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Ricardo RibeiroRicardo Ribeiro | ricardorib.adv@gmail.com
 

É inegável que a região mudou seus paradigmas, depois de muito chorar pela vassoura espalhada.

 
O sociólogo Selem Rashid Asmar costuma definir o sul da Bahia como “uma pobre região rica”. Paradoxo constatado ainda no tempo em que o cacau sustentava praticamente sozinho a economia desta ponta do território baiano. A riqueza então existente estava concentrada nas mãos de poucos, o que explica a interessante definição rashidiana.
Pensamento semelhante é externado pelo professor Alessandro Fernandes, economista e pró-reitor de Extensão da Universidade Estadual de Santa Cruz. Segundo ele, há 40 anos a região era considerada próspera em função do bom momento da cacauicultura. No entanto, afirma o professor, os indicadores sociais de hoje são melhores que os daquela época, o que à primeira vista é difícil de compreender.
Como se sabe, houve uma praga chamada vassoura-de-bruxa no meio do caminho, que destruiu lavouras, expulsou 250 mil trabalhadores do campo, desvalorizou terras. Em cidades como Ilhéus e Itabuna, assistiu-se ao crescimento de favelas, ampliação da miséria, surgimento de contingentes sem perspectiva.
Acontece que, além do estrago, a vassoura deixou como legado uma região que se reinventou. Da monocultura de cacau, para a diversidade produtiva e a fabricação de chocolate; da riqueza nas mãos de poucos, para uma melhor distribuição da terra, com o fortalecimento da agricultura familiar. Hoje, existem novas políticas públicas que ajudam a fixar o homem no campo.
É inegável que a região mudou seus paradigmas, depois de muito chorar pela vassoura espalhada. Presenciei recentemente, na arena virtual, um debate de temperatura elevada sobre a questão, com o nosso amigo Gerson Marques defendendo a melindrosa tese de que a vassoura-de-bruxa foi boa para o sul da Bahia. Entendi o argumento como uma defesa da mudança de mentalidade em uma região até então presa a um modelo produtivo atrasado.
Não chegaria a classificar a vassoura como algo positivo para a região, pois o preço foi demasiadamente alto, principalmente para os milhares de desempregados e suas famílias, ainda hoje atingidos pelas consequências da praga em múltiplas formas. A aplaudida mudança de paradigmas, que ocorreu “pela dor”, nada mais é do que uma reação necessária de uma região que chegou ao fundo do poço, mas tem plenas condições de se recuperar em novas bases, e seguir em frente.
Nosso desejo é de que esta venha a ser, futuramente, uma “rica região rica”. E os caminhos estão traçados para que assim seja.
Ricardo Ribeiro é advogado e editor do BA24Horas.

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walmir rosárioWalmir Rosário | www.ciadanoticia.com.br
Bola pro mato que o jogo é de campeonato. Essa expressão popular está sendo seguida fielmente pela presidenta Dilma Rousseff a pedido do seu time de marqueteiros. E não é pra menos. O ano é de eleições e de Copa do Mundo. Um está intrinsecamente ligado ao outro.
Se nossa seleção de futebol bobear na Copa a presidenta ainda terá cerca de 90 dias para se recompor da fama de “pé-frio”, atributo também conferido ao seu antecessor, o ex-presidente Lula. Para evitar esse dissabor, chamou às falas seus subordinados, exigindo mais ação do governo.
E esse chamamento foi um “puxão de orelhas” na turma de ministros e secretários, que não têm sido muito laboriosos, deixando obras importantes em atraso. Obras como as de mobilidade urbana, Programa Minha Casa Minha Vida, Pronatec, e o Programa Mais Médicos estão nessa pauta.
A presidenta deu ordens expressas para que, no máximo até o dia 5 de julho, data fatídica para participar das inaugurações, essas obras e serviços possam ser entregues. E não será fácil cumprir esse prazo. A não ser que: como já fez recentemente, inaugure a maior quantidade possível dessas obras sem estarem acabadas.
Até aí não há novidade alguma. O mais grave nisso é se os “aspones” entenderem as ordens da presidenta Dilma ao pé-da-letra e descuidarem da segurança. E essa história já foi vista por nós, principalmente na construção das formosas arenas que sediarão os jogos da Copa do Mundo.
E a dívida da presidente Dilma com a sociedade brasileira não se prende somente às obras em andamento, mas as reclamadas por parte de representantes da sociedade nas manifestações de ruas. Essas cobranças ainda estão na memória do esquecido povo brasileiro.
Os pactos anunciados por temas que versam sobre responsabilidade fiscal, reforma política, saúde, transporte e educação ainda ecoam em nossos ouvidos. De forma pronta e inteligente, essa foi a forma encontrada para abrandar a onda de protestos que abundou as nossas cidades.
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Davidson MagalhãesDavidson Magalhães1

É preciso trabalhar ainda mais para adequar-se a essa nova potencialidade de desenvolvimento que se conjectura, sob pena de perdermos a passagem do trem da história.

Há sete anos, quando assumi a presidência da Bahiagás, passamos a investir pesado na construção de gasodutos para levar o gás natural aos municípios das regiões sul e extremo sul.
Com a chegada do gás natural e da rede de distribuição da Bahiagás, os municípios passaram a dispor de uma fonte de energia mais limpa e de menores custos, que favorece a implantação de indústrias, estimula o comércio, beneficia a construção civil e a economia familiar. Este panorama descortina novos horizontes de patamares econômicos e concretas perspectivas de melhoria da qualidade de vida para todos os habitantes.
A Bahiagás expandiu-se na região porque sabíamos que estrategicamente era preciso criar condições para atender à nova demanda do desenvolvimento regional, focada no sul da Bahia, onde se realiza um dos mais importantes eixos de obras estruturantes do governo Jaques Wagner que, em parceria com o governo federal, encarou o desafio.
O complexo logístico produtivo do sul da Bahia é uma infraestrutura fundamental e gigantesca para recolocar o progresso nos trilhos, a partir da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste), Porto Sul da Bahia, Aeroporto Internacional de Ilhéus (o governo do estado já recebeu a autorização para a construção) e a Zona de Processamento de Exportação (ZPE), além da duplicação da BR-415, no trecho Ilhéus-Itabuna.
A Ferrovia Oeste-Leste, entre Ilhéus e Figueirópolis (Tocantins), com 1527 km de extensão, cria uma nova vertente de desenvolvimento ao integrar a economia do sul da Bahia ao oeste, zona de maior produção do estado, e a área de mineração de Caetité. Além de escoar a produção da Bahia, a Oeste-Leste servirá de elo para a interligação a outros polos do país, através da conexão que terá com a Ferrovia Norte-Sul, em Figueirópolis (TO), transformando o novo porto em Ilhéus no grande escoadouro destas produções.
A dinâmica deste complexo logístico tem como desdobramentos estratégicos a agregação de valor para cadeias produtivas do Semiárido, Oeste e Brasil Central, a sinergia com o turismo e a cadeia do cacau. Serão criadas condições para adensar cadeias produtivas nos segmentos têxtil, de alimentação, mineral, entre outros. Sem esquecermos o crescimento que advirá para a extensa cadeia de prestação de serviços.
Somos também a região de uma instituição do porte da Ceplac, com um complexo educacional de nível superior da qualidade da Uesc, agora acrescido com uma recente conquista de todos nos: a instalação da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), oferecendo até o ano de 2020 cerca de 18 mil vagas, novas escolas técnicas federais e o Pronatec.
Este conjunto de cenários sociais dará à economia regional uma dinâmica excepcional para a atração de novos investimentos e geração de emprego e renda. Haverá substancial aumento dos recursos municipais, criando as condições para um novo ciclo de acumulação de capital, agora integrado por diversos segmentos econômicos e de perfil diferencial do capital agrário e mercantil do tempo do cacau.
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WALMIR~1Walmir Rosário | ciadanoticia@ciadanoticia.com.br

Daqui de Canavieiras, onde mantenho minha sossegada trincheira, antevejo um futuro incerto para os manguezais lavados pelos rios Pardo, Salsa e Patipe, que formam esse imenso delta, berçário dessa colossal fauna marinha.

A designer sul-coreana Jeongwon Ji deslumbra o mundo ao apresentar uma invenção inusitada: transformar caranguejos chineses em plásticos. Acredito piamente nas novas tecnologias, mas, aqui pra nós, tenho minhas dúvidas sobre a eficácia dessa transformação. Não entendo nada de química, e poucas são as informações que disponho para travar um debate sobre essa estranha invenção.
Mesmo assim, fosse o contrário, minhas dúvidas por certo seriam infundadas, haja vista parecer mais eficaz que transformemos produtos inorgânicos em orgânicos. Não é de agora que nos chegam aos ouvidos notícias alarmantes sobre a destruição do meio ambiente.
Essa invenção dá a entender que este é um caminho aberto para alargar essa possibilidade. Imagino eu, a corrida aos mangues para a captura desenfreada dos nossos caranguejos-uçás, guaiamuns, aratus e outros crustáceos nem tão abundantes em nossos manguezais.
Pelos meus cálculos, nossos novos catadores promoveriam o extermínio desses crustáceos num piscar de olhos, antes mesmo qualquer reação do Ibama, Instituto Chico Mendes ou qualquer outra organização não governamental recém-criada com a finalidade de coibir a caça desenfreada aos nossos saborosos artrópodes.
De logo, vou colocando minhas barbas de molho com receio das medidas governamentais que poderão ser tomadas para a criação da Caranguejobras, aparelhada por companheiros e coligados. Devido à importância do empreendimento, por certo também serão acomodadas algumas centenas de ambientalistas, de preferência caranguejólogos, dada a especialidade.
Daqui de Canavieiras, onde mantenho minha sossegada trincheira, antevejo um futuro incerto para os manguezais lavados pelos rios Pardo, Salsa e Patipe, que formam esse imenso delta, berçário dessa colossal fauna marinha.
Para minha tristeza, serei testemunha ocular do sumiço da gostosa “cabeça de robalo”, uma das iguarias mais famosas da gastronomia canavieirense. Se fosse só por isso, me contentaria, mas ainda não somos conhecedores dos terríveis efeitos causados pelas devastações provocadas com a captura desenfreada de tão gostoso crustáceo.
Brincadeiras à parte, como Deus ainda não me concedeu o dom de prever o futuro, não vislumbro qualquer possibilidade de vantagem nessa invenção, com todo o respeito que devemos aos orientais. De minha parte, guardo reservas até que minhas conjecturas se confirmem infundadas.
*Com receio de ser importunado pelo progresso desenfreado.
Walmir Rosário é jornalista e editor do Cia da Notícia.

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Lorena Guimarães artigoLorena Guimarães | lolik25@hotmail.com

Fico imaginando quantas noites aquele menino indefeso buscou por uma saída, quantas vezes pediu a Deus que apenas alguém o escutasse.

E quem nunca correu de uns “sopapos” da mãe em volta de um móvel da casa fale agora ou cale-se para sempre. Fui criada na época que bastava uma passada de canto de olho da minha mãe que me estremecia e já ficava imaginando o que aquilo iria me render em casa. Quer que eu conte mesmo?? Nem precisa, mas confesso… Rendia-me umas boas palmadas seguida de um bom castigo que se resumia em uma semana sem brincadeiras na porta de casa. Alguns bons anos se passaram e olha eu aqui, viva, e  ressalto sem frustrações para contar tudo isso.
Nos últimos dias, a discussão em volta da Lei da Palmadinha  ecoou de forma estranha a muitos ouvidos. A lei, agora rebatizada de Lei “Menino Bernardo”, tramitava  há dois anos na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e só  foi aprovada na noite de quarta-feira (21) no colegiado. O projeto de lei que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) proíbe a aplicação de castigos físicos a crianças e adolescentes.
Em meio a tantas especulações, me peguei pensando por horas como pode o Estado querer interferir na educação familiar? Querer entrar na nossa casa e direcionar a criação de crianças que ele não consegue nem garantir os principias princípios do ECA?  Se ele não consegue dar conta nem dos que já lhe cabe por direito, como a saúde, a segurança pública e a própria educação na qual ele ainda teima em querer deixar por último nas questões de investimento.
Escolas sucateadas, professores desvalorizados, projetos modelos para eles estão a todo vapor, mas por falta de material didático ficam no papel, ou muitas vezes realizados precariamente, parece piada, mas é verdade.   Piada querer fazer valer mais uma lei que tenho certeza que ficará engavetada junto a muitas outras que só existem no papel.
Mera utopia, pois o mesmo Estado que agora coloca o nome da Lei “Menino Bernardo”, foi o mesmo que se fez de  desentendido e fechou os olhos  quando o garoto de apenas 11 anos, que sofria maus-tratos praticados pelo pai e a madrasta, procurou os órgãos competentes para relatar o ocorrido. Foi o mesmo que fechou os olhos para um grito de uma criança que não aguentava mais ser maltratado, que negou a guarda a avó materna que por anos lutou para ter por perto o neto,  e agora quer pousar de salvador da Pátria por repreender “ um tapinha” dos pais. Na verdade este foi o tapa com luva de pelica mas bem dado que mais uma vez os nossos governantes nos dá de forma apaziguadora.
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Gerson MarquesGerson Marques | gersonilheus@gmail.com

Quem planta ventos colhe tempestades. São ovos de serpente que estão colocando no centro do debate político. Não haverá vencedores.

