da Bahia como santuário da Mata Atlântica perpassa, invariavelmente, por sua conexão física com o mundo. Não adianta elucubrar sobre projetos e ações envolvendo a internacionalização de seus produtos e serviços, se não tivermos meios de transporte, principalmente, para prover competitividade e previsibilidade à nossa presença nos mercados nacionais e internacionais.

Como a história nos ajuda a (re)pensar as formas como viemos e aspiramos nos integrar?

Inicialmente, no final do século XIX, as sacas de cacau eram concentradas no leito do Rio Cachoeira, na altura do Banco da Vitória, e embarcadas em canoas até um trapiche no Malhado, de onde seguiam de navio para Salvador.

Com a expansão da exportação do cacau, veio a construção do primeiro porto de Ilhéus, no Pontal, com tentativas de construção datadas de 1909, com atuação protagonista de Antônio Berílio de Oliveira. Sob muita contestação de interesses ligados à capital baiana, sua conclusão só se deu em 1926.

Desde 1911, sob exploração da South Western Rail Way Company Limited, já existia a ferrovia que ligava Ilhéus a Uruçuca. Originalmente, o elo foi pensado para conectar o litoral ilheense a Vitória da Conquista.

Quando a indústria automobilística avança e as ferrovias trocam a maria-fumaça por locomotivas movidas a combustão, há uma inflexão na forma do transporte terrestre de carga, principalmente. Nesse contexto, ocorre uma mudança no planejamento e na implementação de políticas de transporte no país, com fortes impactos na nossa região. De 1930 a 1980, a malha ferroviária brasileira é substituída por rodovias.

Há uma convergência de fatores que nos ajudam a compreender esse fato. A transição da malha ferroviária para o novo paradigma tecnológico de combustão implicava em muito gasto, porque, além das locomotivas, essa substituição exigia que fossem alterados os traçados das estradas de ferro. Era preciso suprimir curvas fechadas e aclives acentuados para garantir segurança ao movimento da composição extensa dos comboios de vagões puxados por trens movidos a diesel.

Também avia pressão significativa da indústria automobilística para a construção de estradas que viabilizassem a comercialização de carros e caminhões. A construção de estradas era – e ainda é – mais barata do que a de ferrovias. Além do mais, o modal rodoviário atendia à necessidade estratégica de garantir a integração física nacional, ao dar mais flexibilidade ao transporte terrestre, permitindo operações porta a porta.

De Getúlio Vargas aos militares, a nossa matriz de transporte saiu de uma predominância ferroviária para rodoviária, na contramão do que ocorria nos países desenvolvidos de dimensão continental.

O sul da Bahia não saiu ileso desse processo. O projeto de uma ferrovia sobre a antiga estrada de chão que ligava o nosso litoral a Minas Gerais, passando por Vitória da Conquista, foi substituído pelo predomínio das rodovias.

Com isso, o porto do Pontal perdeu a sua integração ferroviária. Além do mais, Já no início dos anos 1940, o porte dos navios não condizia com a profundidade do canal entre a Praia do Cristo e o Morro de Pernambuco, hoje à sombra da ponte Jorge Amado.

Daí surgiu a ideia do Porto do Malhado, que entra em disputa com outra alternativa, a construção do Porto de Campinhos, na Baía de Camamu, próximo do refúgio turístico de Barra Grande. Esse porto seria usado como base para o envio de material para a construção de Brasília, via BR-030, sem pavimentação até hoje.

Para a sorte da conservação da fauna e flora da Baía de Camamu, nessa competição, sob forte influência de cacauicultores e políticos locais, os recursos do Banco Mundial foram destinados à construção Porto do Malhado.

O projeto original era construir, junto com o distrito industrial de Ilhéus e com as empresas transnacionais moageiras, o polo logístico e produtivo do cacau. Todavia, o porto inaugurado em 1972 já se mostrava defasado e ocioso em 1978, constituindo-se como mais um item da coleção de elefantes brancos do governo militar.

