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Nos discursos, tudo resolvido, solucionado, com o excelso poder da caneta governamental em portarias, decretos, leis e medidas provisórias.

 

Walmir Rosário

A cacauicultura, que já teve a primazia de ser a principal matriz econômica do sul da Bahia, sempre andou de mãos dadas com os políticos, com troca de favores em determinados períodos, estes nem sempre cumpridos. E às vezes os políticos tinham razão, haja vista que os esperados votos barganhados nunca apareciam nas urnas conforme os totais aprazados.

Nas cidades do sul da Bahia sempre foi costumeira a dispersão dos votos para quase todos os candidatos – dos vários partidos –, não importando de que regiões venham e quais os compromissos assumidos com as causas regionais. Era um suplício para os comunicadores verificarem as listas da apuração dos votos, dado ao número de candidatos a deputados – estadual e federal – que foram sufragados nas urnas.

E não era nenhuma novidade para nenhum deles na promoção das chamadas “casadinhas” que, se não rendiam votos regionais suficientes para conferir um mandato, pelo menos ajudavam. Políticos e eleitores da casa sempre reclamaram dessa prática, mas o hábito nunca mudou, se transformando apenas em meras reclamações dos perdedores, inconformados com a falta de votos.

E entre tapas e beijos esses relacionamentos conflituosos continuam como costume a ser seguido, pois o bom mesmo é que pinguem os votos nas urnas de todo o estado da Bahia, não importando onde. Eleitos, quando cobrados a honrarem as promessas feitas durante a campanha eleitora, simplesmente dizem não terem o que fazer, pois não foram votados maciçamente, não lhes conferindo poder para brigar em Salvador e Brasília.

Bem, mas essa é só uma pequena parte dos conflitos pós-eleitorais dos deputados sem o prestígio suficiente junto aos governos do estado e federal, ou sem a devido relacionamento com a poderosa mídia. Outros políticos que detêm esses poderes vão além e fazem as coisas acontecerem com mais “barulho”, pois sabem como encaminhar os pedidos, os pleitos de anos sem qualquer solução.

O mundo do cacau é diferente de outras regiões, pois sempre foi rico (ou pelo menos considerado), se preocupando em ganhar dinheiro, deixando a complicada arte da política para os novos amigos da capital ou outras regiões. Tanto é assim que poucas lideranças conseguem se eleger com os votos do sul da Bahia. Muitos dos que já foram precisaram das “casadinhas” com candidatos de outras regiões, com raríssimas exceções.

E desde que existe eleição não é segredo que as contas de chegar dos votos nunca enganaram as duas partes: o político faz de conta que acredita nos votos prometidos e a liderança engana na contrapartida. Muitos destes se contentam apenas sair nas fotos em que fazem com os candidatos, como demonstração de poder, ser “o amigo do rei”, jactando-se serem da cozinha de tais deputados ou autoridades.

Nada mais falso, a exemplo de uma cédula de três reais. E por que se submetem a esse tipo de relacionamento promíscuo? As vantagens advindas do que não está escrito ou pactuado entre eles. Em conversa com alguns políticos ao longo dessas várias décadas de militância na comunicação, ouvi bastante que a política é a arte de ser sabido, pois só assim é que conseguiram se eleger.

E vários diziam abertamente que defender as causas da cacauicultura não daria o resultado esperado na urnas, embora pudessem estar constantemente na mídia regional, estadual e nacional. E não é por menos, já que o cacau não é somente uma importante commodity e sim o fruto emblemático das histórias contadas pelo escritor itabunense Jorge Amado, com ou sem a ideologia.

Marketing melhor não há do que as entrevistas nas emissoras de rádio, televisão, jornais e redes sociais com a cobrança das providências junto às autoridades competentes, apresentando uma extensa lista de reivindicações. E tome-lhe pedido de providências, discurso inflamado no plenário vazio, encontro com ministros, todos devidamente com a cobertura da mídia, para a prestação de contas aos futuros eleitores.

Alguns, até, conseguem furar a agenda presidencial e programam viagem com o presidente da República e ministros à Ceplac, com promessas de soluções importantes e imediatas. Para delírio da população, fotos e imagens televisivas mostram as autoridades examinando pés de cacau infestados por vassoura de bruxa, e cacaueiros sadios, cujos frutos são quebrados na hora para o deleite do paladar de nossas autoridades.

