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Macas superlotam até corredores do hospital (Foto Cremeb-Divulgação).
Macas superlotam até corredores do hospital (Foto Cremeb-Divulgação).

Uma fiscalização do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) identificou diversas falhas e superlotação no Hospital Geral Luiz Viana Filho, em Ilhéus. O trabalho foi executado pelo médico fiscal Ildo Simões, de acordo com o conselho. As “inconformidades” foram contatadas, segundo o Cremeb, “tanto na estrutura física, como no preenchimento do quadro de plantonistas”.

O setor de urgência e emergência, cita relatório do conselho, “sofre com a superlotação, onde dezenas de macas e pacientes preenchem os corredores internos da ala destinada, evidenciando a insuficiência de leitos para a demanda necessitada pela população”.

De acordo com o diretor médico da unidade, Cláudio Moura Costa, o maior problema enfrentado no Hospital Regional é conseguir manter um quadro de funcionários suficiente para dar conta dos plantões. No dia da fiscalização, 14 de fevereiro, apenas a UTI e a anestesia tinham os seus quadros de plantonistas completos.

As equipes de clínicos e ortopedistas possuíam um dia na semana com lacunas no quadro de horários, enquanto as equipes de pediatras e de cirurgiões enfrentam problemas maiores quanto aos “furos” nas escalas. A recorrente ausência de plantonistas no setor pediátrico é ainda mais preocupante.

HOSPITAL DA COSTA DO CACAU

Com a criação do Hospital da Costa do Cacau em Ilhéus – previsto pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) para estar pronto até junho deste ano -, o Regional terá funcionamento exclusivo no âmbito materno-infantil, mas, atualmente, os finais de semana registram lacunas nas escalas de plantões da pediatria.

Segundo o Cremeb, o Ministério Público baiano intimou o Estado da Bahia a pagar R$ 250.000,00 por descumprimento de uma ordem judicial ajuizada em maio de 2016, que obrigava a presença de plantonistas nas cinco especialidades atuantes no hospital. A intimação é do início de fevereiro.

Outro entrave apontado pelo gestor da unidade e que possui ligação direta com a qualidade da assistência oferecida à população é a burocracia para o conserto de equipamentos. “Eu estou com uma mesa elétrica para cirurgias quebrada há dois anos e não consigo o conserto junto à Sesab. Estamos sem realizar cirurgias de fêmur por este motivo, que parece bobo, mas a secretaria não libera ‘minha’ manutenção de correção”, exemplifica Moura Costa, referente às burocracias do estado.

A ausência de um livro de ocorrências na unidade ilheense, documento obrigatório em hospitais, é equivoco a ser pontuado, de acordo com o médico fiscal do Cremeb. Mediante a sinalização sobre a necessidade prática e legal do documento, a diretoria do Hospital Regional afirmou que a política será retomada no mês de março, e para uma adesão plena, irá convocar uma reunião com o corpo clínico da unidade.

Dentre as inconformidades na estrutura física, chamaram a atenção da fiscalização: a ausência de telas nas janelas do centro cirúrgico, permitindo a entrada de insetos; mofos nas paredes; pinturas descascadas; escadas de macas enferrujadas; e descarte indevido de materiais. O médico fiscal notou também que alguns avanços foram concluídos na parte externa do hospital, como a reforma da fachada, que inclui pintura e readequação da pista de acesso.

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