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Dom Odilo Scherer.
Dom Odilo Scherer.

Maurício Savarese | Blog da Noblat
A imprensa italiana é a única lida por todos os 115 cardeais que votarão no conclave a partir de terça-feira. São os especialistas daqui que acompanham em fartura toda a glória e o infortúnio da igreja, enquanto a maioria dos grandes veículos de comunicação deixa no Vaticano uma equipe pequena, capaz de repercutir bem menos o que se passa por estas bandas.
Quando os diários italianos especulam sobre candidatos a papa, a leitura não pode ser tatibitate. Pode até haver convicção de quem planta notícia. Mas não se descarta lobby de assessores e, sem dúvida, uma disfarçada tentativa de inviabilizar um adversário. Muitas vezes, por os holofotes sobre um papabile serve exatamente para cristalizar impressões e evitar novas adesões.
Pois neste domingo, dois potenciais oponentes nas votações rezaram missas pré-conclave diante de mais jornalistas do que fiéis. Já são citados como os líderes da corrida para a sucessão do papa emérito Bento 16. O que pregaram não importa muito, nada saiu do roteiro. Mas os relatos dos jornais locais certamente não ajudam o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer.
Na agência italiana Ansa, a mais dedicada na cobertura do Vaticano, e nos jornais “La Reppublica” e “La Stampa”, dom Odilo é citado como “candidato da Cúria”, enquanto o arcebispo de Milão, Angelo Scola, faria parte de uma corrente reformista. O mesmo tom usou o canal de notícias 24 horas da TV estatal, a RAI, que exibiu um longo perfil do brasileiro depois de ignorá-lo até aqui.
A Cúria Romana, envolvida em uma série de denúncias de corrupção, é tudo o que a maioria dos 115 votantes quer evitar. O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, um dos pivôs de um escândalo de desvio de verbas da igreja, é tido como o apoio mais tóxico do conclave: quem ele apoiar, quase certamente será derrotado, dizem os especialistas italianos.
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3 respostas

  1. Eta igrejinha mafiosa, meu Deus! Tudo de ruim que consigamos imaginar, encontramos dentro dessa instituição.
    Pedófilos, corruptos, gente invejosa, que cultiva intrigas e tramas é o que mais encontramos no Vaticano e em suas igrejas.
    Como de resto são todas as religiões que obedecem às mesmas orientações: manter o povo alienado à espera de salvação em outro mundo.

  2. Até hoje duvido que Bento XVI tenha se retirado do posto por motivos de saúde. Seu antecessor, João Paulo II, estava muito mais debilitado ao final do pontificado, o que me leva a CRER (ênfase na suposição) que alguém na Santa Sé teria mexido em algumas engrenagens para obrigar Bento a renunciar.

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