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Marco Wense

Essa reação, externada de maneira incisiva, de que o PCdoB não é mais subserviente ao petismo, não quer mais o papel de coadjuvante, agrada também ao PSB e o PP.

As reações de Wenceslau Júnior, presidente do PCdoB de Itabuna, reafirmando candidatura própria na sucessão de 2012, têm provocado uma incontrolável euforia nos democratas (DEM).
Qualquer comentário de que o PCdoB não terá candidato, novamente apoiando o PT, é logo bombardeado pelos três prefeituráveis da legenda: Davidson Magalhães, Sena e Wenceslau.
Um racha na oposição, principalmente entre comunistas e petistas, é “a azeitona que faltava na empada do prefeito Azevedo”, costuma dizer um azevista de carteirinha.
Tem até correligionários com a opinião de que a reeleição de Azevedo depende mais da cisão oposicionista do que da realização de obras na periferia.
Essa reação, externada de maneira incisiva, de que o PCdoB não é mais subserviente ao petismo, não quer mais o papel de coadjuvante, agrada também ao PSB e o PP.
Com o PCdoB longe do PT, a indicação do candidato a vice na chapa encabeçada por Geraldo Simões seria disputada por socialistas e pepistas.  O empresário Roberto Barbosa, que preside o PP local, é um fortíssimo vice-prefeiturável.
O PT de Geraldo Simões não quer nem ouvir falar do médico Edson Dantas e do vereador Ricardo Bacelar como opções do PSB para uma composição na chapa majoritária.
Não é à toa que Ruy Machado, presidente da Câmara de Vereadores, trabalha para levar o colega Gerson Nascimento para o Partido Socialista Brasileiro.
Ruy Machado sabe que a coligação do PSB com o PT é favas contadas. A senadora Lídice da Mata, mandatária-mor do PSB, já decidiu que o partido deve apoiar o ex-prefeito Geraldo Simões.
De olho no segundo mandato, Ruy Machado, mesmo em outro partido, faria de tudo para emplacar o colega Gerson como vice de Geraldo. A contrapartida do edil seria o apoio a sua reeleição.
Para fazer frente ao ambicioso plano do presidente do Legislativo, alguns membros do diretório vão convidar o major Serpa para se filiar ao PSB, se tornando assim um vice-prefeiturável.
Pelo andar da carruagem, parece que o caminho da reconciliação entre petistas e comunistas é cada vez mais difícil. A tábua de salvação do PCdoB é o PMDB.
O PCdoB não pode lançar candidatura própria sem o imprescindível apoio do PMDB, sem o tempo que a legenda dispõe no horário eleitoral destinado aos partidos políticos.
Davidson Magalhães, por exemplo, não pode fazer uma campanha com alguns segundos na telinha. Uma campanha, digamos, enesiana, na base do “meu nome é Davidson”.
Marco Wense é articulista político.

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Manuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

Peguei-me pensando a que ponto nós chegamos, ao observar a população agindo com as próprias mãos.

Noite fria e chuvosa de sábado, 30 de julho, e eu estava tentando escrever alguma coisa sobre o aniversário de Itabuna. Na verdade, já vinha rabiscando desde o início da semana, mas não consegui. Em primeiro lugar, não me senti à vontade para criticar a cidade que vivo justamente nos dias de comemoração pelo seu aniversário. Comparo com alguém que aproveita um evento familiar para “lavar roupa suja” com algum parente, deixando de ser sincero para ser deselegante. Por outro lado, a sua infraestrutura está decadente, e seria hipocrisia vendar os olhos diante de tudo e escrever um texto com votos de felicitações, como já fiz tempos atrás.
Escutei o som de um tiro. Não sei dizer quantos foram, mas o estampido de um tiro é inconfundível. Ao chegar à porta de casa, deparei-me com o fato em si: um ladrão, ao assaltar um estabelecimento comercial próximo, foi contido pela população. Torna-se desnecessário descrever detalhes do assalto ou da forma como o meliante foi pego. Atenho-me, neste momento, ao que me parece ser o grave e considerável problema: somos nós, cidadãos itabunenses e baianos, que estamos cuidando da nossa segurança!
Somos nós que estamos contratando seguranças particulares para as empresas e residências. Somos nós que denunciamos. Somos nós que fiscalizamos. E assim, vivemos acuados, com medo. Peguei-me pensando a que ponto nós chegamos, ao observar a população agindo com as próprias mãos.
É lamentável a atual situação. Estamos desprotegidos, desamparados, abandonados, vulneráveis. Não frequentamos praças e não caminhamos nas avenidas com tranquilidade. São assaltos, agressões e mortes gratuitas. O tema bate recorde nos noticiários e os índices já não nos assustam mais. A segurança pública está gritando, e os governantes fingem não escutar!
Manuela Berbert é jornalista e colunista da Contudo.

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Cláudio Rodrigues | formandus@formandus.com.br
 

Grande parte de nossos impostos vai para os bolsos de gestores corruptos.

 
Há 16 anos uma quadrilha se instalou no Ministério dos Transportes sob as bençãos dos ex-presidentes FHC e Lula. Nesse período, bilhões de reais foram drenados para os bolsos dessa quadrilha, uma facção criminosa que inicialmente usou a sigla PL (Partido Liberal ou Partido dos Ladrões) e depois passou para PR (partido da República ou partido da Roubalheira). Sempre chefiado pelo deputado Valdemar da Costa Neto e pelo ex-ministro e senador Alfredo Nascimento, esse bando não só nos roubou dinheiro, como também o desenvolvimento do Brasil e vidas, milhares de vidas.
Sabemos que boa parte dos acidentes que exterminam seres humanos nas rodovias brasileiras são fruto do péssimo estado de conservação dessas estradas. Para se ter uma ideia, no trecho da BR 101, entre os municípios de Eunápolis e Teixeira de Freitas, no extremo-sul do Estado, o condutor de qualquer veículo, além de habilidade e prudência, precisa contar com a proteção divina. Nesse trecho, o acostamento é dominado por imensos buracos e mato, que está prestes a tomar a pista. As placas de sinalização também estão cobertas pelo mato.
Na mesma rodovia, já em Itabuna, existem buracos capazes de engolir a roda de uma carreta. Nesse ponto da 101, há pouco mais de um ano o Dnit, um dos braços do esquema da ladroagem, fez uma “total recuperação”, mas o asfalto aplicado foi tipo Sonrisal e na primeira chuva derreteu.
O Brasil é formado por pessoas de bem, honestas e que ganham o pão de cada dia com o fruto do suor que escorre do rosto. Pagamos a maior carga tributária do mundo, e não temos os serviços básicos como saúde, educação, transporte público de qualidade e segurança. Grande parte de nossos impostos vai para os bolsos de gestores corruptos. Temos que dar um basta a essa situação, não podemos ver ladrões de colarinho branco se dar bem e achar que é assim mesmo, esperando que um novo escândalo apareça e apague o último.
Hoje ninguém fala mais das traquinagens de Eunice Guerra e seus filhos Metralhas, das consultorias milionárias de Palocci e dos atos secretos de Sarney no Senado, só para ficar nas pilantragens recentes. Vamos juntos criar o Dia Nacional de Mobilização Contra a Corrupção, mobilizar os homens e mulheres de bem dos quatro cantos do País, através dos veículos de comunicação e das redes sociais, para dedicar um dia a protestar e malhar esses políticos ladrões. Colher assinaturas para mudar o Código Penal e alterar a Constituição para acabar com o foro privilegiado dessa gente, mandar para a cadeia esses safados e tomar tudo o que eles nos roubaram.
Um povo que enfrentou as baionetas da Ditadura Militar, que foi às ruas exigir eleições diretas, que se uniu para expulsar um presidente ladrão, não pode ser permissivo com a atual situação que estamos vivendo. Está na hora de dar um basta.
Cláudio Rodrigues é empresário, sócio da Formandus Eventos.

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Ricardo Ribeiro | ricardoribeiro@pimentanamuqueca.com.br
 

O brasileiro, cordeirinho, passivo e anestesiado, vai “levando”.

