Daniel Thame | [email protected]
Apostou em Paulinho, autor de três gols contra o Uruguai, que estava perdido na China. Confirmou Casemiro, que hoje brilha no Real Madrid e é um dínamo no meio de campo. Transformou um bando num time. Simples assim.
Brasil 4×1 Uruguai no Estádio Centenário, templo do futebol mundial. Vaga garantida para a Copa da Rússia, embora a matemática diga que ainda não.
Dane-se a matemática.
O Brasil não apenas está na Copa, como resgatou o respeito perdido depois do 7×1 com Felipão e da sofrida Era Dunga, parte 2, que já era.
Tite conseguiu transformar um grupo de jogadores que cintilavam em seus times na Europa e se tornavam burocratas com a camisa amarela da Seleção numa equipe coesa, confiante e busca a vitória o tempo todo.
Mudou a filosofia. Acabou aquela história de que empatar com Bolívia, Peru e Equador fora de casa era bom resultado.
Acabou também esse negócio de seleções marca bufa enfrentarem o Brasil como se estivessem jogando contra as Ilhas Fiji.
Os 4×1 no Uruguai, incontestáveis diante da superioridade brasileira, mesmo tendo sofrido um golo logo de cara, são a confirmação de que, enfim, temos uma seleção que vai chegar à Rússia como protagonista, não como coadjuvante.
Tite tem acertado em cheio nas convocações, embora possa se questionar um ou outro nome. Nada que faça dólar cair, o PIB subir e nossos políticos serem pouquinha coisa mais honestos.
Apostou em Paulinho, autor de três gols contra o Uruguai, que estava perdido na China. Confirmou Casemiro, que hoje brilha no Real Madrid e é um dínamo no meio de campo. Transformou um bando num time. Simples assim.
E principalmente fez Neymar fechar o ciclo de chiliques e individualismo na Seleção e ser o jogador solidário que é no Barcelona, sem com isso deixar de ser o craque que é. Ou por isso mesmo estar se tornando um craque completo.
Sem piscadelas para as câmeras de televisão durante o jogo, sem humilhar os adversários com dribles inúteis. Fazendo o que sabe fazer de melhor: jogar futebol de alto nível. E isso Neymar faz como poucos no Planeta Bola.
O Brasil perdeu o medo de ser feliz.
Pelo menos no futebol, pelo menos no futebol…
´Tovarichs`, podem preparar a vodka que o Brasil está chegando.
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É GOL – Aos trancos e barrancos, Lionel Messi vai carregando a Argentina nas costas rumo à Rússia. A Copa 2018 é a última chance de canonização de ´La Puga`. Porque Deus a Argentina só tem um, Diego, “el Diez”. E, como se não bastasse, ainda um Papa, Francisco.
É PÊNALTI – Ainda é cedo para avaliar o trabalho de Rogério Ceni, mas o encantamento inicial vai se esvaziando, por conta de erros de escalação, invenções que não dão certo e resultados medíocres. Seria a carruagem dourada uma abóbora?
Daniel Thame é jornalista e editor do Blog do Thame.
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Que conteúdo! Assino em baixo,muito bom!