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Marco Wense

Depois de um bom tempo esquecida, a discussão sobre a necessária reforma política vem à tona. Sempre é assim: a coitadinha é deixada de lado e, depois, aparece.

O deputado federal Josias Gomes coloca o financiamento público de campanha e a lista pré-ordenada como itens mais importantes da reforma.

Discordo em relação a tal da lista, já que outros pontos merecem mais atenção: o voto distrital, o aperfeiçoamento do instituto da fidelidade partidária e outras medidas contra a prostituição eleitoral.

“É necessário uma mobilização, a mais ampla possível, em torno dos itens financiamento público de campanha e a lista pré-ordenada”, diz o petista.

A lista pré-ordenada, se aprovada de acordo com o andar da carruagem, vai inibir o surgimento de novas lideranças políticas, já que os donos dos partidos, conhecidos como “mangangões”, serão os primeiros da fila.

A defesa da lista partidária como prioridade deve ser assentada em fortes e convincentes argumentos, sob pena do parlamentar ficar com a pecha de exterminador de novas lideranças.

REFORMA POLÍTICA (2)

Para Itamar Franco – senador eleito pelo estado de Minas e ex-presidente da República –, a solução para acabar com o mandonismo nas legendas são as candidaturas avulsas.

É evidente que candidaturas a cargos eletivos sem precisar de filiação partidária é uma medida extrema. A iniciativa, no entanto, serve de alerta para os que se acham proprietários de partidos.

Além da defesa da candidatura avulsa, Itamar Franco, que vai presidir a comissão especial da reforma política no Senado, quer o fim do instituto da reeleição.

“Vivemos uma ditadura de partidos. Os partidos são dominados por cúpulas”, diz, com toda razão, o ex-presidente da República.

REFORMA POLÍTICA (3)

Qualquer iniciativa que vise o fortalecimento do regime democrático e, consequentemente, dos partidos é salutar. O povo brasileiro agradece.

A prostituição eleitoral, assentada no vergonhoso toma-lá-dá-cá, na compra de votos e no escancarado fisiologismo, deve ser incinerada, extirpada do mundo político, sob pena de contaminar outras instituições da sociedade.

Se a lista partidária (ou pré-ordenada) for implantada a toque de caixa, para satisfazer interesses de grupos políticos encastelados no poder, vai inibir o surgimento de novas lideranças.

Partido Político é para servir o povo. Não pode ser instrumento para satisfazer projetos pessoais de políticos inescrupulosos.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

0 resposta

  1. SOU 100% FAVORÁVEL, À CANDIDATURA AVULSA; POIS, A GRANDE PARTE DO POVO BRASILEIRO NÃO VOTA NO PARTIDO, MAS “NO PERSONAGEM”. OBSERVEM QUE NAS CAMPANHAS, OS CANDIDATOS ESCONDEM SEUS PARTIDOS DO ELEITOR, APENAS MOSTRAM AS SUAS “VIRTUDES”.

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