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pastor genilsonGenilson Souto

 

O rei Salomão, em sua sabedoria, declarou: “o homem que tem muitos amigos deve mostrar-se amigável, mas há amigo mais chegado do que um irmão”. Liracir Ribeiro de Araújo foi, entre todos nós, mais que um grande amigo, ele foi um irmão!

 

Verdadeiros amigos deveriam se chamar irmãos. Porque os verdadeiros amigos gostam de nós do jeito que somos, com todos os defeitos e qualidades. Esses perdoam nossas falhas, riem das nossas bobagens, alertam sobre os erros que cometemos, ensinam coisas novas, confrontam quando necessário. Não é por acaso que o poeta popular cantou: “amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito”.

Alguém já disse que, quando perdemos um amigo, a vida nunca mais será a mesma. O luto que devemos enfrentar requer um minucioso processo de reconstrução, esmagador e doloroso. Principalmente quando esse amigo era única pessoa com quem nos abríamos emocionalmente e com quem a caminhada era intensa, enriquecedora e salutar.

Quando a gente perde uma pessoa a quem chamamos de amigo, com ele vão embora muitas outras coisas das quais somente nos daremos conta mais adiante. E quando isso acontece, descobrimos que ele nunca mais voltará e então a tristeza se torna muito grande, a gente chora por qualquer coisa e todas as lembranças voltam o tempo todo porque a saudade é muito forte. Sabemos não ser mais possível ouvir a sua voz, rir ou chorar juntos e compartilhar ideias. Digo isto quando o motivo da perda é a morte.

Cada perda que somos obrigados a enfrentar ao longo da vida é única e excepcional. Sabemos, por exemplo, que nossos pais nos deixarão algum dia e que esse vazio será desolador, mas quase ninguém está preparado para isso e ainda menos para assumir a fatalidade, o lado duro da nossa jornada, pode levar um amigo.

Perder um amigo de forma traumática, para muitas pessoas, é sinônimo de ter que dizer adeus à única coisa autêntica, sincera e gratificante de suas vidas. Sabemos que não somos mais que breves passageiros nesse mundo maravilhoso e, por vezes, terrivelmente cruel. Estamos constantemente sujeitos a perdas repentinas e irreparáveis. Às vezes é uma doença terminal, e em outras ocasiões um grave acidente que nos obriga a ver como a nossa pessoa querida se apaga.

Ter que dar adeus a um amigo, mesmo sendo simbólico, antes que o seu corpo seja sepultado é algo que não existe regra. É como perder a metade de si e ficar órfão. A sensação é a de estarmos tateando no escuro sabendo que não haverá mais ligações, jantares, cafés depois do trabalho, resenhas sobre futebol, viagens, planejamentos, vídeos compartilhados pelo Whatsaap…

liracir acidenteResta-nos guardar os bons momentos na memória, imitar os exemplos positivos e agradecer a Deus pela rica oportunidade de conhecer e conviver com alguém que nos ofertou o privilégio de vivermos de forma aproximada, apesar das diferenças pessoais. À medida que o tempo passa vamos aprendendo que fazer amigos é uma verdadeira arte, pois exige habilidade na comunicação e renúncia pessoal. Mas, quando conseguimos firmar bons relacionamentos de amizade, ampliamos os nossos laços fraternos. Por isso, o rei Salomão, em sua sabedoria, declarou: “o homem que tem muitos amigos deve mostrar-se amigável, mas há amigo mais chegado do que um irmão” (Pv. 18: 24). Liracir Ribeiro de Araújo foi, entre todos nós, mais que um grande amigo, ele foi um irmão!

Genilson Souto é pastor da Igreja Batista Teosópolis de Itabuna.

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Walmir Rosário 3Walmir Rosário | wallaw2008@outlook.com

 

É uma pena que uma estrada tão anunciada e cancelada como essa continue com com os defeitos congênitos, que poderiam ter sido corrigidos antes do começo da obra.

 

A Bahia reedita mais uma campanha política acirrada com a luta travada entre as candidaturas do governador Rui Costa (PT) à reeleição, e a do atual prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM) ao Palácio de Ondina. Uma das mais recentes disputas é a duplicação da BR-415, no trecho entre Ilhéus e Itabuna, anunciado pelo Governo do Estado como se fosse sua, embora os recursos tenham origem no Governo Federal.

A eleição ainda será no próximo ano, mas já pega fogo em todo o Brasil e na Bahia não poderia ser diferente, pelo contrário, aqui começa mais cedo, haja vista a dualidade das candidaturas. E faz tempo que é assim, com os eleitores e simpatizantes de Antônio Carlos Magalhães e um seu adversário, seja lá de que corrente política for, mas unidas (ou coligadas) para tentar derrotar os adversários de sempre.

E não é de hoje que o palanque é armado em Itabuna em 1985, a exemplo do que lançou Waldir Pires (PMDB) ao Governo da Bahia, que no ano seguinte ganhou para Josaphat Marinho (PFL) por uma avalanche de votos: perto de 1,5 milhão. Se antes o palanque foi montado na praça Adami, agora foi deslocado para a avenida Juracy Magalhães, na saída para a Ilhéus, cidade vizinha amada ou odiada, de acordo com os interesses.

E o motivo da discórdia é a chamada duplicação da BR-415, trecho que será construído pela margem direita do rio Cachoeira, mas sem o fôlego suficiente para segui-lo até sua foz. O projeto é antigo, elaborado pelo Derba, revisto pelo DNIT, e, de certa forma, é um grande vetor de desenvolvimento regional, por desbravar uma área que produz cacau, café, gado (leite e corte) e produtos de subsistência.

Sim, mas onde está o motivo da refrega entre os possíveis candidatos ao Governo Estado da Bahia? No anúncio do “pai da criança”. Pela primeira vez todos os candidatos que se apresentar como tal, mesmo sem o certificado do DNA. Ou melhor, a genética financeira aponta que o Governo Federal é o pai e mãe da criança, pois gerou e vai custear todas as despesas de criação até que se dê por independente.

