Nada contra o PT pleitear a ocupação de alguns cargos deixados em aberto com a saída do PMDB do governo Wagner. Tudo bem, isso é natural e faz parte do jogo.
O que não cai muito bem é o tipo de cobrança que está sendo feita pelo deputado estadual J. Carlos (PT), de maneira explícita, sedenta e sem o menor pudor.
A edição deste sábado do jornal A Tarde traz a seguinte declaração do deputado: “se estamos numa corrente grande, também temos que ser atendidos. Somos quatro deputados estaduais e cinco federais”.
J. Carlos pertence à corrente Construindo um Novo Brasil (antigo Campo Majoritário) e pretendia indicar o titular da Agerba, que não deve faturar por ser representante dos rodoviários. A agência reguladora provavelmente será entregue a um indicado do PR.
“Se o governador vai dar a Agerba ao PR, ele vai estar contemplando o PT com outra coisa”, afirma o parlamentar, em prática de fisiologismo explícito e escancarado.
A questão a ser observada aí não é se a CNB está ou não ávida por cargos, mas a imaturidade de aliados que levam temas dessa natureza para os jornais, numa clara tentativa de pressionar o governador. Aliás, Wagner tem demonstrado que não é muito dado a ceder a esse tipo de pressão.