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Greve no HBLEM é mantida
Greve no HBLEM é mantida

Os funcionários do Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães vão parar as atividades a partir de amanhã (terça,26), na troca do plantão. Apesar do anúncio da prefeitura, que promete quitar o salário de abril nesta terça, a mobilização dos trabalhadores foi mantida. “O indicativo de greve não foi deflagrado por conta dos salários, e sim pela nossa campanha salarial. Como nada foi resolvido nesse campo, a greve está mantida”, afirma o coordenador do Sintesi, João Evangelista dos Santos. O Pimenta conversou com o sindicalista sobre a greve.
O governo promete pagar amanhã os salários de abril. Isso enfraquece a greve anunciada para esta terça?
Mesmo que os salários fossem pagos no mês de abril ou até o quinto dia útil de maio, como permite a lei, a greve ocorreria. Não estamos parando pelos salários atrasados, embora esse seja um problema grave. Estamos parando pela nossa campanha salarial. Os funcionários do HBLEM pedem 12,5% de reajuste salarial, e o governo se mostra irredutível.
O governo resolveu partir pro ataque em relação ao Sintesi e afirma não reconhecer a legitimidade do sindicato na defesa dos interesses dos trabalhadores do Base. O Sintesi tem essa representatividade?
Desde a inauguração do Hospital de Base fazemos a luta da categoria. Temos funcionários filiados, que nos pagam a contribuição sindical, e que sempre contaram com o apoio do Sintesi nas suas lutas. Agora, o que ocorre é que o sindicato dos servidores municipais [Sindserv] reivindica para si essa base, alegando que todos ali são funcionários do município.
Para ficar claro: há uma disputa por bases entre os dois sindicatos.
Há uma disputa e o Sintesi está disposto a fazer essa discussão, inclusive na justiça. Uma coisa é você lidar com pessoal de apoio ou de setores administrativos. Outra é lidar com uma categoria cujas discussões são muito específicas.
Quais seriam essas especificidades?
Imagine a seguinte situação: os servidores do setor adminstrativo da secretaria da educação, assim como os professores municipais, fazem parte, ao mesmo tempo, do contingente de servidores do município e, especificamente, da educação. Agora imagine o Sindserv negociando com o município a campanha salarial dos professores, discutindo Fundeb, leis de diretrizes e bases etc…
No caso do Hospital de Base, os únicos que teriam essa característica mais específica seriam técnicos e enfermeiros…
Isso, por isso faço essa comparação. Os professores não gostariam de ser representados por um sindicato que não possui história na luta. A mesma coisa se dá com os funcionários do Hospital de Base. Não se pode imaginar uma discussão de repasses da atenção básica, média ou alta complexidade entre município e Sindserv. Será que o sindicato dos professores também deixaria de representar sua base, porque estes são funcionários do município?
Qual a intenção do governo quando incita essa disputa?
É uma disputa política. Outro ponto é que poderia ser uma tentiva de aproveitar a inexperiência do Sindserv nessas questões que citei. O Sindserv tenta levar adiante sua campanha salarial e, em tese, está no lado oposto ao município. Não vejo razão para o governo preferir discutir com o sindicato dos servidores que não seja para levar essa vantagem.

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