Denizar ou Agnaldo Limas Dias? O homem fica revoltado quando chamado pelo próprio nome || Foto Silas Silva/PIMENTA
Tempo de leitura: 3 minutos

É num pequeno box, na Rua F, no Centro Comercial de Itabuna, que o cabeleireiro Denizar, como se tornou conhecido e faz questão de ser chamado, trabalha há mais de 30 anos, de segunda a sábado. Pai de uma filha e avô de duas netas, o profissional escapou de entrar para as estatísticas da criminalidade depois de morar nas ruas de municípios do sul e do extremo-sul da Bahia. Ele é um homem resenhista, flamenguista, carismático e,  fã do Chiclete com Banana, mas que odeia o próprio nome. Mais para final do texto revelaremos o porquê.

Registrado com o nome de Agnaldo Lima Dias (neste momento, provavelmente, ele está dizendo uns desaforos a um conhecido que passou e o chamou assim), nasceu na pequena cidade de Jussari. Filho de pais dependentes de bebidas alcoólicas, Denizar fugiu de casa quando tinha de 12 para 13 anos para, segundo ele, ficar longe da violência doméstica. Estava cansado de presenciar o pai espancando a sua mãe. Preferiu sair de casa a atacar o próprio pai.

De carona com um desconhecido, chegou a Itamaraju, no extremo-sul do estado, no final da década de 80. Morou nas ruas. Sobreviveu os primeiros meses alimentando-se com resto de comida resgatado do lixo e dormia na rodoviária da cidade. Ganhava uns trocados fazendo carrego e engraxando sapatos. A esperança de mudar de vida apareceu quando encontrou, por acaso, um tio, dono de salão de beleza.

Denizar foi trabalhar e morar com o tio achando que teria vida fácil. “Ele me ensinou a profissão de cabeleireiro, mas, antes disso, sofri muito. Sabe como é uma pessoa com pensamento de 50 anos atrás? Ele era muito severo. Me batia muito, por qualquer besteira. Era muito ignorante. Eu era castigado quando chegava atrasado porque parava no caminho para assistir a um desenho animado na primeira casa que via aberta. Chegava a me castigar com 12 bolos de palmatória”, recorda-se.

MAIS UMA FUGA

O cabeleireiro decidiu que estava na hora de deixar Itamaraju para buscar novos desafios, mas o tio foi contrário a partida. Havia completado 19 anos quando decidiu viajar para Itabuna, onde não conhecia absolutamente ninguém.

Dormiu quase um mês na rodoviária, sempre da meia noite às 5h da manhã. Durante o dia, tentava encontrar emprego, mas os salões de beleza exigiam o diploma de prático, o que o jovem não possuía, pois havia aprendido a profissão com o parente. Nesse período, as refeições eram mortadela com pão e refrigerante.

Depois de muitas andanças pelas ruas do centro da cidade, Denizar conseguiu a primeira chance em um salão de beleza na Rua F, a poucos metros de onde trabalha hoje e há mais de 30 anos garante o sustento da família. Foi a intervenção de um cliente que garantiu ao jovem insistente a primeira chance de trabalho em Itabuna.

“O rapaz viu meu apelo e pediu ao dono salão para que eu tivesse a chance. Desconfiado da minha capacidade, ele resistiu. Foi aí que o cliente perguntou: posso cortar com ele?. A partir daí que minha vida mudou”, relata.

A REVOLTA COM O NOME DE BATISMO

O cabeleireiro gagueja, xinga, roda de um lado para outro, ameaça partir para a violência (nessas mais de 3 décadas foram somente ameaças ) quando passa alguém pela porta do estabelecimento chamando-o por Agnaldo Lima Dias, o nome de registro. Ou liga para zoar com o nome que os pais lhe deram. Ele nunca gostou de ser Agnaldo, mas tomou raiva mesmo quando um amigo lhe disse que o nome era o mesmo de um artista com opção sexual diferente da sua. Os sobrenomes também são os mesmos.

Agnaldo Lima Dias assegura que não é preconceituoso, mas que não aceita ter a sua masculinidade colocada em dúvida pelos amigos. O fato concreto é que Denizar recebe telefonemas de diferentes regiões do país. O intuito é apenas um: zoá-lo.

Às vezes, é uma ligação atrás da outra.  Quando acontece, o cabeleireiro vai de um lado para o outro, no interior do salão, nervoso, gritando um monte de palavrões, no ritmo frenético. São  palavras como brega, mãe, partes íntimas da genitora do interlocutor, cita distritos de Mascote (São João do Paraíso e Teixeira do Progresso) e de Ilhéus (Pimenteira). Assista à entrevista de Agnaldo Lima Dias (calma, Denizar!) concedida aos jornalistas Ailton Silva e Silas Silva.

Arte na Praça será neste domingo (28), a partir das 16, na Beira-Rio
Tempo de leitura: < 1 minuto

Neste domingo (28), a Associação de Artesanato Praça das Artes (AAPA) promoverá a 4ª Edição do Arte na Praça. O evento começará às 16h, na Praça Rio Cachoeira, em frente ao Hospital Beira-Rio, e oferecerá ao público feira de artesanato e gastronomia, com música ao vivo e espaço para crianças, além de sorteio de brindes.

“Queremos reunir as famílias para conhecer os produtos dos nossos artesãos e artesãs. Organizamos atrações para todos os públicos”, disse Flávia Layane Oliveira, uma das organizadoras do evento.

Estarão expostos produtos como costura criativa, bonecas, bordados, croché, bijuterias, roupas infantis, chaveiros, laços infantis e adultos, MDFS, tapetes, bolsas e gastronomia estão entre os produtos. “Nosso trabalho é fomentar a economia criativa”, ressalta Flávia Oliveira.

EVENTO MENSAL

Segundo Flávia, o Arte na Praça é mais uma atração mensal dos domingos na principal praça da Beira Rio. Aos domingos, uma das vias do eixo avenidas Aziz Maron e Mário Padre fechada para o lazer das famílias.

Iniciativa de promoção do artesanato e de cultura e lazer, o Arte na Praça tem o apoio da Prefeitura de Itabuna, por meio da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC), e de Paulinho de Banco

Tempo de leitura: 3 minutos

Ao entendermos a profunda ligação entre nossas relações familiares, em especifico a relação da ‘figura’ materna com a nossa saúde alimentar e emocional, abrimos caminho para uma vida mais equilibrada e mais consciente.

 

Rava Midlej Duque || ravaduque@gmail.com

Imagine uma tapeçaria tecida com fios invisíveis, cada um representando nossas crenças, que desde a infância moldam nossas escolhas e experiências. Esses fios sutis, muitas vezes não percebidos, têm o poder de guiar nossas jornadas de forma profunda e determinante.

Na jornada da vida, algumas pessoas encontram um cenário de abundância, felicidade e crescimento contínuo, enquanto outras enfrentam desafios persistentes e dificuldades. Essa diferença muitas vezes está enraizada em suas crenças mais profundas.

Não é diferente com o seu corpo e a sua relação com a comida. No processo terapêutico, é crucial deixar de lado a mente racional e abrir um espaço disposto e disponível para acessar além do aparente. Compulsão alimentar, bulimia, alergia alimentar são transtornos que estão diretamente conectados com as relações familiares e são sintomas que dizem algo sobre como nos sentimos em relação à vida.

A forma como nos relacionamos com a nossa mãe está ligado diretamente à como tratamos nossas vidas. Mãe e comida são portadoras da mesma energia que nutre alma e corpo. A mãe é aquela que dá vida e o primeiro alimento. Por isso, quando o adulto apresenta problemas com peso ou disfunções alimentares, está de forma inconscientemente buscando essa mãe.

Muitas vezes, assumimos padrões alimentares transmitidos ao longo das gerações, refletindo conflitos internos e transtornos alimentares por uma vida inteira. Ao acessar as emoções e os padrões inconscientes por trás das disfunções alimentares, torna-se possível liberar e reprogramar comportamentos.

Esses padrões, enraizados em questões familiares não resolvidas, se manifestam de diversas formas, desde compulsões até rejeições alimentares, revelando nossos sentimentos mais profundos em relação à vida e àqueles que nos cercam, especialmente nossa mãe. É nesse contexto que a Terapia Sistêmica e as Constelações Familiares se destacam como ferramentas poderosas de auxilio e transformação.

Estas ferramentas não oferecem uma solução mágica, mas sim uma jornada de autoconhecimento e transformação. Ao trazer à luz as fontes dos nossos conflitos alimentares, aqui em especifico as dinâmicas relacionadas à mãe, nos tornamos consciente do cerne da questão que causam os sintomas que vivemos. A partir disso, podemos assumir de forma lúcida, uma nova postura que nos impulsiona em direção ao bem-estar de dentro para fora.

A Constelação Familiar nos permite olhar para o essencial, para a dinâmica oculta que está por trás das disfunções e distúrbios. Diagnosticamos as causas profundas da obesidade, compulsões e outros distúrbios, permitindo movimentos terapêuticos que nos levam à reconciliação com nosso corpo e nossas relações familiares.

Ao explorarmos as leis do universais e da ordem familiar, encontramos o cerne dos transtornos alimentares e a chave para as pazes com o nosso corpo emocional e físico. Não é uma receita de bolo. Cada caso é uma caso e cada pessoa está contando a sua própria história com as dificuldades que enfrenta. Mas há um parágrafo único: a relação que você tem com o alimento representa de maneira indireta a relação que você tem com a sua mãe.

Durante uma Sessão de Constelação ou com o uso do Mapeamento Sistêmico para investigar as relações familiares da pessoa, podemos descobrir as raízes profundas que estão regendo o padrão alimentar disfuncional, que pode estar ligado a uma lealdade inconsciente por aspectos emocionais, vínculos afetivos, não só aspectos fisiológicos, hormonais e bioquímicos.

Ao entendermos a profunda ligação entre nossas relações familiares, em especifico a relação da ‘figura’ materna com a nossa saúde alimentar e emocional, abrimos caminho para uma vida mais equilibrada e mais consciente. Até porque a nossa alma também têm fome. É por esse motivo que chegamos em um momento de vida que buscamos por um sentido maior para tudo isso aqui. Além de crescer, casar, comprar e pagar conta.

Com o acesso às dinâmicas sistêmicas, descobrimos que a forma como nos relacionamos com a comida e cuidamos do nosso corpo está intrinsicamente ligada às nossas relações familiares e aos padrões emocionais que absorvemos ao longo da vida. Cada escolha alimentar, cada comportamento relacionado à comida é um reflexo direto desses padrões sistêmicos.

Ao olharmos para o sistema como um todo, percebemos que esses elementos aparentemente independentes – nossas relações, nossa alimentação e nosso corpo estão entrelaçados por fios invisíveis. A Terapia Sistêmica nos ensina a ler os sinais dessa grande teia, a compreender a integração do nosso sistema interno e externo. Ao compreendermos os padrões sistêmicos, abrimos espaço para uma vida mais saudável e equilibrada, onde nossas relações, nossa alimentação e nosso corpo se tornam aliados. Nunca oponentes.

Rava Midlej Duque é comunicadora, mestra, terapeuta sistêmica, consteladora familiar e especialista em Psicologia Perinatal.

Maraú registra primeira morte causada pela dengue em 2024
Tempo de leitura: < 1 minuto

A Bahia registrou, nesta sexta-feira (26), mais duas mortes causadas pela dengue. Os novos casos foram registrados em Caraíbas e Maraú, no centro-sul e baixo-sul do estado, respectivamente. Agora, o estado registra 49 óbitos decorrentes da doença em 2024.

A Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) indicou um aumento de 702,9% nos casos da doença neste ano. Até o dia 20 de abril, 153.404 casos prováveis foram notificados no estado. No mesmo período de 2023, o registro foi de 19.106 casos.

Vitória da Conquista lidera o número de casos, com 24.111, seguida por Salvador, com 6.796, e Feira de Santana, com 6.239 casos prováveis da doença. A Bahia tem taxa de letalidade de 2,9%, menor do que a média nacional.

Vitória da Conquista também é a cidade com mais mortes por dengue neste ano, 10. Na sequência, vêm Jacaraci (4), Feira de Santana (3), Juazeiro (4), Piripá (3), Caetité (2), Santo Antônio de Jesus (2), Barra do Choça (2), Coaraci (2), Caetanos (1), Campo Formoso (1), Carinhanha (1), Encruzilhada (1), Guanambi (1), Ibiassucê (1), Irecê (1) e Palmas de Monte Alto (1).

E, ainda, Santo Estevão (1), Seabra (1), Várzea Nova (1), Bom Jesus da Lapa (1), Caculé (1), Ipiaú (1), Luís Eduardo Magalhães (1), Caraíbas (1) e Maraú (1).