Tempo de leitura: 2 minutos

Marco Wense
As eleições de 2010 e 2012, esta última para prefeitos e vereadores, são como indispensáveis vitaminas para os que sonham com uma candidatura ao Senado e, principalmente, ao governo da Bahia no pleito de 2014.
Um insucesso eleitoral agora, em 2010, e outro, em 2012, deixa o pretendente sem força, sem poder de barganha, politicamente desnutrido, sem cartas para bancar o traiçoeiro e perverso jogo político.

Para alcançar um patamar político maior, subindo um degrau a mais na escada do poder, os futuros pré-candidatos têm que passar nos testes eleitorais de 2010 e 2012.

O bom desempenho nas urnas, no entanto, não credencia o pré-candidato para a disputa do cargo pretendido. Não significa que sua candidatura seja irreversível.
A eleição do petista Walter Pinheiro para o Senado, por exemplo, não quer dizer que o bom deputado, com a reeleição do governador Jaques Wagner, vai ser o candidato natural do PT na sucessão estadual de 2014.
É evidente que Pinheiro como senador da República, ocupando uma das duas vagas para a Casa Legislativa, se fortalece. Mas o candidato ao Palácio de Ondina, em 2014, será o da vontade de Wagner e não do PT.
Aliás, muitos petistas apostavam que o nome de Dilma Rousseff como candidata à presidência da República não passava de uma brincadeirinha do presidente Lula para agradar a ministra-chefe da Casa Civil.
Deu no que deu: Luiz Inácio Lula da Silva, respaldado pelo carisma e pela invejável popularidade, impôs o nome de Dilma. O PT não teve outra saída que não fosse a de “engolir” a principal figura do PAC.
Outro exemplo, bem tupiniquim, diz respeito ao deputado Geraldo Simões, que sonha com uma candidatura a senador na eleição de 2014. O ex-prefeito de Itabuna, para se tornar uma opção do petismo, tem que passar pelos testes eleitorais de 2010 e 2012.
Além da reeleição para o Parlamento federal, com uma boa votação, Geraldo Simões tem que se candidatar a prefeito de Itabuna e derrotar o Capitão Azevedo (DEM), fortíssimo candidato a um segundo mandato.
Pois é. O ano de 2014, quando o assunto é pretensão política, está umbilicalmente ligado aos resultados eleitorais de 2010 e 2012.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

Uma resposta

  1. Zelão diz: – “No meio do caminho tinha uma pedra…”
    Nada na política baiana, parece obedecer as regras do ponderável e lógico. Aliás, nada nessa Bahia de “Todos os Santos,” de “Tantos Encantos e Cânticos,” parece seguir as regras pre estabelecidas.
    Por conseguinte, não vejo nas conjecturas feitas pelo articulista Marco Wense, grandes possibilidades de se concretizarem no calendário eleitoral estabelecido.
    Mesmo que consiga se reeleger governador, Wagner não possui o carisma de Lula,que mesmo em fim de mandato, foi capaz de gerar a força política de impor um nome para a sua sucessão. Walter Pinheiro, mesmo que seja eleito para uma das vagas de senador, não terá força suficiente dentro do PT, para se impor, como nome único à sucessão de Wagner.
    Geraldo Simões, mesmo que reeleito deputado federal com expressiva votação (superior a que obteve em 2006) não deverá ser um dos eleitos mais votados pela legenda e, não acredito que queira se aventurar a uma nova eleição para prefeito de Itabuna, e mesmo que o fizesse e vencesse, isso não o credenciaria para vôos mais altos – continuaria sendo visto como um político do interior, pelos políticos soteropolitanos do PT.
    Na Bahia, o calendário político para 2012 e 2014, ainda não será escrito pelo resultado das urnas em 2010.

Deixe aqui seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *