O secretário-geral do Progressistas na Bahia, Jabes Ribeiro, colocou em xeque o pressuposto de que a candidatura de ACM Neto é o único caminho para a oposição baiana em 2026. Atento aos gestos do governador Jerônimo Rodrigues (PT) a prefeitos que apoiaram Neto em 2022, defendeu que a centro-direita se organize para enfrentar a máquina. Também deixou aberta a posição de seu partido no ano que vem. “Não sei como ficará o PP no plano estadual”.
Ele falou sobre o assunto em entrevista recente ao radialista Vila Nova, n’O Tabuleiro, da Ilhéus FM: “O governo tem máquina, obras, dinheiro. A oposição precisa ter ideias, precisa ter a discussão de um grande projeto”, alertou.
Segundo o ex-prefeito de Ilhéus, isso significa despersonalizar e ampliar o diálogo entre os partidos da centro-direita baiana. “E não partir da tese de que o candidato é ACM Neto. Seria um nome natural, mas não é assim, porque se você já parte desse pressuposto – Neto é o candidato – isso começa a afastar um pouco algumas pessoas”.
Também fez a ressalva de que Neto não lançou o próprio nome para nova candidatura a governador. “Acho que você precisa ter um campo magnético de atrações, não de dizer ‘estou aqui e o resto venha se quiser’. Não é assim. Não funciona”, emendou.
UM NOME DO PP
O dirigente falou por quase 30 minutos ao comentar a reunião de Jerônimo e do prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), na semana passada. Parte dos progressistas já aderiu ao Governo na Assembleia Legislativa. Mas, para Jabes, o diálogo entre o petista e Cocá se deu na esfera das relações institucionais, sem a conotação partidária ventilada na repercussão do encontro.
Retornando à tese de abertura do debate na oposição, Jabes Ribeiro lançou o nome de Cocá como eventual postulante ao Palácio de Ondina. “Jequié tem tradição de fazer governador, Lomanto [Júnior], Cesar Borges”.
Ainda segundo Jabes, sua tese favorece Neto – “Não é bom ficar perdendo eleição” – e diminui o risco de a oposição restar desarticulada, em 2026, caso o ex-prefeito de Salvador repita o recuo de 2018, “aos 48 minutos do segundo tempo”. Assista à entrevista na íntegra aqui.