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O Hospital Calixto Midlej Filho usou, pela primeira vez na Bahia, a técnica de denervação renal no tratamento de uma paciente de 32 anos acometida por quadros severos de hipertensão. A promotora de vendas Graziele Góis do Espírito Santo chegou à unidade da Santa Casa de Itabuna com tonturas e enjoos causados pela pressão arterial secundária refratária.

Nem o consumo diário de 11 medicamentos anti-hipertensivos havia sido capaz, até o momento, de aplacar o quadro da jovem, que começou a sentir os primeiros sintomas da enfermidade em 2019, quando buscou atendimento médico. Além de usar outras medicações, ela se cansava facilmente, tinha limitação de esforço e dificuldade para dormir.

A vida de Graziele ganhou novo capítulo na noite de sexta-feira (8), quando foi submetida ao procedimento pela equipe do Calixto. “Dormia pouco, porque precisava escolher uma posição específica. A minha vida mudou radicalmente nas últimas horas. Estou livre das tonturas, não estou cansando mais. Estou muito bem agora, livre de tantos medicamentos e restrições”, informou nesta terça-feira (12), 24 horas depois de receber alta médica. Ela deve ser liberada para fazer caminhadas daqui a 15 dias.

Monitores revelam imagens obtidas via cateter durante procedimento

Antes da denervação renal, via cateter, os profissionais que acompanhavam a paciente tentaram o controle da pressão arterial com a prescrição de remédios. Aplicadas as primeiras doses sem resultado, foram aumentando a qualidade de medicamentos, mas seguiram sem a resposta desejada. Por isso, indicaram a denervação renal, método invasivo.

PRIMEIROS RESULTADOS

No início da noite da sexta-feira passada, a equipe dos cardiologistas intervencionistas Gláucio Werneck e Rodolfo Staico fez a denervação renal, concluída em duas horas. Graziele Góis recebeu alta médica nesta segunda-feira (11), com pressão de 12X8. O quadro se manteve nesta terça.

Chefe do Serviço de Hemodinâmica da Santa Casa de Itabuna, o médico Gláucio Werneck exalta o pioneirismo do uso da técnica da denervação renal no sul da Bahia. “Estamos atentos sempre às novas tecnologias surgidas e melhores técnicas para o controle e tratamento de doenças cardiovasculares graves”, explica.

TÉCNICA REDUZ MORTALIDADE

Imagem de exame feito na paciente

O médico Rodolfo Staico explica que o procedimento visa evitar complicações, a exemplo de Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio e insuficiência renal e cardíaca, cegueira e até a morte. “A técnica é indicada na tentativa de reduzir a pressão arterial e minimizar os efeitos deletérios dessa pressão a longo prazo”, acrescenta, enfatizando a melhora na qualidade de vida dos pacientes.

O procedimento tem reflexo positivo na diminuição das mortes decorrentes de hipertensão. “O sucesso da técnica faz o índice de mortalidade por causas vasculares cair de 25% a 30%. O controle da hipertensão torna-se menos complicado após a técnica da denervação, mas a pessoa não pode deixar de praticar atividades físicas e manter os hábitos alimentares saudáveis. Isso é fundamental para a qualidade de vida do paciente”, alerta.

Mais conhecida como pressão alta, a hipertensão pode atingir pessoas de todas as faixas etárias, inclusive crianças. Os principais sintomas são dores no peito, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e dor de cabeça. As complicações causadas pela pressão alta são mais graves nos casos de hipertensão refratária. Estima-se que até 2025 o número de pessoas hipertensas chegue a um bilhão em todo o mundo.

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