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Allah Góes | allah.goes@hotmail.com

O que define um herói, uma lenda? Seriam apenas seus atos, a forma como vive e interage com todos? Ser herói é isto e muito mais. É mais do que reunir em si os atributos necessários para superar de forma excepcional um determinado problema. É ser diferente dos demais, é ser extraordinário.

Quando eu era criança meu sonho, como o de qualquer criança, era ser um herói. Herói do tipo que podia voar como o super-homem, andar nas paredes e pular de prédio em prédio como o homem-aranha, ser forte como o Hulk, pois ser um herói para mim era ter super poderes.

Mas aí crescemos, deixamos de ser criança, e passamos a entender que aquele tipo de herói infantil, infalível e com super poderes, existe apenas nos gibis e na televisão. Mas, mesmo sabendo disso, ainda assim não deixamos de acreditar em heróis.

Passamos a acreditar naquele herói mais humano, mais verdadeiro. Aquele tipo que representa a condição humana, na sua complexidade psicológica, social e ética, e que, transcendendo a esta condição de homem comum, atinge com fé, coragem, força de vontade, determinação e paciência o heroísmo.

E o heroismo nada mais é que a inspiração, pois feitos humanos, principalmente se baseados em coragem e superação, inspiram modelos e exemplos à serem seguidos. Situações de guerra, conflito e de competição são ideais para se realizar feitos considerados heróicos.

E nós, como vivemos num país que já não entra em guerra há muito tempo, forjamos nossos ídolos, nossos heróis, em outro tipo de fogo. Forjamos aqueles que nos inspiram no fogo dos esportes. E assim, nos servem de exemplo: Pelé, Ayrton Senna, Oscar, Ronaldo etc.

No caso de Itabuna, até por conta da falta de incentivo de nossos poderes públicos, raro é o aparecimento de um idolo local, de um herói grapiúna. Eu mesmo, que não tive a felicidade de meu pai, tive como heróis Sócrates e Casagrande, razão pela qual torço pelo Corinthians.

Falo que meu pai foi feliz, pois em sua época, aqui mesmo em Itabuna, se forjou um herói. Mas não um herói “americanizado”, daqueles certinhos e infalíveis. Aqui se forjou um herói legitimamente brasileiro: boêmio, namorador, amigueiro, contador de estórias e excelente jogador de bola. Aqui se forjou Léo Briglia.

Léo que, apesar de filho de “coronel do cacau”, não queria ser doutor, pois quis mesmo foi ser jogador de futebol, inspirando o surgimento daquela geração que nos anos 60 foi hexacampeã baiana de futebol.

Mas o heroísmo de Léo não se resume apenas em ter inspirado o surgimento de nossos “craques”, ter sido diversas vezes campeão carioca, campeão brasileiro e ter jogado na seleção brasileira. O heroísmo de Léo reside na forma simples, acessível e carismática com que sempre trata a todos.

Léo Briglia, que no último sábado (29), completou 81 anos, foi herói tanto de meu pai, como o é para mim, por conta de ser o exemplo vivo de que é possível sonhar, ir além de Itabuna e ser um grapiúna vencedor. Por todas essas razões, Léo Briglia, além de lenda viva, é um de nossos maiores heróis.

Parabéns “Seu Léo”.

Allah Góes é advogado municipalista.

0 resposta

  1. Parabéns!!! No entanto vamos parabenizar também vários “herois” que salvam vidas diariamente como os servidores do SAMU o quem sabe os que defendem a vida e o patrimonio alheio mesmo com o risco da propria vida, como os Policiais. Esses Silvas, Santos, Oliveira, também merecem nossos parabéns!

  2. Léo Briglia, por onde passa deixa e transmite alegria.
    Na Ponta da Tulha, inesquecíveis eram suas aparições nas “Leoninas”.
    Parabéns

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