O clima contaminado pelo ano eleitoral está transformando  em uma guerra de mentiras e ódio o que deveria ser um debate construtivo de um país em busca de si mesmo. Nossas elites e seus veículos de comunicação estão plantando uma safra que será terrivelmente difícil colher, todos saíram perdendo. No afã de ganhar uma eleição, estão transformando  massas difusas, sem lideranças e sem causas articuladas em bombas relógios que fatalmente explodirão em seus colos.
Qualquer observador mais atento, que consiga concatenar ideias simples de sociologia, história e cultura, concluirá que esse clima de ódio insuflado terá que ser desaguado em algum lugar. As eleições passarão, têm data para acontecer, mas o plantado não será colhido nela. Ficará para depois, não se dissipará fácil seja vencedor o projeto atual ou o de oposição. Pior  ainda para a oposição, que terá somado contra si os insuflados de agora, com os movimentos tradicionais que se sentiram órfãos das urnas.
Chegaremos a um momento, em futuro próximo, que veremos os mesmos que agora aplaudem a queima de ônibus, as greves sem lideranças, o caos no centro das grandes cidades,  implorarem por uma repressão violenta, como forma de retomar a ordem. É de uma irresponsabilidade inigualável o que estão fazendo com o Brasil para se ganhar uma eleição. Lembra a história de envenenar o  boi para matar os carrapatos…
É bobagem achar que isso terminará em golpe militar. Esqueça. Nem os militares querem, nem existe clima para isso no mundo. O que sustenta uma ditadura é o controle das comunicações. Isso se tornou impossível hoje em dia, com o advento da internet e outras mídias.
Quem planta ventos colhe tempestades. São ovos de serpente que estão colocando no centro do debate político. Não haverá vencedores. Já o caos, sim, esse interessa a muitos, aos grandes esquemas de corrupção, aos grandes bandidos do trafego de drogas, armas, contrabando, aos políticos inescrupulosos, a certo tipo de mídia que acha que vende mais quanto pior for a notícia.
Querem tocar fogo na lona do circo sem parar para pensar que é debaixo dessa lona que vivemos e ganhamos nosso pão, mas sempre tem aqueles que poderão ir morar em Miami…
Neste sentido, a história se repete. Sempre que o Brasil avança, cria-se este clima para inviabilizá-lo, foi assim com Getúlio, no segundo governo, com João Goulart e com JK. Seria tão bom se nos déssemos ao trabalho de conhecer nossa própria história. Quem sabe assim não seríamos vitimas de nossa própria ignorância.
Gerson Marques é empresário e consultor de turismo.

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JOSIAS~1Josias Gomes | josiasgomes@uol.com.br
Atravessamos um momento dos mais importantes para a continuidade do atual projeto político baiano, que envolve discernimento e coragem, para que possamos seguir em frente, sem sobressaltos.
Falo da enxurrada de números referentes a pesquisas de opinião pública, sobre a sucessão no estado, que somente podem encabular ou entusiasmar, conforme o caso, aos menos avisados.
Nós sabemos que a candidatura Rui Costa está sendo construída sob o signo da sua ligação mais estreita com o projeto vitorioso do governo Jaques Wagner, do governo Dilma, e do projeto iniciado pelo ex-presidente Lula. Este, também avalista da candidatura de Rui.
Até agora, e não poderia ser outro o caminho, a nossa ação política consiste em arrumar o palanque, organizar nossas forças, estabelecer o marketing, consolidar as linhas do nosso programa consonante com o que vem desenvolvendo o governador Jaques Wagner e a presidente Dilma Rousseff.
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Domingos Matos2Domingos Matos | Chocolate com Política

O verdadeiro sindicalismo precisa frear a ação dos oportunistas. Tenho uma amiga, a professora aposentada Neusa Perlira, que sempre comete uma máxima interessantíssima: “pobre vive de oportunidade”.

Itabuna viveu um dia de apreensão. A notícia de que o transporte coletivo entraria em greve a partir da zero hora dessa sexta-feira ganhou contornos ainda mais dramáticos a partir do que a população via na TV: caos na grandes cidades do país, devido à onda de greve dos rodoviários. Mas, agora à noite, foi noticiada suspensão do movimento paredista, o que nos garantirá um fim de semana mais tranquilo.
O fato concreto é que, por aqui, o Sindicato dos Rodoviários e os patrões negociaram e chegou-se a um acordo, segundo a notícia do Pimenta. Tudo muito bom, tudo como sempre foi: de um lado, uma categoria, do outro, o patrão. Às vezes, um negociador isento, no meio. Era assim que resolviam-se os impasses.
Era. Porque essa imagem, em tempos de concentração para a #Copa das Copas, de repente se alterou: eis que agora aparece a figura do “sindicato dissidente”, entidade fantasma que adora bagunçar o baba. Funciona assim: os sindicatos legítimos negociam a pauta, aprovam – ou não – as propostas e contrapropostas em assembleias, homologam os acordos. Tudo como manda a lei natural das coisas e a própria legislação vigente. Tudo isso acompanhado por técnicos, pelo Ministério Público do Trabalho e baseado em planilhas aceitas como corretas.
Mas tudo vai por água abaixo quando entram os dissidentes. Que nada mais são do que oportunistas travestidos de lideranças, que lançam ao vento um percentual de reajuste salarial muito além da realidade e enfeitiçam as categorias com a promessa de um “aumento de verdade”, em contraposição ao negociado pela categoria, através de seus representantes sindicais.
Puro engodo: querem tumultuar o ambiente, servem – geralmente – aos que alegam, por intenções variadas, que a #Copa das Copas não será boa para o Brasil. Daí, se sobrar um aumentinho, ainda se fortalecem para a próxima eleição sindical.
São movimentos oportunistas, cujas intenções podem representar a mais simples e objetiva apropriação da “Lei de Gérson” até interesses maiores, visando as eleições de outubro. Vi em em rede nacional, em pelo menos um noticiário da Globo: enquanto um “líder dissidente” dizia que a greve era por causa da Copa, para aproveitar o momento, um motorista dizia que sequer sabia porque estava parando de trabalhar…
Tudo isso deveria provocar reações do sindicalismo sério desse país. Aquele que ajudou a sermos o que somos hoje, um país que busca garantir os direitos do trabalhador, do mais simples peão que exige um equipamento adequado para cortar cana até um embaixador que negcia na OIT para ampliar os direitos de quem trabalha e constrói nações inteiras.
Só que esse não é o primeiro sinal de alerta para o sindicalismo. A própria difusão de milhares de sindicatos genéricos pelo país afora já indicava, há coisa de 10 anos, que seria necessária uma resposta à altura, dada pela verdadeira representação dos trabalhadores. O que, infelizmente, não ocorreu.
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Xico SáXico Sá | Folha

Filho meu não bota a mão no alheio. Que o velho coração materno bata mais forte. Para o filho trombadinha e para o filho político.

É preciso, no meio da bandalheira e dos arrastões, louvar as mães de Abreu e Lima.
As mães que deram início ao movimento de devolução das mercadorias saqueadas durante a greve/ motim da PM de Pernambuco na semana passada.
A delegacia da cidade mais parece Casas Bahia. A todo instante chegam geladeiras, máquinas de lavar, tablets… e outras mercadorias fetiches.
Vi e ouvi declarações comoventes. Filho meu não bota a mão no alheio, disse uma dessas anônimas e honestíssimas brasileiras a um telejornal. Ela mesma foi devolver um eletrodoméstico levado por um dos seus meninos.
Depois que as mães reagiram, começou uma onda de devolução das mercadorias. Deu vergonha em quem havia cometido os saques no comércio da cidade da região metropolitana do Recife.
Essa honra materna é a salvação da lavoura.
Filho meu não bota a mão no alheio. Que o velho coração materno bata mais forte.
Para o filho trombadinha e para o filho político.
Para o filho taxista, para o filho empresário, para o filho dono de restaurante na cidade do Rio de Janeiro.
Para todo amor filial.
Que as mães de Abreu e Lima sirvam de exemplo. Bravas como as mães da praça de Maio.
Clique e confira a coluna na íntegra

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Ernesto marques2 www.pimenta.blog.brErnesto Marques

Gente como Edgard ajuda muito a dar sentido à luta. Porque lutamos pelo direito a uma vida plena.

Ok, pronto, já! Gritávamos essas palavras quando todos estavam posicionados na porta do avião para sincronizarmos a saída e evitar perda de tempo de queda livre, após a saída. Perdi as contas de quantas vezes eu e meu amigo-compadre-irmão Edgard Octacílio da Silva Oliveira fizemos isso em saltos a baixa altura, só para completar a lotação do Cesna 182 e assim viabilizar a formação de alunos quando estávamos fundando o paraquedismo na Bahia. O Brasileiro – como o chamávamos e como ele chamava os amigos -, fez o seu último salto ontem (sexta, 16). Partiu para o andar de cima depois de mais de três anos de belíssima luta pela vida.
Perdemos as contas de quantas vezes Edgard morreu desde março de 2011, quando chegou ao Hospital Regional do Recôncavo, em Santo Antônio de Jesus, com falência múltipla dos órgãos. Saí de Salvador desesperado com a possibilidade não mais ver um irmão que a vida com me presenteou.  Eu o vi entubado, inerte, na UTI, e aceitei o prognóstico dos médicos: dificilmente sairia do coma. Conversei com ele assim mesmo. Lembrei das coisas que fizemos juntos, jurei cuidar de Aplo, meu afilhado, e me despedi. Pois ele saiu do coma e ali começou uma luta para permanecer vivo e ativo.
Piadista e exímio contador de casos, brincava com a sua situação e floreava o diálogo com o dono da funerária onde teria sido encomendado o seu enterro: “quero meu dinheiro de volta!”. Dependesse apenas da medicina tradicional, já teríamos chorado as lágrimas de hoje há muito tempo. Mas o Brasileiro nunca desistiu e, com sua determinação, continuou a zombar da medicina. Como alguém pode perder 5 litros de sangue numa hemorragia interna, tendo fígado e rins detonados, e voltar pra contar a história?
Dias antes de partir, acordei às 4 da madrugada com o telefone tocando. Vi o número dele e gelei: como ele já estava internado, precisei tomar coragem antes atender, esperando a má notícia. Era ele mesmo, preocupado com um idoso com quem dividia uma enfermaria do Hospital Sagrada Família. Dias atrás, em outro telefonema, me cobrou uma ficha de filiação ao PT: “você precisa de apoio, e eu e Apolo vamos nos filiar pra lhe ajudar”. Gente como Edgard ajuda muito a dar sentido à luta. Porque lutamos pelo direito a uma vida plena.
Quero contar como o Brasileiro viveu tanto tempo além do primeiro prognóstico médico sobre sua morte. Quero contar como ele conseguiu, depois de tantas visitas ao outro lado, recuperar parcialmente suas funções renais e hepáticas, a ponto de livrar-se do sofrimento nas sessões de hemodiálise por mais de um ano.
Dizem que só se sai da hemodiálise para uma mesa de cirurgia (transplante) ou para um cemitério. Nesse período, Edgard recuperou sua vitalidade e capacidade intelectual, escreveu livros, disputou e venceu um edital público para lançar uma coleção de livros de autores da sua querida Valença e engrenou uma pesquisa que poderá nos levar aos navios torpedeados pelos U-Boats alemães na Segunda Guerra. Mais do que isso: teve chance de conhecer David, seu neto que nasceu no Estados Unidos, e reencontrou o amor numa paixão da adolescência. O cara ainda voltou a fazer amor! Sim, porque transar naquelas circunstâncias era muito mais do que sexo. Nada disso teria acontecido se ele, a família e os amigos, aceitássemos a resignação oferecida pela medicina tradicional diante da morte. Mas ele lutou e venceu.
Quero muito contar como um sujeito genial e algo excêntrico conseguiu ajudar o meu compadre a viver plenamente nesses últimos anos. Não é só um médico, é um autêntico discípulo de Esculápio – talvez por isso seja visto com desconfiança por alguns e odiado por outros. E por isso devo preservá-lo até conversar sobre como poderemos contar essa história, sobretudo porque Edgar É (a morte não lhe tira este mérito, por isso o verbo no presente) uma figura rara, mas felizmente não é única.
Ontem reencontrei o Brasileiro numa UTI, poucas horas antes do seu último salto. Novamente me despedi, jurei honrar a minha obrigação de padrinho e jurei também que quando tiver netos como o seu David, eles saberão quem foi Edgar, o Brasileiro. Ainda com alguma esperança de vê-lo repetir mais uma vez a proeza de voltar, aceitei os fatos. O Brasileiro nunca foi de negar a porta – jargão do paraquedismo para definir quando alguém desiste de saltar na hora da saída. Não o faria desta vez. Ok, pronto, já! Edgard partiu, apenas. Quem viveu com tanta dignidade nunca morre.
Ernesto Marques é jornalista.
Postado, originalmente, no Facebook.

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Lorena Guimarães artigoLorena Guimarães |lolik25@hotmail.com

Para muitos, é a primeira Copa que irão assistir naquela casa que eles podem chamar de “minha”. Vou te contar que com isso tudo me senti agora na primeira parte do jogo, sabe, naquela hora que o juiz joga a moedinha para cima

Hoje, conversando com um amigo, que é daqueles politicamente “Direita ao Extremo”, sobre a Copa do Mundo, eu,  na maior empolgação, já querendo saber a tabela dos jogos para ver os dias em que o “amarelinho canário” irá jogar, ele com um tom de revolta, me solta essa:  “Quero mais que o Brasil perca a Copa, que durante o mundial se instale por aqui o caos nunca visto, porque aí o povo se revolta contra o Governo, e tira Dilma e o PT fácil, fácil…”
Nunca fui da turma do politicamente correto. Na escola fazia parte da turma do fundão, sempre tive medo das pessoas que se dizem donos da verdade, pois na prática são as que mais nos decepcionam nas ações. Então não disse nada, pois com pessoas radicais demais não tem saliva que chegue. Não concordo com a opinião dele, mas respeito. Acho que não é por aí, e não é desse jeito que se resolve as coisas. Mas, no meu pensamento, um filmezinho passou em mente e que foi me deixando muito intrigada com o final dessa história.
Ah, se tudo fosse fácil assim… E se os problemas da nação pudessem ser resolvidos no período da Copa, só porque os olhos do mundo estarão voltados para cá. Aí querem resolver tudo aos 45 minutos do segundo tempo. Acho que é esse o mal de nós, brasileiros. Se no período da preparação que era para acontecer as grandes mudanças na infraestrutura, na educação, na saúde não ocorreram, e em nenhum momento vi ninguém se manifestar, não é agora que tudo se resolverá. Já saímos perdendo nisso tudo. Aí, sair do Mundial sem a taça do Hexa, não dá, né?
Os times levam para o campo toda a raça, até o último segundo da partida. No futebol até o time mais desacreditado, aquele que vem só pra cumprir tabela, chega com bagagem repleta de raça.  Na partida a torcida aflita espera roendo as unhas por cada drible, cada jogada, falta, escanteio, cobrança de pênalti… Até já deu para ouvir o Galvão Bueno gritando: “Aguenta Coração…”. E quando chegamos aos acréscimos e o bendito juiz enrola para soprar aquele bendito apito…  Eita jogo sofrido, meu Deus!
Tá bem que muitos de vocês não curtem a narração do Galvão Bueno, mas vamos respeitar.
Mas deixa eu prosseguir, eu aqui contagiada com a magia da Copa e doida para dizer ao revoltado a minha opinião e que o resultado do jogo não irá mudar os resultados nas urnas. O Governo está blindado, boa parte da população vai assistir à Copa 2014 com sua boa SmarthTV de 42 polegadas…
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Manuela BerbertManuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

Esse cenário de revolta cresce à medida que se destaca também o número de falcatruas e negociações ridículas descobertas e expostas para conhecimento de todos.

“Uma tentativa frustrada” foi a frase repetida inúmeras vezes por um amigo, e que ficou ecoando na minha mente. Eleitor do PT até o ano de 2010, ele lembrou que a maioria dos brasileiros tinha depositado suas expectativas de melhoras na então oposição. O amigo comentou o quanto é frustrante acompanhar hoje um desgoverno que bate recorde em roubos e desdenha do povo brasileiro diariamente.
É nítida a frustração de milhares de pessoas com o assistencialismo barato que oferece uns trocados ao povo humilde e lhe rouba a dignidade quando fecha os olhos para a situação precária das escolas públicas, dos hospitais, e quando ignora o índice de violência que destrói o nosso país.
Se o PT aparecia, há um tempo, como possível salvador da pátria, hoje aparece como o grande vilão que a sociedade pretende erradicar. Esse cenário de revolta cresce à medida que se destaca também o número de falcatruas e negociações ridículas descobertas e expostas para conhecimento de todos.
Um governo que surgiu da tentativa de acabar com a corrupção dos então governantes, hoje figura os maiores percentuais de roubos já descobertos no Brasil, e vê sua imagem desfigurar-se aos poucos nos noticiários de quase todas as emissoras de TVs, rádios, e nas redes sociais.
Aqui na Bahia, as propagandas do governo tornaram-se piada coletiva, e a população brinca dizendo que gostaria de morar nas cenas maquiadas que mostram municípios com água em abundância, salas de aula decentes e estradas que levam os cidadãos ao mundo do progresso. Ou desconhecem a realidade atual do nosso estado, ou fingem desconhecer, seguindo os passos dos maiores governantes atuais, eternos inocentes brasileiros. Tenham vergonha, companheiros!
Manuela Berbert é publicitária e colunista do Diário Bahia.

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marco wense1Marco Wense
A pregação dos presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) sobre a indispensável união da oposição não passou de uma conversa mole.
Propuseram até um messiânico pacto de não agressão em nome da salvação do país. O problema é que o tucano e o socialista pensam que são políticos diferenciados, mas são iguaiszinhos aos outros.
Estagnado nas pesquisas de intenção de voto, Campos, ex-lulista de carteirinha, começa a perceber que essa aliança só ajuda o tucanato, feliz da vida com o consolidado terceiro lugar do governador de Pernambuco.
E mais: o PSB, com esse pacto, só faz fortalecer a polarização entre o PT e o PSDB, entre Dilma Rousseff, que busca o segundo mandato (reeleição), e o senador Aécio Neves.
O namoro acabou. A pomba não quer mais saber do esperto tucano. Vão se bicar. Entre mortos e feridos, todos depenados.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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helenilson-chaves1Helenilson Chaves

Estamos, lamentavelmente, formando legiões de pessoas sem perspectivas, que não raro mergulham no caminho sem volta da marginalidade e das drogas.

O que será do Sul da Bahia daqui a 20 anos. Muitos de nossos cidadãos, após décadas de crise e diante de algumas perspectivas, vislumbram o paraíso.
Uma visão mais realista, entretanto sinaliza na direção contrária, diante da ausência de fundamentos básicos para que esse novo ciclo de desenvolvimento se consolide.
O ponto principal é a ineficiência na formação dos futuros responsáveis pela condução das ações que levem ao progresso e à distribuição de riquezas de maneira adequada. O que vemos, hoje, é a destruição do futuro.
Observemos que a formação de nossas crianças e adolescentes, através do ensino fundamental e médio, deveria promover uma educação que efetivamente capacitasse e incutisse a noção de cidadania plena.
Esses propósitos não tem sido realizados pelos responsáveis por essas ações. As escolas de ensino fundamental e médio encontram-se numa situação que as torna incapazes de exercer o papel que lhes cabe.
Aqui no Sul da Bahia temos cidades em que o ano letivo nem começou ou começou com atraso considerável, cargas horárias ineficientes, exigências absurdas de material escolar, pais sendo obrigados a comprar fardamentos e merenda deficiente, além da estrutura precária.
Como se estivéssemos pintando o quadro de horror, essa geração que é o futuro não conseguirá exercer adequadamente profissões nem atender demandas que possam resultar na criação e distribuição de riquezas regionais.
Estamos, lamentavelmente, formando legiões de pessoas sem perspectivas, que não raro mergulham no caminho sem volta da marginalidade e das drogas. E o futuro, que poderia ser brilhante, torna-se uma opera canhestra, numa sinfonia desafinada.
Sejamos,  porém, otimistas. É possível sim reverter esse quadro. E só há  um único caminho: a Educação de qualidade, em todos os níveis e acessível a todos. Porque sem Educação no presente, simplesmente não hvará futuro.
Helenilson Chaves é presidente do Grupo Chaves.

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marco wense1Marco Wense

O fernandismo quer fazer barba, cabelo e bigode: a eleição de Paulo Souto, a não reeleição da presidente Dilma Rousseff e o fracasso eleitoral do Capitão Azevedo.

A cada passo, atrás de cada gesto, um obsessivo pensamento: ser prefeito de Itabuna pela quinta vez. É o incansável Fernando Gomes de olho na sucessão de 2016.
FG sai do PMDB do médico e político Renato Costa e retorna ao DEM da fiel escudeira Maria Alice, dirigente-mor do diretório municipal e coordenadora da campanha de Paulo Souto ao Palácio de Ondina.
Gostem ou não, Maria Alice é pessoa indispensável para o processo eleitoral dos democratas. É quem faz tudo: organiza, articula e busca o apoio de outras legendas.
Como não bastasse o retorno ao partido que pode eleger o próximo governador da Bahia, Fernando Gomes vai apoiar José Carlos Aleluia para deputado federal, que é o presidente estadual do DEM.
Não satisfeito, achando pouco, FG espera uma decisão de Paulo Souto em relação a Fábio Souto. Ou seja, vai apoiar o filho do ex-governador se ele sair candidato a deputado estadual, desistindo da reeleição para o parlamento federal.
No DEM, FG passa a ser adversário do também ex-prefeito Azevedo, que precisa de uma eleição – deputado estadual ou federal – para ganhar corpo diante de um FG revigorado.
O fernandismo quer fazer barba, cabelo e bigode: a eleição de Paulo Souto, a não reeleição da presidente Dilma Rousseff e o fracasso eleitoral do Capitão Azevedo.
Geraldo Simões, o PT e os petistas ficam para depois. O PCdoB fica por conta do governo Vane e do PRB do bispo-deputado Márcio Marinho.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.