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Trabalhadores resgatados em Porto voltam para Alagoas

Nesta quinta-feira (24), os 39 trabalhadores resgatados em uma fazenda do distrito de Caraíva, em Porto Seguro, deixaram o extremo sul com destino a suas casas em Alagoas. O grupo saiu do município de Murici, na zona da mata alagoana, na semana passada, para trabalhar na colheita de café na Bahia.
Os homens foram atraídos para a Bahia com a promessa de salários, alimentação e hospedagem. Mas foram submetidos a condições degradantes e acabaram sendo resgatados por uma força-tarefa da Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae).
Localizado, o dono da fazenda assinou um termo de ajuste de conduta com o Ministério Público do Trabalho (MPT) se comprometendo a pagar as rescisões e indenizações por danos morais a cada lavrador, a ressarcir os valores cobrados deles na viagem de Alagoas até  a fazenda e a providenciar o retorno às suas residências, entre outros deveres.
O grupo permaneceu três dias em Itabela, distante 65 quilômetros de Caraíva, enquanto prosseguiam a inspeção na fazenda e as negociações dos órgãos públicos envolvidos na ação com o empregador. A chegada deles a Itabela aconteceu na manhã de segunda-feira (21), depois de decidirem não continuar trabalhando na colheita de café, por causa das condições precárias a que estavam expostos.
Sem dinheiro para retornar ao município onde residem, pediram apoio à Prefeitura. O Ministério do Trabalho foi acionado, iniciando os procedimentos junto com o Ministério Público do Trabalho, de amparo, fiscalização da fazenda e apuração das circunstâncias do caso. Juntou-se à equipe, a força-tarefa que compõe a Coetrae, para garantir os direitos dos trabalhadores.
INDENIZAÇÕES
Os lavradores tiveram as carteiras de trabalho assinadas e receberão o valor das rescisões do contrato de trabalho e mais uma indenização por danos morais individuais em seis parcelas. Eles também receberão seguro-desemprego por até três meses. As guias para dar entrada no benefício foram expedidas pelos auditores-fiscais do trabalho.

Os valores previstos para cada não foram divulgados para não expor as vítimas. O empregador também arcou com as despesas da hospedagem e da alimentação dos dias em que permaneceram em Itabela e do período da viagem até Murici.
O atendimento aos trabalhadores foi inicialmente feito pela Secretaria de Assistência Social de Itabela, e teve o apoio da Secretaria da Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social do Estado (SJDHDS). O grupo também passou a ser auxiliado pela Defensoria Pública da União, que ficou responsável por dar assistência aos resgatados, caso necessário.
INQUÉRITOS
Os auditores do Ministério do Trabalho que atuaram no caso ainda vão concluir o relatório de inspeção, mas já adiantaram que a fazenda será autuada por todas as irregularidades detectadas, tanto nas condições de alojamento, quanto de saúde e segurança dos trabalhadores.
O MPT também vai instaurar inquérito para dar prosseguimento à apuração dos fatos e adotará as providências cabíveis para que o empregador seja responsabilizado pelos danos morais coletivos ocorridos e melhore o ambiente de trabalho, evitando que fatos semelhantes se repitam com outros trabalhadores.
A operação contou, ainda, com a participação da Polícia Rodoviária Federal, que atuou resguardando a integridade física e a segurança da equipe e dos trabalhadores resgatados.

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