Nos discursos, tudo resolvido, solucionado, com o excelso poder da caneta governamental em portarias, decretos, leis e medidas provisórias. Enquanto não chega a eleição a papelada tramita em Salvador e Brasília, enquanto as notícias ocupam grande espaço na mídia. Mas como não querem nada, os burocratas tomam todas as providências necessárias para que fiquem emperradas, no esquecimento, logo após a eleição.

O que não se faz para conseguir votos…

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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Mais de cem famílias do bairro Maria Matos (Rua de Palha) tiveram as casas restauradas pelo projeto Transformando Vidas, do Rotary Club de Itabuna. Uma missa em ação de graças, celebrada na comunidade, encerrou o projeto. As famílias beneficiadas moram em residências atingidas pela grande enchente de dezembro do ano passado.

Além do trabalho de reparo e pintura das moradias, foram entregues a algumas famílias itens como guarda-roupas, camas box, filtros de barro, caixas d’água, cestas básicas, kits higiene e limpeza, utensílios domésticos e kits de cama e banho.

Duas casas do bairro que não possuíam banheiros também tiveram o cômodo construído através do trabalho do clube de serviço. Tudo isso para promover um recomeço digno a cada uma dessas famílias que foram assoladas pela tragédia provocada pelas fortes chuvas.

PARCEIROS

A solenidade de encerramento, marcada por muita emoção e sentimento de gratidão, contou com a presença das famílias que receberam a ajuda, associados do Rotary Club de Itabuna e membros da Casa da Amizade, além de representantes de empresas que contribuíram com a causa, a exemplo da D2 Engenharia, Pai Mendonça e Conlar.

Além da celebração religiosa na igreja Bom Jesus da Lapa, que também recebeu nova pintura por meio do projeto, a programação contou com a participação do presidente do Rotary, Diogo Matheus Rodrigues, a presidente da Casa da Amizade, Dora Costa, a presidente do Comitê de Crise itabunense, Mirian Paranhos, e do governador 2019-20 do Distrito 4391 Paulo Pereira que coordena o comitê de crise do Distrito 4391 e do rotariano Ailton Matos, morador do bairro, que esteve à frente da ação durante todo o período.

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Apesar de filiado a partido da base do governador Rui Costa, o PSB, Dr. Cristiano de Azevedo, prefeito de Rio de Contas, anunciou apoio à pré-candidatura de ACM Neto (UB) ao governo da Bahia, nesta quinta-feira (16), durante a tradicional festa do Santíssimo Sacramento.

– Tenho certeza que o Santíssimo Sacramento irá abençoar o nosso grupo e que, juntamente com ACM Neto, vamos fazer uma administração brilhante a partir de 2023. Quero aqui, juntamente com o nosso grupo, reafirmar o compromisso dele com Rio de Contas. Ele já demonstrou esse compromisso em Salvador e tenho certeza que fará o mesmo pela Bahia – disse o prefeito de Rio de Contas.

Em retribuição, Neto disse que o prefeito terá nele “um grande aliado”. Prometeu porta aberta ao prefeito e a Rio de Contas, se eleito. “Eu quero, logo no início da nossa gestão, sentar com você e com a sua equipe de trabalho para pensar num plano econômico para a região, que tenha Rio de Contas como uma base de geração de emprego”, disse Neto, reafirmando que a Chapada Diamantina é, hoje, uma grande fronteira agrícola da Bahia.

A festa do Santíssimo Sacramento é a mais tradicional de Rio de Contas, e ocorre todos os anos no dia de Corpus Christi. A agenda de ACM Neto começou às 10h, quando seguiu a procissão pelas ruas da cidade e assistiu à missa na Igreja Matriz.

“Fiquei impressionado com a beleza de Rio de Contas para o Corpus Christi. Eu já sabia da tradição de celebrar essa festa, mas chegar aqui e ver a cidade toda preparada com muito capricho, com muita beleza, realmente nos emociona. Fiz questão, quando o prefeito me convidou, de vir pra cá. Fiz questão de estar aqui e participar da missa. Eu que estive aqui em fevereiro, mas agora espero iniciar uma tradição que quero cumprir em outros anos nessa celebração”, disse Neto.

