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marco wense1Marco Wense

Só falta agora ACM Neto defender a reforma agrária, tema já esquecido pelo governismo palaciano.

 
ACM Neto (DEM), ex-deputado federal, hoje prefeito de Salvador, quer ser o mais esquerdista da direita brasileira, uma espécie de ovelha negra do demismo.
Suas primeiras iniciativas como chefe do Executivo estão deixando petistas, socialistas e comunistas atônitos, estupefatos, já que ninguém esperava essa, digamos, “esquerdização” no governo.
Entre tantas medidas, a implantação das cotas raciais para os servidores municipais, aumento do IPTU das mansões e a proibição de nepotismo na prefeitura.
Só falta agora ACM Neto defender a reforma agrária, tema já esquecido pelo governismo palaciano, sem falar nas reformas política e tributária.
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LONGE DO COMPUTADOR
eduardo anunciação foto diário bahiaO jornalista Eduardo Anunciação, do Diário Bahia, já declarou que seus artigos são escritos na “velha máquina de escrever”, como costuma dizer.
Mino Carta, da CartaCapital, é outro que descarta as teclas do avanço tecnológico: “Pego-me a olhar para os colegas da redação, dobrados sobre seus computadores, enquanto batuco na minha Olivetti Linea 88”.
No quesito assiduidade, Anunciação goleia o bom Mino Carta. O velho Duda nunca falhou com sua coluna. São treze anos de Política, Gente, Poder.
Os leitores, com óculos, sem óculos, com binóculos, sem binóculos, agradecem. Não só os de priscas eras como os contemporâneos.
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LENILDO E A AMURC
“Sem partidarização e personalismo”.  A proposta do prefeito de Ibicaraí, Lenildo Santana (PT), foi fundamental para o consenso em torno da sua candidatura à presidência da Amurc.
O governador Jaques Wagner, que escolheu Ibicaraí como a primeira cidade a ser visitada em 2013, tem razão quando diz que “Lenildo se revelou um grande prefeito”.
Mas no comando da Amurc não basta só a preocupação e a luta para tirar os municípios da grave situação financeira. O combate a corrupção é imprescindível.
Para os bons e honestos gestores, o instrumento do corporativismo. Para os abutres do dinheiro público, o desprezo e a condição de “persona non grata”.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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WENCESLAU1Wenceslau Júnior |

Os nomeados são sugestões dos partidos que compõem a base, bem como diversos militantes da campanha, considerado o critério do perfil técnico.

O prefeito Vane tem sido alvos de críticas sobre algumas nomeações para o segundo e terceiro escalões do seu governo. É preciso analisar com cautela antes de emitir juízo de valor.
O mesmo critério que valeu para a composição do Secretariado vale para os demais escalões: A indicação pode até ser política, e é justo que seja porque as relações políticas fazem parte do jogo democrático, mas o nome tem que ter perfil técnico adequado para o cargo.
Outro aspecto importante é de assegurar que não existe nomeação para os quatro anos de gestão. Se seguir a cartilha da gestão em termos de resultados estabelecidos no planejamento do governo, continua, se não mostrar resultados, será substituído.
Outro critério decisivo estabelecido pelo prefeito é o critério ético. Quem se afastar da linha de probidade, economicidade e eficiência, também vai procurar outro rumo, pois no governo não permanecerá.
Os nomeados são sugestões dos partidos que compõem a base, bem como diversos militantes da campanha, considerado o critério do perfil técnico.
Algumas pessoas que já contribuíram para outros governos e foram convidadas a contribuir com o governo Vane não podem e nem devem ser avaliadas apenas porque participaram do governo de “A” ou de “B”, mas pelo currículo, capacidade e pela conduta.
No time de craques escalado pelo técnico Vane, temos umas duas dezenas de quadros que já foram secretários de municípios importantes e/ou já ocuparam cargos de ponta a nível estadual.
Vamos dar tempo ao tempo, o governo está apenas começando. É como o trem que em algumas estações uns vão desembarcando e outros vão embarcando, mas só os que mostrarem competência e seriedade seguirão até a estação final. Afinal de contas, não é uma ou outra nomeação de segundo escalão que dará o norte do governo.
A linha político-administrativa a ser seguida é aquela anunciada pelo prefeito Vane, mudança, austeridade, economicidade, competência e seriedade no trato com a coisa pública.
Wenceslau Júnior (PCdoB) é vice-prefeito de Itabuna, advogado e professor de Direito.

