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Jaciara Santos PrimoreJaciara Santos | contato@jaciarasantos.com.br

 

Se você deseja ser um líder e acredita que não nasceu com esse dom, precisa dar o primeiro passo, que é sair da zona de conforto e desenvolver essa habilidade.

 

Alguns acreditam na possibilidade de liderança apenas como um dom. Nasce-se com essa habilidade e pronto. Até afirmam: quem é líder, nasce líder.

Vamos então aos esclarecimentos: algumas pessoas possuem essas habilidades desde a infância, como é o caso de crianças que desde cedo assumem a postura de gerenciar seus colegas nas atividades. Outras pessoas, contudo, nunca lideraram na vida e quando se vêem numa real necessidade, assumem esse papel com maestria. Então, nesse caso, como explicar?

Inicialmente, referencio uma frase de Henry Ford: “Se você pensa que pode ou se pensa que não pode, de qualquer forma você está certo”.

Ford foi um grande empreendedor que começou sua carreira como aprendiz e não se contentou com a sua situação. Lutou para mudá-la e, depois de qualificar-se, introduziu o sistema de linha de montagem, permitindo a produção em larga escala de automóveis, viabilizando seu custo. Suas técnicas de produção em série foram adaptadas e utilizadas nos mais diversos setores da indústria e tornaram seu criador admirado em todo o mundo.

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Na semana passada, Itabuna perdeu figuras-símbolo de sua história centenária. Vivaldo Moncorvo, Adonias Oliveira, José Carlos “Bocão”, Benedito Soriano e Léo Briglia, craque do futebol brasileiro que fez chover nos gramados brasileiros. A seguir, um email enviado pelo jornalista e escritor Antonio Lopes ao também jornalista Marival Guedes, autor do texto “Valeu, Léo”, publicado no último sábado (27). Na sequência, encerrando a série de artigos em homenagem a Briglia, trazemos texto do advogado Allah Góes, amigo do ex-jogador. Confira.

antônio lopes pimentaAntônio Lopes | abcdlopes@gmail.com

 

Perguntei se ele sofreu com a possibilidade de o Bahia ser derrotado (o jogo foi zero a zero), e ele, contrariando minha expectativa, disse que não. “Afinal de contas, sou Vitória”, explicou, para meu espanto.

 

Oi, Marival! A sua foi a melhor matéria que vi na mídia, a respeito da fera Léo Briglia. As notícias omitiram coisas importantes, como ele ter jogado no América (Rio) e no Colo Colo (Ilhéus). Em geral, falam apenas em Fluminense e Bahia. Também não falaram que ele era um dos líderes do “ingênuo” carnaval da Ponta da Tulha, com um bloco, creio que As muquiranas, na tradicional fórmula de homens vestidos de mulheres.

Eu o conheci, quem diria, no Brasil de Buerarema, e disse, em algum lugar, nunca ter visto alguém que jogasse tanta bola. Pode ter sido uma visão distorcida de menino perna-de-pau? Talvez. Mas digo e provo que, mais tarde, já metido a entender do famoso esporte bretão (cheguei a cometer análises na Rádio Difusora, ao lado dos insuspeitos Orlando Cardoso e Geraldo Borges), vi Pelé e Zico, craques acima de qualquer suspeita, comparei-os com o Léo da minha infância e sequer me bateu a passarinha.

Sobre o América, também não falaram que o time de Orlando Cardoso foi a perdição do craque itabunense. Lá, ele conheceu o técnico Martin Francisco, de quem se fez grande amigo. E esse Martim Francisco (Ribeiro de Andrada, descendente daqueles Andradas famosos de Minas) sabia tudo de bola e de copo. Fome e vontade comer: Léo, chegado aos etílicos, encontrara o “chefe” que pedira a Deus.

MF, chamado de lorde dos gramados brasileiros, professor e cientista do futebol, morreu com apenas 54 anos, vítima de “doenças relacionadas com o álcool”.

Em 1988, A Tarde me escalou para acompanhar a decisão do Campeonato Brasileiro ao lado de Léo, na Ponta da Tulha. Lá fui, com o fotógrafo Zeca, encontrar o ex-jogador numa roda de cerveja e papo descontraído, num dos botecos que frequentava. Expliquei meu objetivo, e ele não se fez de rogado: “Vamos lá”, disse. Encerrou a conversa e nos levou para sua casa. Lembro que, no sagrado recesso do lar do craque, enxugamos duas ou três cervejas.

O resultado, todos sabem: o Bahia empatou, o que era suficiente para sair do Beira-Rio campeão brasileiro. Anotei, durante o jogo, alguns comentários de Léo, mas só depois do apito final “encontrei” minha matéria. Perguntei se ele sofreu com a possibilidade de o Bahia ser derrotado (o jogo foi zero a zero), e ele, contrariando minha expectativa, disse que não. “Afinal de contas, sou Vitória”, explicou, para meu espanto.

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Allah GóesAllah Góes | allah.goes@hotmail.com

Na Ponta da Tulha, Léo era sinônimo de alegria e descontração, fundador do Bloco As Leoninas (onde ele, para variar, saía fantasiado de biquíni).

E ele se foi! Claro que com tristeza para os que ficam, mas uma tristeza diferente, com um misto que vai além da saudade e da dor, pois, para nós que ficamos, existe também a satisfação de saber que ele cumpriu o seu dever. O dever de ter entretido, surpreendido e alegrado a vida de milhares de pessoas.

Também, depois de ter vivido uma vida intensa, ter sido o responsável por dar tanta alegria para tanta gente, ter sido o mais importante artista grapiúna do mais popular esporte brasileiro, partiu para continuar sua trajetória de alegria, boemia e diversão… Só que agora em outro plano, o grande “boleiro”, Emanoel Briglia, o “Seu Léo”.

Boêmio, namorador, amigueiro, acessível, contador de estórias e excelente jogador de bola, este foi Léo Briglia, que apesar de filho de “coronel do cacau”, não queria ser “doutor”, como o foram seus outros irmãos. Quis mesmo foi ser jogador de futebol, “peladeiro”, e com o sucesso alcançado na antiga Capital Federal, inspirou o surgimento daquela geração de Itabunenses que, nos anos 60, foi hexacampeã baiana de futebol.

Podem até me tachar de exagerado, mas, como fã incondicional, não poderia pensar de outra forma, pois acredito que se não fosse “Seu Léo”, e o destaque que teve, tanto como artilheiro do campeonato brasileiro como por conta dos diversos títulos conquistados, muito provavelmente não teríamos hoje o nosso Estádio, e o nosso querido Itabuna Esporte Clube, pois foi por conta do mito do “jogador campeão e irreverente” que surgiu a inspiração para a profissionalização de nosso futebol.

Mas a trajetória de vida de “Seu Léo”, não se resume apenas a ter inspirado o surgimento de nossos “craques”, ter sido diversas vezes campeão carioca, campeão brasileiro e ter jogado pela seleção brasileira (tendo sido cortado daquele time que foi campeão do mundo em 1958 pelo infortúnio de estar com “dentes careados”). O legado de Léo reside na forma simples, acessível e carismática com que sempre tratava a todos e a maneira leve com que encarava a vida.

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marco wense1Marco Wense

 

Como não acredito em nenhuma rebeldia por parte de Geraldo Simões, o mínimo que o ex-prefeito pode fazer é corpo mole na campanha ou, então, tentar indicar o vice na chapa majoritária.

 

E como fica Geraldo Simões? É a primeira pergunta que é feita quando o assunto é a possibilidade do prefeito Claudevane Leite disputar o segundo mandato.

Os que não acreditam na candidatura do alcaide usam até argumentos religiosos, dizendo, por exemplo, que o chefe do Executivo é evangélico e, como tal, não iria voltar atrás na sua decisão de não enfrentar as urnas.

Os irmãos, no entanto, sejam do mesmo templo ou não, concordam em um ponto: toda movimentação para que Vane dispute à reeleição é a prova inconteste de que a cúpula do PT não quer Geraldo Simões.

E quem mais tenta convencer o prefeito para que pegue a toalha do chão e enfrente mais um round é o governador Rui Costa, mesmo sabendo do preocupante índice de rejeição.

Rui sabe que a tão decantada unidade, que é imprescindível tanto pelo lado da oposição como do governismo, só será alcançada com o prefeito buscando o segundo mandato.

Davidson Magalhães e Roberto José, prefeituráveis do PCdoB e do PSD, legendas da base aliada do governo, já declararam que abrem mão das suas pretensões se Vane for o candidato.

Carlos Leahy, que é outro postulante pelo PSB, partido que tem cargos de primeiro escalão no governo estadual, fica numa posição de dúvida. A senadora Lídice da Mata, que preside a legenda, é aliada de primeira hora do governador.

Como não acredito em nenhuma rebeldia por parte de Geraldo Simões, o mínimo que o ex-prefeito pode fazer é corpo mole na campanha ou, então, tentar indicar o vice na chapa majoritária.

A conclusão de todo esse emaranhado, de todo esse imbróglio, é que o governador Rui Costa não tem um bom relacionamento político com Geraldo Simões.

PINÓQUIO

Tinha um fulano de tal, lá de Salvador, espalhando na cidade que o doutor Mangabeira teria desistido da candidatura. Veio a Itabuna somente com essa missão. Espalhou o boato e retornou a capital. Não adianta espernear, o prefeiturável do PDT só vai deixar de ser candidato depois do dia 2 de outubro. Deixem o homem se candidatar. Que coisa, hein!

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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IMG-20160227-WA0050José Lessa

Simples de vida, e humilde de coração, Léo era ao mesmo tempo generoso. As suas atitudes, sem ser anarquista, não obedeciam a regras fundadas nos textos das leis escritas, e sim, nas exigências de sua grandiosidade, no amor e na solidariedade às pessoas. Portanto, do seu estado d’alma, da leveza de seu espírito.

É não apenas enriquecedora, senão também gratificante, a oportunidade que a vida, às vezes, oferece a duas gerações de viverem tão próximas, a ponto de se confundirem, e de conviverem até o final da existência de uma e do inicio da escalada derradeira da outra. A interação é extremamente proveitosa, em todos os sentidos. Ah…Se os jovens tivessem disso consciência.

Escrevo a respeito do recente passamento do exceler ser humano, e do grande atleta que foi LÉO BRIGLIA.

Voltando as vistas à longínqua década de 50 (segundo meado), do século passado – que tive o privilégio de viver – revejo-me, com nítida perfeição, na calçada da então Rua Benjamin Constant, hoje Ruffo Galvão, onde, invariavelmente, nas tardes de domingo, encontrava os amigos e os colegas para assistirmos, no Cine Itabuna, os “imperdíveis” filmes de Tarzan, Zorro, Flash Gordon, Roy Rogeres, Errol Flynn, etc.

Reuníamo-nos, antes e depois do filme, para a troca de figurinhas dos atletas (do saudoso e maravilhoso futebol brasileiro), nossos ídolos, as quais eram, depois, coladas nas revistas que representavam os times de nossas respectivas preferências.

Era o ano de 1957, do famoso e inesquecível quarteto de atacantes do Fluminense, time pelo qual torcia: Telê, Léo, Valdo e Escurinho.
Evidente que, porque artilheiro, Léo era o meu ídolo. Mas, àquela época, então com 12 anos, não sabia que ele era um Itabunense, até mesmo porque não tinham meus pais qualquer atração pelo futebol e, por isso, nenhuma influência sobre os filhos exerciam a respeito.

Sequer imaginava que iria conhecê-lo pessoalmente, até que no final da década de 60, também do século pretérito, obviamente, nos saudosos “babas” na praia do Cururupe, em Ilhéus, foi-me dada a grata oportunidade de iniciar uma espontânea amizade, não apenas com o jogador, mas, sobretudo, com o ser humano LÉO BRIGLIA.

Léo, apesar de ter, como todos nós, nascido chorando, era diferente, porque o seu choro, antes de revelar dor, sofrimento, apresentou-se com o tom da alegria, do prazer de estar vindo ao mundo para conhecer e conviver saudavelmente com seus semelhantes, com os animais, plantas, pássaros e tudo o mais que a natureza lhe oferecia.
Portanto, nasceu de bem com a vida!

Abria seu cativante sorriso ao ouvir o gorjeio dos pássaros; seus olhos brilhavam com o deslizar das águas do Rio Cachoeira; sensibilizava-se com o revoar das folhas que os ventos alvissareiros lhe traziam; encantava-se com o desabrochar das flores; sua alma renovava cada vez que recebia auspiciosas notícias de amigos seus; seus olhos mourejavam ao se referir a sua família.

Foi um avô extremoso. Às tardes de domingo colocava os netos em dois táxis e os levava ao Shopping, onde, com a sua inseparável companheira, a cerveja, vigiava-os atenta e carinhosamente.

Simples de vida, e humilde de coração, Léo era ao mesmo tempo generoso.
As suas atitudes, sem ser anarquista, não obedeciam a regras fundadas nos textos das leis escritas, e sim, nas exigências de sua grandiosidade, no amor e na solidariedade às pessoas. Portanto, do seu estado d’alma, da leveza de seu espírito.

Era, por tudo isso, um gentleman. Um altruísta.

As decisões que tomava, sem titubeios, brotavam da convicção de que eram corretas, por isso não carregava o peso das amarguras nem o do ressentimento.

Este foi o Léo que conheci.

Do atleta fabuloso, pela diferença de idade, exatos 17 anos, considerando que ambos somos do mês de agosto, pouco ou quase nada conheci, a não ser pelas histórias que a seu respeito me era contadas e pelas narrações que ouvia de extraordinários locutores de rádio da época.

Fomos, como visto, de gerações distintas, mas que se confundiram numa só, pela intensidade da aproximação que a vida nos proporcionou.
A ele, Léo, fica o meu eterno reconhecimento, por me ter oferecido a sua amizade.

Vai fazer falta!

José Lessa é advogado.

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R SertorioRoberth Sertorio

 

O sal “estraga” os cabelos? E a água do mar? Em tempos de águas salgadas, até pelas nossas torneiras, o assunto voltou à tona. Ao que respondo: sim e não.

 

 

Frequentemente as pessoas me perguntam sobre uma velha história que paira sobre o nosso questionamento. O sal “estraga” os cabelos? E a água do mar? Em tempos de águas salgadas, até pelas nossas torneiras, o assunto voltou à tona. Ao que respondo: sim e não.

Explico: os tipos de cabelo são dados por uma série de diferenças genéticas que determinam a espessura do fio, a quantidade de camadas, o ângulo de abertura de cutículas, o grau de enovelamento, a cor, o ângulo de inserção na pele, dentre outras diferenças. No Brasil então, por conta de nossa fantástica miscigenação, essa diferença entre nossos cabelos se acentua.

Posto isso, fica mais fácil entender porque algo que acontece no cabelo da amiga não necessariamente vai acontecer no seu. Além disso, os diferentes processos químicos pelos quais os cabelos são transformados modificam ainda mais a estrutura e as diferenças capilares. Então vamos considerar três pontos principais: 1- diferentes tipos de cabelos, 2- processos químicos que alteram a estrutura do fio e 3- o coitado do sal.

Pessoal é o seguinte: o sal não altera a acidez (pH) da água. Como ele não altera a acidez, não consegue mudar profundamente o seu fio, nem abrir cutícula, nem fechar… O que ocorre é o seguinte: o sal retira a oleosidade do couro cabeludo (isso mesmo, quem produz oleosidade é a pele e não o cabelo). Como ele retira a oleosidade, o nosso fio fica sem a “hidratação” natural produzida por nossa pele que, no ato de pentear ou passar os dedos, espalha-se preenchendo os espaços vazios entre as cutículas dando brilho, maciez e penteabilidade.

Para melhor combater esses efeitos danosos escolha um bom xampu, de preferência sem sal e quando for lavar os cabelos utilize uma pequena quantidade, repetindo a lavagem se necessário. Essa simples dica diminui a retirada excessiva da hidratação natural dos nossos fios.

Para condicioná-los, você pode usar os condicionadores mais simples após a lavagem e máscaras para hidratação uma vez por semana. Dê preferência aos que contém aminoácidos, manteigas e óleos vegetais em sua composição. Para aqueles mais preciosos que defendem o uso da água mineral na lavagem dos cabelos, lembrem-se: minério também é sal. E, como já vimos, ele não é esse vilão todo. Espero que tenham gostado. Fiquem com Deus e até a próxima.

Roberth Sertorio é farmacêutico, especialista em Cosmetologia pela Faculdade Osvaldo Cruz e professor de Cosmetologia e Tecnologia Farmacêutica no curso de Farmácia pela Unime/Itabuna.

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marivalguedes2Marival Guedes | marivalguedes@gmail.com

 

Leó, que havia marcado gols em todas as partidas, fez um golaço na decisiva e consagrou-se artilheiro do campeonato. No final do jogo Osório Vilas-Boas foi parabenizá-lo, mas não conseguiu pronunciar palavra alguma. A garganta travou, as lágrimas caíram.

 

Na última vez que encontrei Léo, fomos a um bar próximo a casa onde ele morava em Itabuna. Estava chateado por causa de uma tentativa de assalto na Avenida do Cinquentenário.

Contou que quando o homem mostrou uma faca, ele desabafou:

-Mas eu, um idoso?

Surpreso, o assaltante respondeu com outra pergunta:

É você, Léo?

Pediu desculpas e saiu apressadamente.

Vamos esquecer isso e falar sobre as coisas boas da vida, sugeri e ele concordou. A partir daí, foram muitas histórias e muitas risadas.

O texto que segue, escrevi para uma edição especial do Jornal Agora. Depois vi na biblioteca colaborativa Wikipedia, com algumas alterações, e faço um terceiro nesta manhã de sábado.

A FUGA PARA O RIO DE JANEIRO

Briglia foi um dos monstros sagrados do futebol baiano.
Briglia foi um dos monstros sagrados do futebol baiano.

Léo foi “descoberto” quando atuava pela Federação Universitária Baiana de Esportes (Fube) numa preliminar de Bahia e América em Salvador. Suas jogadas despertaram a atenção do técnico Grita, um uruguaio, que o convidou para jogar no Rio.

Sabendo que o pai não concordaria, ele saiu de casa às escondidas: “minha família soube pelos jornais e revistas, quando eu já estava jogando no América”, conta.

No Rio, os treinos eram realizados no campo do Vasco. Ao observar a atuação do jogador, o técnico do clube, Flávio Costa, o convidou. Mas ele já havia assinado contrato com o América.

No entanto faltava um detalhe, Francisco Briglia, pai de Léo, teria que assinar o contrato. Prevendo a resistência, foi enviado um diretor importante politicamente, o Ministro do Trabalho, que foi a Salvador, onde a família tinha residência para os filhos estudarem.

O “coronel de cacau” não levou o poder político em consideração: “ele rasgou o contrato e xingou o ministro, dizendo, você é descarado igual a Léo”, contou o ex-jogador.

Mas “arranjaram um jeitinho”. O vice-presidente do América era juiz de Direito e assinou o contrato se responsabilizando pelo jogador, que permaneceu no clube durante três anos, de 1947 a 1949.

VISITA E PRISÃO

Neste último ano, aconteceu algo inesperado: o América foi jogar em Ilhéus. Léo se hospedou, junto com a equipe, no Ilhéus Hotel e decidiu visitar os familiares em  Itabuna.

Quando chegou, por ordem do pai, recebeu voz de prisão do irmão, Eudes Briglia, que era delegado, ao tempo em que ouvia o vozeirão de Chico Briglia, aos berros: “você não vai voltar mais, seu moleque vagabundo!”.

RETORNO AO FUTEBOL BAIANO

Ficou na cidade, jogando nos times de Itabuna contra os de fora, a exemplo de Bahia, Botafogo e Ipiranga. “Nós papávamos todos eles”, diz orgulhoso.

Quando o futebol itabunense entrou em declínio, em 1953, ele foi para o Colo-Colo de Ilhéus.

O “Tigre” foi campeão em 1953 e 1954 e Léo o artilheiro absoluto. Depois do Colo-Colo, conseguiu um emprego de auditor fiscal em Salvador, através do Governador  Juracy Magalhães, seu padrinho.

“QUASE” CAMPEÃO MUNDIAL

Em 1958, Léo Briglia foi convocado para a Seleção Brasileira, pelo técnico Vicente Feola. Mas foi cortado dezoito horas antes do embarque para a Suécia, porque seu ex-treinador do Fluminense havia declarado a um importante jornal da época, que o joelho do atleta estava lesado e seus dentes tinham muitas cáries.

Por isso, ficou definitivamente fora da Seleção. Foi substituído por  Dida, do Flamengo. Em relação às cáries, vale lembrar que todos os seus dentes foram extraídos e, dias depois, substituídos por uma dentadura.

Sobre o corte na Seleção, Léo falou conformado que futebol tem dessas coisas e afirma que neste incidente houve um aspecto positivo, que foi a oportunidade dada àquele que se tornou a maior estrela do futebol brasileiro:

“Se eu fosse para a Suécia, o Pelé não iria brilhar porque não teria a oportunidade de jogar, pois a posição era minha e não lhe daria esta chance. Mas era pra ser Pelé e assim foi”, disse Léo Briglia.

 REJEIÇÃO E GLÓRIA NO BAHIA

Torcedor do Vitória, Léo tentou jogar no rubro-negro, mas o dirigente Ney Ferreira não aceitou, argumentando que ele estava velho, decadente e em fim de carreira.

Com a negativa, o ex-jogador e técnico do Bahia, Geninho, sugeriu sua contratação ao presidente do clube, Osório Vilas-Boas, que reagiu de forma semelhante, argumentando que “Léo bebe muito e é irresponsável”. Geninho insistiu, assumindo um arriscado compromisso: “contrate Léo que eu lhe dou a Taça Brasil de presente”.

CAMPEÃO E ARTILHEIRO NACIONAL

Por ironia, foi no Bahia que viveu sua melhor fase como jogador de futebol. O clube foi para a final da Taça Brasil (que começou em 59 e terminou em 60), numa melhor de três, contra o Santos.

Na primeira, em plena Vila Belmiro, o Bahia surpreendeu o Santos ao vencer por 3 a 2. No segundo confronto, na Fonte Nova, perdeu por 2 a 0, mas venceu a histórica partida decisiva em campo neutro e sagrou-se o primeiro campeão da Taça Brasil, derrotando o time de Pelé por 3 a 1, no Maracanã.

Leó, que havia marcado gols em todas as partidas, fez um golaço na decisiva e consagrou-se artilheiro do campeonato. No final do jogo Osório Vilas-Boas foi parabenizá-lo, mas não conseguiu pronunciar palavra alguma. A garganta travou, as lágrimas caíram.

FLAGRANTE NA BOATE

Das suas histórias de boêmio uma aconteceu no Fluminense do Rio. O time estava concentrado num hotel para o clássico contra o Vasco no dia seguinte.

Ele não resistiu a um convite e fugiu para uma festa numa boate. De madrugada, apareceu o técnico Zezé Moreira e o levou para o hotel. Lá, na madrugada, ouviu a sentença: “enquanto eu estiver aqui, você não veste mais a camisa do Fluminense. Mas não vou dizer pra ninguém, por que lhe tirei do time”.

Porém, um incidente levou o técnico a suspender a punição: um jogador se machucou e Léo foi convocado. Mesmo de ressaca, entrou e brilhou. Driblou, deu passes, fez dois gols e o Fluminense venceu por 5 a 2.

Um dos maiores craques do futebol brasileiro, Léo Briglia ocupou espaços nos mais importantes veículos de comunicação do país. Foi citado em crônicas do dramaturgo e jornalista Nelson Rodrigues, assim como do escritor e jornalista Antônio Lopes.

Além de ser o primeiro artilheiro do Brasil, teve vários outros títulos conquistados. Entrou e colocou a Bahia numa das páginas de maior destaque do nosso futebol.

Valeu, Léo.

Marival Guedes é jornalista.

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Everaldo Anunciação e Josias Gomes.

Everaldo Anunciação e Josias Gomes

A ameaça ocorre justamente no momento que a Ceplac, mais ativamente a partir de 2012, desenvolve plano de contingência para livrar o Brasil da monília.

Às vésperas de completar 60 anos, o que acontecerá em 20 de fevereiro de 2017, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), forte símbolo da cacacuicultura do Brasil, pode estar perto de sofrer um rude golpe.

Vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Ceplac atua em seis estados (Bahia, Espírito Santo, Pará, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso), por onde se espalha a cultura do cacau no país.

O golpe vem na forma de possível rebaixamento em seu status legal, passando da atual condição de órgão da administração direta a uma simples coordenação, o que fará com que a Ceplac tenha prejuízos significativos nas partes orçamentária, administrativa e financeira.

Tudo isso, sem qualquer sombra de dúvida, deve prejudicar enormemente o andamento dos diversos projetos de pesquisa e de desenvolvimento de novas tecnologias quer caracterizam o trabalho da Comissão.

Não precisa dizer, ainda, o efeito danoso que um rebaixamento institucional desse porte vai produzir em meio aos técnicos, agrônomos e funcionários da Ceplac, principalmente em virtude da redução dos recursos e das condições de trabalho na instituição.

Desde que cheguei à Bahia (no meu caso específico, Josias) estabeleci, na condição de agrônomo, profunda ligação com o trabalho da Ceplac. Nós dois, ligados no mesmo trabalho, desde então, sabemos bem da motivação que guia seus quadros na condução dos trabalhos em favor da cacauicultura e demais sistemas agroflorestais, não só do Estado, mas, ainda, do País como um todo.

Em parceria, desde então, nós assistimos e participamos das angústias e das intervenções técnicas feitas pela Ceplac para enfrentar a praga da vassoura de bruxa, que quase dizimou a produção de cacau na Bahia.

A partir da chegada dessa praga no Estado, com efeitos trágicos na cacauicultura local, foi na Ceplac que agricultores e produtores em geral buscaram o apoio para enfrentá-la, o que acabou produzindo resultados cada vez mais estimuladores.

Pesquisas resultaram então na descoberta do primeiro fungicida biológico para lavouras de cacau, o Tricovab, que, durante 10 anos foi submetido a testes em campo, com eficácia comprovada tanto em tecido morto quanto em tecido vivo. Em 2013, o Tricovab acabou virando produto comercial.

Pelo trabalho da Ceplac, não apenas com a utilização do Tricovab, como pela introdução de clones e manejo adequado do solo, do total de 473,6 mil hectares de terra, 150 mil haviam sido devidamente recuperados, em 2013. Esses números só avançaram desde então.

Nesses quase 60 anos de existência, portanto, sobreviveu e avançou a cultura do cacau no país, sob a égide do trabalho desenvolvido pela gente da Ceplac, gente que, agora, se vê ameaçada pela minimização da estrutura legal da Ceplac. 

O pior é que a ameaça ocorre justamente no momento que a Ceplac, mais ativamente a partir de 2012, desenvolve plano de contingência para livrar o Brasil da monília, uma praga devastadora, ainda não relatada no país, mas já identificada a 150 km do Acre.

Não é possível admitir, creio firmemente nisso, em tal possibilidade, qual seja, a de ver a Ceplac rebaixada ao nível de uma simples coordenação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Nesse momento queremos deixar claro o nosso alinhamento ao lado de todos que, na Ceplac ou fora dela, se dispõem a lutar para que a instituição mantenha o atual status de órgão da administração direta, vinculado ao Mapa.

Temos certeza de que a Ceplac necessita de uma reforma. Mas, de uma reforma que a aperfeiçoe, e, mais do que isso, faça com que a Comissão cresça em dimensão institucional, e, não, como se quer, diminua.

É nesse propósito que reafirmamos nossa profissão de fé com relação a Ceplac, uma entidade que tem marcado não apenas a história da cacauicultura, mas, por extensão, a própria história da agricultura brasileira.

Josias Gomes é deputado federal licenciado e secretário estadual de Relações Institucionais; e

Everaldo Anunciação é funcionário da Ceplac e presidente do PT-BA.

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marco wense1Marco Wense

 

 

É bom lembrar que as pressões sobre o alcaide, para que seja o nome do governismo na sucessão, são grandes e protagonizadas por gente graúda, como, por exemplo, o governador Rui Costa (PT).

 

 

Francamente, como diria Leonel Brizola, fundador do PDT, não acredito que o prefeito Claudevane Leite volte atrás na sua decisão de não disputar o segundo mandato.

Como o mundo político é cheio de sobressaltos, vamos analisar, a pedido de alguns leitores, o que poderia acontecer se o enigmático chefe do Executivo resolvesse sair candidato à reeleição.

É bom lembrar que as pressões sobre o alcaide, para que seja o nome do governismo na sucessão, são grandes e protagonizadas por gente graúda, como, por exemplo, o governador Rui Costa (PT).

O comando estadual do PRB, legenda pela qual o chefe do Executivo se elegeu, que é ligada aos evangélicos da Igreja Universal, trabalha nos bastidores para que Vane pegue a toalha do chão e enfrente mais um round.

Vane candidato significa uma reviravolta no processo sucessório. Todas as análises políticas seriam reavaliadas. O jogo pelo poder tomaria outros contornos. Uma nova avaliação do cenário político, principalmente pelos adversários, seria imprescindível.

A primeira consequência e, sem dúvida, a mais importante, seria um só palanque com Davidson Magalhães, Geraldo Simões e Roberto José, respectivamente PCdoB, PT e PSD, apoiando Claudevane Leite.

O chamado “núcleo duro” do vanismo, tendo na linha de frente Otto Matos, em nome da causa maior, a reeleição, faria as pazes com os comunistas. O céu ficaria de brigadeiro.

Davidson e Roberto José já disseram, por diversas vezes, que abririam mão da candidatura se o prefeito saísse para um segundo mandato. O petista Geraldo Simões não iria se rebelar contra o governador Rui.

A pré-candidatura de Carlos Leahy pelo PSB, partido que integra a base aliada do governo estadual, fica na dependência de uma melhora nas pesquisas de intenções de voto, sob pena de ter que se juntar a Davidson, Geraldo e Roberto no palanque da reeleição.

Pelo lado da oposição, a disputa entre Fernando Gomes, capitão Azevedo e Augusto Castro fica cada vez mais acirrada. O tucano Augusto quer que o apoio do PSDB à reeleição de ACM Neto seja condicionado ao do DEM de Itabuna a sua candidatura.

Longe dos bafafás e dos imbróglios, o prefeiturável do PDT, o médico Antônio Mangabeira, continua firme na sua campanha. Enquanto eles brigam, o doutor toma a sopa pela beirada do prato.

Por falar em Mangabeira, dos pré-candidatos citados no comentário de hoje, somente ele participou da consulta pública sobre o plano municipal de saneamento básico.

A questão da reeleição não é só política. A pacata primeira dama, com sua peculiar discrição, em conversas com pessoas bem próximas, tem dito que a decisão de não disputar o segundo mandato é irreversível.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Diana SantanaDiana Santana

Passado o susto e depois de dar conta dos problemas e dissabores gerados, consigo falar sobre uma ocorrência da semana passada. Na última quinta-feira, dia 11, meus pais, donos do Bar Katikero, localizado no bairro Pontalzinho, em Itabuna, comércio em funcionamento há 39 anos, foram surpreendidos por uma situação que jamais imaginaram passar na vida: um ataque a tiros (relembre aqui).

Apesar dos blogs e rádios terem noticiado um tiroteio, afirmo que o ocorreu foi um ataque. Sim, porque um tiroteio pressupõe um revide, troca de balas, e o que ocorreu nem passou perto disso. Não houve tempo e nem havia cidadãos armados para sequer pensar em reagir (que bom!). Quem espera estar sentado num tradicional bar, no centro da cidade, no meio da semana e virar alvo de uma violência? Tudo ocorreu por volta das 21 horas, quando dois homens passaram numa moto e atiraram a esmo, para todos os lados. Mais de 15 tiros! Uma mulher e um homem foram atingidos; por sorte, os ferimentos não foram letais. Outros tiros atingiram portas e paredes de estabelecimentos e o carro de meus pais. As marcas ainda estão lá. Um terror.

Mas isso acho que todos sabem. Os blogs e as redes sociais replicaram as notícias e fotos. O que ninguém sabe é o porquê. Violência generalizada, eu sei. Mas por que Itabuna está sofrendo tanto com isso? Para além da crise hídrica e da epidemia do aedes aegypti, somos notícia nacional devido ao índice elevadíssimo de assassinatos, principalmente de jovens.

Um ataque dessa natureza hoje, na nossa cidade, pode acontecer com qualquer um, em qualquer lugar, a qualquer hora. É fato! É espantoso! E outro fato me chamou atenção: blogs e rádios tem a preocupação em noticiar o ocorrido, mas só dão a manchete, sem fazer uma análise, sem fazer uma cobrança às autoridades, sem provocar uma reflexão, sem convocar a população para o debate e para a ação.

Em que pese a violência e suas estatísticas absurdas terem sido banalizadas e virarem sensacionalismo em inúmeros programas policialescos, nada disso é normal!

Dessa vez meus pais foram surpreendidos (apesar de não ser esta a primeira vez que foram vítimas de violência), e nossa família, amigos e clientes ficamos todos consternados. Mas é a cidade que agoniza. É notório que há um clima de tensão permanente, boatos sobre toque de recolher e etc. Tá, sei que o Brasil, que o planeta todo está meio descontrolado, mas estamos todos esperando que os responsáveis pela cidade, o poder público ou a polícia responda: o que está acontecendo com Itabuna?

PS: Como contribuição para uma reflexão deixo um texto, muito pertinente, de um professor grapiúna, que li outro dia aqui. Contundente, como a situação merece.

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Moacir Oliveira faleceu no último dia 9.
Moacir Oliveira faleceu no último dia 9.

Familiares e amigos do médico Moacir Oliveira participam de Missa de Sétimo Dia, nesta segunda (15), às 18 horas, na Catedral de São José, em Itabuna. O médico faleceu na última terça (9), após sofrer três paradas cardíacas, no Hospital Calixto Midlej Filho.

O médico era um exemplo em sua área e também como ser humano. Olívio Borges, um dos sobrinhos de Moacir Oliveira, sugeriu ao site a publicação do texto abaixo, escrito por um dos filhos do médico. Ajuda a entender um pouco do profissional e da alma do grande ortopedista itabunense. Confira o texto de Moacir Oliveira, médico e psicoterapeuta.

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Moacir FilhoMoacir Oliveira

Comecei a aprender a ser médico. Mais tarde, me daria conta de que ele me ensinava a não ser, apenas, médico de patologias, e sim, a ser médico de pessoas. Então, ele me ensinava sobre caridade.

 

Hoje é dia 10 de fevereiro de 2016. Vou escrever um pouco sobre meu pai, mas, por mais que escreva ou fale dele, por mais que tentasse, não conseguiria dar a imagem de quem era, aliás, de quem é, porque, continua a existir entre nós, pelas histórias que construiu e que iremos contar, que manterá acesa a chama de sua essência em meu coração.
Seria preciso ter convivido com ele para experimentar o ser humano singular, grandioso e bom que era, porém vou tentar falar um pouco do que aprendi com ele desde pequena idade, a exemplo de quando criança, passávamos o veraneio em São Tomé de Paripe, na baía de Aratu, onde ele se esquecia que era médico e se sentava com seu compadre pescador para me ensinar a pescar, colocando a isca no anzol, em uma canoa, me ensinando a reconhecer os peixes que pescávamos. Aprendia, neste momento, sobre sua simplicidade.

Com o tempo, crescemos e viemos morar num sítio, em Itabuna, onde, hoje, velamos o seu corpo, e, meninos levados que éramos, eu e meus irmãos, saíamos para tomar banho no perigoso cachoeira, e ele nos advertia: -“cuidado com o lugar mais fundo, não vão para lá”, e, nós não íamos. Eu aprendia, com ele, sobre a obediência, disciplina e confiança, quando ao fim do dia voltávamos para seus braços sem nada ocorrer.

Já maior, quando ele ia atender seus pacientes no antigo Hospital Santa Cruz, onde cirurgião geral, naquela época, realizava cirurgias de todo o tipo, lá estava eu, segurando a sua maleta, e ficava encantado. Ele me apresentava seus casos. Comecei a aprender a ser médico. Mais tarde, me daria conta de que ele me ensinava a não ser, apenas, médico de patologias, e sim, a ser médico de pessoas. Então, ele me ensinava sobre caridade.

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ana virginiaAna Virgínia Santiago | Jornal Bahia Online

Passam-se os dias, as intermináveis horas, os rotineiros e angustiantes momentos de insônia e desespero da mãe, avó, irmão, tios e amigos da menina linda que se foi de forma trágica e desumana.

Passam-se os dias e envolvo o meu coração materno, de tia por afinidade no parentesco de quem viu a menina linda nascer, de quem conviveu com ela e de cidadã assustada com o que está acontecendo, porque a família está sofrendo.

Sou mãe e (como inúmeras mães não só daqui de Ilhéus que conversam comigo) transfiro sem ter a verdadeira e grandiosa dimensão do que está acontecendo na vida e na alma da mãe de Thayná, porque só ela sabe o que está passando. É tudo dela! A ausência da filha e a solidão de mãe.

Perder um filho é dor dilacerante.

Perder um filho da forma que se foi Thayná é pior ainda, porque perder todos os dias a menina linda, sem a verdade, é desumano !

Seu quarto está vazio, não se ouve mais sua voz, sua alegria pela vida, seu dançar…Ela não está mais aqui entre nós.

Deixem Thayná em paz!

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DT blog 3Daniel Thame | danielthame@gmail.com

 

Coube a Rui Costa,  um governador nascido e criado numa família humilde do bairro da Liberdade (mais que uma ironia, o nome embute um simbolismo), iniciar um processo de liberação das amarras.

 

Durante duas décadas, o Carnaval de Salvador transformou-se numa espécie de Casa Grande & Senzala.

Protegidos pelas cordas, a elite branca de Salvador e milhares de turistas do Brasil e do Exterior, igualmente brancos em sua esmagadora maioria, desfrutavam das grandes atrações do Carnaval, em blocos cujos abadás caríssimos transformaram-se em grife e símbolo de status.

Do lado de fora das cordas, espremido entre as  calçadas e os camarotes, o povo, negros e multados da mais miscigenada e também mais negra das cidades brasileiras. Os chamados  pipocas, sorvendo migalhas do banquete oferecido aos bem nascidos.

Como os blocos se tornaram um espaço exclusivo, produzia-se um clima de alegria, mas uma alegria artificial.

Um “Muro de Berlim”  tropical, contraste constrangedor na festa que de popular só tinha o nome. Porque havia a corda.

Juntos, sim. Mas misturados, aí já era demais!

Não é mais.

Coube a Rui Costa,  um governador nascido e criado numa família humilde do bairro da Liberdade (mais que uma ironia, o nome embute um simbolismo), iniciar um processo de liberação das amarras.

Romper a corda.

Entre as já memoráveis imagens do Carnaval de Salvador em 2016,  nenhuma é mais forte, pelo que representa, do que a de grandes artistas como Ivete Sangalo, Bell Marques e Banda Eva, Léo Santana, Baby do Brasil, Moraes Moreira, Vingadora, Luiz Caldas, Sarajane, Gerônimo, Saulo cantando para uma multidão sem cordas, unida na alegria autêntica, que é marca do povo baiano, negros e brancos, pobres e ricos.

Ao romper as cordas e democratizar a folia, Rui Costa quebra um paradigma e abre caminho para fazer do Carnaval da Bahia efetivamente a maior festa popular do planeta.

Popular porque, enfim, o povo é protagonista e não um mero espectador excluído da folia.

Axé!

Daniel Thame é jornalista e editor do Blog do Thame.

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Felipe-de-PaulaFelipe de Paula | felipedepaula81@gmail.com

 

 

Precisamos, fundamentalmente, de disposição para procurar e constante atualização das nossas habilidades de pesquisa e leitura.

 

 

Há alguns dias me envolvi em uma polêmica num fórum das redes sociais. O espaço era destinado a tirar dúvidas de estudantes e pretensos estudantes universitários. Ali surgiam as mais diversas questões sobre o funcionamento de uma instituição de ensino superior. Muitas complexas, outras extremamente banais.

Aí começou o imbróglio. Respondi a uma dessas dúvidas banais e provoquei em tom didático: “Vamos aprender a usar o Google, pessoal”! Fui quase apedrejado. Acusaram-me de “cercear” as dúvidas alheias e, na condição de educador, eu deveria respondê-las. Reforço aqui uma reflexão que se une a o que argumentei por lá.

Primeira questão: entre postar uma dúvida num Fórum para aguardar que alguém responda ou partir para uma busca nos mecanismos que a tecnologia oferece, a segunda opção trará resultados mais rápidos e muito provavelmente mais referenciados do que a primeira.

Segunda questão: o mínimo que posso esperar de um estudante universitário é a ação de pesquisa. A reflexão curiosa, o desejo de aprender, a busca pelos meios de obter informação, deve fazer parte do cotidiano e do modo de agir desse estudante contemporâneo.

Terceira questão: até mesmo na satisfação de uma dúvida (que será mais bem resolvida de acordo com o nível de informação que o estudante buscou) devemos ter como objetivo a consolidação da autonomia, numa perspectiva Freireana, do estudante.

As tecnologias oferecem inúmeros caminhos para a obtenção da informação. Flutuamos hoje em um mar revolto de informações, onde nossa principal habilidade demandada é a do equilíbrio neste “mar informacional” e nossa capacidade de mudanças bruscas de rumo em busca do dado qualificado. Tal como Pierre Lévy afirma em sua obra Cibercultura, nossa busca pelo saber deixa de estar assemelhada à escalada de uma pirâmide e se aproxima da analogia com as ações de um surfista em busca do equilíbrio e de boas manobras.

Tal como um surfista, se desejamos informação, precisamos fugir da postura passiva. O sábio do presente vai à busca do saber. Não há tempo, em uma constante atualização de dados, para que fiquemos estacionados no aguardo de alguém para nos servir de informação e conhecimento. E ainda com a existência da possibilidade de equívocos nessas informações.

No tempo entre uma publicação num fórum e a chegada de sua resposta, há a possibilidade de encontrar e checar a qualidade de diversas fontes de informação. Precisamos, fundamentalmente, de disposição para procurar e constante atualização das nossas habilidades de pesquisa e leitura.

Felipe de Paula é professor da Universidade Federal do Sul da Bahia
www.facebook.com/professorfelipedepaula/

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marco wense1Marco Wense

 

Esse “ainda” do juiz aposentado Marcos Bandeira deixou nas entrelinhas que o doutor algum dia colocaria o seu nome como pré-candidato. Tanto é que o magistrado não descartou a incontida vontade.

 

 

O eminente juiz aposentado Marcos Bandeira, que tanto dignificou a magistratura, foi convidado para sair candidato a prefeito por Itabuna e Ilhéus.

Em relação a nossa vizinha e irmã cidade, não há qualquer possibilidade de Bandeira sequer pensar no convite, é só agradecer a lembrança do seu nome.

Na frente da articulação, o engenheiro Alfredo Melo, a simpática presidente do PV, Daniele Simões, e o poeta Antônio Oliveira. Tudo com o aval da executiva estadual, tendo a frente o deputado Marcell Moraes.

Em dezembro de 2014, o então juiz da Vara de Infância e Juventude negou a intenção de disputar o comando do centro administrativo Firmino Alves: “Ainda exerço o cargo de magistrado do Tribunal de Justiça da Bahia, que, por força da lei, não permite o exercício de qualquer atividade de natureza político-partidária”.

Esse “ainda” deixou nas entrelinhas que o doutor algum dia colocaria o seu nome como pré-candidato. Tanto é que o magistrado não descartou a incontida vontade: “Se Deus um dia me conceder a graça de me aposentar, aí sim poderia pensar nessa possibilidade”.

Como Marcos Bandeira acaba de se aposentar, então se deduz que ele pode aceitar o convite para se filiar ao PV e, quem sabe, ser mais um prefeiturável.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.