O secretário da Segurança Pública da Bahia, Ricardo Mandarino, acusa o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, de espalhar fake news sobre o uso dos repasses feitos pelo Governo Federal para a área de segurança pública na Bahia. Torres acusou o Governo da Bahia de não aplicar dinheiro enviado pela União.
Segundo Mandarino, dos valores destinados pelo Fundo Nacional de Segurança Pública nos últimos três anos, cerca de R$ 88 milhões, R$ 28 milhões estão bloqueados devido ao atraso do Ministério na avaliação dos projetos enviados pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia. Dos R$ 60 milhões disponibilizados até o momento, ainda de acordo com o titular da pasta, 50% já foram aplicados e os outros 50% estão dentro prazo estabelecido para uso do recurso.
“É lamentável que, em pleno ano eleitoral, pessoas públicas se utilizem das fake news para desinformar a população. A SSP da Bahia está em dia com a aplicação do investimento enviado pelo Fundo Nacional e mais do que isso. O Governo do Estado está fazendo o maior investimento da história da Segurança Pública na Bahia. Estamos investindo, com recursos próprios, quase R$1 bilhão em tecnologia e melhoria nas estruturas físicas das polícias”, afirmou.
RECONHECIMENTO FACIAL
Do valor citado por Mandarino, R$ 665 milhões são investidos na expansão do Sistema de Reconhecimento Facial, que chegará a outros 77 municípios da Bahia. Presente em Salvador há três anos, a tecnologia já auxiliou na captura de mais de 240 foragidos da Justiça.
Sobre os investimentos em estrutura física das unidades, a SSP possui 191 obras, entre construções de novas sedes, reformas e manutenções, em 100 cidades baianas. Cerca de R$ 260 milhões são investidos no Projeto de Modernização das Estruturas Físicas da Segurança Pública, projeto dividido em três fases. No total, pouco mais de 100 municípios são beneficiados.
ÍNDICES CRIMINAIS
O titular da SSP da Bahia também rebateu as declarações do ministro sobre o estado ser o mais violento do Brasil. “Só quem não conhece a realidade do país pode falar uma coisa dessas. Infelizmente, não há uma padronização nacional na forma de contabilizar esses crimes, logo, é impossível criar um ranking que seja fiel aos fatos. A violência é um problema nacional, mas querer vender a ideia de que a Bahia é o estado mais violento do país, não cola”, continuou.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, com o fechamento do mês de abril, a Bahia completou sete meses de reduções sucessivas no número de Crimes Violentos Letais Intencionais – homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. Só em 2022, 250 vidas foram preservadas em relação ao período entre janeiro e abril de 2021.