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Marão copia políticos mais velhos nas artimanhas e comportamentos ao tratar com eleitores durante a campanha eleitoral, demonstrando bastante intimidade quando na cata ao voto.

Walmir Rosário || wallaw2008@outlook.com

Por causa do título não deveríamos levar a sério a recomendação, por ter sido uma recomendação especial dos ex-presidentes José Sarney e Michel Temer, pois seria o mesmo que dizer faça o que mando, mas não o que faço. Mas o recado precisa ser dito ao prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre, o Marão, pelo seu comportamento durante a visita a um dos bairros da cidade, o Vila Nazaré, em busca de voto.

Basta uma olhada na imagem – um pequeno vídeo filmado por alguém do povo, acredito – nota-se que não se tratava de uma visita de trabalho, ou uma passagem a caminho de outra localidade. Não, a imagem é proposital e representa um escárnio ao povo de Ilhéus, aquele mesmo que o prefeito – há meses – mandou ficar em casa e pediu a ajuda ao governador para que a Polícia Militar prendesse que saísse às ruas.

Desta vez, quem está nas ruas – em plena pandemia – é o prefeito e seus assessores, fazendo tudo o que proibiu, como a aglomeração e o ajuntamento com cumprimentos de mão e abraços. No pequeno vídeo está implícito que ele deixa a rua, onde ensaiava passos de dança para ir dar um abraço num amigo e, quem sabe, possível eleitor nas eleições que se aproximam.

Essa talvez seja a única coisa que o prefeito Marão saiba, de fato, fazer: sair às ruas em busca de eleitores com tapinha nas costas, beijos e abraços, mesmo com o risco de contaminação pela Covid-19, se não dele que já positivou e curou, mas dos acompanhantes. Como médico, Marão que prometeu cuidar do povo, mostra que não tem a menor intenção de cumprir a promessa de campanha, pelo contrário, mostra comportamento inadequado diante do perigo da infecção.

Como prefeito de formação em medicina, se omitiu no início da pandemia em tomar as providências cabíveis e necessárias com a presteza e urgência requerida, o que, possivelmente, pode ter ampliado a ação do vírus em Ilhéus. Não acredito que tenha sido por má-fé, mas por absoluta falta de vontade de exercer a administração municipal, como vem largamente demonstrando.

O velho Marão, que na campanha se vendeu como novo, apesar de representar o que há de mais antigo na política, entregando as chaves da prefeitura a colaboradores, por simples falta de vontade, apatia de tocar a administração municipal. Voltando ao velho chavão que corre em Ilhéus, teria abdicado da caneta em benefício de um secretário e ainda entregou a obrigação de fazer ao governador do Estado da Bahia.

Comparações à parte, Marão copia políticos mais velhos nas artimanhas e comportamentos ao tratar com eleitores durante a campanha eleitoral, demonstrando bastante intimidade quando na cata ao voto. Promessas e mais promessas durante a campanha, esquecimento após a eleição, quando já não mais depende dos que o elegeram, mas pouco importa o distanciamento após se aboletar na cadeira de prefeito.

Na contabilidade do prefeito Marão, em quatro anos estará de volta, abraçando e beijando os eleitores de memória fraca e já acostumados a perder para os políticos experientes, gente de boa lábia e fácil persuasão. Se não deu para fazer, põe a culpa em outras instâncias, garante que passou todos esses anos com o projeto aprovado, faltando apenas a vinda dos recursos, presos na burocracia governamental. Deixa a pandemia passar…

Mas as redes sociais não estão permitindo esse tipo de comportamento dúbio dos políticos, haja vista o que demostra esse pequeno vídeo, que não permite contestação, dada a sua objetividade. Hoje tudo está às claras, nas lentes das máquinas fotográficas e filmadoras dos aparelhos celulares. Em menos de um minuto cruza o mundo pelas redes sociais, e continua perfeito, mesmo que apagado pela fonte emissora.

É chegada a hora do eleitor avaliar bem o seu candidato, escolhendo o que se apresenta como ético e moral, comprometido com as necessidades da população, estas postergadas a cada quatro anos de sucessivos mandatos. Basta não acreditar em projetos mirabolantes e nas vãs promessas, feitas sem nenhuma garantia factível da serem executadas e nem o pudor quando apresentadas.

Já não era sem tempo o eleitor dar um simples basta nessa prática execrável, useira e vezeira a cada campanha eleitoreira. Que saiba dizer um não aos candidatos com prazo de validade vencido e que passaram o tempo inteiro com propostas enganadoras, beijos e abraços na campanha eleitoral, pois lembrem-se de que só quem vive bem os agostos é merecedor da primavera.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

Uma resposta

  1. Falou tudo. Fato. E o meu voto de meus familiares e amigos ele não leva. Entregou as. Há és da cidade a forasteiros desastrosos e vive de Marketing nas redes sociais.

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