Ao longo do letárgico e conturbado processo de construção do novo porto, o cacau era transportado pelo serviço de alvengarias, chatas, entre o porto do Pontal e os navios atracados no mar aberto, diante da Avenida Soares Lopes. Acidentes eram comuns, com perdas significativas de carga. As exportações eram registradas por Salvador. As casas exportadoras da capital e aqueles que exploravam o serviço de alvengaria ganhavam, a região perdia.

O Porto do Malhado foi construído sem integração ferroviária e com um aparelhamento defasado, sem contar o impacto ambiental, que intensificou a erosão na orla norte de Ilhéus e o assoreamento da Praia da Avenida.

O mundo começava a usar contêineres para movimentar cargas. Assim fizeram as empresas de beneficiamento do cacau do também recente Distrito Industrial de Ilhéus. Os derivados simples das amêndoas de causa – manteiga, pasta, licor etc. – eram compartimentalizados em tuneis e transportados por contêineres, circulando por rodovias, até o escoamento portuário via Salvador e Santos.

Para completar esse cenário, em paralelo à infraestrutura de transporte terrestre e marítima, o aeroporto de Ilhéus foi construído para receber aviões da década de 1940 e não recebeu melhorias capazes de adaptá-lo à evolução das aeronaves.

As decisões políticas e econômicas que orientaram a trajetória resumida acima impõem os seguintes questionamentos. Aprendemos com as lições do passado? A construção do Porto Sul e da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) confere ao sul da Bahia a superação do perfil defasado e limitado da sua integração física com o mundo?

Pretendo discutir essas questões na próxima coluna, ao comparar esses projetos com o que já vivenciamos, tendo como horizonte a centralidade da conservação da Mata Atlântica e a ruptura com a repetição de padrões do planejamento espacial da nossa região. Desde já, agradeço pelas eventuais comentários ou provocações dos leitores e leitoras.

Henrique Campos de Oliveira é ibicariense, doutor em Ciências Sociais pela UFBA e professor do Mestrado em Direito, Governança e Políticas Públicas da Unifacs.

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É preciso pensarmos as potencialidades locais e fazermos um amplo programa de diversificação econômica, levando em conta, inclusive, as oportunidades geradas pelo Porto Sul e FIOL, além de incentivo a atividades tecnológicas.

 

Rosivaldo Pinheiro || [email protected]

Hoje, trago à discussão algumas observações em relação ao município de Itabuna, que completará, neste mês, 112 anos de emancipação político-administrativa. Nossa cidade tem como carro-chefe da sua economia o comércio e os serviços, sendo, inclusive, polo regional de saúde e educação. O setor industrial é incipiente, mesmo tendo gás natural, poliduto e sendo cortada por duas importantes rodovias, a BR-101 e a BR-415.

Ao longo desse pouco mais de um século, por aqui também tivemos importantes iniciativas de turismo de negócios e entretenimento, mas sem continuidade. Esse registro aponta a necessidade de trabalharmos essas atividades. A cidade precisa melhor entender os impactos positivos gerados por esses segmentos sobre as demais atividades econômicas, inclusive para buscar a implantação de um centro de convenções, num modelo que melhor atenda às demandas locais – a área do Parque de Exposições pode ser uma opção –, além de reabrir o aeroporto para o pouso de aeronaves particulares de pequeno porte, serviços de saúde, serviços de valores, serviços de segurança (Base do Graer) e voos comerciais em trechos alternativos para aeronaves com menor número de passageiros.

Ainda no campo do entretenimento, o último São Pedro realizado pela gestão municipal, por meio da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC), é prova inequívoca da atração do público local e regional e traz de volta ao centro do debate esse importante setor econômico, colocando a cidade no calendário turístico.

É preciso pensarmos as potencialidades locais e fazermos um amplo programa de diversificação econômica, levando em conta, inclusive, as oportunidades geradas pelo Porto Sul e FIOL, além de incentivo a atividades tecnológicas a partir de parcerias com a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).

