Quem diria…de cenário de romances como Gabriela, Cravo e Canela a um tenebroso cenário de filme de terror.
Desde que o gênero terror surgiu no cinema, existem zumbis, mortos-vivos, múmias e outras assombrações de mentirinha.
Como em muitos casos a vida imita a arte, estamos vivendo em Ilhéus, como noutras cidades brasileiras, iguais aos moradores de zumbilândia, ou melhor, zumbilhéus.
A concentração de jovens usuários de crack, maltrapilhos, imundos, mal cheirosos, violentos, bêbados, descontrolados, inconvenientes, lamentavelmente esquecidos pela sociedade, deve ser a maior do sul da Bahia.
Dormem pelas ruas, em portas de lojas, calçadas, roubam, furtam, assaltam a mão armada com facas e objetos cortantes, amedrontam e ameaçam moradores e turistas, afugentam clientes dos estabelecimentos.
Os nossos zumbis não morreram e ressuscitaram meia-boca.
São vítimas de um sistema também zumbi, que finge estar vivo, mas não ampara os que realmente precisam.
Há não muito tempo um dos zumbis, dos mais perigosos, apareceu morto. De vez, morto.
Provavelmente outros terão o mesmo destino, ou por conflitos entre eles na briga por espaço para ‘guardarem vagas e carros’, ou pela própria droga.
Ou de alguma outra forma impensável, mas não impossível.
Antes de sermos uma cidade turística, somos uma cidade de cidadãos e cidadãs trabalhadores e de bem.
Não é justo nos sujeitarmos e submetermos a ameaças desses pobres coitados, que apesar de pobres, coitados e doentes, não têm tal direito.
Chegou a hora do governo municipal tomar uma providência e construir programas para acabar com a zumbilândia de Ilhéus. E não apenas para o verão.
Os problemas herdados e causados já são muitos, mas não podemos ficar de braços cruzados.
Senão, aos poucos, estaremos num cenário de filme de terror: escuridão, lixo, buracos e medo de sair às ruas por conta dos marginais tradicionais e dos zumbis do crack.
Quem diria…de cenário de romances como Gabriela, Cravo e Canela a um tenebroso cenário de filme de terror.
Se não mudarmos logo esse enredo, reescrevermos essa história, não chegaremos a um final tão feliz.
E aê…tem uma moedinha aí, seo nacib?
Marco Lessa é publicitário, empresário e presidente da Associação de Turismo de Ilhéus (Atil). Artigo postado originalmente no Facebook.