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O caso suspeito da doença causada pelo vírus Monkeypox, conhecida como varíola do macaco, foi descartado após exames laboratoriais dos centros de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) de Salvador e o da Bahia. O resultado foi divulgado na manhã desta quinta-feira (16) pelo laboratório de referência nacional.

A suspeita foi em indivíduo residente na capital baiana que apresentou a tríade de sintomas da doença – febre alta de início súbito, adenomegalia e erupção cutânea. O indivíduo encontra-se internado em unidade hospitalar da rede privada, em Salvador.

Monkeypox é uma zoonose viral, do gênero Orthopoxvirus, da família Poxviridae, que se assemelha à varíola humana, erradicada em 1980. A doença cursa com febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, adenomegalia, calafrios e exaustão.

A infecção é autolimitada com sintomas que duram de 2 a 4 semanas, podendo ser dividida em dois períodos: invasão, que dura entre 0 e 5 dias, com febre, cefaleia, mialgia, dor das costas e astenia intensa. A erupção cutânea começa entre 1 e 3 dias após o aparecimento da febre. A erupção tem características clínicas semelhantes com varicela ou sífilis, com diferença na evolução uniforme das lesões.

Itacaré mantém comércio fechado e barreiras sanitárias || Foto Divulgação
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A tão aguardada pavimentação do trecho Taboquinhas-Vila Maria da BA-654 deve sair do papel. O aviso de licitação da obra foi publicado nesta quarta-feira (15), no Diário Oficial do Estado (DOE). São 5,3 quilômetros de estrada.

A obra vai melhorar a vida e a mobilidade dos moradores. A abertura das propostas está prevista para o dia 27 de julho, às 15h30min, em Salvador.

Trecho já pavimentado que liga a sede de Itacaré a Taboquinhas || Foto Divulgação

De acordo com o município, a pavimentação foi reivindicada pelo prefeito Antônio de Anízio (PT) e pelo deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), com esforços do secretário de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, e do diretor da Superintendência de Infraestrutura de Transportes (SIT), Saulo Pontes.

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Jerônimo Rodrigues (PT) promoveu um “Esquenta PGP” de Jequié, ontem (15), na sua cidade natal, Aiquara, com a participação de 11 prefeitos, 9 vice-prefeitos, 8 ex-prefeitos, dezenas de vereadores e grande público. Para a coordenação de campanha, o evento atestou o reconhecimento dos conterrâneos ao trabalho de Jerônimo e a força política do pré-candidato ao Governo do Estado pelo PT no território do Médio Rio de Contas, região onde ele nasceu.

– Esse time que está aqui não tem projeto individual. Eu represento um projeto coletivo liderado por Lula, que está fortalecido e cada vez mais confiante na vitória – afirmou Jerônimo, informando que o PGP de Jequié está previsto para julho.

Jerônimo destacou a presença, no mesmo palanque, de lideranças políticas que se enfrentaram em eleições municipais anteriores e são adversários em suas respectivas cidades, mas que “deixaram as divergências políticas de lado, neste momento, por um projeto maior, de reconstrução do Brasil e de fortalecimento do projeto iniciado por Jaques Wagner e ampliado por Rui Costa na Bahia”.

No evento, o petista assumiu o compromisso de colocar no Programa de Governo a requalificação de, pelo menos, duas rodovias da região, responsáveis pela ligação de Aiquara com Itajuru e com Itagibá.

Jerônimo destacou que sua gestão vai priorizar as pessoas que mais precisam. “Eu sou igualzinho, eu sou mais um de vocês, eu não sou diferente. Eu carrego isso dentro de mim, não tem como tirar”, disse o ex-secretário estadual da Educação e do Desenvolvimento Rural (SDR).

SEMELHANÇA COM LULA

Ele também lembrou da semelhança de sua trajetória de vida com a do ex-presidente Lula. “A história do Lula também foi essa, não teve oportunidade em Pernambuco e teve que ir atrás de um emprego fora”, afirmou Jerônimo, que teve que sair de sua cidade natal, ainda criança, para estudar e depois migrou novamente para trabalhar.

Deputado Rosemberg Pinto, Marcone Amaral e outros prefeitos de municípios do sul da Bahia
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O Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA) rejeitou a prestação de contas do ex-prefeito de Itajuípe Marcone Amaral (PSD), referente ao de 2020, devido à falta de dinheiro em caixa, em 2021, para o pagamento de despesas empenhadas no ano anterior (restos a pagar).