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Karoline VitalKaroline Vital | karolinevital@gmail.com
 

A mortalidade diminuiu e a qualidade de vida subiu vertiginosamente depois que a maior parte da população adotou medidas simples como lavar as mãos.

 
Eu já estava desconfiada. Quando peguei o resultado do exame, minha suspeita foi confirmada e fez com que meu mundo desabasse. Acreditava estar tomando as precauções necessárias para evitar aquilo, porém, o que estava escrito no papel do laboratório contrariou minha certeza. Eu carregava dentro de mim algo extremamente indesejado, que me causava nojo intenso. Minha vontade foi correr até a primeira farmácia para eliminar de vez a razão de meu desespero. E foi isso que fiz. Chegando ao balcão, o meu pedido foi incisivo:
– Qual é o remédio mais potente contra lombriga e ameba que vocês têm?
O balconista da farmácia não entendia por que eu estava tão agoniada para eliminar os meus “hóspedes” nada queridos. Deve ter achado uma grande frescura da minha parte. Pegou uma caixa e disse que a droga seria tiro e queda contra os bichos.
Em casa, fui desabafar com minha mãe. Afinal, lombriga e ameba se pega através da ingestão de alimentos ou água contaminados com fezes.
– Mãe, se eu peguei esses troços, quer dizer que, indiretamente, eu comi cocô. E cocô de sabe lá quem! – como se conhecer a fonte dos dejetos fosse mudar alguma coisa.
– Filha, ter verme é normal. Todo mundo tem! – respondeu-me com desdém.
– Todo mundo tem uma pinoia! Eu não sou depósito de parasita! Estou me sentindo violada, invadida, parece que carrego um alien! Verminose não é como uma espinha, que todo mundo está sujeito a ter. Verme vem da falta de higiene. Sujeira é sinônimo de atraso de vida!
Minha mãe fez um bico, sacudiu os ombros e virou a cara como sinal claro de que estava considerando o meu discurso sanitarista uma grande baboseira. De certa forma, entendi um pouco o que Oswaldo Cruz deve ter sentido no início do século passado. Tudo bem, posso até ter exagerado na cena, porém penso que não deixo de ter razão. Afinal, a humanidade conseguiu se desenvolver mais rápido após a conscientização da necessidade de medidas higiênicas. Limpeza é um bem da modernidade e, através dela, inúmeras doenças puderam ser controladas ou erradicadas. A mortalidade diminuiu e a qualidade de vida subiu vertiginosamente depois que a maior parte da população adotou medidas simples como lavar as mãos antes de ter contato com alimentos, tomar banho diariamente, escovar os dentes, tratar a água, criar rede de esgotos, não acumular lixo, e por aí vai.
O engraçado é que, ultimamente, estão surgindo diversos produtos que garantem proteger você e sua família dos malévolos micro-organismos. Sabonetes bactericidas, álcool em gel, desinfetantes poderosos que fazem os germes gritarem de terror nos comerciais. Mas, paralelamente a isso, fico assombrada como, em pleno século XXI, a era da informação, existe ainda muita gente que encara como normais doenças provocadas pela sujeira. Morre-se de dengue porque cidadãos e cidadãs jogam lixo ao léu e, por mais campanhas educativas que o poder público faça, recusam-se a cumprir a parte que lhes cabe.
Toda essa ignorância acaba resultando em morte. Um sistema medieval coexistindo com a pós-modernidade.
Karoline Vital é comunicóloga.

