Tempo de leitura: 2 minutos

Paixão Barbosa | Blog Política e Cidadania

O que mais me chamou a atenção no resultado da pesquisa eleitoral do Instituto Vox Populi sobre a sucessão baiana, que apontou Jaques Wagner (PT) com 41%, Paulo Souto com 32% e Geddel Vieira Lima com 9%, foi o crescimento substancial dos eleitores que se declararam indecisos (não sabem quem votar). Vejamos: os três principais candidatos mantiveram-se estáveis em relação à última pesquisa (feita em janeiro), uma vez que as oscilações se deram dentro da margem de erro da consulta, que foi de 3% – Wagner caiu 3% (de 44 para 41), Paulo Souto subiu 3% (de 29 para 32) e Geddel subiu 1% (de 8 para 9).

Mas a coluna de indecisos passou de 6% para 13%, sendo o único indicador que oscilou acima da margem de erro (brancos e nulos caiu de 6% para 4%), enquanto as candidaturas do PV e do PSOL mantiveram com 1% e 0%. Não é de estranhar que, após cinco meses, a quantidade de pessoas que não sabem em quem votar tenha crescido, quando o natural é que a indecisão vá caindo à medida que os candidatos e suas propostas se tornem mais conhecidos?

A coluna de indecisos passou de 6% para 13%, sendo o único indicador que oscilou acima da margem de erro.

Ou será isto um reflexo justamente deste maior conhecimento, que levou parte do eleitorado a pisar no freio e refluir de posições anteriores enquanto aguarda que as coisas se aclarem mais? Sem dúvida que, como pesquisa é justamente para orientar os passos das campanhas, aí está um bom prato sobre o qual marqueteiros e analistas vão se debruçar em busca de explicações.

No mais, em relação às três principais candidaturas, o quadro da pesquisa mostra que ainda há muita água para passar sob esta ponte eleitoral, embora o governador Jaques Wagner mantenha nitidamente o seu favoritismo, ainda que (neste momento) nada indique uma vitória já no primeiro turno. Mais uma vez nós deveremos ter uma eleição que deverá se decidir sob a influência do horário eleitoral gratuito e dos momentos finais da campanha.

Paixão Barbosa é coordenador da Agência de Notícias A Tarde e mantém o Blog Política e Cidadania (acesse aqui).

2 respostas

  1. Zelão diz: – Uma releitura

    Empleno período de pré campanha, indiscutivelmente leva vantagem o candidato que está no poder. Além de poder contar com a propaganda institucional do governo, conta ainda com a exposição constitucional do cargo (eventos, inaugurações e etc.), além claro; do “silêncio dos indecisos,” ou daqueles que votam em quem tem mais chance de ganhar o pleito.

    Foi justamente o que deu ao governador Wagner, a vantagem que criou a falsa impressão de que haveria a repetição do resultado das eleições de 2006, quando no final, Wagner ganhou no primeiro turno. O certo é que hoje já se tem como certo que haverá um segundo turno na eleição para governador da Bahia.

    Incerto, é como será o quadro na política nacional também em segundo turno entre Serra e Dilma, que será determinante para a formação das alianças nos estados.

    A única leitura preocupante para os lados do PT de Wagner, é a queda de quase cinco pontos e o crescimento igual de Paulo Souto, quando o que se poderia esperar para o momento atual, quando todos os ventos favoráveis sopram para Wagner, seria, no mínimo, a manutenção dos seus percentuais apontados anteriormente.

    Óbvio que “muita água ainda passará por baixo da ponte.” Porém, que as águas não representem literalmente para Wagner a velha comparação: – “Água de morro abaixo, fogo de morro acima e político em queda, não tem que segure.”

Deixe aqui seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *