A médica Lívia Mendes, secretária de Saúde de Itabuna
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A médica Lívia Mendes, secretária de Saúde de Itabuna, disse hoje (23) ao PIMENTA que a adoção de medidas restritivas contra o novo coronavírus, até o momento, não está no horizonte do governo municipal.

“[Medidas] de restrição, ainda não. A gente acompanha os números e vê que tem esse aumento, que a gente está tendo um reflexo agora das festas de fim de ano, em que as pessoas tendem a aglomerar mais e fugiram das regras importantes. Mas, agora, a gente não vê medidas de restrição, não”, explicou.

Na última quarta-feira (20), o secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, se reuniu com secretários de municípios das regiões Sul e Sudoeste do estado. Queria saber o que os governos municipais estavam fazendo para conter o vírus. Lívia Mendes representou Itabuna na reunião online. Na conversa com o PIMENTA, a secretária informou que o município vai priorizar o trabalho de conscientização das pessoas, para que evitem aglomerações e se protejam usando máscara. Deu o exemplo da Patrulha do Som, que fiscaliza o cumprimento das regras sanitárias em ambientes como bares e restaurantes. A gestora planeja a volta do serviço com a Guarda Municipal e os fiscais de indústria e comércio.

A troca de comando na Prefeitura prejudicou as medidas de combate à pandemia, admite Lívia Mendes. “Com essa transição, realmente, as ações de vigilância epidemiológica, as testagens, diminuíram. Um governo estava saindo, e outro, assumindo e colocando as pessoas que iriam coordenar essas ações. A gente já está voltando com as testagens. Um exemplo foi lá no abrigo [Albergue Bezerra de Menezes] e também as ações nos bairros com aumento de casos”.

Com a volta dos ônibus às ruas em até 12 dias, conforme anúncio do prefeito Augusto Castro (PSD), a Secretaria Municipal de Saúde vai estabelecer os protocolos de segurança do transporte coletivo, como o uso obrigatório de máscaras e o fornecimento de álcool em gel aos usuários e trabalhadores do sistema.

MORTES E OCUPAÇÃO DE UTIs

Entre 31 de dezembro e 22 de janeiro, Itabuna registrou 17 mortes por Covid-19. No total, são 378. Perguntamos à secretária se chegou a faltar leitos de tratamento intensivo para os pacientes do município. “No pico mesmo que a gente viu da pandemia, com certeza, faltou, porque Itabuna é referência da macrorregião. Os leitos de Itabuna também eram referência para o Sul e o Extremo-Sul do estado. Então, realmente, pela gravidade, se algum município ficou descoberto, isso provavelmente aconteceu por conta da insuficiência de leitos na época do pico”, respondeu.

Em Itabuna, o SUS disponibiliza 28 leitos de UTI Covid; 27 deles estão ocupados, segundo o boletim epidemiológico divulgado ontem (22) pela prefeitura. De acordo com a secretária, o município não registrou taxa de ocupação de 100% em 2021, mas nada garante que isso não voltará a acontecer, porque a dinâmica da pandemia “é um reflexo do comportamento da população”.

VACINAÇÃO

Itabuna recebeu 2.017 doses da CoronaVac e Ilhéus, com menos habitantes, 6.017. O que explica essa diferença? “Essa distribuição, essa proporcionalidade, segundo o Estado, foi feita em relação à população público-alvo dessa primeira fase. Qual era o público dessa primeira fase? Profissionais de saúde, os idosos das casas de longa permanência, ribeirinhos e indígenas em aldeias. Uma das questões é que Ilhéus tem as aldeias indígenas”, explicou a secretária Lívia Mendes. Em balanço divulgado neste sábado (23), a Prefeitura de Ilhéus informou que 1.007 tupinambás foram vacinados até o momento.

O Ministério da Saúde pretende iniciar neste sábado (23) o envio de dois milhões de doses da vacina Oxford/Astrazeneca aos estados. A exemplo do que aconteceu com o lote da CoronaVac, explica Mendes, o governo municipal só vai saber o número de vacinas destinadas a Itabuna poucas horas antes ou no momento da entrega feita pela Secretaria de Saúde do Estado.

Uma resposta

  1. Não seria o caso de divulgar quantos leitos de UTI COVID 19 estão ocupados por pacientes de outros municípios?
    Nós não merecemos pagar o pato (sofrer restrições) por causa de outros municípios. Não é justo.

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