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Com a alta nos preços dos combustíveis, principalmente sobre o diesel e a gasolina, muitas pessoas “correram” para abastecer os seus veículos (flex) com álcool. Do outro lado, existe a turma que tem medo de usar o etanol, apenas por falta de conhecimento e por ter medo do carro apresentar falhamentos ou defeitos. É preciso deixar bem claro que o sistema flex é feito para usar gasolina, etanol ou ambos em qualquer proporção.

Importante saber que, quando o combustível usado é o álcool, o carro pode apresentar um pouco mais de dificuldade para ligar, pois este tem temperatura mais fria em relação à gasolina, mas não é nada que, após duas ou três tentativas, não “resolva”. Para que não haja essa dificuldade em ligar o veículo com o motor frio, foi desenvolvido um sistema ultilizado nos carros, que pode ser um reservatório de partida a frio que deve ser abastecido somente com gasolina, ou um sistema de aquecimento do próprio combustível, e é nessa hora que ele entra em ação, fazendo com que o motor ligue sem usar o álcool.

Nos primeiros sistemas flex, quando o software não era tão desenvolvido como nos dias atuais, após o abastecimento era necessário rodar por volta de 10 quilômetros ou 15 minutos para que o sistema reconhecesse o combustível usado. Nesse intervalo poderia o carro ter um delay na aceleração ou um falhamento mínimo. Mas, com o avanço do sistema de injeção, ele leva em torno de 3 minutos, e em alguns casos pode reconhecer à medida que o sensor do nível de combustível sobe. Então, não há porque se preocupar. Você deve abastecer com o combustível que lhe conceda uma economia no bolso.

E quando se torna vantajoso abastecer com um ou outro, e se pode estar misturado?

A regra é: quando se divide o valor do álcool pelo valor da gasolina, e o resultado é 0,7 (70%) ou menor, é o momento ideal para usar o etanol.

Podem estar misturados, mas é na hora da queima que é identificado qual o combustível predomina, e é sabido através da sonda lambda (sensor de oxigênio). O meu conselho é que deixe o tanque chegar à reserva para que use um outro combustível, pois não há vantagem quando usados em iguais ou próximas proporções.

“A nossa gasolina” já vem refinada e acrescida de 27% de etanol. Então, havendo uma mistura em grande proporção, é fácil o sistema identificar como havendo somente etanol, e consumir como tal. Isso faz com que não haja uma economia financeira quando for mais vantajoso usar a gasolina já que o motor consome este menos que o álcool.

Ícaro Mota é consultor automotivo e diretor da I´CAR. A coluna é publicada às sextas-feiras.

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