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Marina precisa de 500 mil assinaturas para viabilizar partido (foto José Cruz/Agência Brasil)

Jacqueline Patrocínio, do site Comunique-se
Em discurso para militantes, a ex-senadora Marina Silva (ex-PT e ex-PV) deu a largada para criação de seu partido, o Rede Sustentabilidade, no último sábado, 16. “Nem direita, nem esquerda. Estamos à frente”, disse ao definir a nova legenda em reunião em Brasília. O anúncio chamou atenção dos comentaristas políticos, que veem com desconfiança uma possível candidatura da ex-parlamentar à presidência da República em 2014.
Merval Pereira, da CBN, acredita que as ideias que Marina pretende implantar podem afastar os políticos. “O maior problema é tentar criar um partido diferente dos outros, isso assusta muita gente que está pensando em mudar ou quer aproveitar a ‘Onda Marina’, achando que ela pode ser bem sucedida em 2014. Essas contradições entre a política formal e a nova é que podem trazer muita dificuldade para ela até chegar a disputar a presidência da república”, disse.
Com o título “Oito ou oitenta”, a colunista do Estadão, Dora Kramer, definiu as regras “excêntricas” que rondam a Rede de Marina, entre elas a limitação de 16 anos de mandato para parlamentares e a reserva de 30% das vagas para candidaturas avulsas. “Tudo isso soa bonito, assim como a proibição de doações de empresas não comprometidas com a “sustentabilidade”. Mas como nenhum desses pontos toca de fato nas feridas de um sistema eleitoral fálido, soa também superficial, o que subtrai do novo partido substância para se apresentar como fator de real inovação”.
Comentarista do ‘Jornal da Record News’, Ricardo Kotscho lembrou que até outubro a ex-senadora precisa reunir a assinatura de 500 mil apoiadores para tentar repetir o resultado que obteve nas urnas em 2010, quando teve 20 milhões de votos e ficou em terceiro lugar na disputa presidencial concorrendo pelo PV. “Até agora nenhum político de expressão aderiu ao projeto da Marina, aí fica difícil. Você pode até não gostar dos políticos, mas não pode criar um partido sem eles. Pode até criar uma ONG, mas acho muito difícil num prazo tão curto criar um partido”.
“A Rede pode ser boa para Marina, mas, pelo que se viu na estreia, é um sonho que não passará disso. Ou, se passar, pode virar pesadelo”, essa a opinião de Ricardo Galuppo, publisher do Brasil Econômico. Ele também não acredita que o projeto vá realmente sair do papel e crítica a falta de foco da agremiação, que visa a promoção da sustentabilidade.

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