Juliana foi morta ao deixar mercadinho onde trabalhava, em Saubara || Foto Redes Sociais
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A Justiça recebeu denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA) contra o soldado PM Diego Kollucha Santos Vasconcelos, acusado de executar Juliana de Jesus Ribeiro, de 30 anos, no dia 23 de maio de 2023, em Saubara, no Recôncavo Baiano. O militar está preso no Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas, desde outubro passado, quando foi um dos cinco alvos da Operação Salobro, que investiga a participação de policiais militares em uma quadrilha acusada de execuções e extorsão no interior do estado.

A decisão da Vara Criminal de Santo Amaro que tornou o PM réu foi publicada nesta terça-feira (26). A Justiça também expediu mandados de busca e apreensão e prisão preventiva contra o soldado, cumpridos hoje (27), pela Operação Sangue Frio, do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do MP-BA e da Força Correcional Especial Integrada da Corregedoria Geral da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-BA).

EXECUÇÃO

Segundo a denúncia do MP, imagens registradas por câmeras de segurança da via pública onde aconteceu o assassinato mostram que o soldado executou a vítima, disparando tiros de armas de fogo contra Juliana, já rendida, totalmente indefesa, de costas para seu executor. Conforme laudos policiais, Juliana foi atingida diversas vezes à queima roupa na cabeça, face, tórax, abdômen e braços.

“As evidências e provas do inquérito policial demonstram que o denunciado planejou, premeditou e executou a ação que culminou na morte de Juliana de Jesus Ribeiro”, afirma o Gaeco na denúncia.

Trezes dias antes da execução, o denunciado foi visto observando a rotina da vítima, percorrendo o mesmo percurso e fazendo as mesmas ações que foram levadas a cabo na data do homicídio, segundo o MP.

A investigação apontou que, por volta das 19h30min do dia do crime, Diogo Kollucha e um comparsa, ainda não identificado, renderam a vítima quando ela saía do trabalho, um mercadinho de Saubara, com técnicas semelhantes às de abordagem policial, obrigando-lhe a por as mãos na cabeça e a ficar de costas para eles. Ainda conforme a denúncia, o soldado alterou as placas do veículo utilizado no crime com a finalidade de dificultar a investigação.

Na decisão que determinou a prisão preventiva para garantia da ordem pública, a Justiça aponta haver fortes indícios probatórios de que o PM “praticou, em ação meticulosamente premeditada, homicídio qualificado, através de recurso que dificultou a defesa da vítima”.

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