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Por Charles Carmo
Blog O Recôncavo

O Senador César Borges tem motivos para ter receios de uma possível composição com os petistas. É fato, sabido, reconhecido e comentado, que setores amplos do PT são resistentes ao seu nome.

Poucas pessoas são mais identificadas com o carlismo do que o senador César Borges. Antes dele, só os membros da família de Antônio Carlos Magalhães, notadamente o filho e o neto. Paulo Souto também o é, mas cativou um ar de autonomia, o que descolou um pouco a sua imagem daquela do “grande líder” de então, o senador Antônio Carlos Magalhães.

O que foi dito foi imagem, mas poderia ser símbolo, sendo esta última denominação mais precisa.

Os descontentes, e estes são muitos, não têm nenhuma vontade, desejo ou compromisso em votar no senador César Borges. Incluem-se aí muitos dos que apóiam o ingresso do senador na chapa governista.

É certo que, para a campanha de Dilma, a composição é benéfica. Mas em São Paulo, no Rio Grande do Sul ou em Minas Gerais, a palavra carlismo não tem o mesmo significado que na Bahia.

Verdade também que já estão no governo vários ex-carlistas. Mas estes não têm, na simbologia dos descontentes, uma representação tão forte do carlismo, como a do César Borges.

Imagens como as da invasão da Universidade Federal da Bahia pelas tropas carlistas, registradas com vigor pelo documentário Choque, de autoria da produtora Grifo, foram sedimentando nos petistas uma aversão tal ao nome de César Borges, que é difícil, para os petistas, apagá-la da memória. Mesmo com a força da oratória do governador.

O símbolo é a substituição de uma idéia por um elemento representativo dela.  Símbolos fortes não são destruídos facilmente, como qualquer publicitário poderia atestar. Deram trabalho para se construírem. São firmes como lajes.

César Borges, durante muito tempo, esmerou-se na arte de aparentar-se carlista, de atuar como carlista e de desempenhar todo o papel reservado a um destacado representante dos seus. Com isso, a cada dia era mais rejeitado no PT.

A eleição de governador e de senador não são casadas. Pode-se votar em um e se vingar do outro, simultaneamente. Eis o pensamento que povoa, embora não admitido por ele, a cabeça do ex-governador César Borges. E César entende isso, os petistas muito mais.

Se o outro nome apresentado por Wagner em uma possível chapa fosse mais identificado com a esquerda, como o de Waldir Pires, a situação poderia se agravar para César Borges. A tendência é que muitos militantes de esquerda descarreguem seus votos neste e dêem um voto de protesto, em um terceiro.

Não se pode subestimar os símbolos.

César sabe disso. Mas como ainda não atravessou o Rubicão, ele faz as contas.

5 respostas

  1. Hahahahahahaha, Cesar Borges e o PT juntos, agora eu tô vendo tudo, é o fim do mundo, só falta ressuscitar ACM e pronto, já era a Bahia.

  2. O DEM está quase morto por aqui, eu falei “quase”!!! Incluir César Borges na chapa governista é um erro tão grande quanto foi o cometido por Waldir Pires ao renunciar ao governo do estado, na época, o que resultou na volta de ACM. Coincidência ou não, Waldir é um dos protagonistas dessa possível volta do Carlismo com César Borges, um dos seus representantes de primeiro escalão.

    Acho um tremendo tiro no pé essa aliança. O partido ficará com sua imagem seriamente avariada, e perderá cada vez mais sua própria identidade. Quando imaginava que essa corja do DEM estava quase morta no nosso estado, eis que ela ameaça ressurgir das cinzas, como uma fênix!!!

    Caso esse pesadelo se concretize, não duvido nada que outros políticos levantem dos seus túmulos, como Fernando Gomes, por exemplo. Aqui, o ranço do atraso e o apego às práticas políticas ao estilo ACM é mais forte do que na maioria das cidades do resto do estado. Viajo muito, para outros estados, inclusive. Pude notar que o povo daqui, em grande parte, tem a mesma mentalidade política dos que vivem alheios à civilização, como os residentes no interior do sertão ou regiões amazonenses. Basta que um “coroné” faça um estádio de futebol para ser considerado o melhor político que já passou por aquelas bandas. Là, assim como aqui, acreditam no que “rouba mas faz”!!!

    Como diz um certo “retardado”…. êêêê boiiiiiiiii…!!!

  3. parabéns, a vcs do Muqueca pela lembrança, deste episodio, aas pessoas nao podem esquecer essas arbitrariedades, para que nunca mais possam se repetir, e NÃO a cezar borges no Governo.

  4. NÃO SOU PARTIDARISTA E MUITO MENOS PETISTA, MAS SEMPRE FUI UM ANTI CARLISTA FACE A SUA FORMA EMBUSTEIRA, FACISTA E FARROMBEIRA DE GOVERNAR. MAS DE TODAS AS MARIONETES CRIADAS POR ACM O CÉSAR BORGES FOI O MAIS SERVIL DE TODOS, DAVA ATÉ NAUSEAS QUANDO ELE ESTAVA GOVERNADOR, ERA NITIDA A SUA FALTA DE PERSONALIDADE PESSOAL E ELE FAZIA QUESTÃO DE DEIXAR TRANSPARECER O SEU PUXASAQUISMO QUANDO EM ENTREVISTAS E DISCURSOS PALANQUEIROS, ABRIA O PEITO ACLAMAR O “GRANDE LIDER” ACM. NÃO É PRA MENOS QUE OS PETISTAS O EXECRA, MESMO PORQUE O CESAR NÃO TEM REDUTO E NEM DENSIDADE ELEITORAL, PORTANTO NADA IRÁ SOMAR PARA O WAGNER, POIS OS VOTOS QUE ELE TEVE FORAM TODOS VINCULADOS POR ACM E POR CERTO ESTES VOTOS VÃO CONTINUAR COM O QUE RESTA DA SIMBOLOGIA CARLISTA.
    POSSO ESTAR ERRADO NO MEU PONTO DE VISTA, MAS BASEADO NA ÚLTIMA ELEIÇÃO, POSSO DIZER QUE O FUTURO POLITICO DE CESAR BORGES É CAIR NO LIMBO, ASSIM COMO WALDECK ORNELAS, LEMBRA DELE?????

  5. Durante 16 anos no poder ACM nunca convidou um petista para participar do seu governo e nem para compor na chapa do então PFL. Mas Wagner em pouco mais de três anos já convidou vários carlistas ortodoxos para fazer parte do seu governo.
    .
    Isso mostra que literalmente ACM foi o maior líder político da Bahia e que até o petista Wagner precisa dos discípulos de ACM para governar e consolidar a sua reeleição.

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