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O texto abaixo, extraído do blog do jornalista Ricardo Noblat, ajuda a entender um pouco a discussão àspera registrada ontem à noite no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), entre os ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa.

Boa Leitura.

A crise ameaça atravessar a praça dos Três Poderes

Clic.
A imagem que escapou à atenção dos poucos fotógrafos escalados para cobrir a sessão de ontem do Supremo Tribunal Federal (STF) mostraria o ministro Joaquim Barbosa sentado sozinho e cabisbaxo, enquanto seus pares saíam em grupo para uma reunião que duraria mais de duas horas.
Barbosa e Gilmar Mendes, presidente do STF, haviam acabado de protagonizar a mais longa e áspera discussão pública da história do tribunal. Eles trocaram estocadas durante 13 minutos. Mas foi Barbosa o autor das mais agressivas.
Nunca antes na história deste país se ouvira um ministro acusar o outro de estar destruindo a Justiça. “Vossa Excelência está na mídia destruindo a credibilidade do Judiciário”, acusou Barbosa. “Vossa Excelência, quando se dirige a mim, não está falando com os seus capangas de Mato Grosso”, completou.
Antes que deixasse o prédio do tribunal, Barbosa foi procurado por dois dos seus colegas. Eles o aconselharam a pedir desculpas a Gilmar e a soltar uma nota se retratando. Barbosa recusou os dois pedidos. Foi embora para casa.
Os ministros que se reuniram em seguida com Gilmar cogitaram de redigir uma nota de censura a Barbosa. Desistiram. Limitaram-se a assinar uma nota de míseras quatro linhas de solidariedade a Gilmar. O Supremo suspendeu a sessão marcada para hoje.
Barbosa e Gilmar foram procuradores da República antes de ser nomeados ministros do STF por Lula e Fernando Henrique Cardoso. Jamais foram amigos – pelo contrário. Gilmar nunca engoliu o fato de não ter sido promovido a procurador de primeira categoria. Barbosa foi promovido.
A birra de Gilmar com o Ministério Público vem daí, segundo dois amigos dele. De temperamento mais explosivo, Barbosa tem birra com vários dos seus colegas de tribunal. Com alguns deles bateu-boca em público durante sessões do ano passado.
O que Barbosa disse contra Gilmar é sussurado por alguns ministros do STF e repetido em voz alta por juízes federais e procuradores da República. Gilmar não parece se importar com isso. Deve manter o mesmo comportamento que o alçou à condição de o mais polêmico ministro que já presidiu o STF.
É difícil imaginar como ele e Barbosa conviverão no mesmo tribunal daqui para frente. Barbosa deu aos críticos de Gilmar tudo o que eles queriam – munição de grosso calibre. Nem mesmo os juízes mais afoitos haviam tido a coragem até aqui de acusar Gilmar do que ele foi acusado por Barbosa.
O Congresso enfrenta uma dura crise de credibilidade que não se esgotará tão cedo. Só faltava o Supremo, do outro lado da Praça dos Três Poderes, ser atingido por algo semelhante.
www.noblat.com.br

5 respostas

  1. Quando a polícia federal prendeu Daniel Dantas, Celso Pitta e outros, em que o Ministro Gilmar Mendes foi contra o uso de algemas pelos acusados, definitivamente perdi a confiança nele. Não tenho medo em afirmar:” Esse ministro tem rabo preso, ele não é sério “.

  2. o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre – as carreiras políticas lhe estavam fechadas. Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos se temiam e que, acesa no alto, guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade gerais….
    Contentamo-nos hoje com as fórmulas e aparência, porque estas mesmo vão se dissipando pouco a pouco, delas quase nada nos restando.
    Apenas temos os nomes, apenas temos a reminiscência, apenas temos a fantasmagoria de uma coisa que existiu, de uma coisa que se deseja ver reerguida, mas que, na realidade, se foi inteiramente. (Muito bem).
    E nessa destruição geral das nossas instituições, a maior de todas as ruínas,
    Senador Rui Barbosa
    do intrevero, o que me chamou atenção foi a pusilanimidade do Gilmar Mendes diante das veementes acusações, que maculam a honra de um homem. e o pior, foi o seu riso.

  3. Barbosa errou. Foi infeliz. Isso é fato!
    O grande problema, não foi em Barbosa ter errado. O problema é que o Monistro Gilmar é esperto, e com certeza vai usar essa atitude do Ministro Joaquim para sair por cima.
    Gilmar nunca me enganou. Enquanto Joaquim tentava colocar os bandidos na cadeia, ele sempre tirava. Só não tirou um cidadão, pai de família, cujo os filhos estavam passando fome, que TENTOU roubá-lo enquanto ia à praia. Com certeza se fosse algum político corrupto ele iria soltar, aliás, político não rouba corrente de ouro, rouba verda pra saúde, educação, … !
    Gilmar soltou Dantas. Isso basta. Seu histórico de defesa a bandidos é imenso, suas provas de caráter dúvidoso são visíveis.
    No mais, vou torcer para que Joaquim supere essa crise.

  4. Os Ministros Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Cezar Peluso, Carlos Ayres Britto, Eros Grau, Ricardo Lewandowski, Carmen Lúcia e Menezes Direito emitiram nota em apoio a Gilmar Mendes. Entrem no sito http://www.idp.edu.br/ do IDP – Instituto Brasiliense de Direito Público, que dizem ser de propriedade do Ministro Gilmar Mendes, e vejam que no Corpo Docente encontra-se os senhores Eros Roberto Grau, Marco Aurélio Mendes de Faria Mello, Carlos Ayres Britto, Carlos Alberto Menezes Direito e a senhora Cármen Lúcia Antunes Rocha (cinco Ministros do Supremo que assinam a nota de apoio) Ou seja, são empregados do sr. Gilmar Mendes.
    NÃO ESTARIAM ELES ÉTICA E MORALMENTE IMPEDIDOS DE SE MANIFESTAR?

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