Para Rodrigo Cardoso, decisão do Banco do Brasil faz parte de uma política nacional de enfraquecimento da empresa
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Na última segunda-feira (11), a direção nacional do Banco do Brasil (BB) anunciou que vai encerrar as atividades de 112 agências do país. Localizada no Centro de Ilhéus, a agência Gabriela está nessa lista, informa o presidente do Sindicato dos Bancários no município, Rodrigo Cardoso, que lidera iniciativa contra o fechamento da unidade.

Ontem (13), Rodrigo e o vereador Claudio Magalhães (PC do B) solicitaram que o presidente da Câmara de Vereadores, Jerbson Moraes (PSD), busque o apoio institucional da Casa para que, ao invés de fechada, a Gabriela seja transferida para a zona sul ilheense, que não tem nenhuma agência bancária.

Outros municípios do Sul da Bahia, como Ibicaraí, Ubaitaba e Uruçuca, também vão perder unidades do BB. No anúncio feito a investidores, o Banco do Brasil informou que o encolhimento da sua presença física no país e o plano de demissão voluntária de cinco mil funcionários fazem parte da estratégia da empresa para se alinhar ao comportamento dos clientes, que desejam maior acesso às soluções digitais para os serviços como alternativa ao atendimento presencial.

Em conversa com o PIMENTA nessa quinta-feira (15), Rodrigo concordou que existe uma busca cada vez maior pelos recursos digitais. Contudo, “infelizmente, a direção do BB tenta acelerar essa tendência de forma artificial, diminuindo o quadro de funcionários para dificultar o acesso dos clientes às agências”, criticou.

Também ponderou que essa é uma tendência de todo o mercado, no entanto, por ser uma instituição de capital misto (público e privado), o banco “precisa se movimentar de acordo com o que é importante para o desenvolvimento do país e para a população”. Para Cardoso, essa importância é muito clara nos municípios pequenos e em determinadas regiões de cidades maiores, como no caso do bairro São Caetano, em Itabuna, que também vai perder sua agência do Banco do Brasil.

Perguntamos ao líder sindical se houve reação mais robusta ao encerramento da fabricação dos veículos da Ford no país do que ao anúncio do banco. Na opinião dele, “o peso é realmente maior”, porque a multinacional adotou medida drástica, mesmo atuando há mais de um século no país. Já o Banco do Brasil é alvo de “uma fragilização paulatina, que vai enfraquecendo o banco aos poucos, dificultando as condições de exercer o seu papel público, para facilitar o desejo expresso pelo ministro Paulo Guedes de vender essa importante empresa”.

Apesar da diferença, avaliou que a repercussão ao anúncio do BB também foi grande. “Tanto que levou à demissão do presidente do banco, que mal tinha chegado a esquentar a cadeira. O que, infelizmente, demonstra mais uma vez a falta de visão de país por parte do Governo Federal”.

Na tarde de hoje, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou que pediu a Guedes a demissão de André Brandão da presidência do Banco do Brasil.

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