O esquema de pirâmide financeira que tem como “cabeça” a D9 pode ter movimentado até R$ 2 bilhões no sul da Bahia, segundo a Polícia Civil. Durante a Operação Gizé, delegados que participaram dos mandados de busca e apreensão no escritório da D9 e na residência de um dos “piramideiros” afirmaram que o prejuízo a quem participou da pirâmide e ficou sem receber dinheiro chega a R$ 200 milhões.
O esquema da D9 começou a cair depois que vítimas tentavam sacar os rendimentos prometidos. Aí, viam que a pirâmide havia ruído. Veículos de luxo e equipamentos de informática foram apreendidos durante a operação, além de documentos. Por enquanto, os envolvidos não foram presos, o que dependerá do avanço das investigações, conforme afirma o delegado Humberto Matos, responsável pelas investigações.
Iniciada na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), de Itabuna, pelo delegado Humberto Matos, a investigação revelou que a quadrilha aplicava um golpe classificado como de cooptação progressiva de pessoas, a famosa “pirâmide financeira”. Os investigados, para tanto, utilizavam a empresa de fachada D9 Clube para comercializar o serviço de treinamento de pessoas em apostas esportivas.
Para atrair as vítimas, a D9 Clube informava em seu site oficial www.d9clube.com e em redes sociais abertas que o percentual de lucro obtido com as realizações das apostas de seus clientes seria de 33 por cento sobre o valor investido, com pagamento semanal durante um ano, e ao final, ainda o valor principal investido de volta.
“É quase impossível se obter 100 por cento de acertos em apostas de jogos de qualquer natureza e durante longo período. Contraria a lei natural do mercado de capital”, salientou o delegado Delmar Bittencourt, acrescentando que os valores arrecadados pelos estelionatários eram depositados nas contas dos investigados e, em seguida, o dinheiro era pulverizado em contas de terceiros e em gasto na compra de bens para dificultar a identificação.
Os integrantes da quadrilha vão responder pelos crimes de estelionato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e pichardismo, exploração fraudulenta de credulidade pública e que se diferencia do estelionato porque o número de pessoas é indeterminado.
As investigações que levaram a desarticulação da fraude, contaram com o apoio de equipes coordenadas pelos delegados André Aragão, da 6ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Itabuna), Katiana Amorim, da DT/Itabuna, e Oscar Neto, do Laboratório de Lavagem de Dinheiro (Lab), da Secretaria da Segurança Pública.