E não é de hoje que a fecundação da criança é insistentemente anunciada, mas sem resultados positivos. Pelos meus cálculos, está já é a quarta vez que os coitados dos jornalistas anunciam a data do nascimento, mas a mãe União cismava em não dar a luz ao rebento. De tanto anunciarem, os governadores baianos petistas se acostumaram e se consideraram (em verdade, se consideram) o verdadeiro pai da criança.

Nessa renhida disputa, o governador do Estado considera o rebento como seu, por ter sido a duplicação anunciada durante os governo de Lula e Dilma, embora nunca executada. Assim como a BR-415, outras obras com recursos do Governo Federal são executadas pelo Governo do Estado e Municípios, como se fossem de recursos próprios e não oriundos de transferências, seja a que título forem.

E os petistas – que não são graça e sabem utilizar a mídia no formato os fins justificam os meios – massacraram o presidente da República, “golpista” no entender deles, como se não quisessem executar a obra. E os arroubos não foram poucos, com afirmações falaciosas do tipo: “Se o governo golpista não fizer, nós faremos”, embora grande parte dos recursos federais já esteja disponível na conta.

Mais uma vez, a turma do Temer “apanha como mala velha pra tirar a poeira”, sem ter qualquer culpa registrada em cartório, e não soube ou sabe contra-atacar e promover sua defesa. De forma atabalhoada, cancelou a vinda do ministro dos Transportes a Itabuna e se apresentar no palanque como o verdadeiro pai da criança. Nos comunicados petistas, a culpa teria sido de ACM Neto, que agiria nos mesmos moldes do avô, embora nem cabeça branca ainda tenha.

E essa confusão toda tem todo o motivo para tanto. A obra, embora não seja uma duplicação de verdade, é importante para o desenvolvimento econômico e social, não só de Itabuna e Ilhéus, mas da região cacaueira como um todo. A atual BR-415 se tornou uma avenida comercial, industrial e serviços, além de ser nosso caminho do nosso pequeno mas atuante aeroporto e poderá nos oferecer novos rumos.

Só que, no meu modesto entendimento, a duplicação de verdade começaria em Itabuna, no bairro da Conceição, e se estenderia até a cidade de Ilhéus e não terminaria no meio da estrada. A nova estrada terá 17,98 quilômetros de extensão, embora a distância entre as duas cidades meçam quase 30 quilômetros. Uma perna nasce menor do que a outra e antes do bairro ilheense do Banco da Vitória o tráfego se congestionará de novo. Deveria ter sido feito um enxerto ou uma prótese para corrigir a deficiência.

É uma pena que uma estrada tão anunciada e cancelada como essa continue com com os defeitos congênitos, que poderiam ter sido corrigidos antes do começo da obra. Até porque o fluxo do tráfego não é apenas das duas cidades e sim de toda uma região, que sempre teve a vocação para produzir e ser grande, mesmo que seu povo abdique da política, entregando-a de bandeja aos povos de outras regiões, contentando-se apenas com a economia.

Eu, como sou um otimista incorrigível, acredito que a obra seja concluída, porém muitos ainda são como São Tomé: têm que ver para crer.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado

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claudio_rodriguesCláudio Rodrigues | acrodrigues@gmail.com

 

Com uso de palavrões, a composição de Tony Bellotto, Paulo Miklos e Charles Gavin, aponta o nosso direito à indignação. Agora, com as últimas decisões na Corte Suprema do País, só nos resta ouvir a música e cantar em voz alta o refrão…

 

Nesta semana de três dias, cortada pelo feriado de Nossa Senhora Aparecida, a sociedade brasileira viu como funciona a justiça no Brasil. Antes havia alguma vergonha em tomar certas decisões. Hoje a coisa escancarou. Com a devida “vênia”, os ministros que compõe a Suprema Corte cuspiram em nossas caras sem o menor constrangimento.

Na última terça-feira (dia 10), os ministros do Supremo Tribunal de Federal – STF, de uma só tacada concedeu ao ex-magnata Eike Batista e ao “Rei dos Ônibus” Jacob Barata Filho, ambos acusados de participar do esquema de corrupção chefiado pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, o direito a liberdade. Porém, com um “forte agravante”: os dois são obrigados ao recolhimento noturno.

Os dois corruptos estavam cumprindo prisão domiciliar, obviamente em suas belas mansões, desfrutando de todo o conforto que o dinheiro da corrupção pode proporcionar. Agora poderão circular durante o dia, com a obrigação de se recolher à noite em suas mansões.

Mas o que é um peido para quem já está completamente cagado?

Na quarta (dia 11), o Pleno do STF decidiu que afastamento de parlamentar precisa do aval do Congresso, medida que beneficia diretamente o senador Aécio Neves, que teve o primo e braço direito flagrado recebendo malas de dinheiro de executivo da J&F, num total de R$ 2 milhões, dinheiro esse destinado ao senador.

O senador, por decisão da Primeira Turma do STF, havia sido afastado do mandato e obrigado ao recolhimento noturno. Boêmio de carreira, além de corrupto, o recolhimento noturno foi um duro golpe ao parlamentar. Agora caberá aos seus pares, que não são nem um pouco corporativos, dar a palavra final sobre o caso.

Coube à ministra Carmem Lúcia, presidente da Corte, o voto de minerva que beneficiou o nobre parlamentar. A ministra que já havia se reunido com o presidente do Senado Eunício Oliveira. “Pipocou” para evitar uma ruptura entre os poderes. Esse é a justiça, cuja balança tem um peso para os ricos e poderosos e outro para os pretos, pobres e moradores da periferia.

No ano de 2005, a banda Titãs lançou a música Vossa Excelência, no ápice do Escândalo do Mensalão. Com uso de palavrões, a composição de Tony Bellotto, Paulo Miklos e Charles Gavin, aponta o nosso direito à indignação. Agora, com as últimas decisões na Corte Suprema do País, só nos resta ouvir a música e cantar em voz alta o refrão…

Cláudio Rodrigues é consultor

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claudio_rodriguesCláudio Rodrigues | aclaudiors@gmail.com

 

A missão de Geraldo é deixar o papel de figurante e ao menos ganhar o papel de coadjuvante nas eleições do próximo ano.

 

Todos que acompanham filmes, séries e novelas sabem que existe o artista principal. Era assim que minha avó chamava os protagonistas das tramas. Mas, no mundo do entretenimento dos filmes e novelas, não existe apenas o protagonista. Há, também, os atores coadjuvantes. E os figurantes, aqueles que fazem parte da cena apenas na figuração, entram mudos e saem calados. Ou seja, o papagaio de pirata.

Na política, também existem os protagonistas e os figurantes. Isso ficou registrado na última segunda-feira (9), quando o governador Rui Costa esteve em Itabuna para assinar o contrato para a construção da duplicação da Rodovia Jorge Amado (BR 415), que liga as duas principais cidades do sul do Estado, a Rodovia Ilhéus/Itabuna. A imagem do prefeito Fernando Gomes, neoaliado do governador Rui Costa e, consequentemente do PT, o prefeito de Itabuna era o protagonista da solenidade, recebendo todos os afagos dos políticos “capas-pretas” presentes.

No mesmo evento, o ex-prefeito e ex-deputado Gerado Simões não passava de um mero figurante no palanque armado na avenida Juracy Magalhães. Sentado nas fileiras ao fundo, Simões era apenas mais um, na cena onde Gomes, ao lado de Rui, era o artista principal, o protagonista.

Ceplaqueano e líder sindical, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores em Itabuna, Geraldo surgiu para a política da Bahia como o novo e viveu seus momentos de protagonista. Nas eleições municipais de 1988, foi o candidato a vereador mais votado, porém não assumiu o mandato em função do coeficiente eleitoral. Na eleição seguinte, assume o mandato de deputado estadual.

Eis que, em 1992, contrariando todos os prognósticos, Simões vence a eleição para prefeito de Itabuna, numa verdadeira “zebra”. De uma tacada, derrota o então imbatível Fernando Gomes, seu candidato Oduque Teixeira e, de quebra, o ex-prefeito e também candidato Ubaldo Dantas.

Durante sua gestão, Geraldo e seu grupo político sofrem perseguição implacável por parte do todo-poderoso ACM. Mesmo com todo tipo de boicote, faz uma boa administração, o que lhe garante o primeiro mandato para a Câmara Federal nas eleições de 1998. As portas estavam abertas para a volta ao comando do município no ano 2000.

Em sua segunda passagem no comando do município, Geraldo estava no ápice do sucesso político. Coordenou a campanha vitoriosa de Lula à presidência da República, em 2002, e nos bastidores era cotado para compor uma chapa majoritária ao Senado ou ao Governo da Bahia.

Derrotado na campanha pela reeleição, dois anos depois, em 2006, consegue um novo mandato de deputado federal e é convidado a assumir a Secretaria de Agricultura da Bahia, pelo então governador Jaques Wagner. Em 2008, contrariando a tudo e a todos, lança a esposa como candidata a prefeita, é derrotado. Tempos depois, não consegue renovar o mandato de deputado federal e no último pleito municipal como candidato a prefeito sofre uma derrota acachapante, obtendo pouco mais que oito mil votos.

Hoje, Geraldo Simões está sem grupo político, sem credibilidade com profissionais do mercado de comunicação e, acima de tudo, sem carisma e prestígio junto à cúpula de seu partido. A missão de Geraldo é deixar o papel de figurante e ao menos ganhar o papel de coadjuvante nas eleições do próximo ano. Uma missão quase impossível.

Cláudio Rodrigues é consultor.

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Walmir Rosário 3Walmir Rosário | wallaw2008@outlook.com

 

Não é preciso dizer que a parte mais fraca sofre com a bandidagem solta e armada nas ruas, planejando assaltos diários, tanto aos correspondentes bancários quanto a outras empresas que trabalham com valores, a exemplo dos supermercados.

 

Que os bancos só emprestam dinheiro aos clientes que não precisam, todos sabem, mas o que passamos a saber a cada dia é que os bancos somente querem cobrar taxas como estabelecimentos bancários, porém não admitem prestar os serviços a que devem entregar e já cobram por isso. É muito estranho, mas é verdade e é mais uma jabuticaba brasileira.

Pouco vou a uma agência bancária e só me dirijo a esses locais em última instância. Também não é pra menos: tenho que transpor uma série de barreiras para conseguir ultrapassar a porta giratória, após provar que não ando mal-intencionado e desarmado. Mesmo assim sou visto com desconfiança pelos estagiários e empregados, como se fosse ali apenas para importuná-los.

Ora, se um consumidor qualquer procura um banco é porque pretende fazer qualquer tipo de negócio que o banco preste: tomar empréstimos, sacar o seu dinheiro depositado com antecedência, ou, quem sabe, emprestar dinheiro ao banco. Alguns, até, se propõem a emprestar dinheiro aos bancos por juros ínfimos, mesmo sabendo que se precisar vai ter que pagar 10 vezes mais por isso. Mas como tem gente que tem gosto pra tudo…

Seja lá qual for sua intenção, não será bem-visto até que o gerente ou outro funcionário graduado lhe saúde com cara de bons amigos e, quem sabe lhe dê um abraço afetuoso e espalhafatoso para que todos conheçam a sua importância. Caso não seja desse quilate, será desprezado pelo caixa nem tão rápido, que lhe despacha um aviso deste tipo: “Você não tem o perfil para esse serviço”.

Pois é, se um reles equipamento que fica estacionado no lado de fora do banco não lhe aceita, por qual motivo os funcionários do banco iriam lhe aceitar lá dentro, dar um abraço apertado e servi-lhe um cafezinho? Seu perfil é o de fila de correspondente bancário e como tal você deverá se comportar. Hoje, você não é aceito na Caixa Econômica Federal nem mesmo para abrir uma conta poupança. Ah se Itamar Franco ainda fosse vivo e presidente do Brasil…

Um banco múltiplo, como é o caso de 99,99% dos bancos brasileiros, oferecem serviços como depósitos e saques nas contas-correntes e poupanças que mantêm, mas não querem que os clientes de suas contas entrem em suas agências. Estranho, muito estranho esse comportamento de uma empresa que quer o cliente longe dela, mesmo que cobre taxas cada vez mais caras para isso.

Atualmente, é muito comum entrarmos na antessala de uma agência bancária – local onde ficam as máquinas chamadas caixas eletrônicas ou rápidas, apesar das grandes filas – e encontrarmos pessoas vestidas com um casaco com um letreiro às costas “Posso ajudar”. Engana-se que acredita na ajuda, a verdadeira função delas é fazer com que a agência se livre daquele cliente ou simples consumidor e procure outro lugar qualquer para pagar suas contas. Clique no “leia mais” para ler a íntegra do artigo.Leia Mais

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Josias GomesJosias Gomes 

 

Hoje, ainda que o processo da completa recuperação regional ainda demande tempo e esforço, podemos afirmar que o sul da Bahia caminha para um novo e duradouro ciclo de desenvolvimento.

Durante décadas, o sul da Bahia, tendo Ilhéus e Itabuna como as duas maiores cidades, foi uma espécie de locomotiva do Estado, com a lavoura do cacau gerando receitas suficientes para impulsionar o desenvolvimento de outras regiões, chegando a representar 60% do PIB baiano.

Sucessivas crises, que culminaram no final da década de 80 e início dos anos 90 com a chegada e expansão da vassoura de bruxa, que em seu período mais crítico dizimou cerca de 80% da lavoura, fizeram com que a região mergulhasse numa profunda crise, com a explosão do desemprego e queda acentuada em todos os índices socioeconômicos.

Durante quase duas décadas, justamente no momento em que a região mais precisou de apoio para se reerguer, governantes insensíveis e sem compromisso com o sul da Bahia, se mostraram omissos, agravando ainda mais a situação e afetando milhões de pessoas. Práticas equivocadas de renovação da lavoura, por exemplo, levaram produtores a um endividamento brutal, tornando-os incapazes de investir na retomada da produção.

Hoje, ainda que o processo da completa recuperação regional ainda demande tempo e esforço, podemos afirmar que o sul da Bahia caminha para um novo e duradouro ciclo de desenvolvimento. E isso se deve, em grande parte, ao apoio efetivo do Governo do Estado, iniciado na gestão de Jaques Wagner e que vem se consolidando com o governador Rui Costa.

O início das obras de duplicação da Rodovia Ilhéus-Itabuna, sonho de décadas que se torna realidade, é um exemplo da presença marcante do Governo do Estado. Mas não é o único. Outras obras importantes como o Hospital Regional da Costa do Cacau, as duas primeiras em fase de conclusão, a terceira em ritmo acelerado, terão impactos positivos em toda a região. A viabilização da construção do Porto Sul e da Ferrovia Oeste Leste, já garantida por meio de parcerias com empresários chineses, permitirá a atração de grandes empreendimentos e geração de milhares de empregos.

O Governo do Estado também tem investido na cadeia produtiva do cacau, com o cultivo de amêndoas de qualidade e a produção de chocolates, e fortalecido a agricultura familiar e os pequenos produtores, que hoje representam 80% da produção rural na região.

São obras e ações que garantirão a retomada do desenvolvimento, tendo como resultado principal a melhoria da qualidade de vida da população e tornando o sul da Bahia novamente protagonista do Estado.

É necessário destacar o papel do governador Rui Costa nesse novo momento da região e, mais do que isso, reconhecer a necessidade de que esse modelo de gestão democrática e com foco no desenvolvimento de todas as regiões do Estado e não apenas da capital, deve ser mantido.

Josias Gomes é secretário de Relações Institucionais da Bahia e deputado federal pelo PT.

 

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IMG_20171007_231314Maria Reis Gonçalves* 

 

A violência “nossa” de cada dia, antes de agredir aos outros, agride a cada um de nós, pois tira a nossa essência humana, nossa capacidade de entender o que é certo, o bonito, o real, o justo e a condição de sermos melhores. Ela se disfarça e, quando menos esperamos, bate à nossa porta.

 

Todos os os dias e em todos os meios de comunicação, não importando qual seja o que você está vendo ou lendo, sempre encontramos algo sobre um  crime. Hoje, a violência impera entre todas as outras noticias, até mesmo as dessa nossa política tão nefasta. São assaltos, assassinatos, agressões, roubos, alunos alvejados, professores agredidos, trabalhadores assassinados, pobres e ricos na mesma dança macabra da violência urbana. O repertório da violência é grande e os cenários diversificados. E, dentro dessa guerra sem fronteiras, o povo se sente impotente e desprotegido. E todos os dias ficamos sabendo de casos de barbárie, que se tornou onipresente em nosso cotidiano. Essa é uma oportunidade que temos para pensar o que está acontecendo com o ser humano. A violência sempre existiu e, consequentemente, é algo que faz parte da nossa vida. Para alguns estudiosos, a violência é um mal necessário para nossa estrutura, seja psicológica, física, social, sexual, etc.

Os estudiosos sociais nos falam que o Estado só consegue existir a partir do monopólio da violência. Porém, são as regras sociais, os direitos individuais que inibem a prática da violência e em troca acreditamos nas promessas do Estado como órgão zelador maior dos nossos direitos fundamentais, principalmente o direito à vida. Por isso, os assassinatos e homicídio causam tanta revolta no ramo do Direito e dos meios de comunicação. No entanto, essa promessa está a cada dia mais fragilizada. O Estado se deixou dominar e já não consegue alcançar determinados espaços no meio social. Seja por negligenciar o seu papel educacional, seja por falhas no papel econômico.

O Estado deixou que os chamados “Estados Paralelos” buscassem o domínio sobre essa violência que impera no nosso meio, fora a ganância, a vaidade, a luta pelo poder que tomou conta dos responsáveis por legislar as Leis do nosso país e com isso começaram a aparecer as milícias. Elas são consequências da não presença do Estado protetor, assim o povo passou a se submeter à lei dos mais fortes – e hoje os mais fortes são os bandidos, que – bem armados, matam, estupram, roubam, agridem e sobrevivem na impunidade.

A violência desenfreada que vivemos talvez seja o sintoma mais claro da nossa degradação moral. E a população já não consegue aguentar mais, ninguém aguenta esse empurra, empurra sobre quem é o responsável por coibí-la. O povo começa a pedir socorro e até agora não conseguiu respostas. Sabemos que todos nós temos a nossa culpa em relação à violência, e essa certeza é que nos une, na tentativa de solucionar o problema, por meio de leis mais rígidas e atuações mais profícuas da justiça, punindo ou prevenindo novas ondas de terror. A violência “nossa” de cada dia, antes de agredir aos outros, agride a cada um de nós, pois tira a nossa essência humana, nossa capacidade de entender o que é certo, o bonito, o real, o justo e a condição de sermos melhores. Ela se disfarça e, quando menos esperamos, bate à nossa porta. Porém, devemos tratá-la como indesejável. E nunca esquecer os nossos valores morais, nossa honra e a nossa humanidade.

Maria Reis Gonçalves (Tia Nem) é psicóloga comportamental e docente.

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rosivaldo-pinheiroRosivaldo Pinheiro | rpmvida@yahoo.com.br

 

Entramos no ano 2000 com a energia da luta, buscamos diversificar a produção agrícola, implantar serviços de educação, melhorar a prestação dos serviços de saúde, começamos a investir em indústrias de pequeno porte e outras iniciativas.

 

Vivemos numa região que possui um dos biomas mais importantes do Brasil, a mata atlântica – muito rica em fauna e flora. Essa conservação só foi possível devido ao sistema de produção cabruca, que consiste em consorciar exploração econômica e conservação ambiental.

A produção do cacau permitiu reconhecimento social e poder político-econômico para os produtores do fruto. Se cacau era sinônimo de dinheiro, proprietário rural nessa região ganhava destaque social em qualquer lugar do país e até internacionalmente. As obras de Jorge Amado trazem esse retrato histórico.

A quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929, afetou o comércio mundial e estabeleceu dificuldades na nossa economia até o final da década de 1950. Nesse período, após uma intensa luta junto aos poderes da República, a região viu nascer a Ceplac, em 1957, e recebeu uma atenção diferenciada a partir de 1961, quando foi implantada a taxa de retenção de exportação do cacau que formou o orçamento da Ceplac, o que permitiu que a instituição implantasse a extensão rural e investisse no escoamento da produção. A taxa era de 15% sobre a amêndoa e 5% sobre os derivados de cacau.

Em 1970, o cacau representou 60% da arrecadação estadual. Financiou, inclusive, a folha de pagamento do estado da Bahia e fomentou a construção do Centro Industrial de Aratu e do Polo Petroquímico de Camaçari. A partir de 1972, a taxa de retenção foi unificada em 10% – tanto amêndoas como derivados. Em 1980, uma série de fatores influenciaram negativamente na cadeia produtiva do cacau: perdemos importância na pauta de arrecadação do estado frente aos produtos de alta tecnologia produzidos no Polo Petroquímico de Camaçari, o fortalecimento da concorrência dos países africanos e nosso peso na pauta de exportação brasileira foi reduzido.

Todos esses acontecimentos propiciaram ao governo brasileiro cortar a taxa de retenção. Além disso, tivemos uma superprodução de cacau na safra 1984/1985, forçando ainda mais a queda dos preços e empurrando os produtores de cacau para a crise. Como se não bastasse tudo isso, em 1989 surgia em Uruçuca um fungo capaz de dizimar a lavoura, a vassoura-de-bruxa. Diante daquelas circunstâncias, e após muitas cobranças e críticas por parte da comunidade da região sul, o governo estadual, em resposta, criou o Instituto Biofábrica de Cacau em 1997. O IBC nasceu com o objetivo de produzir mudas melhoradas geneticamente e servir de estrutura de apoio permanente à lavoura.

Chegamos a 1990, década em que a região cacaueira conheceu a sua maior queda econômica: mergulhamos num estado de penúria, o que gerou o quase abandono das propriedades por parte dos fazendeiros e demissão em massa dos trabalhadores rurais. Estima-se que mais de 250 mil trabalhadores trocaram o campo pelas cidades. Um grande contingente de homens, mulheres e crianças chegaram sem perspectivas às cidades, buscando sobreviver àquele estado de caos social. As cidades não estavam preparadas, principalmente Itabuna, Ilhéus e Porto Seguro: saúde, educação, segurança, mobilidade e urbanização foram afetados.

Não existia capacidade de atendimento do fluxo, nem capacidade financeira para prover ações de acolhimento para essas pessoas. Esse contingente humano ficou à margem e teve que se estabelecer nas periferias das cidades. Entramos no ano 2000 com a energia da luta, buscamos diversificar a produção agrícola, implantar serviços de educação, melhorar a prestação dos serviços de saúde, começamos a investir em indústrias de pequeno porte e outras iniciativas.

Nos últimos anos, uma articulação dos governos estadual e federal trouxe a esperança de entrarmos num novo ciclo econômico. A construção da barragem do Rio Colônia, um novo hospital regional, prestes a ser inaugurado, a Ferrovia Oeste-Leste, que está parada com quase 70% concluída, o Porto Sul – ainda travado por questões burocráticas, um novo aeroporto, que está para ter obras iniciadas, uma universidade federal já em funcionamento e a duplicação da rodovia Ilhéus-Itabuna, cuja ordem de serviço será assinada na próxima segunda-feira pelo governador Rui Costa, um sonho que a região espera há quase 50 anos. O governo Rui vem se esforçando e realizando as obras que estavam na expectativa da região.

Como tudo na vida, a crise, apesar de negativa, também deixou legados importantes: uma região mais forte para enfrentar as turbulências, a estadualização da UESC – sem a crise econômica o estado não absorveria a instituição no seu orçamento, e o acesso à terra, algo antes difícil e que trouxe à tona o movimento da agricultura familiar nessa região. A produção de chocolate surge como um novo pensar, fruto da chegada de novos agricultores para a cadeia do cacau, o incremento de novos modos de produção e beneficiamento do cacau, e o uso de tecnologias através do melhoramento genético fazem parte dessa mudança.

Precisamos estruturar novas lutas: ampliar e melhorar a nossa representação política em nível estadual e federal, fortalecer a Ceplac, fazer o governo do estado dotar a Biofábrica de condições financeiras para a manutenção do seu quadro técnico e do cumprimento do seu papel de fortalecimento da agropecuária do Sul e Extremo Sul da Bahia. Um novo ciclo está por vir, dele, depende a nossa energia e luta. Nossa região irá se superar e os seus filhos vencerão o dilema identificado pelo saudoso professor Selem Rachid: “a pobre região rica”. Avante!

Rosivaldo Pinheiro é economista e especialista em Planejamento de Cidades pela Uesc.

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marco wense1Marco Wense

 

Chega! Chega! O eleitor-cidadão-contribuinte não aguenta mais tanta corrupção, toda essa esculhambação, essa imundície, esse lamaçal que campeia na República Federativa do Brasil.

Com um placar apertado, 6 versus 5, o Supremo Tribunal Federal decidiu aplicar a Lei da Ficha Limpa a políticos condenados antes de 2010.

Entre os seis que se posicionaram a favor da aplicabilidade da Ficha Limpa, destaco aqui os votos dos ministros Luiz Fux e Edson Fachin.

“O prazo de inelegibilidade não é uma punição para o político condenado, mas uma condição de moralidade”. (Fux)

“Como a Constituição se refere à vida pregressa, isso significa que fatos anteriores ao momento da inscrição da candidatura podem ser levados em conta”. (Fachin)

Ora, o princípio da moralidade, principalmente no tocante a coisa pública, é o que deve prevalecer. É mais forte do que qualquer outro argumento.

Diria, usando uma força de expressão, que vale tudo para pegar os que assaltam os cofres públicos. Portanto, a retroatividade da lei, nesses casos, deve ser permitida.

A opinião de que a retroação acarreta insegurança jurídica é café pequeno diante da possibilidade de não punir os que roubaram o dinheiro do povo brasileiro.

Essa roubalheira é a responsável pela insegurança no sentido amplo. É ela que faz faltar escolas, aumentar o desemprego e agravar a injusta e desumana distribuição de renda.

A nossa Carta Magna elegeu o princípio da moralidade como o caminho para a superação da vergonhosa impunidade que toma conta da administração pública.

Deixar esses “homens públicos” sem punição, sob à proteção de qualquer outro pressuposto jurídico, seria, no mínimo, uma atitude desastrosa.

Chega! Chega! O eleitor-cidadão-contribuinte não aguenta mais tanta corrupção, toda essa esculhambação, essa imundície, esse lamaçal que campeia na República Federativa do Brasil.

Marco Wense é editor d´O Busílis.

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marco wense1Marco Wense

 

Portanto, o PT fez sua escolha: Fernando Gomes. Itabuna deixou de ter um grande prefeito por causa da traição, digamos, pragmática e maquiavélica do petismo.

 

Ficam agora dizendo que o diretório do PDT de Itabuna vai sofrer represálias porque tomou a decisão de não apoiar à reeleição do governador Rui Costa (PT).

É bom logo dizer que foi a cúpula do PT, com o aval do chefe do Executivo, que escolheu o então candidato do DEM, Fernando Gomes, em detrimento do médico Mangabeira, do PDT, legenda da base aliada.

Portanto, se existe algum traidor nesse imbróglio todo, esse é o PT, que fez sua opção por um inimigo histórico, desprezando também Geraldo Simões (PT) e Davidson Magalhães (PCdoB).

Bobagem. Ledo engano. O PDT não vai sofrer nenhum tipo de retaliação por parte do comando estadual da legenda, sob a batuta do deputado federal Félix Júnior.

Félix sabe que foi o petismo o causador de toda essa reviravolta, e se tem alguém que deve explicações ou até mesmo um pedido de desculpas, é o Partido dos Trabalhadores.

O PT fez sua opção. Entre Mangabeira e Fernando Gomes, entre o PDT e o DEM, entre um aliado e um adversário, suas principais lideranças decidiram pelo apoio ao demista.

Querem o que agora, que Mangabeira esqueça de tudo, de toda essa escancarada e inominável traição e suba no palanque com Fernando Gomes e seus novos companheiros?

E tem mais: quando o presidenciável Ciro Gomes vier a Itabuna, é Mangabeira que vai recebê-lo. Não é Rui Costa, Geraldo Simões, Davidson Magalhães e, muito menos, Fernando Gomes.

Não era para ser assim. O PDT de Itabuna estaria hoje firme com a reeleição do governador Rui Costa. Mangabeira é um homem de palavra, destemido e 100% confiável.

O PDT de Itabuna até que entenderia uma neutralidade do PT na sucessão municipal, mas o apoio a Fernando Gomes foi explícito e empolgado, não só no campo político como no esforço de deixá-lo elegível.

Portanto, o PT fez sua escolha: Fernando Gomes. Itabuna deixou de ter um grande prefeito por causa da traição, digamos, pragmática e maquiavélica do petismo.

Mangabeira não tinha outro caminho que não fosse o do rompimento. A política passa, mas a dignidade e autoestima das pessoas têm que ser levadas até o túmulo.

Marco Wense é editor d´O Busílis.

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Felipe de PaulaFelipe de Paula | felipedepaula81@gmail.com

 

 

Não há golpe na UFSB. Há sim, a construção de um processo democrático de escolha de dirigentes, buscado com legalidade e ampla discussão da comunidade acadêmica.

 

 

Vivemos na, já conhecida, época da pós-verdade. Momento contemporâneo onde “verdades” são reconstruídas com base em diferentes percepções ideológicas e diferentes interesses envolvidos. A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) se viu envolvida numa densa narrativa de “golpe” a partir da carta de exoneração lida pelo seu ex-reitor Naomar Almeida onde ele renuncia ao exercício da função e solicita sua exoneração ao Ministro da Educação.

Quase que imediatamente, surgiram notas em sites e blogs de todo o Brasil, sempre seguidos por lamentos distorcidos a respeito do tal “golpe” em curso no sul da Bahia. Muitos lamentando o “conservadorismo” dos “golpistas” ou mesmo o dano que os “golpistas” farão na instituição. O que poucos pararam pra pensar antes de reproduzir tais lamentos: que golpe é esse? Quem são os golpistas?

A UFSB vem dando trâmite aos seus processos eleitorais há cerca de um ano. Com uma gestão pro tempore, a segurança jurídica é um tanto quanto reduzida. A gestão pode, legalmente, ser substituída a qualquer tempo pelo Ministro da Educação. Diante disso, a comunidade acadêmica mobilizou esforços no sentido de reforçar a legalidade com o estabelecimento de uma representação eleita por sua comunidade. E assim foi feito, no primeiro semestre desse ano com a eleição de decanos para os Centros de Formação e os Institutos de Humanidades, Artes e Ciências.

O passo seguinte era a reitoria, com votação já agendada e aprovada pelo Conselho Superior da UFSB para o mês de novembro. Numa decisão unilateral e própria, o reitor Naomar na reunião do Conselho realizada na sexta-feira (29) comunicou através de uma videoconferência transmitida de Salvador que entregara seu cargo ao Ministério por meio de uma carta enviada há 9 dias e mantida em sigilo da comunidade por esse tempo.

Nesta carta, surgiram acusações genéricas de “ilegalidades” e de “corrupção” por parte de “membros da gestão” e consequente “golpe”, palavra que, no meu entendimento, acaba sendo utilizada de forma infeliz diante, principalmente, da conotação e simbolismo envolvido na aplicação desta nos últimos anos de nosso país. Leituras tortas, muitas agressivas, surgiram em diversos setores da academia, política e sociedade local e nacional.

O clima criado foi de extrema instabilidade, comprometendo grandemente a segurança e autonomia da instituição, uma vez que tal pós-verdade, repercutindo, pode levar ao pior dos cenários: uma intervenção do Ministério, com a nomeação de uma pessoa distante da realidade institucional e regional, comprometendo, inclusive, o desenvolvimento do projeto da Universidade.

Eventuais denúncias, reverberadas por apoiadores do ex-reitor em redes sociais, que sejam apresentadas através dos meios legais, apuradas e se constatada concretude dos fatos, os responsáveis punidos. Contudo é abjeto pensar no uso de subterfúgios discursivos para obstruir o processo democrático institucional.

Não há golpe na UFSB. Há sim, a construção de um processo democrático de escolha de dirigentes, buscado com legalidade e ampla discussão da comunidade acadêmica. O desejo que move parte significativa da comunidade acadêmica é único: que esse processo democrático se consolide. Que aconteçam eleições na UFSB.

Felipe de Paula é professor da UFSB, campus de Itabuna.

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Adroaldo AlmeidaAdroaldo Almeida

 

Dona Almerinda, minha dulcíssima mãe, dona de casa e costureira, fatigada de combater na Terra, subiu ao Céu para preparar os manjares de Deus e alinhavar as túnicas do Criador. Para sempre, como sempre.

 

Dona Almerinda, minha mãe, abriu as cortinas do baile do tempo e foi celebrar na eternidade. Pôs o seu vestido mais bonito, estampado de ternura e gentileza, descansou os pés da máquina Singer, calçou sapatilhas adornadas com o perene orvalho translúcido da aurora e flutuou no tapete mágico da espiritualidade para virar estrela na constelação da misericórdia.

Dona Almerinda, minha mãe, partiu na primavera carregando um buquê de crepúsculos e madrugadas nas agulhas e dedais das suas mãos, bordando matas celestes e rios siderais na fina seda do tecido de nossas vidas.

Dona Almerinda, minha mãe, calou o silêncio e soprou sobre a brisa da vida o ar e a voz da sua mansidão angelical. Então, resoluta e de roupa nova, suave e pura, atravessou a excelsa torrente até a outra margem e retornou para sua mesa no banquete do Pai Eterno.

Dona Almerinda, minha dulcíssima mãe, dona de casa e costureira, fatigada de combater na Terra, subiu ao Céu para preparar os manjares de Deus e alinhavar as túnicas do Criador. Para sempre, como sempre.

Adroaldo Almeida é filho de ALMERINDA NASCIMENTO SILVA (1929-2017).

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rosivaldo-pinheiroRosivaldo Pinheiro | rpmvida@yahoo.com.br

 

Para evitarmos essa degradação do espirito fraternal que deve nos acompanhar em comunidade, devemos nos esforçar em praticar a tolerância ativa, respeitando as diferenças, buscar ver o outro como indivíduo detentor de visões de mundo próprias.

 

A intolerância é um sentimento visto, percebido e praticado por todos nós cotidianamente. A última eleição presidencial deixou ainda mais exposta essa capacidade humana. A intolerância foi flagrada nos discursos, entrevistas e debates dos candidatos, que, apresentados em áudio e vídeo e sem edição, ganharam as ruas e viralizaram na internet.

Praticamos de forma consciente ou inconsciente, quase sempre de forma cordial ou hospitaleira. Uma espécie de bom humor, mas que traz na sua gênese uma carga de ódio que vem da essência: ódio de classe, discriminação racial, religiosa e outras formas que apontam a mesma caracterização desse comportamento. Uma marca negativa que acabou dividindo o país entre os supostos “Sul rico” e “Norte e Nordeste pobres”.

A intolerância é um conjunto de sentimentos e manifestações de luzes e sombras, vai do simbólico ao diabólico, conforme descreve Leonardo Boff. É raiz que sustenta a violência, gerando frutos que impõem medo em escala mundial. Sua prática reduz a realidade ao assumir apenas a existência de um polo e negar o outro. É um processo de coação manifestado pela imposição do pensamento único.

Os estudiosos apontam os sentimentos separatistas e ultranacionalistas como portas abertas ao fundamentalismo, estágio máximo da intolerância, em que um determinado grupo assume o controle das ações de estado fazendo valer seus dogmas (pensamentos), eliminando todos os grupos ou indivíduos que se oponham ou não busquem praticar suas teorias. O fundamentalismo é uma junção entre Leis, princípios e governo com o propósito de colocar em prática as verdades defendidas por aqueles que ascendem ao comando.

O mundo convive na atualidade com as migrações de mais de 65 milhões de pessoas que tiveram que largar suas histórias de vida, abandonar seus países e partirem numa aventura sem nem sempre conseguir abrigo em pátrias estranhas, em função da intolerância manifestada pelos fundamentalistas.

Para evitarmos essa degradação do espirito fraternal que deve nos acompanhar em comunidade, devemos nos esforçar em praticar a tolerância ativa, respeitando as diferenças, buscar ver o outro como indivíduo detentor de visões de mundo próprias. Entender a coexistência e os valores inerentes a ela, como parte relevante da formação de cada indivíduo. Esse deve ser o caminho universal para o exercício da vida em sociedade.

