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Do Globo

Pesquisa de opinião realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) mostra que 75% dos brasileiros preferem que as cotas nas universidades federais sejam destinadas a alunos pobres que estudaram em escolas públicas, contra 11% que preferem a cota racial. Apenas 9% são contrários a qualquer tipo de reserva de vagas.

A pesquisa foi contratada pelo DEM, que pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão das cotas raciais na Universidade de Brasília. Foram entrevistadas mil pessoas, por telefone, em todas as regiões do país.

De acordo com a enquete, as cotas sociais, destinadas a alunos pobres que concluíram o ensino médio na rede pública, contam com o apoio de 84% da população. Quando os entrevistados foram indagados se apoiam apenas as cotas raciais para negros, pardos e índios, o percentual de aprovação foi menor: 53% dos entrevistados defenderam a proposta. Já 44% se disseram contrários às cotas raciais, e 4% não souberam ou não quiseram opinar.

A polêmica sobre as cotas está em debate no Senado. De um lado, o governo defende a reserva de vagas de acordo com critérios raciais e sociais. Do outro, a oposição apoia a reserva de vagas de acordo com critérios sociais, apenas, e rejeita a distinção dos estudantes pela cor da pele.

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0 resposta

  1. Embora reconheça ser louvável a intenção de incluir os pobres no Ensino Superior público, eu não sou a favor das cotas sociais. A meu ver, elas são apenas um paliativo, não resolvem o problema da educação no Brasil como um todo. A melhor solução que enxergo seria promover melhorias no ensino básico provido pelo Estado. Desta forma, ricos e pobres poderiam concorrer em igualdade de condições.

  2. Sou a favor das cotas sociais. Cota racial é de uma burrice sem tamanho!!! Dizem que é para “corrigir” uma dívida do país para com a população negra. Mas e as outras etnias que foram deixadas de lado pelo país???

  3. Eu sou a favor das cotas raciais.

    Há duas razões essenciais que me fazem apoiar, sem restrições, as cotas exclusivamente para negros. A primeira delas e, mais simples de ser defendida, é a de que há um resgate histórico, sim, a ser feito em relação aos quatro milhões de negros escravizados no Brasil, entre os séculos XVI e XIX , e seus descendentes. A escravidão gerou um trauma social jamais sequer tocado pelo poder público, até que veio essa decisão, do governo Lula, de lançar mão de ações afirmativas relacionadas à questão racial brasileira – que existe e é seríssima. Essa preocupação tardia das elites e dos “formadores de opinião” (que não formam nada, muito menos opinião) com os pobres, justamente quando são os negros a entrar nas faculdades (e lá estão a tirar boas notas) é mais um traço da boçalidade com a qual os crimes sociais são minimizados pela hipocrisia nativa. Até porque há um outro programa de inserção universitária, o Prouni, que cumpre rigorosamente essa função. O que incomoda a essa gente não é a questão da pobreza, mas da negritude. Há contra os negros brasileiros um preconceito social, econômico, político e estético nunca superado. O sistema de cotas foi a primeira ação do Estado a enfrentar, de fato, essa situação. Por isso incomoda tanto.
    A segunda razão que me leva a apoiar o sistema de cotas raciais é vinculado diretamente à nossa realidade política, cínica, nepotista e fisiológica. Caso consigam transformar a cota racial em cota “para pobres”, as transações eleitoreiras realizadas em torno dos bens públicos irão ganhar um novo componente. Porque, como se sabe, para fazer parte do sistema, é preciso se reconhecer como negro. É preciso dizer, na cara da autoridade: eu sou negro. Alguém consegue imaginar esses filhinhos de papai da caricata aristocracia nacional, mesmo os mulatinhos disfarçados, assumindo o papel de negro, formalmente? Nunca. Preferem a morte. Mas se a cota for para “pobres”, vai ter muito vagabundo botando roupa velha para se matricular. Basta fraudar o sistema burocrático e encher as faculdades públicas de falsos pobrezinhos. Ou de pobrezinhos de verdade, mas selecionados nas fileiras de cabos eleitorais. Ou pobrezinhos apadrinhados por reitores. Pobrezinhos brancos, de preferência.
    Só um idiota (ou alguém muito hipócrita) não percebe a diferença entre ser pobre branco o e pobre negro no Brasil. Ou como os negros são pressionados e adotam um discurso branco, assim que assumem melhores posições na escala social.

    **Por isso, essa ação afirmativa é apenas um fio inicial para pagar por todo o mal que já fizemos aos negros.

    ** Precisamos observar quais os interesses desse políticos antes de apoiar qualquer opinião. A pesquisa foi contratada pelo DEM, o mesmo que pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão das cotas raciais na Universidade de Brasília.

    Cabe a você cidadão achar qual o interesse que esses caras do DEM teria em ajudar pobres brancos. Desde quando em nossa história política eles ajudaram pobres? Se foram eles quem apoiavam a ditaduta militar, os “anos de chumbo”. Qual é a história política dos “Democratas” DEM???

    Abraço! João Herbert – Quijingue-Ba

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