 
Gostei muito de um texto em que a professora Valéria Ettinger fala sobre solidariedade e, mais que isso, acerca da responsabilidade de cada um de nós com o coletivo. Fala sobre a importância de se sentir parte da estrutura política e ser sujeito ativo, participante, atuante.
Há muito tenho pensado em como os brasileiros se habituaram a uma incompreensível passividade com tudo o que ocorre da porta pra fora. Povo se tornou um ente quase imaginário, o que é público não é de ninguém, que se dane se o lixo está espalhado na rua, se as praças estão mal-cuidadas, se não há espaços de lazer e se roubam aceleradamente no Ministério dos Transportes. Fazer o quê? Paciência!
Esse comportamento chamou atenção de um jornalista estrangeiro, que afirmou não entender como os brasileiros são tão conformados com tanta displicência e roubalheira. Além do conformismo, tem o costume, que é bem pior nesse caso. Por aqui, chegou-se ao ponto de acharem a safadeza dos políticos coisa normal e inerente à atividade deles. Eliminar esse entendimento e forjar uma sociedade que reaja diante do descalabro que a cerca talvez seja o maior desafio desses tempos.
Sonho com o dia em que o brasileiro se entenda como parte e não como vítima de todo esse processo. Que assuma o controle do seu destino e não aceite ou espere algo “de cima”. Cada um pode e deve cumprir o seu papel, pois, como bem diz a professora Valéria, de que é feito o Estado senão de nós mesmos? Quem são os políticos senão aqueles que, entre nós, escolhemos para nos governar e representar?
Somos parte de tudo isso e não meros espectadores de escândalos enxertados entre novelas e que muitas vezes até se confundem com obra de ficção. Falta ao brasileiro fazer o link entre a corrupção noticiada e os serviços públicos precários, a cidade mal-cuidada e os impostos escorchantes camuflados em todos os preços.
Divulgou-se recentemente que o Brasil é um dos países mais caros para se viver. Os aluguéis e diárias de hotel têm valores mais elevados no Rio e em São Paulo do que em Paris e Nova York. Os mesmos carros chegam a custar o dobro no País, tudo por conta de uma carga tributária abusiva, da qual não se vê retorno. O brasileiro, cordeirinho, passivo e anestesiado, vai “levando”.
Ricardo Ribeiro é um dos blogueiros do PIMENTA.
Clique no link abaixo para ler o artigo da professora Valéria Ettinger.
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Marco Wense

O PCdoB não terá mais candidato próprio na sucessão do prefeito Azevedo.

Salvo algum acidente de percurso, o candidato do PT à sucessão municipal de 2012 é o deputado federal Geraldo Simões, ex-prefeito de Itabuna por dois mandatos.
Depois de uma avaliação eminentemente política, ficou a conclusão de que a pré-candidatura de Juçara Feitosa criaria problemas com os partidos da base aliada do governo Wagner.
Com Geraldo Simões, o governador Jaques Wagner vai entrar na campanha de maneira incisiva, principalmente em relação ao apoio das legendas aliadas.
A opção Geraldo Simões, além de por fim na discussão sobre a imposição do nome da ex-primeira dama, freia a intenção do PCdoB de lançar candidatura própria.
Com Geraldo candidato, os “meninos” do PCdoB vão conseguir tudo que desejam: Ciretran, vaga no Parlamento estadual para Wenceslau Júnior e a permanência de Davidson Magalhães na Bahiagás.
Com Geraldo candidato, o vereador Claudevane Leite, o Vane do Renascer, deixa o pesadelo de ser o candidato do PT na sucessão do prefeito Azevedo e vai atrás da sua reeleição.
A candidatura de Geraldo Simões muda todo o cenário eleitoral. Recente pesquisa de intenção de voto aponta Geraldo na frente, em uma posição confortável em relação ao segundo colocado.
Os favoritos na eleição municipal de 2012, sem dúvida o prefeito Azevedo (DEM-reeleição) e o deputado Geraldo Simões (PT), sabem da importância de uma boa coligação no processo sucessório.
O petista corre atrás dos partidos que compõem a base de sustentação política do governo Wagner, principalmente o PCdoB, PSB, PDT e o PP. O demista busca o importante apoio do PSDB, PPS, PR, PV e do PTN.
Pela frente, o PMDB com seu invejável tempo no horário eleitoral. O partido vai ficar com quem? O PMDB de Itabuna é uma democrática mistura de fernandistas, geraldistas, azevistas, ubaldistas e renatistas.
E por falar no PMDB, a legenda ainda conta com a irreverência, conhecimento, sabedoria e a polemicidade dos inquietos Juvenal Maynart e Ruy Correa.
Marco Wense é articulista da Contudo.

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Marco Wense

Quando alguém perguntava a Paulo Souto, então candidato ao Palácio de Ondina, se o prefeito Azevedo iria votar nele, o ex-governador respondia com um “sei lá”.

Agora é ponto final. As interrogações, aspas, reticências sobre o futuro político do prefeito José Nilton Azevedo devem desaparecer.
O chefe do Executivo sabe que não pode mais ficar indeciso, como aconteceu na sucessão estadual, deixando toda a cúpula do DEM irritadíssima.
Quando alguém perguntava a Paulo Souto, então candidato ao Palácio de Ondina, se o prefeito Azevedo iria votar nele, o ex-governador respondia com um “sei lá”.
Azevedo não pode mais vacilar, sob pena de dificultar ainda mais sua pretensão de governar Itabuna pela segunda vez, empatando com o petista Geraldo Simões.
Pelo DEM vai buscar sua reeleição ou o fracasso eleitoral. Não pode prescindir de uma coordenação política tendo na linha de frente Maria Alice, presidente do Partido do Democratas.
Maria Alice, merecidamente mantida no comando do DEM, já deu provas suficientes de que sua ligação política com o ex-prefeito Fernando Gomes, hoje no PMDB, é coisa do passado

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Giorlando Lima | Blog de Giorlando

Redes sociais funcionam hoje, mas não são a razão nem a arma da revolta.

Sempre houve reações populares de protesto, revoltas. Acalentadas em reuniões secretas, conclamadas por bilhetes e boca-a-boca sussurrantes. Sem Twitter e Facebook os estudantes sacudiram a França em 68, governos já caíram em todo mundo e caras-pintadas derrubaram um presidente no Brasil.
As panelas já falaram no lugar das redes sociais, bem como os recados dados nos bordéis e os cochichos no açougueiro e nas feiras-livres. Redes sociais funcionam hoje, mas não são a razão nem a arma da revolta.
Concedamos que agora a divulgação para o mundo é mais rápida e mais livre. Isso reacende estopins, incita, estimula, emula, mas não cria o sentimento, não inicia a manifestação, não lota a praça.
O que lota é amplitude da dor, a proximidade do sofrimento, o avizinhamento da esperança, os gritos que chegam pela janela e reverberam por todos os cômodos e chamam para a rua.
Isso se daria, no momento e na circunstância histórica inevitáveis, ainda que scraps, tweets e posts voassem presos às pernas de pombos-correio ou viajassem em garrafas de náufragos.
Prefiro menos teoria. Mas, aceito estar errado e espero mudar de opinião quando as “redes” levantarem Cuba ou puderem fazer nossos políticos votarem um mínimo mais decente ou barrar Belo Monte, por exemplo. Ou isso só funciona na direção da direita?
Giorlando Lima é jornalista, publicitário e se amarra em Twitter e Facebook.

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Marco Wense

Geraldo aposta na interferência do governador Wagner, unindo os partidos em torno da candidatura de Juçara.

A reeleição do prefeito de Itabuna, José Nilton Azevedo, eleito pelo DEM, ex-Partido da Frente Liberal (PFL), continua complicada, mas não tão difícil como parecia ser.
Pessoas bem próximas do chefe do Executivo, como também adversários políticos, alguns até prefeituráveis, já admitem que o governo demista, quando comparado ao que era antes, teve uma razoável melhora.
Os azevistas, principalmente os mais eufóricos, acham que a posição de primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto é só uma questão de tempo.
O outro lado, o da oposição, tendo na linha de frente o Partido dos Trabalhadores (PT), acredita que tudo não passa de um oba-oba da assessoria de comunicação do alcaide.
Enveredando para o lado eminentemente político, o racha na oposição, especificamente entre o PT e o PCdoB, é outro ponto que alimenta a confiança do azevismo na reeleição.
O deputado Geraldo Simões aposta na interferência do governador Jaques Wagner. Para o ex-prefeito, Wagner vai unir todos os partidos da base aliada em torno da candidatura da ex-primeira dama Juçara Feitosa.
Situacionistas e oposicionistas fazem o que é inerente ao processo político. Ou seja, espalham otimismo. Uma coisa é certa: o prefeito Azevedo não é mais, como diziam alguns petistas, “cachorro morto”.
O “já ganhou”, menosprezando e subestimando o adversário, é o pior caminho para chegar ao poder.
AZEVEDO, SANTANA E CASTRO
Mais cedo ou mais tarde, o prefeito de Itabuna vai ter que encarar, olho no olho, os deputados estaduais Augusto Castro (PSDB) e o coronel Santana (PTN).
Perguntar para os senhores parlamentares, que têm cargos importantes no governo, se eles vão ou não apoiar sua reeleição, sob pena de ter uma desagradável surpresa na sucessão municipal.
Augusto Castro, além das críticas que faz ao governo demista, diz que “a cidade anseia por renovação política”. O coronel Santana, por sua vez, pede respeito aos correligionários mais próximos do chefe do Executivo.
Se o prefeito estivesse em uma posição confortável nas pesquisas eleitorais, não necessariamente na frente de Juçara Feitosa, os deputados estariam se engalfinhando para indicar o candidato a vice na chapa majoritária.
Castro e Santana, que vêm fazendo um bom trabalho na Assembleia Legislativa, só querem usufruir das coisas boas que acontecem no governo.
Marco Wense é articulista da revista Contudo.

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Gerson Menezes | publixcriativo1987@hotmail.com

Dilma dá um freio nas ambições desmedidas da sua base aliada, inclusive o PT e o PMDB.

O ex-presidente Lula dizia uma coisa certa: “Dilma após eleita irá demonstrar que é uma grande administradora.” Em pouco mais de seis meses na presidência, a presidente Dilma Rousseff tem demonstrado não querer transigir com a corrupção no seu governo.
Diferentemente de Lula, que tentava negar de pronto as denúncias (nunca definitivamente apuradas) no seu governo, denominando-as “tentativas de golpe da oposição”, Dilma vai, aos poucos, mostrando o seu perfil, modo de governar o país, livrando-se sem cerimônia da “herança maldita” deixada por Lula, na forma de “penduricalhos políticos” instalados nos ministérios e nas estatais.
Ao contrário do que dizem os seus “companheiros”, de que a Presidenta Dilma Rousseff é uma “boa gerente” e uma má política, ela vem demonstrando, mineiramente, o seu desacordo com o modus operandi de fazer política em nome da governabilidade, até então estabelecido no poder.
Ao se aproximar do PSDB, ao promover gestos claros de cortesia para com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ainda hoje um dos principais ícones da atual oposição, Dilma dá um freio nas ambições desmedidas da sua base aliada, inclusive o PT e o PMDB.
Assim, emite sinais claros de que poderá estabelecer uma relação ética de governo com os partidos de oposição liderados pelo PSDB, reequilibrando suas forças sem a necessidade de ter que aceitar imposições e negociações que vão além dos seus princípios éticos de governar.
Os comentários ganharam força nesse sentido quando, no dia de ontem, o atual presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra, foi recebido no Palácio do Planalto pela ministra Ideli Salvatti, coordenadora política de Dilma Rousseff.
Membros insatisfeitos da base aliada do governo dão sinais evidentes de frustração, ao alimentarem o ego do ex-presidente Lula, pregando a sua “re-reeleição” em 2014, em substituição a Dilma.
Gerson Menezes é publicitário e marqueteiro político.

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As velhas negociatas, desvios de recursos e inchaço da folha com contratos e indicações políticas há muito impedem que a Secretaria da Saúde de Ilhéus tenha uma gestão eficiente. Até mesmo secretários aparentemente bem-intencionados, como era o caso do recente Jorge Arouca, foram manietados pela bandalheira reinante naquele setor de tão delicadas responsabilidades.
Agora, pela primeira vez, um gestor pelo menos admite tal descontrole e a necessidade de ações enérgicas. O secretário interino Uildson Henrique afirmou ao radialista Gil Gomes que a comissão gestora nomeada pelo governo já determinou o cancelamento de contratos com suspeita de vícios e investiga indícios de desvios que podem chegar a R$ 5 milhões. 
Segundo o secretário interino, a recuperação da saúde de Ilhéus exige remédio amargo e ele diz que as primeiras doses estão sendo ministradas. Resta saber se o tratamento vai se resumir a isso, pois é impensável que não haja punição para os larápios que se fartavam com dinheiro público enquanto a população sofria nas unidades de saúde.
Aliás, talvez não se deva realmente esperar tanto… 

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Manuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

Num único e longo dia, fui apresentada por ele a autores até então desconhecidos, a blues até então desconhecidos, a histórias com finais belíssimos, frutos das suas observações e/ou devaneios.

Eu não sei de quem herdei o vício da observação do cotidiano e do comportamento humano, mas consigo citar homens e mulheres com quem aprendi a exercitá-lo. Cleomar Brandi, jornalista baiano radicado em Aracaju, foi um deles.
Sincero, bem humorado e inteligentíssimo, ajudou a formar, na prática, quase todos os profissionais de jornalismo daquelas bandas. Participou da equipe que fundou a única emissora pública do Estado, a TV Aperipê, onde ainda atuava, e de lá para cá passou por diversos veículos de comunicação de Sergipe.
Recém-formada e cheia de sonhos, conheci Cleomar. Voando sobre a sua cadeira de rodas, adquirida aos 22 anos quando amputou as pernas devido a uma paralisia infantil, o único sentimento que eu jamais ousei sentir foi pena. Impossível, diante de um homem independente que, à beira da piscina de uma casa belíssima, me falou da sua história de superação e amor à vida, e da realidade do mercado de trabalho na comunicação. “No final das contas, tudo é politicagem e malandragem. A gente bate num dia e apoia no outro. Infelizmente, a vida tem dessas coisas…”
Conversamos sobre Itabuna, Ilhéus e Ipiaú, sua terra natal.  Num único e longo dia, fui apresentada por ele a autores até então desconhecidos, a blues até então desconhecidos, a histórias com finais belíssimos, frutos das suas observações e/ou devaneios e, por telefone, a nomes famosos do jornalismo e da política sergipana. “A política baiana se expandiu muito, jovem, o que nem sempre é bom. Abriu brecha para qualquer um. Como numa grande família, nem todos os filhos são éticos e têm compromisso. É que os pais não conseguem dar a mesma criação a todos.”
Cleomar foi sepultado segunda-feira, em Aracaju. Iniciou sua carta de despedida com palavras que diziam assim: “um dia, uma noite, um boêmio sempre pede a saideira, e os garçons nunca gostam dessa história. Dessa vez, chegou minha hora, meu último gole. Eu, pessoalmente, não diria que estou indo contrariado. Afinal de contas, soube beber com sede de aprendiz o melhor que havia na taça que a vida me ofertou. Uma taça lavrada, recendendo a conhaque.” No final, convidou os amigos para a última saideira no seu bar preferido e foi prontamente atendido, inclusive pelo Governador do Estado, Marcelo Déda. A conta já estava paga.
Manuela Berbert é jornalista e colunista da Revista Contudo.

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Marco Wense

O caminho para a formação de uma boa coligação é complicado. As legendas da base aliada do governo Wagner estão descartadas.

