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Você se sente preparado ou preparada para identificar falácias nos discursos? E para se defender delas? Compartilhe seu pensamento crítico para que possamos fomentar debates e evoluir enquanto sociedade.

Mariana Ferreira

É curioso como estamos vivendo um período que mais parece um looping eterno de falta de nexo e falsos dilemas, alimentado por uma sequência de narrativas generalistas e irracionais que, de tempos em tempos, somem e “de repente” voltam em forma de discursos teimosos e aleatórios, numa clara tentativa de mudar de assunto. Cloroquina, desobrigação de máscara, fraude eleitoral, voto impresso, pandemia acabou… Você se lembra de mais alguma?

A mim, esse looping sempre cansa, e vejo muita gente se contorcer também, mesmo de dentro do grupo daqueles que inicialmente apoiavam tais teorias. Mas as estórias se repetem tanto, sem lógica e comprovações, que eles mesmos já as abandonaram. E aí eu te pergunto: essa espiral não te faz se sentir um tanto manipulado ou manipulada? Não te dá a sensação de estar sendo enganado ou enganada a todo tempo, subestimado ou subestimada em sua capacidade de discernimento e construção da sua própria opinião?

Se há fraude eleitoral em função da urna eletrônica, por exemplo, por que o maior expoente dessa acusação venceu cinco eleições de sete para deputado e conseguiu chegar ao Palácio do Planalto por meio desse mesmo sistema? E por que ele ainda não provou sua tese? Você já deve ter percebido que ele inverte o ônus da prova, ou seja, ele joga para quem discorda dele a obrigação de provar que ele está errado, quando, na realidade, a verdade já estava posta desde o princípio e quem precisa provar algo é ele. Mas você sabe por que essa inversão acontece? Porque, nesse caso, quem acusa é a parte mais fraca da argumentação.

Pelo bem da nossa própria existência nesse mundo cada vez mais beligerante, devemos exercitar mais a nossa capacidade crítica sobre o que nos é apresentado, e não aceitar qualquer teoria que chegue aos nossos ouvidos, mesmo que aparentemente não mirabolante, sem buscar saber se aquilo tem consistência e provas, afinal, é assim que nos protegemos de fake news e manipulações.

Em homenagem ao tema de hoje, indico o livro Persuasão, onde a comunicóloga e professora Maytê Carvalho habilmente compilou uma série de conceitos sobre o assunto, desde Aristóteles, e montou uma espécie de guia. Agora, para encerrar, te faço somente mais duas perguntas: você se sente preparado ou preparada para identificar falácias nos discursos? E para se defender delas? Compartilhe seu pensamento crítico para que possamos fomentar debates e evoluir enquanto sociedade.

Mariana Ferreira é comunicóloga.

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