Como podemos observar, temos um longo caminho a percorrer e grandes desafios no percurso, e só através dessa configuração faremos Itabuna melhorar os indicadores socioeconômicos. Esse desafio é da sociedade local: dos poderes públicos à iniciativa privada, passando pela academia. Só assim continuaremos avançando na qualidade de vida da nossa cidade.

Rosivaldo Pinheiro é economista, especialista em Planejamento e Gestão de Cidades (Uesc) e comunicador.

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Itabuna será uma das principais portas de entrada e integração do país com o Porto Sul, na avaliação do prefeito Augusto Castro. Na última sexta-feira (17), o gestor itabunense discutiu parcerias do município com o Senai Cimatec em reunião ocorrida na sede da instituição, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). “Itabuna é um dos principais eixos de desenvolvimento entre o Nordeste e Sul do país e principal rota de integração do futuro Porto Sul. Temos que aproveitar essa potencialidade”, afirmou ele.

A discussão de parcerias institucionais foi discutida pelo prefeito com o coordenador de Projetos do Senai Cimatec (Campus Integrado de Manufatura e Tecnologia), o ex-senador Walter Pinheiro, e com o diretor de Operações, Luiz Breda. Segundo Augusto, serão estimulados vetores de crescimento e desenvolvimento das atividades econômicas, com ênfase na indústria e tecnologia.

O Senai Cimatec atua em 44 áreas de trabalho, incluindo Robótica, Supercomputação, Medicina e Farmacologia, soluções para Infraestrutura, Eficiência Energética e energias renováveis. O prefeito Augusto Castro enfatizou que a Administração Municipal já vem investindo nos setores de tecnologia e inovação.
Augusto e coordenação do Senai Cimatec avaliam parcerias

“O ex-senador Walter Pinheiro nos mostra aqui a capacidade que o Cimatec tem de apresentar algo novo, algo de avanço importante para que Itabuna possa ter, quem sabe no futuro, muito do que o Senai Cimatec já produz. E, com sua estrutura, daremos um salto de qualidade também nos serviços oferecidos ao município, como por exemplo, a testagem da qualidade de nossa água e o avanço na tecnologia dos nossos serviços médicos”, disse o prefeito.

Do encontro, participaram secretários municipais José Raimundo Araújo (Indústria, Comércio, Emprego e Renda), Sônia Fontes (Planejamento), Almir Melo Jr (Infraestrutura e Urbanismo) e José Alcântara Pellegrini (Relações Institucionais e Comunicação), além do diretor-presidente da Emasa, Raymundo Mendes Filho, e Afonso Dantas, assessor especial da Secretaria de Planejamento.
Diretores da TSX Invest se reúnem com Marão e Bebeto em Ilhéus || Foto Clodoaldo Ribeiro/PMI
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A empresa TSX Invest, parceira da Bahia Mineração (Bamin), apresentou ao prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD), um programa de atração de investimentos para Ilhéus, Itabuna, Una, Uruçuca, Canavieiras e Itacaré, nesta terça-feira (15), no Centro Administrativo da Conquista. O vice-prefeito Bebeto Galvão (PSB) também participou do encontro.

Na reunião, o chefe executivo da TSX, Flávio Leite, também formalizou convite para que a Prefeitura de Ilhéus integre o conselho administrativo da Agência Privada de Atração de Investimentos, iniciativa patrocinada pela Bamin.

Mário Alexandre explicou que o foco do projeto é a melhoria do ambiente de negócios nas cidades envolvidas. “Queremos ampliar os serviços, atrair novas empresas e, assim, gerar emprego e renda para o nosso povo. Continuaremos o trabalho a fim de melhorar a qualidade de vida da nossa população e buscar soluções para o desenvolvimento de Ilhéus”, acrescentou.

CRONOGRAMA

Conforme a TSX, o programa de atração de investimentos será iniciado nas próximas semanas. A segunda etapa terá início em abril, com contratação de pessoal e duração de 20 meses. A terceira fase refere-se ao processo de maturação e monitoramento da iniciativa, com previsão de conclusão em 36 meses.