O arquiteto Ronald Kalid, ex-secretário municipal de Viação e Obras do então governo Ubaldo Dantas, é um bom nome para a sucessão do prefeito José Nilton Azevedo (DEM).
Não há nenhuma voz que ponha em dúvida a capacidade, honestidade e, principalmente, a sua coerência diante do emaranhado jogo político, onde o interesse pessoal prevalece sobre o público.
Ronald Kalid, em que pese o apoio incansável e entusiasmado de José Adervan, presidente do PSDB de Itabuna, tem inúmeros obstáculos, alguns até intransponíveis.
O primeiro entrave é a cúpula estadual do tucanato, ainda indecisa sobre o lançamento de candidatura própria na disputa pelo cobiçado Centro Administrativo Firmino Alves.
O caminho para a formação de uma boa coligação é complicado. As legendas da base aliada do governo Wagner estão descartadas. As que fazem posição – DEM, PPS, PR e o PMDB – não vão se juntar ao PSDB.
O DEM de Maria Alice, se não houver nenhuma surpresa, deve apoiar a reeleição do prefeito Azevedo. O PPS é uma gigantesca interrogação. O PR do vereador Roberto de Souza quer distância do PSDB de Adervan. O PMDB de Renato Costa quer Ubaldo Dantas como candidato.
É evidente que os diretórios municipais não têm autonomia para uma decisão definitiva. Os partidos vivem sob a batuta autoritária do comando estadual. É o manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Para complicar, ainda tem o deputado tucano Augusto Castro contrário a qualquer iniciativa de candidatura própria pelo PSDB, já que é aliado do prefeito Azevedo.
Como não bastassem todas essas dificuldades, o prefeiturável Ronald Kalik tem pela frente a opinião dos amigos que acham sua candidatura uma loucura de Adervan.
PS – A “loucura” de Adervan lembra a dos ceplaqueanos quando lançaram Geraldo Simões na disputa pela prefeitura de Itabuna. Deu no que deu: o petista virou chefe do Executivo por dois mandatos.
UBALDO DANTAS
O comando estadual do PMDB, tendo a frente o deputado Lúcio Vieira Lima, presidente estadual da legenda, vai conversar com o ex-prefeito Ubaldo Dantas sobre a sucessão municipal.
Lúcio, irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, gostou da lembrança do nome de Ubaldo para a disputa da prefeitura de Itabuna na eleição de 2012.
O nome de Ubaldo causou um rebuliço no processo sucessório. Para muitos, a candidatura de Ubaldo elimina qualquer chance de vitória do PT, seja com Juçara Feitosa ou Geraldo Simões.
Marco Wense é articulista da Contudo.

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Marco Wense
O governador Jaques Wagner não vai deixar o processo sucessório correr de acordo com a vontade e o interesse das lideranças políticas locais.
Em Itabuna, por exemplo, o mandatário-mor da Bahia pretende ter uma conversa definitiva com o deputado Geraldo Simões, que insiste na candidatura de Juçara Feitosa.

Wagner quer Geraldo Simões como o candidato do PT na sucessão do prefeito Azevedo. O otimismo de Geraldo com o nome da ex-primeira dama é impressionante.

Geraldo é um dos poucos petistas que acreditam na vitória de Juçara Feitosa.
PDT
O Partido Democrático Trabalhista, do inesquecível Leonel de Moura Brizola, continua na mesma: sem sede, sem telefone, sem reunião, sem comando, sem nada.
O deputado federal Félix Mendonça Júnior, eleito pela legenda com uma razoável votação em Itabuna, precisa tomar alguma atitude, sob pena do PDT virar um partidozinho sem nenhuma importância na sucessão municipal.
E por falar no PDT, vou colocar o meu nome como mais uma opção do partido para a disputa do Centro Administrativo Firmino Alves.
Marco Wense é articulista da Contudo.

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Marco Wense

Difícil mesmo é convencer Ubaldo a entrar na areia movediça do processo sucessório.

Até as freiras do Convento das Carmelitas sabem que o ex-prefeito de Itabuna, Ubaldo Porto Dantas, é o melhor nome do PMDB para disputar a sucessão de 2012.
Ubaldo, mesmo sendo um ex-alcaide, encarna a figura do novo diante de um Fernando Gomes e Geraldo Simões, também ex-prefeitos de quatro e dois mandatos, respectivamente.
Difícil mesmo é convencer Ubaldo a entrar na areia movediça do processo sucessório. Uma missão espinhosa para o bom médico Renato Costa, presidente do PMDB e idealizador do “Volta, Ubaldo”.
SENA, WENCESLAU E DAVIDSON
Confesso, e já deixei nas entrelinhas essa minha preferência, que torço para que o ex-vereador Luis Sena seja o nome do PCdoB na sucessão do prefeito Azevedo (DEM).
Mas não posso deixar de dizer, principalmente em respeito ao caro leitor, que a legenda comunista, tendo no comando Wenceslau Júnior, faz de tudo para enfraquecer a legítima pretensão de Sena.
Como o PCdoB sempre passa a impressão de que existe uma união inabalável entre os companheiros, fica tudo, digamos, colorido e decorado com bolinhas vermelhas.
MAIS UM
O suplente de vereador Carlinhos Cardoso, filho do saudoso professor Everaldo Cardoso, é mais um que vai disputar à presidência do diretório do PT de Itabuna.
O advogado Iruman Contreiras também vai para o embate com o deputado federal Geraldo Simões, cada vez mais distante dos “companheiros” e mais próximo de si mesmo.
Marco Wense é articulista da revista Contudo.

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Marival Guedes | marivalguedes@yahoo.com.br

Se levássemos a coisa adiante  poderíamos nos livrar de IPVA, IPTU, ISS, ITR e vários outros IS de bens colocados em nome da igreja.

O editor de Ciência da Folha de São Paulo, Claudio Angelo, e o repórter Rafael Garcia decidiram conferir como se abre uma igreja. Foram necessários R$ 418,42 de taxas e em cinco dias úteis já estavam autorizados a colocar a Igreja Heliocêntrica do Sagrado Evangélio em funcionamento.
Podem abrir conta bancária e realizar aplicações financeiras isentas de IR e IOF. Além disso, templos são imunes aos impostos incidentes sobre o patrimônio, renda, ou serviços relacionados às suas finalidades, definidas pelos próprios criadores. “Ou seja, se levássemos a coisa adiante  poderíamos nos livrar de IPVA, IPTU, ISS, ITR e vários outros IS de bens colocados em nome da igreja”,comentam.
Nomes curiosos
Eles descobriram que, ano passado, em nove meses, foram abertas 50 igrejas no Brasil. Algumas com nomes curiosos:
Igreja Evangélica de Abominação à Vida Torta
Igreja Batista A Paz do Senhor e Anti-Globo
Igreja Pentecostal Jesus Vem, Você Fica
Assembléia de Deus Batista A Cobrinha de Moisés
Amigo meu que trabalhava no Sebrae em Itabuna costumava parafrasear o título de uma revista ironizando: “pequenas empresas, grandes problemas. Pequenas igrejas, grandes negócios.”
Igreja polêmica
A Comunidade Cidade de Refúgio, abrigo para homossexuais, aberta recentemente no centro de São Paulo, “estourou” tal qual uma bomba. A igreja é liderada por Lanna Holder, celebridade nos meios evangélicos. Convertida aos 21 anos, levava multidões ao delírio dando testemunhos sobre um passado “pecaminoso de homossexualismo e drogas”.
Agora, aos 36 anos, abre a igreja com a pastora e cantora Rosania Rocha, 38, companheira há cinco anos após separarem-se dos respectivos maridos. Lanna confessa que pregava o que gostaria que acontecesse com ela mesma, não manter relações sexuais com outra mulher.
Tentação e sacrifício
Ela conta que, na luta pra “não cair em tentação”, fez muitos sacrifícios: mortificou a carne com jejuns, subiu e desceu montanhas, participou de “campanhas de libertação”, incluindo rituais de quebra de maldição e cura interior, além de submeter-se a sessões de regressão. O resultado ela resume numa curta frase: “nada deu certo”.
Acusadas por pastores de “serviçais do satanás” e montadoras de uma “filial de Sodoma e Gomorra”, respondem que “somos uma igreja que ama a todos e não exclui a ninguém”. Lanna denuncia que muitos missionários pediram pra ela continuar o romance discretamente, “abafar o caso”.
Marival Guedes é jornalista e escreve às sextas no PIMENTA.