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aldineto mirandaAldineto Miranda | erosaldi@hotmail.com

A saída é mudar as ações, fazer escolhas diferentes, pensar no outro mais do que no próprio umbigo, abrir-se à solidariedade, e entender que não somos uma ilha.

O título do presente texto foi tomado de empréstimo de um livro do Padre Zezinho, e toca num pressuposto ético fundamental: Como ser bom? Há três palavras que, na verdade, significam questões, que se pode colocar nessa discussão: Devo? Posso? Quero? Pois nem tudo que devo eu posso, nem tudo que posso eu quero, e nem tudo que quero, eu devo…
Essas questões pululam em nossa mente, ainda que não sejam conscientes, todas as vezes que temos que tomar decisões ou agimos socialmente, especialmente quando essa ação nos exige escolhas.  Toda ação individual ecoa no meio social. Por vezes, aprendemos isso a duras penas.
Aprender! Eis o pressuposto ético essencial. Sempre podemos aprender.  A palavra ética do grego ethos tem sua significação relacionada a costume, modo de ser. Ética tem a ver com vida humana, e se é humana, é inacabada, sempre com possibilidade aberta de mudança, considerando o ser humano um projeto em construção, como belamente defende o existencialismo sartreano.
Nesse sentido, não existe ética sem liberdade. O que ocorre, e isso se abre como problema, é que somos responsáveis por nossas escolhas, e elas agem sobre os outros e os influenciam em suas escolhas, as quais são responsabilidade deles também. Ética tem a ver com escolhas, as quais definem o modo de ser de cada um, e, paradoxalmente, por sermos éticos podemos escolher ser bons ou não.
Ser bom não é basicamente um pressuposto religioso, mas uma exigência ética fundamental! Ser bom não significa não errar, mas aprender com os erros. Nas palavras do Padre Zezinho: “As pessoas consideradas santas foram pessoas que erraram menos e acertaram mais.”
Nessa luta pela bondade, claro que haverá erros, daí o aprendizado é importante. O que nos faz éticos não é capacidade de não errar, ao contrário, é essa capacidade de transgredir que nos faz éticos e morais. E a transgressão nem sempre é antiética, especialmente quando ela serve para valorizar a dignidade humana e lutar contra valores hipócritas.
Ser cuidadoso com suas ações sempre, isso nos faz éticos! Se errarmos, temos saída, o que não podemos é estagnar perante os erros. Não é uma atitude censurável que vai fazer com que alguém seja uma pessoa ruim, mas a continuação habitual em praticar tal atitude pode torná-lo ruim. Aristóteles já dizia que é o hábito que nos faz ser bons ou ruins, e a virtude está no equilíbrio.
Há saída para políticos que fizeram ações ruins, professores que tropeçaram em sua tarefa de ensinar, médicos que atendem sem sensibilidade, namorados que amam sem ardor, amigos que o são por conveniência, e para uma sociedade que não valoriza o ser humano.
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walmirWalmir Rosário | wallaw1111@gmail.com

A sala de aula não foi o seu principal sacerdócio, reservado ao jornalismo, um repórter dedicado, um editor que “não brigava com a notícia”

A única certeza que temos na vida é a da morte. Às vezes ela chega sem esperar e conclui sua empreitada, outras, nem tanto, encosta no indivíduo e fica ali apesar de todas as resistências, minando a saúde até concluir o seu intento. Com Juarez Vicente de Carvalho foi assim, não adiantou espernear, a morte venceu a vida.
Tristes, nós, que gostamos de Juju (apesar dele ter morrido), estamos de luto, embora sua morte não vá apagá-lo de nossas memórias. Cumpriu o ciclo da vida. Nasceu, cresceu, viveu e foi embora. Particularmente, considero a vida (o viver) uma das características mais importante de Juarez Vicente, dada a sua vontade de exercê-la em sua plenitude.
Professor de Química, Juarez deixou um legado de conhecimento repassado aos alunos, hoje homens feitos e que sentem orgulho quando falam do seu professor. Mas a sala de aula não foi o seu principal sacerdócio, reservado ao jornalismo, um repórter dedicado, um editor que “não brigava com a notícia”.
E foi assim que foi conhecido nos veículos de comunicação por que passou, notadamente nos rádios e jornais, onde tratava a notícia com seriedade, mas sem desprezar as especulações. O “Bokadefogo”, como era conhecido pelo título da coluna que sempre levou para os veículos em que trabalhava, cuspia marimbondos. Era implacável.
Com a mesma seriedade com que tratava a comunicação social nos veículos de comunicação, exercia os cargos de assessoria de imprensa de autoridades dos poderes Executivo e Legislativo com responsabilidade. Transitava bem dos dois lados do balcão, como se diz comumente no jargão do jornalismo.
E Juarez não se limitava somente ao exercício da labuta das redações e assessorias. Era um sindicalista que participava de todas as lutas dos profissionais de comunicação, compartilhando com os companheiros de congressos, mesas redondas e workshops com a mesma desenvoltura de uma mesa de negociação salarial.
Juarez Vicente - P&BSua luta está registrada na direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba), particularmente na Delegacia Sindical do Sul da Bahia, da qual participou como candidato da eleição mais concorrida, no final da década de 1980. Perdeu a eleição, mas não a dignidade e o ímpeto para a luta.
O Juarez Vicente das redações, que por vezes não fazia concessões para escamotear a verdade, era o mesmo Juarez Vicente poeta, com livros publicados e participação ativa na vida cultural grapiúna. Fundador do Clube do poeta, exerceu também sua presidência, cuja contribuição é por demais conhecida.
Multifacetado, ou multimídia, tanto faz, ainda conhecemos o Juarez Vicente cantor, com passagens por diversos grupos musicais e bandas de Itabuna. Com um vasto repertório de sambas, boleros, jovem guarda, bossa nova e jazz, animava as madrugadas nos quatro cantos de nossa cidade.
A boemia era uma das facetas de Juarez Vicente, onde colecionava amigos tantos para um grande bate-papo nas mesas de bar da cidade. Aconchegado num desses ambientes debatia com maestria desde a atividade de um varredor de ruas até as científicas viagens à lua, com argumentos irrefutáveis.
Lá pras tantas, para evitar as distensões por conta da ingestão de cachaça e cerveja dos participantes da mesa, sabia como ninguém encerrar o bate-papo que descambava para o prenúncio de uma confusão:
– Deixa pra lá, isso é uma questão de hermenêutica, está entre a dialética e a metafísica – argumentava com altivez.
E não se fala mais nisso!
Adeus, Juju!
Walmir Rosário é jornalista, advogado e editor do blog Cia da Notícia www.ciadanoticia.com.br

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marco-lessa-festival-do-chocolateMarco Lessa | marcolessa@m21.com.br
 

É preciso compreender que um aniversário infantil é um evento. Um culto é um evento. Uma reunião num restaurante é um evento. E cada local ou evento deve requerer o suporte profissional e autorização dos órgãos competentes para acontecer ou funcionar.
 

O que tirar de lições em meio a tanta dor? Que a vida é o que realmente importa. Que a economia mais irresponsável e burra que um empresário pode ter é com segurança e planejamento.
Antes de mais nada, é importante tirar os holofotes dos eventos culturais ou musicais e repensar qualquer local que reúna um número maior de pessoas, como igrejas, restaurantes, bares, clubes, postos de gasolina, etc.
A boate onde ocorreu a tragédia poderia ter segurança e extintores. Mas fogo, material inflamável e excesso de pessoas formam uma uma bomba relógio. E desta vez estourou.
É preciso planejar e considerar todas as probabilidades, todos os riscos e, se houver algum relevante, considerar seriamente até o cancelamento do evento – reunião de pessoas em torno de um objetivo comum.
Como organizador de eventos há mais de 20 anos, sei da complexidade deste setor, que envolve, num simples show, mais de 30 fornecedores diferentes, com responsabilidades diferentes, que vão desde o local a montagem de uma enfermaria, da empresa de bebidas a montadora de estrutura como palco, etc. Quando o evento é um congresso, um festival, torna-se mais complexo ainda.
Há cerca de cinco anos, quando presidente do Convention Bureau, criei, em parceria com o Centro de Convenções de Ilhéus, uma série de reuniões entre produtores, organizadores de eventos, entidades, órgãos públicos, autoridades e sociedade civil, visando regulamentar a realização de eventos no Centro de Convenções e que gerasse um documento para a cidade. Nasceu uma cartilha inédita na Bahia, elogiada inclusive pela Secretaria de Turismo do Estado.
Precisamos retomar e ampliar essa proposta, em caráter imediato. É preciso compreender que um aniversário infantil é um evento. Um culto é um evento. Uma reunião num restaurante é um evento. E cada local ou evento deve requerer o suporte profissional e autorização dos órgãos competentes para acontecer ou funcionar.
O Festival de Verão, por exemplo, reuniu em Salvador, recentemente, mais de 100 mil pessoas e nada de grave aconteceu. Em Santa Maria, eram menos de 2 mil e 240 desapareceram precocemente.
A vida é o que realmente importa.
Marco Lessa é publicitário e presidente da Atil (Associação do Turismo de Ilhéus).

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marco wense1Marco Wense

O momento é de reflexão. Recomeçar com humildade, reconhecendo os erros cometidos, é o melhor caminho para se manter politicamente vivo.

Juçara Feitosa, ex-primeira-dama de Itabuna, duas vezes candidata ao Centro Administrativo Firmino Alves, não vai mais disputar a presidência do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT).
Sem dúvida, o primeiro importante passo do deputado federal Geraldo Simões para enfraquecer o discurso de que seu projeto político é familiar, como gosta de dizer o pessoal do PCdoB.
Geraldo Simões, cada vez mais carente de apoio e distante de um terceiro mandato, não pode ter como adversário o próprio Geraldo Simões.
O momento é de reflexão. Recomeçar com humildade, reconhecendo os erros cometidos, é o melhor caminho para se manter politicamente vivo.
VANE E O ELEITORADO
Se Claudevane Leite fizer um bom governo, quebra o tabu do segundo mandato consecutivo. A reeleição significa o surgimento de uma nova e forte corrente política: o vanismo.
Do contrário, fazendo um governo medíocre, muito abaixo do esperado, a decepção e a revolta, sem descartar a volta ao passado com Fernando Gomes, Geraldo Simões ou Azevedo.
Um grande desafio pela frente, já que o eleitorado cansou da política do “feijão com arroz”, com a sobra do dinheiro público indo para os bolsos dos governantes e de seus homens de confiança.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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ariel (1)Ariel Figueroa | colunadeturismo@gmail.com
 

Senti a falta dos turistas fotografando, tentando dançar, se esforçando por participar. Senti a falta de Ilhéus.

 
Dois capoeiristas, três estivadores, algumas baianas e muita raça. Este é o balanço de uma festa que já foi grande. Participei mais uma vez da lavagem da Catedral, do início ao fim. No final da festa ficou um sabor amargo na boca, o retro gosto não foi legal. Faltou muito, faltou tudo.
À margem de Ilhéus passou o cortejo de baianas festejando São Sebastião ou Oxossi. A Cultura de Ilhéus foi dizimada, vulgarizada, marginalizada, deu tristeza ver o cortejo passar e o olhar das pessoas mostrar o desconhecimento do que estava acontecendo. Ilhéus esqueceu suas tradições. A Ilhéus ariana esqueceu sua cultura.
Estive no Mercado de Artesanato, cheio de turistas e estes sem saber que nesse preciso momento estava acontecendo uma das mais belas festas populares de Ilhéus; parece que as pousadas e os hotéis não informaram a respeito da lavagem da catedral. A Atil – Associação de turismo de Ilhéus – precisa incorporar seu papel de pelo menos divulgar o que está acontecendo aqui, pelo menos. Senti a falta dos turistas fotografando, tentando dançar, se esforçando por participar. Senti a falta de Ilhéus.
Não se trata de ser ou não povo dos terreiros, é uma coisa nossa coisa de ilheense participar da lavagem da Catedral. Pelo menos isso eu aprendi na década de 90, era assim. Os terreiros estão a cada ano pensando se descem para a festa ou não, isso tá claro. Enquanto a lavagem continuar a ser uma festa organizada por políticos, está fadada a acabar. Acredito que uma reunião entre os envolvidos seja necessária, de forma urgente.
Ano passado, na hora do caminhão pipa, a água faltou. Este ano tinha um caminhão pipa reluzente de novo, mas faltou uma coisa: Axé.
Lavagem da Catedral sem Axé não faz sentido.
Ariel Figueroa é turismólogo. Editor do site Coluna de Turismo

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jabes ribeiro 3Jabes Ribeiro

E este é o nosso desafio, depois de reorganizarmos Ilhéus: preparar o município para que possamos nos beneficiar dos recursos que estão vindo.

Montes de lixo nas ruas, o mato crescendo nas calçadas, prédios públicos da importância da Casa de Cultura Jorge Amado, do Teatro Municipal e do Arquivo Público fechados ou ameaçados de fechamento por conta do péssimo estado de conservação.
A esta degradação se somam uma dívida que corresponde ao valor de um orçamento anual do município e salários de novembro, dezembro e 13º atrasados, num quadro que mostra apenas uma parte dos problemas que encontrei ao assumir a Prefeitura de Ilhéus, cidade conhecida em todo o mundo graças aos livros de Jorge Amado, um dos seus filhos mais ilustres, e famosa pela sua história e belezas naturais.
Ao tomar posse, o primeiro passo foi iniciar o trabalho de reorganizar a cidade, deflagrando um mutirão para tornar as ruas ilheenses mais agradáveis para os milhares de turistas que nos visitam, especialmente neste período de alta estação, e mais qualidade de vida para os habitantes.
Com a ajuda de empresa privadas, até porque sentei na cadeira de prefeito sem ter acesso a nenhuma das contas municipais, bloqueadas pela Justiça, e sem um real para gastar, já foi possível retirar o lixo que estava acumulado, varrer as ruas, limpar as calçadas e as praças, além de regularizar o serviço de coleta diário.
Em paralelo, tivemos que adotar medidas duras para tentar controlar as finanças, a exemplo da redução dos gastos com pessoal, de modo a poder adequar a administração à Lei de Responsabilidade Fiscal, uma vez que a folha salarial atinge 70% das receitas líquidas do município, quando o máximo tolerado é de 54%.
Não é por acaso que o ex-gestor conseguiu o feito extraordinário de ter cinco contas do seu mandato, em cinco anos, rejeitadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios.
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josias gomesJosias Gomes | josiasgomes1312@yahoo.com.br

E, no que depender de nós, petistas e aliados, haverá o fortalecimento de uma grande corrente em torno de Lula e Dilma, sempre na defesa das conquistas incomensuráveis alcançadas pelos mais pobres desse país.

