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Leal falou do Chile para apontar os efeitos de políticas que resultam em exclusão social

A tensão social vivida pelos chilenos, com protestos, centenas de feridos e registro de 19 mortes, é sinal de alerta para o Brasil, na opinião do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), deputado Nelson Leal. “Quando nós propomos a exclusão da capitalização na proposta de Reforma da Previdência, usamos justamente o modelo chileno para demonstrar que naquele país não deu certo”.

O parlamentar apontou a tragédia social vivida pelo Chile com o sistema de capitalização. “No Chile, um ditador, Pinochet, implantou a capitalização e, hoje, 80% dos aposentados chilenos recebem menos de um salário mínimo e a taxa de suicídio entre os idosos é altíssima”, observa Leal.

O deputado estadual e presidente do Parlamento baiano diz esperar que o Brasil aprenda com o que está acontecendo não apenas no Chile, mas também na Argentina e no Equador. Ele lembra que a elevação da tarifa do metrô foi o estopim para a crise no Chile, mas que o pano de fundo da insurreição popular nas ruas de Santiago e de outras cidades chilenas é a gritante desigualdade entre os que têm tudo e os que não têm direito a absolutamente nada. “Como cantou Chico Buarque, o metrô foi a ‘gota d’água’ para transbordar o descontentamento da sociedade com tanta injustiça social, onde os sistemas previdenciário e de saúde chilenos são apenas para fazer lucrar empresas privadas, em uma economia dolarizada, mas de salários incompatíveis com o alto custo de vida”, critica Leal.

ESTADO INDUTOR DO DESENVOLVIMENTO

Leal diz que é um defensor do livre mercado, mas que também não abre mão de um Estado indutor do desenvolvimento e capaz de estabelecer políticas sociais compensatórias. “Quando acontecem as tragédias sociais, difícil é achar os culpados. Com Brumadinho, em Minas, está sendo assim. Agora mesmo, com as praias e estuários do Nordeste manchados pelo petróleo, ninguém sabe quem é o responsável. Nessa hora, os donos do ‘mercado’ se escondem. Temos que ter livre mercado, sim, mas também temos que combater as desigualdades sociais que perduram no Brasil desde 1500”, protesta o presidente da Alba.

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