Ninguém, aí incluindo o próprio Aleluia, ousava desafiar as ordens do chefe ACM.
O senador João Durval, eleito pelo PDT do saudoso Leonel Brizola, não pode ser crucificado pelo fato de ter retirado sua assinatura do requerimento de criação da CPI dos Transportes.
Se a presidente Dilma Rousseff estivesse tratando com desdém os sucessivos escândalos que tomam conta da República, o recuo de Durval seria imperdoável.
A maior autoridade do país está sendo implacável com os abutres do dinheiro público. Não é à toa que a aprovação ao governo tem 50% de ótimo e bom.
A impunidade, sem dúvida o maior câncer da administração pública, não pode ser alimentada pelo pretexto da governabilidade, pelo medo de perder a maioria parlamentar nas duas Casas do Congresso Nacional.
Ao fazer o jogo da oposição, o ex-governador da Bahia foi politicamente ingênuo. Qualquer oposicionismo, seja do PT, PSDB ou outra legenda, é adepto do quanto pior, melhor.
O estranho da história, até certo ponto hilariante, é José Carlos Aleluia, presidente estadual do Democratas (DEM), ficar indignado com o “servilismo” do senador Durval.
Aleluia esquece dos tempos do “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, quando o carlismo dominava a política da Bahia na base do mandonismo e do chicote.
Aleluia sabe que o “servilismo” e a subserviência foram marcas registradas do carlismo. Ninguém, aí incluindo o próprio Aleluia, ousava desafiar as ordens do chefe ACM.
O destempero emocional de ACM com os subordinados, como bem disse o jornalista Samuel Celestino, “ia do desrespeito total e público ao tratamento às vezes carinhoso que não supria os ataques pessoais, invadindo o campo familiar do auxiliar ou até do aliado”.
No então governo FHC, os governistas do PFL, hoje democratas, se recusaram a assinar o pedido de instalação de uma CPI para apurar as denúncias de corrupção nas privatizações.
Depois, no mesmo governo tucano, estourou outro escândalo envolvendo a PEC da Reeleição, que terminou permitindo o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. Nada de CPI.
Na época, os jornais, inclusive os grandes de São Paulo, falavam em R$ 200 mil para cada voto de deputado e senador a favor da Proposta de Emenda Constitucional, a famosa PEC da Reeleição.
O discurso da moralidade da coisa pública, quando protagonizado por políticos que no passado eram contra a qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito, não tem consistência e, muito menos, credibilidade.
PS – Ironicamente, o deputado Rubens Bueno, do PPS do Paraná, foi o que melhor definiu as sucessivas denúncias de corrupção no governo Dilma: “Parece saco de caranguejo. Você puxa um e vem outro grudado”.
O VICE DE AZEVEDO
O nome do candidato a vice na chapa encabeçada pelo prefeito Azevedo, que legitimamente busca sua reeleição, já faz parte das conversas entre os democratas (DEM).
O PMDB é o plano A não só do azevismo como do geraldismo. As duas correntes estão de olho no tempo da legenda no horário eleitoral destinado aos partidos políticos.
O PT tem outra preocupação: afastar qualquer possibilidade de coligação do PMDB com o PCdoB. A opinião de que os comunistas só terão candidatura própria com o apoio do PMDB é unânime entre os petistas.
O plano B do DEM é o PSDB do deputado estadual Augusto Castro. O jornalista José Adervan, presidente do diretório municipal, é o nome mais cotado do tucanato.
Falhando os planos A e B, vem o C com Marilene Duarte, a Leninha da Auto-Escola Regional, até agora a mais ilustre filiada do MSP (Movimento dos Sem Partidos).
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Sr Wense,
Este é um discurso do passado. Por que exumar e apontar os defeitos de ACM, ao invés de criticar aqueles que se submetiam cegamente ao seu jugo?
Com ACM, a Bahia pelo menos tinha representante no Senado.
Hoje tem João Durval(um zumbi), Lídice (pior prefeita de Salvador, um monumento à incompetência), e Walter Pinheiro (desconhecido, que ainda não disse a que veio).
Vamos respeitar os mortos.
Zelão diz: – Fraqueza moral de tempos idos
Todo mundo conhecia a forma impetuosa de governar utilizada por ACM, mais isso não impedia que conhecidos “sabugos” buscassem o manto protetor de ACM.
Muitos do ainda vivem na política baiana e até ocupam cargos de destaque no governo do PT – que prometeu acabar com a panelinha – foram crias de ACM ao qual serviram subservientes, sem nunca “ousarem” discordar.
Dentre os “sabugos” ainda vivos, João Durval Carneiro, talvez tenha sido o mais neliente e submisso, a ponto de ser conhecido, que a sua defesa diante de ACM, ser sempre feita por dona Yolanda Barradas, a quem se atribuía ser verdadeiramente o “homem do governo.” Portanto, não se poderia esperar do hoje senador João Durval Carneiro, velho e decrepto, qualquer atitude moral que fosse o contrário da sua vida pregressa.
Parabéns Wence pelos comentários.
só não entendo porque a tropa de choque de cuma o acusaram de ter levado o NOTBOOK da prefeitura quando vc na verdade tinha pegado emprestado.
O que ficou provado no inquerito administrativo.
ACM, era a Bahia liderando o desenvolvimento nos estados do norte/nordeste, hoje perdemos ate para o Piaui, Pernambuco nem se fala, ja passou a Bahia.Agradeceria ao colunista uma relacao de obras, do governo do estado , em Ilheus, Itabuna , Urucuca, Ubaitaba ou qualquer outra cidade da regiao, obra de importancia.Como esta a saude, a seguranca publica na regiao? esta bem.Joao Durval tem um sobrenome correto, Carneiro.Quem manda e D. Ieda, igualzinho a filho J. Henrique que quem manda e a mulher. A Bahia esta no senado assim como esta no governo do estado , uma vergonha so.Tem ate um senador que em vez de usar uma peruca fez um implante de cabelo.agora ja se sabe o que ele foi fazer no senado.
A oposição quer CPI instrumento regimentar democrático tao usado pelo PT quando era oposição, João Durval “desassinou” porque foi lhe prometido um cargo para seu filho que perdeu as eleições.
Wagner usa os mesmo modo de governar de ACM , cooptação da oposição e usa os instrumentos de distribuição de cargos para se manter no poder.
O PT é uma experiencia ruim para o Brasil e para a Bahia. todos foram cooptados a custa de muito dinheiro publico , UNE, MST , CUT, sindicatos, ONGs, todos form cooptados.
Imagine se a BR324 fosse privatizada na época de FHC, onde estaria o PT ? certamente fecharia a BR junto com os “movimentos sociais”.
Há duas maneiras de fazer política. Ou se vive para a política ou se vive da política. Nessa oposição não há nada de exclusivo. Muito ao contrário, em geral se fazem uma e outra coisa ao mesmo tempo, tanto idealmente quanto na prática.