O pavor alimentado pela Direita no Brasil aos projetos sociais e políticos das esquerdas é histórico. Sob o pretexto de combate ao comunismo as elites nacionais cometeram os maiores desatinos, e os mais perversos crimes durante a história republicana.
Raros foram os momentos de liberdades democráticas no Estado brasileiro, momentos estes que sempre foram sacrificados em função do horror nutrido, e implantado, pelos segmentos mais conservadores às propostas de desenvolvimento social, propostas estas normalmente apresentadas pelos setores mais progressistas da política nacional. É o que eles repetem, agora, com relação a Lula e ao PT.
Desde o ano de 2003, com a ascensão de Lula ao governo brasileiro, alcançado através de uma verdadeira revolução pelo voto da maioria do nosso povo, que a direita não se contém. Principalmente porque, a partir daquele momento histórico, a administração pública nacional começou a experimentar uma mudança de rumos jamais experimentada em nossos 500 anos de história.
Foram Lula e aliados os que executaram, a partir de então, uma política que nunca havia sido praticada no país, em extensão geográfica, ritmo de implantação e alcance populacional. As camadas mais pobres brasileiras começaram a ser resgatadas do abandono secular a que estiveram sempre submetidas.
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osias lopesOsias Lopes
É certo que a vida pública me impôs o afastamento das lides forenses, do aprofundamento nos estudos jurídicos, mas as experiências vividas foram, e estão sendo, extraordinárias.
Pois bem, programava para mim um recesso, sem prazo de duração, de qualquer atividade política e assim poder tornar às minhas atividades profissionais, mais precisamente voltar à advocacia forense, que é o que mais gosto. Orgulha-me ser advogado!
Mas digo que tenho acompanhado pela mídia regional, aí incluindo os blogs, questionamentos sobre a pertinência, ou não, de se dar apoio ao novo governo municipal que se instalou em terras itabunenses no primeiro dia deste ano de 2013 da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, e isso me instigou a fazer esta modesta e simplória escrita.
Vamos afastar das discussões a questão de cargos  –  que muitos pejorativamente chamam de “boquinha”  -,  pois as contribuições podem ser dadas independentemente disso, de ocupação de cargos, e neste ponto, mais uma vez, estou de acordo com Emanoel Acilino (veja aqui).
Então, vou ser direto: sou plenamente favorável, mais que isso, torço para que as forças políticas salutares de minha terra colaborem com a nova equipe governante, emprestando-lhe todo o apoio necessário para o alcance do almejado sucesso, e que assim, com ele, o sucesso, venha o desenvolvimento tão esperado por toda a nação grapiúna, tal como o governante estadual esboçou na sua fala quando da visita, ontem (8), a Itabuna. Leia Mais

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Juliana Soledade2Juliana Soledade | jsoledade@uol.com.br
 

Muitos dos cônjuges permanecem juntos, quer seja pela dependência financeira, quer seja pelo bem-estar dos filhos.

 
“Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure”
Vinicius de Moraes em seu auge de inspiração e dotado de uma sabedoria poética impar, trouxe em seu Soneto de Fidelidade a aparente e clara percepção sobre a finitude do amor. O elo do amor, paixão e união, pode sim desfazer-se pelo caminho da vida, deixando os sentimentos e a sua “cara-metade” pela estrada e unindo-se a outra, por que não?
Não. Não entenda que o amor nunca existiu. Em verdade, só se apaga uma chama que um dia já foi acesa, do mesmo modo que só se pode extinguir algo que um dia existiu.
Arrisco dizer, que cada vez menos o casamento é feito para a vida inteira, apesar disso, é necessário redobrar a atenção, já que filhos do divórcio, crianças e jovens estão cada vez mais divididos entre o pai e a mãe, pessoas que geraram ou adotaram e são importantes em qualquer estágio do cenário da existência humana.
As incompatibilidades, desequilíbrio em dividir tarefas, rotina, problemas econômicos, falta de diálogo, frequentes discussões e relações extraconjugais, estão entre os primeiros sinais e principais desencantos para continuar o sonho de que “Até a morte nos separe”.
Mesmo com uma vasta quantidade de cenários semelhantes e relacionamentos com histórico de instabilidade emocional, muitos dos cônjuges permanecem juntos, quer seja pela dependência financeira, quer seja pelo bem-estar dos filhos, que ao passar do tempo outros problemas são gerados, com efeitos no nível da saúde e abalos psicológicos.
Contudo, em 2007, a lei nº 11.441, chegou trazendo novidade. Trata-se da facilitação no divórcio, com pouca burocracia, e rapidez em quem decide extinguir o casamento por meio do divórcio. Isto é, para o casal que deseja por fim de maneira consensual, sem filhos menores ou inválidos, poderão evitar a longa espera na tramitação judicial, uma vez que é possível realizar o divórcio em um cartório de notas, sem a presença de advogados.
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GUSTAVO HAUNGustavo Atallah Haun | g_a_haun@hotmail.com

