Tempo de leitura: 2 minutos

Felipe de PaulaFelipe de Paula | felipedepaula81@gmail.com

 

Uma Universidade de fato apropriada pelo povo pode promover revoluções inimagináveis. Tudo isso, por ser o que ela deve ser sempre: um Lugar de Arte.

 

Se questionado fosse a respeito de qual lugar a universidade deve ocupar, me atreveria a assinalar: um lugar de e da arte. Universidade, para muito além de distribuir diplomas e oferecer capacitação técnica, deve ser um espaço de capacitação humana. Independente da área de formação escolhida pelo estudante, o exercício e a fruição da arte se configuram como ações essenciais para o indivíduo contemporâneo.

Em tempos de uma vida cada vez mais acelerada, de mais atribuições e menos tempo disponível, não despendemos mais tempo para a contemplação. O ensinar e o aprender, outrora praticados com preciosismo, convertem-se em mera troca comercial a ser realizada com rapidez a fim de aumentar os ganhos. Trabalhemos por uma universidade onde se capacite um bom profissional, mas se transmitam também o respeito, o cuidado com o outro, a sensibilidade na formação. Tais atributos devem estar presentes em um bom médico, um bom advogado, um bom filósofo, um bom engenheiro, em qualquer profissional, em qualquer pessoa.

A universidade é lugar de produzir arte e de fruirmos arte. Na UFSB, temos logo no primeiro período letivo, como componente obrigatório para todas as áreas o Experiências do Sensível. A partir de um tema norteador, os estudantes são convidados a repensar e observar seu cotidiano sob uma perspectiva sensível, ligada à terra, à água, aos sons e aos saberes que formam seu território.

Exercícios expressivos, sob perspectiva artística, estimulam futuros engenheiros, médicos, professores, agrônomos e outros sujeitos em formação, a praticarem a contemplação produtiva em suas vidas. Como resultado, esperamos profissionais mais comprometidos, com uma perspectiva mais humanista e maior percepção de coletivo. Enquanto planejávamos o componente curricular, imaginávamos encontrar resistências entre os discentes. Encontramos, em sua absoluta maioria, emoções e depoimentos impressionados belo bem que tal prática oferece.

Universidade também é lugar de produção artística. De jovens (ou não) estudantes, ocuparem o campus com suas mais variadas formas de intervenção. Artes visuais, poesia, exposições fotográficas, teatro, música. Os estudantes do Bacharelado Interdisciplinar em Artes do Campus Jorge Amado (arte até no nome), turma noturna 2015.2, criaram e executam sob minha orientação o projeto Universarte.

Semanalmente o campus é tomado por apresentações nos intervalos das aulas. Bandas musicais, cantores solo e exposições fotográficas já tomaram o espaço universitário. Poesia, teatro e mais música ainda virão pela frente. Talentos diversos que fazem um papel fundamental para o sucesso de uma universidade: a comunidade acadêmica (ou não, afinal têm surgido visitantes externos para as apresentações) entender aquele espaço como dela. E uma Universidade de fato apropriada pelo povo pode promover revoluções inimagináveis. Tudo isso, por ser o que ela deve ser sempre: um Lugar de Arte.

Felipe de Paula é professor do Bacharelado Interdisciplinar em Artes da UFSB.

Uma resposta

  1. O anunciado é legal,porem, nunca deve ser atividades fins nas universidades as artes,a não ser que se crie uma universidade só pra esta atividade fim. mesmo porque,o que deve prevalecer atividades fins nas nossas universidades,são os domínios das ciências e tecnologias e inovações,tais ações sejam prioritários.

    Pelo que consta nestes últimos 12 anos no Brasil, o mesmo perdeu esse tempo,não se investiu um tostão furado em desenvolvimento tecnológico e cientifico,o que se comparar o Brasil com as demais nações desenvolvidas,o Brasil,ocupa o 48º.

    Como ver,o que domina o mundo é quem detém o domínio da tecnologia,aqui no Brasil foi perdido 12 anos,o culpado é o PT ou os porcos,aliás quem gosta de lavagem são este animais,estes sim que são os culpados.

    É lamentável que os demagogos deveriam fazer o que antes de assumir o poder prometera,criar emprego e ninguém ia receber esmola neste país e as crianças iriam estudar o dia inteiro,se assim fizeste,hoje o Brasil estava melhor.

    Nestes 5O países desenvolvidos não se fazem universidades “bolacha quebrada” só edificam universidades de ponta.

    Aqui pra nós,estamos anos luz de distâncias de obter universidades de ponta. o que temos é o reflexos do que somos, uns esmolando que bate no peito e diz,temos universidade federal na nossa região.

    Só quero dizer lhes; temos um curso de odontologia?
    Temos um curso de Sociologia?
    Temos laboratório de desenvolver pesquisas?
    Temos mestres e cientistas de ponta?

Deixe aqui seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *