O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) indicou ao Senado a recondução de Augusto Aras ao cargo de procurador-geral da República. Bolsonaro anunciou a decisão nesta terça-feira (20), nas redes sociais.
Cabe ao Senado acatar ou rechaçar a escolha do presidente. Aras precisa de, pelo menos, 41 votos a favor do seu nome para ter mais dois anos à frente da instituição responsável por oferecer denúncia ou pedir o arquivamento de investigações contra deputados, senadores e o próprio presidente da República, além de outras autoridades em cargos com prerrogativa de foro. O mandato atual do procurador acabará em setembro.
OUTROS TEMPOS
Neste primeiro mandato, Aras tem sido questionado pela condescendência com que trata as investigações e suspeitas contra Bolsonaro e aliados do presidente, postura distinta daquela adotada por seus antecessores, a exemplo de Raquel Dodge e Rodrigo Janot, indicados ao cargo pelos ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Dilma Rousseff (PT), respectivamente.
Foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quem inaugurou, no seu primeiro mandato, a indicação para o comando da PGR do nome mais votado na eleição interna do Ministério Público Federal (MPF). Dilma manteve a tradição, que foi quebrada por Temer em 2018, quando Raquel Dodge ficou em segundo lugar no pleito interno. Tanto em 2019 como agora, para indicar o baiano Antônio Augusto Aras, Bolsonaro ignorou a lista tríplice dos procuradores.