A irregularidade viola o artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal. Por isso, a Corte propôs Deliberação de Imputação de Débito (DID) contra o ex-prefeito, que poderá ser multado em R$ 3 mil. Na mesma sessão, nesta terça-feira (14), os conselheiros determinaram a formulação de representação ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA). Cabe recurso.

Eleito em 2016 e reeleito em 2020, Marcone renunciou à Prefeitura de Itajuípe no final de março último para lançar sua pré-candidatura a deputado estadual.

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Nesta quarta-feira (15), a Câmara de Vereadores de Itabuna autorizou, em primeira votação, o município a tomar empréstimo de US$ 30 milhões junto ao Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata). A proposta recebeu 16 votos a favor e 3 contra. O projeto de lei autorizativa voltará ao plenário da Casa do Povo, na próxima quarta (22), para segunda votação.

Ouvido pela coluna Arriba Saia, do PIMENTA, o prefeito Augusto Castro (PSD) explicou que as condições da operação de crédito são favoráveis ao município, com juros de 2,5% ao ano, enquanto a taxa básica chegou a 13,25%. Além disso, segundo o mandatário, com o financiamento, Itabuna poderá investir em projetos estruturantes para o seu desenvolvimento socioeconômico (veja aqui).

Sede do Banco Central || Foto Marcello Casal Júnior
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa Selic, juros básicos da economia, de 12,75% para 13,25% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.

Apesar de o aumento em 0,5 ponto ter ficado dentro do previsto, o Copom surpreendeu o mercado, ao anunciar que pretende continuar a elevar a taxa Selic nas próximas reuniões. Até agora, a maioria dos analistas financeiros apostava que os juros básicos ficariam em 13,25% ao ano até o fim de 2022.

“Para a próxima reunião, o Comitê [de Política Monetária] antevê um novo ajuste, de igual ou menor magnitude. O comitê nota que a crescente incerteza da atual conjuntura, aliada ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos ainda por serem observados, demanda cautela adicional em sua atuação”, destacou o Copom em comunicado.

A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando estava em 13,75% ao ano. Esse foi o 11ª reajuste consecutivo na taxa Selic. Apesar da alta, o BC reduziu o ritmo do aperto monetário. Depois de dois aumentos seguidos de 1 ponto percentual, a taxa foi elevada em 0,5 ponto.

De março a junho do ano passado, o Copom tinha elevado a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, a Selic foi elevada em 1,5 ponto de dezembro do ano passado até maio deste ano.

Com a decisão de hoje (15), a Selic continua num ciclo de alta, depois de passar seis anos sem ser elevada. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018. A Selic voltou a ser reduzida em agosto de 2019 até alcançar 2% ao ano em agosto de 2020, influenciada pela contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Esse era o menor nível da série histórica iniciada em 1986.

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O Ministério Público da Bahia recomendou, nesta quarta-feira (15), que a Prefeitura de Presidente Tancredo Neves, no baixo sul da Bahia, cancele os festejos juninos, previstos para começar no próximo dia 23. Os gastos iniciais previstos para a realização da festa seriam de R$ 2,9 milhões.

De acordo com o promotor de Justiça Gustavo Fonseca Vieira, a Prefeitura de Presidente Tancredo Neves informou que o valor sairia dos cofres do município, pois não houve incentivos federal e estadual ou captação de patrocínios.

O valor, aponta o promotor, representa 3,3% de toda a receita municipal prevista na Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2022 e supera os quase R$ 2,2 milhões de recursos próprios aplicados em saúde pelo governo municipal entre os meses de janeiro e abril deste ano.

A recomendação destaca que Presidente Tancredo Neves foi castigado pelas fortes chuvas que atingiram o sul, baixo sul e extremo sul do estado no final do ano passado. “Os repasses emergenciais dispendidos à Municipalidade para que lidasse com os danos causados pela tragédia são superados pelos valores aplicados em um único evento festivo, a se realizar em um município com 27.187 habitantes, que experimenta deficiências de várias ordens em diversos setores de necessidade primeira, principalmente relacionadas a saúde e educação”, afirma o promotor.

Ele lembra que o Município teve estado de emergência decretado, cuja vigência terminou em maio último, quando foi iniciado o processo licitatório para contratações de empresas e atrações para a ocorrência dos festejos juninos.