Rosivaldo Pinheiro é economista e especialista em Planejamento de Cidades pela Uesc.

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marco wense1Marco Wense

 

A executiva do PDT de Itabuna, os membros do diretório, sua militância e os simpatizantes da legenda vão caminhar do lado do médico Antonio Mangabeira França.

 

De início é bom dizer que foi a cúpula do PT, com o aval do governador Rui Costa, que traiu a base aliada no último processo sucessório de Itabuna.

Digo a cúpula, porque a traição não teve o apoio do diretório municipal e da sua militância, que continuaram firmes com a candidatura de Geraldo Simões.

Geraldo, vítima de cruel perseguição do secretário Josias Gomes (Relações Institucionais), chegou a definir a união entre Rui Costa e Fernando Gomes como “casamento de cobra com jacaré”.

Quando o PT sentiu que o então candidato do DEM iria ganhar, passou a paparicá-lo, como se Fernando Gomes fosse um velho companheiro. De repente, uns e outros viraram fernandistas desde criancinhas.

O estranho e inusitado apoio a Fernando não ficou restrito ao campo político, acabou se estendendo para garantir sua elegibilidade e torná-lo ficha limpa perante a Justiça.

O deputado Félix Júnior, presidente estadual do PDT, até que tentou dissuadir o comando petista a não apoiar o demista, levando Mangabeira a ter uma conversa com o governador.

O chefe do Executivo, no entanto, se deixou levar pelo disse-me-disse da articulação política do governo, com o fajuto e simplório argumento de que Mangabeira teria participado do movimento “Fora Dilma”.

Pois é. O “Fora Dilma” terminou influenciando o governador a não apoiar o candidato bem-intencionado, que poderia fazer um bom governo, combatendo implacavelmente a corrupção.

O engraçado é que Fernando Gomes, além de participar do “Fora Dilma”, passou a vida toda dizendo coisas impublicáveis em relação ao PT e aos petistas.

Recentemente, o alcaide disse que não tem nenhum acordo com o PT e, muito menos, com a eleição de Jaques Wagner para o Senado, que seu único compromisso é com Rui Costa.

Pessoas bem próximas do governador, em conversa com este modesto comentarista, afirmam que a cúpula do PT estaria arrependida de ter apoiado Fernando.

Arrependida ou não, o leite já foi derramado. A Inês é morta. Agora fica torcendo para que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não decida por uma nova eleição em Itabuna.

Ora, ora, quem pariu “Mateus” que balance. Mangabeira, depois de tudo, de toda essa inominável traição, apoiar à reeleição de Rui? Tenha santa paciência.

O engraçado é que os petistas, com algumas pouquíssimas exceções, fecharam os olhos para as mãos dadas do governador com o prefeito Fernando Gomes. O silêncio foi ensurdecedor.

Quer dizer que as parcerias do PT são intocáveis, não podem ser contestadas, estão protegidas pelo manto da sobrevivência política e do pragmatismo.

Quando é outro partido que se mexe no tabuleiro da sucessão estadual, aí é incoerência, insensatez, contrassenso e seus sinônimos.

Não existe nada mais absurdo do que, por exemplo, essa aliança de Lula com o senador Renan Calheiros (PMDB), que foi o responsável maior pelo impeachment de Dilma Rousseff.

Tenho dito que a reaproximação com Calheiros e, por tabela, com o PMDB – dos nove Estados do Nordeste, o PT pretende se aliançar com o PMDB em cinco –, é uma falta de respeito a Dilma.

E mais: essa reconciliação com o PMDB joga o discurso do golpe na lata do lixo. Ou seja, de “golpistas”, os peemedebistas passam a ser aliados de primeira hora.

“Pô, eu me aliei ao PMDB e o PMDB fez essa lambança”, diz o petista Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e substituto de Lula se o ex-presidente ficar inelegível.

O problema é que a ala saudosista do PT acha que o PMDB não fez “lambança” nenhuma, que tudo que estão dizendo dos caciques da legenda é pura invencionice da imprensa.

“Esquecem”, com um cinismo impressionante, que o PMDB é o partido do “quadrilhão” da Câmara dos Deputados, o abrigo de Moreira Franco, Eliseu Padilha, Geddel e companhia Ltda.

O PT não está mais em condições de ficar patrulhando outras legendas, já perdeu a luminosidade da sua estrela. É melhor ficar cuidando do seu próprio quintal, que anda precisando de uma limpeza.

Portanto, Mangabeira toma a decisão certa em não apoiar o segundo mandato de Rui Costa e buscar outras forças e lideranças políticas, como ACM Neto, pré-candidato na sucessão do Palácio de Ondina.

A executiva do PDT de Itabuna, os membros do diretório, sua militância e os simpatizantes da legenda vão caminhar do lado do médico Antonio Mangabeira França.

É o PT que deve uma explicação, até mesmo um pedido de desculpa. O honroso PDT de Itabuna, que tive a honra de presidir por duas vezes, vai continuar fazendo política com P maiúsculo.

Marco Wense é articulista político e editor d´O Busílis.

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marco wense1Marco Wense

 

Para Kataguiri, acabou a roubalheira nos cofres públicos. O MBL foi um instrumento para alavancar suas conveniências e pretensões políticas.

 

Kim Kataguiri, um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre (MBL), se diz pré-candidato a deputado federal pelo PSL, mesmo tendo resistências ao seu nome entre as lideranças da legenda.

Com Michel Temer na Presidência, Kim se afastou das ruas, como se a corrupção fosse uma exclusividade dos governos de Lula e Dilma, ambos do PT.

O MBL sumiu. Escafedeu-se. Sem dúvida, a prova inconteste de que todo aquele oba-oba não tinha nada a ver com o combate à corrupção, com o “Fora Dilma”.

Para Kataguiri, acabou a roubalheira nos cofres públicos. O MBL foi um instrumento para alavancar suas conveniências e pretensões políticas.

E as ruas, Kataguiri? Que rua nada! Kim agora só quer saber dos bastidores, do tititi da política e das conversas reservadas. O povo que se dane.

Marco Wense é articulista político e editor d´O Busílis.