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Assinatura de convênio assegura mais R$ 56 milhões para a cultura (Foto GovBA).
Assinatura de convênio assegura mais R$ 56 milhões para a cultura (Foto GovBA).

O governo baiano e a iniciativa privada renovaram, ontem (14), convênio que assegurará R$ 56 milhões para o Fundo de Cultura do Estado da Bahia (FCBA), em cerimônia no Palácio Rio Branco, em Salvador. Além da presença do governador Rui Costa e de secretários estaduais, o ato contou com executivos da Coelba e Oi (Telemar), que formalizaram a parceria.

Rui Costa diz que o Fundo de Cultura financiava ações de Estado e isso mudou a partir de 2007, quando as verbas passaram a financiar projetos da sociedade civil. Ele também disse que, para melhorar os índices de segurança pública, “mais do que investir em construção de presídios, é fundamental investir em projetos culturais e educacionais”.

O governador ressaltou que são dez anos de evolução a cada ano, seja no valor, seja na forma de aplicar os recursos. Segundo Rui, o Estado, progressivamente, “foi abrindo mão de ser a maioria no Conselho [de Cultura] e abrindo mão de utilizar esse recurso para financiar as atividades culturais do Estado, para que financie as iniciativas do mundo cultural, das associações de artistas, [entre outras]”.

FOMENTO À CULTURA

Por meio do Fundo de Cultura, o governo estadual abre mão de parte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que seria paga pela Coelba e Oi, para o repasse direto ao FCBA. Desta forma, a Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz-BA) destinará R$ 56 milhões a ações do FCBA, que comemora uma década de criação em 2015.

Durante o evento, o presidente da Coelba, José Roberto Bezerra de Medeiros, anunciou que vai apoiar o Governo da Bahia na segunda etapa da reforma do Teatro Castro Alves (TCA). De acordo com o governador, outras empresas da iniciativa privada serão convidadas para serem parceiras do Estado.

Diversos projetos culturais desenvolvidos na Bahia só puderam ser viabilizados com o apoio financeiro do Fundo de Cultura, patrocínio cultural do Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura (Secult) e a Sefaz-BA. Em dez anos, o fundo evoluiu de 30 projetos, apoiados em 2005, para a média de 280 projetos selecionados anualmente no período de 2007 a 2014, de acordo com o governo.

Entre os grupos musicais apoiados pelo FCBA está o Ganhadeiras de Itapuã, vencedor do 26º Prêmio da Música Popular Brasileira, na categoria Melhor Álbum Regional, lançado em 2014.

A companhia de circo Nariz de Cogumelo, uma das referências em palhaçaria na arte de rua na capital baiana, e a Orquestra Santo Antônio, do município de Conceição do Coité, também foram apoiadas pelo FCBA. Os três se apresentaram no Palácio Rio Branco, durante o evento que marcou a renovação do Fundo de Cultura.

QUATRO LINHAS DE APOIO

O Fundo custeia, total ou parcialmente, projetos culturais de pessoas físicas ou jurídicas de Direito Público ou Privado, através da atuação em quatro linhas de apoio – Ações Continuadas de Instituições Culturais sem Fins Lucrativos; Eventos Culturais Calendarizados; Mobilidade Artística e Cultural; e Editais Setoriais. O secretário Jorge Portugal ressaltou que o Governo do Estado, por meio da Secult, tem “o compromisso de pagar tudo que devemos nos editais setoriais. Já abrimos, na semana passada, o Edital de Mobilidade Artística e já estamos envidando os apoios às chamadas de entidades culturais fundamentais da Bahia”.


Casa de Jorge Amado

Das 15 instituições sem fins lucrativos, com apoio em ações continuadas em seis cidades, uma é a Fundação Casa de Jorge Amado, em Salvador. A diretora da instituição, Miriam Fraga, informa que o recurso oriundo do Fundo é utilizado para pagar funcionários, fazer consertos e reparos, além do pagamento das contas de água, energia elétrica e telefone. “Se não houvesse o Fundo de Cultura, a fundação provavelmente fecharia porque nós temos pouco apelo mercadológico. Para buscar recursos, [é preciso] projeto que atenda essa parte da visibilidade [da marca], que as empresas fazem questão. Aqui [na fundação] é algo mais voltado ao estudo e pesquisa”, explica.

Coelba e Oi

A Coelba participa com a contrapartida de R$ 26 milhões deduzidos do valor do ICMS repassado ao Fisco Estadual. O restante – R$ 30 milhões – é destinado pela Oi. Conforme o diretor da Coelba, José Roberto Bezerra de Medeiros, a empresa participa pela sétima vez do Fundo de Cultura. “É uma honra muito grande, uma satisfação participar deste projeto, que tão bem faz à cultura da Bahia”.

Segundo o presidente da Oi, Bayard Gontijo, a Bahia é um estado importante para a empresa sob o ponto de vista comercial. “A Oi já vem participando e contribuindo com o Estado há dez anos. Entendemos que esta ferramenta [Fundo de Cultura] é importante para a transformação da sociedade”.

Como se inscrever

Para saber como se inscrever no Fundo de Cultura ou onde e quando encontrar espetáculos, performances, exposições, entre outros projetos artístico-culturais fomentados pela iniciativa, acesse o link apoio a projetos.

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