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Texto publicado pelo publicitário Marco Lessa em seu perfil no Facebook, aqui reproduzido na íntegra.
Marco Lessa |

Moro em Ilhéus há 25 anos, sempre na Cidade Nova, próximo ao Centro de Convenções e Concha Acústica.
E sempre vivi o desconforto, mesmo que temporário, do som alto dos shows nesses lugares, quando eu mesmo não o provoco, quando realizo show ali. Mas compreendendo, e espero ser compreendido, pois são os lugares propícios para tal fim, pela estrutura, localização e até segurança, mesmo necessitando de muitas melhorias.
Contudo, o que vivi na noite desse sábado, 20 de abril, graças a um show ocorrido na Concha Acústica, me leva a uma reflexão e compartilho com todos: gritos dos piores palavrões, sem melodia, acompanhado de uma batucada sem harmonia, invadindo as residências de centenas de crianças, jovens, adultos e idosos, sem pedir licença, às 3 horas da madrugada – não mais incomodando pelo som, que já é esperado e volto a dizer, até compreendido, mas pelo desrespeito, ofensa e agressão verbal.
Não sei quem promoveu, mal lembro a banda que tocou, aliás, que ‘xingou’ por quase duas horas, depois de outra de arrocha, que para alguns apreciadores, até agrada mesmo em casa.
Sou um grande entusiasta dos eventos musicais, shows locais, regionais, nacionais, sertanejo, de pagode, axé, arrocha, clássica, rock, mpb, etc. Quanto mais, melhor para todos.
Acho que deve ser, sim, em locais como a Concha Acústica – foi feita pra isso, ou o estacionamento do Centro de Convenções – um improviso que deu certo; mas devemos estabelecer limites e a experiência recente do Aleluia Ilhéus mostrou isso: mais de 50 mil pessoas, de todas as idades, credos e faixas sociais, com os shows acabando à meia noite, talvez um pouco mais, e como resultado tivemos ocorrência zero da polícia, uma cidade feliz, turistas seguros e uma avalanche de elogios. E era aberto ao público.
O limite não é apenas em ter uma hora definida para encerrar. É limite de pessoas no espaço; limite de idade; limite às bandas de como se comportarão, o que executarão e como liderarão o espetáculo.
É um desserviço aos pais, aos professores, à família, às autoridades e principalmente à sociedade na sua totalidade, permitir que qualquer banda ou qualquer música, sem importar o conteúdo ou sentido, seja promovida e executada por achar que é disso que o povo gosta?
Ledo engano. O povo gosta de coisa boa, comida boa, casa boa, TV boa, meio de transporte bom, sofá novo, cama nova, livro bom, filho formado, salário digno e em dia, segurança, médico bom, viver bem e evoluir. Crescer. E por que a música, que também educa, tem de ser uma porcaria que ofende.
E que sai dos muros para entrar e ofender, nos lares de quem não pagou ingresso e tem de se submeter a isso.
Convivo muito bem com o som alto da Concha Acústica. Não apenas por promover shows também, mas convivo quando uma rua é fechada para uma festa popular, quando a luz é desligada para manutenção, quando fecham uma avenida para uma autoridade passar ou decretam greve por alguma causa, sem abuso, e atrapalham a vida de todos.
Convivo bem com pagode, samba, arrocha, gospel, rock e o melhor do jazz.
Mas não tem sentido para passar a noite ouvindo palavrões como B…P…C…e outras inimagináveis.
E o pior: nem música era.
Marco Lessa é publicitário e presidente da Associação do Turismo de Ilhéus (Atil).

Respostas de 9

  1. parabéns pelas suas palavras! quem mora no Pontalzinho em itabuna ( bairro conhecido como bregão a céu aberto) entende perfeitamente o que você falou!

  2. Esse foi um dos mais importantes comentários que já vi e li no pimenta, quero lhe dar os parabéns Sr. Marco Lessa, sou morador de Itabuna, e assim como o senhor aprecio todo tipo de música desde que não seja para agredir os nossos ouvidos e que não seja imoral.
    Todos precisam tomar consciencia de que as pessoas no final de semana precisa descansar de uma árdua semana de trabalho. Os shows devem começar cedo e terminar cedo, teminar no máximo meia noite, para que depois as pessoas possam ter o silencio estabelecido e poder dormir tranquilo.
    Vamos refeletir sobre isso, todos precisamos de paz.

