Salões de beleza estão entre negócios bem posicionados no Top 10 do Sebrae
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Ao contrário do que possa parecer, a sobrevida da pandemia da Covid-19 não tem impedido as pessoas de empreender no país. Levantamento realizado pelo Sebrae identificou as 10 atividades econômicas que mais atraíram a atenção dos empreendedores brasileiros com oportunidades de negócios. Ao todo, essas atividades já geraram mais de 1 milhão de novas empresas em 2021 – ao longo de todo o ano passado, foram registrados cerca de quatro milhões novos CNPJ registrados.

No topo da lista está o comércio varejista de vestuário e acessórios, com aproximadamente 56 mil novos CNPJ abertos neste ano. Nos últimos anos, a atividade tem se mantido entre as mais procuradas pelos empreendedores.

BIQUÍNIS PARA TODOS OS GOSTOS E TAMANHOS

Uma dessas novas empresas criadas é da microempreendedora individual Rebeca Ramos, de 37 anos, moradora do Distrito Federal. Durante a pandemia e com a possibilidade de trabalhar em casa, ela alimentou o sonho de ter seu próprio negócio fazendo o que ama: biquínis.

No final de 2020,  Rebeca começou a pesquisar o mercado para atender o público que, segundo ela, são de mulheres reais, com corpos que representam os padrões brasileiros. Foi assim que, em março deste ano, nasceu a Odoyá Musa do Mar (@odoyamusadomar), moda praia e fitness. “Não gosto muito dessa denominação plus size porque, na verdade, ofereço modelos que caibam em corpos reais, fora da modelagem padrão, que não representa a maioria das mulheres. Costumo dizer que não é você que tem que caber na roupa, mas sim a roupa que tem que caber em você”, defendeu.

Microempreendedora individual, Rebeca faz tudo sozinha, desde desenhar os modelos e comprar as malhas, até divulgar na internet. Segundo ela, ter um plano de negócios foi essencial para tirar a ideia do papel.

Para ajudar a encarar os desafios, a empreendedora procurou orientação do Sebrae por meio dos cursos online e gratuitos. “Fiz os básicos, sobre como empreender, e também os focados em estratégias de venda com marketing digital”, afirmou. Mesmo com poucos meses de negócio, ela já faz planos. “Quero tornar minha marca conhecida com peças versáteis e modernas para corpos livres. Já estou criando uma coleção nova e pretendo lançar um editorial em breve”.

BELEZA NO TOPO

Em segundo lugar na lista das 10 atividades econômicas com mais CNPJ abertos em 2021, está a promoção de vendas, com 46 mil novas empresas, seguido por cabeleireiro, manicure e pedicure, como é o caso de Gleice Duarte, que abriu recentemente um salão de beleza Cor e Cacho (@corecacho) em Águas Claras (DF) e já comemora a expansão do negócio com a oferta de cursos online especializados em coloração ruiva. Com apenas 30 anos, ela já comanda um time de 16 colaboradores na empresa de pequeno porte.

Com a experiência de youtuber e produtora de conteúdo sobre cabelos ruivos e cacheados, Gleice participou do Empretec, especialização em empreendedorismo realizada pelo Sebrae, em parceria com a chancela da Organização das Nações Unidas (ONU). “Apesar da pandemia, nossas agendas estão bem movimentadas. Só atendemos com hora marca e seguimos todos os protocolos sanitários”, contou. O negócio segue em ritmo de crescimento com a mudança para um espaço maior na mesma região e a possibilidade de abrir uma filial em São Paulo.

Confira as Top 10 atividades econômicas dos empreendedores em 2021.

1. Comércio varejista de vestuário e acessórios – 56 mil

2. Promoção de Vendas – 46 mil

3. Cabeleireiro, manicure e pedicure – 36,5 mil

4. Fornecimento de alimentos preparados para consumo domiciliar – 32,5 mil

5. Obras de alvenaria – 32 mil

6. Serviços de documentação e apoio administrativo – 29,5 mil

7. Restaurantes – 28 mil

8. Lanchonetes, casas de chá, sucos e similares – 24 mil

9. Transporte de cargas – 22 mil

10. Comércio Varejista de bebidas – 21 mil

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Mulheres superam homens em novos negócios no país.
Mulheres superam homens em novos negócios no país.

As mulheres brasileiras estão à frente dos homens na criação de novos negócios. Mas, quando se trata de negócios já estabelecidos, elas mostram presença menor que a do sexo masculino. As informações estão na pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2016, coordenada no Brasil pelo Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ).

Segundo o estudo, em 2016 a taxa de empreendedorismo entre os que têm um negócio com até três anos e meio de existência ficou em 15,4% entre as mulheres e em 12,6% entre os homens. A taxa de empreendedores estabelecidos, ou seja, que tocam um negócio há mais de três anos e meio, ficou em 19,6% entre os homens e 14,3% entre as mulheres.

A pesquisa revelou também que as mulheres empreendem por necessidade mais frequentemente do que os homens. No grupo feminino, 48% delas afirmaram ter buscado o empreendedorismo porque precisaram. No masculino, esse percentual cai para 37%.

O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, afirma que em tempos de crise o empreendedorismo é uma alternativa para vários brasileiros que perderam o emprego ou buscam uma renda extra. No caso das mulheres, ele destaca que a solução pode ser mais viável que um emprego com horário rígido, já que muitas delas têm de fazer a chamada jornada dupla.

“O dilema da mulher é entre a necessidade de trabalho e de cuidar da criança, da casa. O empreendedorismo tem se mostrado um grande caminho de conciliação. Quem quer fazer carreira em uma empresa tem que lidar com a disciplina dos horários, o que não facilita”, comenta.

Ele lembra que um número grande de brasileiras é responsável, sozinho, pelo sustento da família e pela organização do lar. “Há a mulher como arrimo de família. Elas são a única fonte de renda e ainda têm que cuidar da atividade doméstica. Então, a atividade de empreendedora em casa facilita muito. A maioria caminhou para isso por necessidade. Essa pesquisa trata do mercado formal, mas você tem um monte de mulheres por conta própria na informalidade”, destaca.

MAIS SUPORTE

Marcelo Minutti, professor de empreendedorismo e inovação da Faculdade de Economia e Finanças Ibmec, vê como positiva a maior presença feminina nos negócios novos. Ele acredita que isso é resultado do empoderamento das mulheres e avalia que, com o tempo, crescerá também o número das que estão à frente de negócios estabelecidos há mais tempo.

“A gente percebe, nos últimos anos, uma tendência forte para a mulher empreender. Inclusive, esses percentuais de crescimento atual resultam de uma defasagem muito grande [da presença delas nos negócios anteriormente]. Isso estava represado. Como esse empoderamento tem ganhado força apenas nos últimos anos, isso reflete, porque os negócios são mais novos também”, afirma.Leia Mais