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Israel Nunes | professorisraelnunes@gmail.com

É lamentável o estado de coisas a que chegou o Município de Ilhéus. Há alguns dias atrás, publiquei um editorial aqui comentando exatamente essa questão.

E, quando pensamos que mais nada é possível, a criatividade dos representantes populares nos brinda com mais uma surpresa. A suposta maracutaia anunciada por jornais e reproduzida em blogs, que envolve uma tenebrosa teoria conspiratória, em que mensagens cifradas teriam sido publicadas em jornais da região anunciando previamente os ganhadores de licitações na Câmara Municipal.

Nem bem concluiu-se uma reforma na Câmara, outra parece já estar em curso. Ou a reforma anterior foi inútil, o que demonstra incompetência de quem a planejou, ou a atual está sendo realizada para beneficiar alguém. Decidam-se.

Nas ruas, alguns dizem: “só jogando uma bomba mesmo e começando tudo do zero…”
Concordo com o povo nesse particular. Mas que bomba seria? Formada de explosivos ou uma bomba metafórica, que simbolizasse a insatisfação geral com a Câmara Municipal e o Poder Executivo? E olha que a bomba real não seria ruim de todo, porque nos pouparia o trabalho de convencimento da população a respeito da perniciosidade dos distintos senhores que se aboletaram no Poder Político Municipal.

Mas o que está de acordo com o Estado Democrático de Direito é a bomba simbólica, metafórica.

Rousseau, em seu livro o “Contrato Social”, defende que a sociedade inteira faça um grande Pacto, uma Convenção Social que refunde todo o sistema, que na visão dele estaria já corrompido irremediavelmente. E olha que esse filósofo escreveu o “Contrato Social” no século XVIII.

Proponho eu também que a sociedade ilheense faça um grande Pacto Social, que seria exatamente essa bomba metafórica: em 2012, vamos trocar todos eles! Sim, isso mesmo!

Não temos nenhuma garantia de que os novos serão melhores, mas teremos a garantia de que não serão os mesmos!

Vamos jogar essa bomba sobre o Poder Legislativo e Executivo e expulsar a todos, dar-lhes um pé naquele lugar, recomeçando do zero. No mínimo, os próximos teriam medo do poder do povo, do poder do voto, e o desrespeito não seria tão escancarado, tão vergonhoso como tem se apresentado.

Como efeito colateral, alguns poucos bons representantes seriam punidos eleitoralmente, mas é o preço que se paga pela omissão e por uma catarse no jogo político ilheense. Bomba é assim: ou se inicia tudo do zero ou os vícios continuam.
Bom. Isso é só um desabafo de um cidadão pelo escárnio que os representantes populares têm praticado com os recursos públicos em Ilhéus.

Não tem outro nome para isso tudo: é sem-vergonhice pura!!

Israel Nunes é procurador federal e professor.

0 resposta

  1. Pois é, meu caro Israel, é como eu sempre digo – o que precisamos hoje, não é mais de Pts, PSDBs, DEMs et caterva. Nenhum deles tem feito nada para mudar as coisas, mas sim tem se atrelado, cada vez mais, a esse estado de coisas.

    Precisamos de alguma forma de reação “a la Egito” para tentar mudar esse nosso estado predatório, ineficiente, corrupto e por aí vai. Gasta-se muito, faz-se pouco, rouba-se muito mais e a sociedade fica sempre a esperar que as coisas mudem.

  2. Lamentável!

    Estou desanimada de fazer comentários…

    É que…

    Deu em quê, o episódio vergonhoso da Câmara?

    Todo mal sai da política e do judiciário…

    Preciso ir embora de Itabuna, e não olhar para trás…

  3. POIS HE NAO SOH SABEMOS QUE SAO QUASE TODOS LADROES, COM TAMBEM SABEMOS A MANEIRA COMO ELES ROUBAM, SABEMOS NOHS E AS AS AUTORIDADES, O QUE HE MAIS GRAVE, E NADA FAZEM………
    ESTRANHO..
    PARECE QUE A ROUBALHEIRA ESTA INSTITUCIONALIZADA

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