  3. Marcos Lessa, vamos falar de algo que de fato acrescente e mude nossas vidas? Que tal contestarmos a corrupção, a violência, a educação, saúde e etc do nosso país que está precária? Porque meu caro, não há lei que proíba tal gênero musical e que muito menos controle as composições da mesma.
    Respeito seu ponto de vista, mas que sejamos franco, processo de socialização dos filhos começa em casa, a sociedade é só um complemento, é tolice culpar as músicas.
    Já dizia alguns sábios: “Os incomodados que se mudem”. Sei lá, que tal mudar-se pra uma “fazenda”? Lá deve se ouvir apenas os pássaros!

  4. Por isso que teve um projeto de lei proibindo o Governo do Estado em não patrocinar essas aberrações, o que concordo plenamene.

  5. Concordo em genero, numero e grau, lamentavel tudo isso fatos como esse e outros que acompanhamos em outras cidades nso remete a pensar – ” Em que primeiro mundo é esse que as nossas autoridades governamentais dizem que estamos caminhando ?? …seria uma pegadinha para continarmos dando volta ao abismo ??

  6. Eu acho que mvc erra Marco lessa quando diz que o povão gosta de coisa boa, negativo. Povão gosta mesmo é dessas imundícies, tanto é que os “shows” desse genero são superlotados. E os carros de som que ficasm em alto volume tocando porcarias e nós somos obrigados a ouvir? Fique ciente de uma coisa, esse povo gosta mesmo é de porcarias, não se iluda. 70% da nossa população é de analfabetos, está explicado,…….

  7. Marcos Vinícius:
    Marcos Lessa, vamos falar de algo que de fato acrescente e mude nossas vidas? Que tal contestarmos a corrupção, a violência, a educação, saúde e etc do nosso país que está precária? Porque meu caro, não há lei que proíba tal gênero musical e que muito menos controle as composições da mesma.
    Respeito seu ponto de vista, mas que sejamos franco, processo de socialização dos filhos começa em casa, a sociedade é só um complemento, é tolice culpar as músicas.
    Já dizia alguns sábios: “Os incomodados que se mudem”. Sei lá, que tal mudar-se pra uma “fazenda”? Lá deve se ouvir apenas os pássaros!

    Os que incomodam é que procurem não imcomodar, afinal de contas respeitar o direito alheio, faz parte do viver em sociedade.

  8. A manifestação é extremamente pertinente e oportuna, pois é uma vergonha o que aconteceu no evento realizado no dia 20/04/2013 na Concha Acústica de Ilhéus. Foi uma afronta à música, à família e aos direitos dos cidadãos que residem nas proximidades. Dentre os fatos negativos podemos relatar: a) som extremamente alto; b) xingamentos feitos a todo momento; c) incentivo à promiscuidade, orgia e uso de drogas; d) desrespeito à família, além de perturbar a tranquilidade e a ordem no período da noite; e) Inobservância dos organizadores e autoridades que permitiram o evento da proximidade do Hospital de Ilhéus .
    Moro há pouco tempo em Ilhéus, confesso que a cidade é encantadora, embora destruída pela administração pública.
    Mas o que aconteceu nesse dia foi uma VERGONHA, um CRIME.
    Quanto ao cidadão que defendeu o evento, não deve morar próximo ao local. Tenho que informar que os cidadãos incomodados com o crime, desrespeito aos direitos do homem e com a violência praticada em eventos como aquele, não podem e nem devem se calar, muito menos se mudar. Devemos, como cidadãos, lutar por uma sociedade justa e sem violência, cobrando das autoridades que se posicionem em defesa do cidadão e da Lei.
    Estou triste, enojado, escandalizado e envergonhado com o ocorrido.
    Parabéns senhor Marco Lessa, espero que sua manifestação tenha repercussão junto às autoridades Ilheenses.

  9. Limite às bandas? De como se comportarão? O que executarão e como liderarão o espetáculo? É isso mesmo que você disse? Você quer a volta da censura? E quem te deu o poder supremo pra definir o que é ou não de qualidade? Existe uma coisa chamada liberdade de expressão que foi conquistada com bastante sangue! Tudo tem seu preço! O que é ruim pra você pode não ser ruim pro viznho!
    Não existe meia censura ou meia libertade de expressão!

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