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GUSTAVO HAUNGustavo Haun | g_a_haun@hotmail.com

Antes de reinaugurar os estádios das Copas que virão logo mais, tinha-se que fazer um amplo projeto de educar o povo, de conscientizar a população, de ensinar a nação a usar um bem que custou caro – quase todos ultrapassaram seus orçamentos iniciais – e que é de todos! Aliás, um bem que não é essa “coca-cola” toda!

Com a reinauguração da (Itaipava?) Arena Fonte Nova, um amigo confidenciou-me: não dou dois meses para estar tudo destruído. Fui mais otimista: no primeiro rebaixamento de ambos – Bahia ou Vitória – os torcedores destruirão os assentos, farão das barras de ferro armas e invadirão o campo arrasando com tudo!
Em primeiro lugar, é uma infelicidade tremenda chamar um estádio de futebol de “arena”. Parece um retorno à barbárie, quando nas arenas da antiguidade se esfolava, matava, queimava etc., por mera distração dos imperadores entediados, além de diversão e alienação das massas.
Mas a verdade é que nós, brasileiros, não temos a educação anglo-saxônica que a Fifa impõe em competições internacionais. Se na Europa os torcedores podem beber cerveja, assistir a jogos sem alambrados e fosso, sentadinhos e quietos em cadeiras acolchoadas, é porque tem uma Polícia eficiente, uma Justiça que funciona, uma fiscalização competente. E educação!
No Brasil, o que manda são os cambistas, a impunidade, o suborno e a falta de trato com o patrimônio público… Salvo raríssimas exceções.
Antes de reinaugurar os estádios das Copas que virão logo mais, tinha-se que fazer um amplo projeto de educar o povo, de conscientizar a população, de ensinar a nação a usar um bem que custou caro – quase todos ultrapassaram seus orçamentos iniciais – e que é de todos! Aliás, um bem que não é essa “coca-cola” toda!

Nova Fonte Nova foto Manu Dias-GovBA

Reportagens do UOL de domingo e segunda, dias 07 e 08 de abril, traziam os inúmeros defeitos da recente Fonte Nova: fiações soltas, tapumes impedindo acesso, problema de estacionamento, materiais de construção largados na obra, poltronas sem parafusar, as vias inacabadas no entorno, poças de água embaixo dos assentos e, o pior, mais de 6 mil lugares com ponto cego no estádio, ou seja, o sujeito vai para assistir e não assiste!

Porque no Brasil, querido leitor, é assim, tudo feito nas coxas, afinal, aqui é terra de ninguém! Faz-se o que quer: ninguém reclama, ninguém quer se comprometer, ninguém prende os que (des) mandam!
Um espaço que custou quase 700 milhões de reais, acusado de a maioria da verba ter sido desviada do FUNDEB, e ainda mal feito. É brincadeira!
Ai, ai, ai… E ainda têm os que sonham com isso aqui civilizado! Polido! Urbanizado! Com certeza não será para esta, nem para as próximas gerações. É esperar para ver.
Gustavo Haun é professor e edita o oblogderedacao.blogspot.com

10 respostas

  1. Muito bom seu artigo, como sempre. Mas, como dever de casa, esta mesma consciência deveria estar sendo praticada em sua casa, a AFI. A Educação Infantil foi proibida de trabalhar com o tema Dia do Índio pq a direção acha que os índios atuais não estão merecendo. Retornarmos a censura?

  2. Torcedores mal educados,o governador têm como educar!
    A venda dos ingressos é uma fotografia dos baianos,povo mal educado,para completar são negros,para educar os torcedores o governador da Bahia têm o remédio: polícia cassetete e bomba de gás no lombo do negro!
    Os mesmos assim foram tratados para comprar ingressos.
    Quem se habilitar a destruir esta obra de arte,os cachorros e tiro de gás e de chumbo e porrete os espera. O governador educa
    assim os negros! A mesma educação que o governador deu aos policiais grevistas,jogou o Exército Brasileiro para educar-os!

  3. É melhor G.Haun ir morar na terra dos “Hooligans”!!! Ou na terra das “Touradas”, ou na terra das “máfias” ou na terra que guarda o dinheiro dos “corruptos”. Ou seja, Inglaterra, Espanha, Itália e Suiça respectivamente. Lá não se mata não se rouba, não se quebra.
    Quanto preconceito e alienação!
    Lá se fuma maconha, se comemora o Halloween, se pratica o aborto, a eutanásia, em alguns países se pratica a pena de morte etc.
    Tudo gente civilizada. Gente civilizada, contudo, que sempre explorou o terceiro mundo, implantarm o apharteid, produziram duas guerras mundiais, roubaram e saquearam nossa America, eliminaram civilizações na America Central, etc.
    Quanta estultice!!!

  4. Cuidado nas palavras, professor! “UM BEM QUE CUSTOU CARO E QUE É DE TODOS” pode provocar a sanha dos selvagens: “é de todos, é meu
    também; portanto tenho todo o direito de destruir”.
    Parabéns pelo texto!

  5. Você tem razão quando afirma que o governo precisava educar antes de inaugurar a arena! No entanto, essa educação deveria acontecer através do investimento na mesma, em todos os níveis!
    “Tem dinheiro para copa mas não tem para educação?”
    No mais, texto esvaziado, sem fundamento e que criminaliza a pobreza e fortalece o preconceito! vide comentários!

  6. Parabéns, professor!
    Ninguém tem o direito de ser mal educado e mau porque é pobre e preto. Esse povo que vai logo criticando quem almeja viver um estado de direitos para todos, é o mesmo que corta filas e faz outros males ao próximo.

  7. No meu face acabei de postar a minha revolta ao assunto, tantas pessoas morrendo nas filas nos hospitais, por falta de leito, e o dinheiro publico sendo usado para esse tipo de PUBLICO, se ao menos tivessem investido em educação primeiro, o cenário seria outro, infelizmente o povo não acorda para a realidade de um país onde o futebol e carnaval são mais importantes que a saúde e educação. Uma fortuna gasta, em uma velocidade estupenda, usaram material de pessima caterogia, se uma pessoa obesa sentar numa cadeira frágil destas, com certeza cairá! Mas com certeza esse estádio foi bom….para contas bancárias de alguns “bahianos”!!!!

  8. Isso nunca aconteceu. Continuamos comemorando o Dia do Índio, mas não como geralmente as escolas fazem vestem ou caracterizam os estudante de índio, cantam músicas, pintam figuras que lembrem os autóctones (povos nativos), e pronto. Nós, ultimamente, utilizamos esse dia para juntos com os estudantes, fazermos um dia de reflexão sobre a importância da preservação dos povos autóctones, da manutenção de suas terras e respeito às suas manifestações culturais, apresentando suas histórias (lendas), vivenciando suas brincadeiras, trazendo informações sobre um outro modo de viver dos índios e as influências da cultura ocidental nos seus costumes (uso de roupas, chinelos, eletrônicos e etc). Trabalhamos também com CDs de música guarani (ouvimos durante as atividades artísticas), trazemos fotografias com os traços e cores que eles usam em suas produções. Já apresentamos o documentário do Kuarup que fizeram para o Villas Boas no Xingu. Criamos com eles um “dicionário” com palavras traduzidas para o tupi-guarani. E é assim a nossa comemoração para esse e outros dias do ano.

  9. Anonimo,
    Isso nunca aconteceu. Continuamos comemorando o Dia do Índio, mas não como geralmente as escolas fazem vestem ou caracterizam os estudante de índio, cantam músicas, pintam figuras que lembrem os autóctones (povos nativos), e pronto. Nós, ultimamente, utilizamos esse dia para juntos com os estudantes, fazermos um dia de reflexão sobre a importância da preservação dos povos autóctones, da manutenção de suas terras e respeito às suas manifestações culturais, apresentando suas histórias (lendas), vivenciando suas brincadeiras, trazendo informações sobre um outro modo de viver dos índios e as influências da cultura ocidental nos seus costumes (uso de roupas, chinelos, eletrônicos e etc). Trabalhamos também com CDs de música guarani (ouvimos durante as atividades artísticas), trazemos fotografias com os traços e cores que eles usam em suas produções. Já apresentamos o documentário do Kuarup que fizeram para o Villas Boas no Xingu. Criamos com eles um “dicionário” com palavras traduzidas para o tupi-guarani. E é assim a nossa comemoração para esse e outros dias do ano.

  10. O POVO
    Não posso deixar de concordar com tudo que dizem do povo. É uma posição impopular, eu sei, mas o que fazer? É a hora da verdade. O povo que me perdoe, mas ele merece tudo o que se tem dito dele. E muito mais.
    As opiniões recentemente emitidas sobre ao povo até agora foram tolerantes. Disseram, por exemplo, que o povo se comporta mal em grenais. Disseram que o povo é corrupto. Por um natural escrúpulo, não quiseram ir mais longe. Pois eu não tenho escrúpulo.
    O povo se comporta mal em toda parte, não apenas no futebol. O povo tem péssimas maneiras. O povo se veste mal. Não raro, cheira mal também. O povo faz xixi e cocô em escala industrial. Se não houvesse povo, não teríamos o problema ecológico. O povo não sabe comer. O povo tem um gosto deplorável. O povo é insensível. O povo é vulgar.
    A chamada explosão demográfica é culpa exclusivamente do povo. O povo se reproduz numa proporção verdadeiramente suicida. O povo é promíscuo e sem-vergonha. A superpopulação nos grandes centros se deve ao povo. As lamentáveis favelas que tanto prejudicam nossa paisagem urbana foram inventadas pelo povo, que as mantém contra os preceitos da higiene e da estética.
    Responda, sem meias palavras: haveria os problemas de trânsito se não fosse pelo povo? O povo é um estorvo.
    É notória a incapacidade política do povo. O povo não sabe votar. Quando vota, invariavelmente vota em candidatos populares que, justamente por agradarem ao povo, não podem ser boa coisa.
    O povo é pouco saudável. Há, sabidamente, 95 por cento mais cáries dentárias entre o povo. O índice de morte por má nutrição entre o povo é assustador. O povo não se cuida. Estão sempre sendo atropelados. Isto quando não se matam entre si. O banditismo campeia entre o povo. O povo é ladrão. O povo é viciado. O povo é doido. O povo é imprevisível. O povo é um perigo.
    O povo não tem a mínima cultura. Muitos nem sabem ler ou escrever. O povo não viaja, não se interessa por boa música ou literatura, não vai a museus. O povo não gosta de trabalho criativo, prefere empregos ignóbeis e aviltantes. Isto quando trabalha, pois há os que preferem o ócio contemplativo, embaixo de pontes. Se não fosse o povo nossa economia funcionaria como uma máquina. Todo mundo seria mais feliz sem o povo. O povo é deprimente. O povo deveria ser eliminado.(Luís Fernando Veríssimo – Jornal Zero Hora)

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