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Daniel Thame
De acordo com notícia publicada no jornal Folha de São Paulo, o Ibope realizará no final do mês uma pesquisa para testar pelo menos cinco candidatos do PT à sucessão de Lula. O objetivo é indicar qual deles, numa eventual impossibilidade da candidatura de Dilma Roussef por conta de sua doença, reúne maiores condições de enfrentar o favorito José Serra, do PSDB.
Entre os nomes que serão colocados para avaliação está o do governador da Bahia, Jaques Wagner.
Não é a primeira vez que o nome de Wagner aparece como provável candidato a suceder Lula. Sua atuação serena e segura no auge da crise do mensalão, que quase afunda Lula e produziu estragos no PT, lhe deu dimensão nacional, a ponto do próprio presidente ter tentado demovê-lo da disputa pelo governo baiano, que se apresentava como uma espécie de missão impossível, para ajudá-lo na reeleição.
Wagner decidiu mostrar que a missão era possível, impôs uma derrota histórica ao carlismo e catapultou seu nome como liderança nacional, candidato de primeira linha à sucessão de Lula. A opção petista por Dilma Roussef, a candidata de maior visibilidade, tirou Wagner dos holofotes nacionais, pelo menos em nível de eleição presidencial, para onde ele retorna agora por conta da enfermidade da ministra chave da Casa Civil e “mãe” do PAC.
Péssima hora!
A reinserção de Jaques Wagner na disputa presidencial, ainda que seja uma hipótese remota, visto que Lula tem repetido que a candidata do PT é Dilma e ponto final, se dá num momento em que o governador convive com uma das crises políticas cíclicas, provocadas pelo PMDB, que pela enésima vez ameaça lançar candidatura própria ao governo baiano.
No caso, a candidatura do ministro da Integração Nacional. Geddel Vieira Lima. Bem ao seu estilo, Geddel não diz que é candidato. Nem que não é. Mas seu partido diz que quer lançar um candidato. E Geddel diz que é homem de partido e vai seguir o que o partido determinar. Um craque no jogo de palavras e na dissimulação.
Colocar Wagner na sucessão presidencial, mesmo que seja apenas em hipótese, é embolar a sucessão baiana, alimentar a gula do PMDB pelo Palácio de Ondina e instalar a insegurança entre os aliados (notadamente os que não estavam juntos na histórica eleição de 2006).
Não acrescenta nada no plano nacional, porque tudo indica que a candidata do PT será mesmo Dilma (ou o próprio Lula, não se descarte essa possibilidade) e ainda embaralha o jogo no plano estadual, justamente no momento em que Wagner, favorito em todas as pesquisas de intenção de voto, precisa focar os rumos de seu governo, que tem inúmeros acertos e avanços que devem ser realçados e mostrados à população; reafirmar sua candidatura e cobrar uma definição do que os peemedebistas querem da vida.
De mais a mais, pode fazer muito bem para o ego ser lembrado como um potencial candidato à sucessão de Lula.
Mas, foi justamente o ego e uma avaliação completamente equivocada que levaram Waldir Pires a cometer aquele que foi seguramente o seu pior erro político.
Waldir entregou o governo da Bahia, conquistado igualmente após uma vitória histórica sobre o carlismo, nas mãos do PMDB e foi se aventurar (ou melhor, desventurar) na barca furada como vice de Ulisses Guimarães.
Com a saída de Waldir, ACM voltou ainda mais forte, dominou a Bahia por mais duas décadas até ser derrotado por Jaques Wagner.
ACM morreu, mas o carlismo e suas adaptações mal disfarçadas não.
A sereia canta. É de bom alvitre tapar os ouvidos.
E abrir os olhos…
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7 respostas

  1. Sexta-feira, 22 de Maio de 2009
    Secretário de Administração pode deixar governo Wagner e PT vai tendo espaço reduzido na administração estadual
    Os comentários nos bastidores hoje (22) da Assembleia Legislativa davam como provável o afastamento do secretário de Administração do governo Jaques Wagner, Manoel Vitório, diante de derrapagens que teria dado ao não estabelecer com precisão aproximada o impacto que haveria na folha de pessoal, diante dos projetos que foram enviados pelo governo durante a convocação extraordinária da casa legislativa.
    Hoje, ao fazer as contas com mais precisão, o Planejamento e o segmento financeiro da Secretaria da Fazenda perceberam que o furo tem sido mais embaixo com (aí sim) forte impacto na folha. Foram 20 projetos aprovados na convocação sem estudo autorial competente. Diz-se ainda entre alguns deputados que como Wagner atendeu a questão política na nomeação da desembargadora Marta Karaoglan estaria agora com campo livre para fazer esse novo movimento na sua equipe.
    Por decisão pessoal do governador Jaques Wagner, o PT vai tendo o seu espaço reduzido na área finalística da administração estadual, através da mudança de comandos de duas estatais importantes: Conder e Car que atuam nos setores urbano e rural de toda Bahia, respectivamente, influindo diretamente na vida da população carente de infra-estrutura.
    A estratégia visa dar mais condições de trabalho para os aliados com vistas às eleições de 2010, dando resposta concreta ao teor do discurso de que os petistas só trabalham para se tornarem hegemônicos e escantear os parceiros.
    No caso da Car, aceitou a indicação do deputado Paulo Câmara, para retorno de José Pirajá ao posto que ocupou, em substituição ao próprio Câmara, em abril de 1994, durante oito anos e meio e até ser sacado no inicio do último governo soutista, como forma de desmonte da equipe ligada ao ex-senador Waldeck Ornelas, na Secretaria de Planejamento.
    Já na Conder, buscou-se a colocação no comando de empresário da área de construção civil com experiência na iniciativa privada, repetindo o perfil administrativo que prevaleceu nos últimos anos, quando a empresa foi gerida por gente alheia ao setor público. A escola de Villas Boas é pessoa do governador com DNA de outro amigo Cacá Borges.
    A mexida não é pequena, pois estas estatais juntas têm orçamentos que hoje montam a cerca de R$ 2 bilhões de investimentos, com projetos de grande envergadura como a Via Portuária, orçada em R$ 300 milhões, e ao Projeto de Desenvolvimento Rural de Tucano, com financiamento externo de R$ 600 milhões.
    Isto, sem falar na implantação da polêmica ponte Salvador-Itaparica que está em gestação pelo governo Wagner e iniciativa privada, com orçamento estimado em torno de R$ 1,8 bilhão e a reestruturação do estádio da Fonte Nova e seu entorno, com previsão de gastos de R$ 400 milhões.
    Há ainda no Planejamento um apetite gerencial muito intenso do atual titular da pasta, Walter Pinheiro. Já teria dispensado dois gaúchos que aqui chegaram por indicação da secretária Eva Chiavon.
    O governador Jaques Wagner quer apressar o passo. O ano eleitoral está chegando e só existem, agora, 16 meses para apresentar resultados até as eleições de 2010. Lembrando que, na mídia, especialmente na TV, o governo só tem 13 meses para mostrar os seus feitos. A partir de 7 de julho 2010, a Agecom fica proibida de fazer propaganda. (Com informações do site http://www.bahiaja.com.br).

  2. Isto tudo está me lembrando muito o que aconteceu ao Waldir Moleza, …!!!
    Tomara que vá, mas que não volte nunca mais, …!!!
    Se não for a Dilma, o PT poderá dar adeus ao Governo Federal (terão muito pouco tempo para fazer manobras políticas tão arriscadas), …!!!
    A única chance do Pt voltar ao poder será a volta do próprio Lula em 2014, isso se o Serra fizer um péssimo governo, …!!!
    Mas, com toda sinceridade, torço para que a Dilma consiga disputar a sucessão presidencial, pois será uma oportunidade de termos dois candidatos de alto nível: Tanto o Serra quanto a própria Dilma, …!!!
    Ambos são pessoas técnicas, e isto será muito bom para o Brasil. Tomara que o povo entenda, …!!!
    Aí, sim: Que vença o melhor, …!!!

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