A Messias Maciel Filho e Família

Ho ho ho! Natal chegou e com ele o Santa Claus, que nada tem que ver com nossa cultura sul-americana lusoafroíndia. Papai Noel da invencionice presenteira. Europeu do norte. Neve. Renas e trenós. E o nascimento de Jesus? Bom, isso já não seduz mais!

Campanhas do bom velhinho; vermelhidão para todos os lados; sacos e meias espalhados por todos os cantos, pisca-piscas incandescentes em olhar alheio, multidões aceleradas por tempo determinado…

E o advento do Cristo? E o Evangelho? E a comemoração do Aniversariante? E o amor, o perdão e a caridade? E as Parábolas e o Sermão do Monte? E as curas a cegos, aleijados e endemoniados?

Água no ralo.

25 de dezembro é perfumaria, alfaiataria, sapataria, pirataria. Febre de consumo. Ilusão de e para as massas, função hiper-mega-super-comércio propagandista! Do contrário, falência do mercadooo…

Amigos secretos. Amigos sacanas. Amigos indiscretos. Inimigos para todos os cantos!

Rabanadas no nordeste? Nozes no sertão de meu Deus? Nêsperas e tâmaras na caatinga? Avelãs e castanhas na ceia do cabra da peste? Chester com passas e blanquet com cerejas na terra dos tupiniquins? Nada!

Contradiz toda a historinha do Mestre Nazareno com sua santíssima frugalidade palestina: Pão e vinho. Corpo e sangue.

Estou de saco verdadeiramente cheio, entupido, desse senhor de barbas brancas, barriga desleixada, cajado dourado e cara de bom sujeito!

O pior é que cada ano as coisas ficam mais difíceis: o sentimento de amor fraterno vai esmaecendo; a sensação de concórdia e amizade é esquecida; a homenagem ao maior Espírito que já esteve entre nós é deixada de lado, pelo compre e venda!

Quero a abolição do Hohoho! Desejo o retorno à Lapônia do Santa Claus! Almejo a morte simbólica e eterna do Papai Noel!

E que ressuscite no coração do ser humano terráqueo, mamífero, bípede, telencéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor o “amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, o “perdoai não sete vezes, mas setenta vezes sete” e o “bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”!

Que renasça na mente e na alma dos homens a verdadeira noção e sentido Natalino: celebrar que a nossa pequenez, a nossa mesquinharia e a nossa inferioridade teve um Exemplo Maior a ser seguido, um Exemplo que esteve entre nós há 2012 anos, e O imolamos na infame cruz dos condenados!

Sonho Jesus, Governador Moral da Terra, no 25, no 26, no 27 e em todos os dias do ano para todo o sempre!

Ah, isso sim é um verdadeiro presente de Natal e um real desejo de Amigo “Fraterno”, distante léguas do fim de ano plim-plim!

Gustavo Atallah Haun é professor, formado em Letras, Uesc, e ministra aula em Itabuna e região. Escreve para jornais de Itabuna, Ilhéus e edita oblogderedacao.blogspot.com. É maçom, da Loja Acácia Grapiúna

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walmirWalmir Rosário | wallaw1111@gmail.com

Já que o mundo continua mundo e eu vivo, vou comemorar meu desatino em Joinville, onde não falta cerveja da boa, feita de forma artesanal e comida da melhor qualidade.

Eu bem sabia que essa família Maya não era de merecer esse crédito todo. Sempre soube que eram uns incompetentes e gostavam de ser o centro das atenções, como uns deles que conheço no Rio de Janeiro e que só sabem fazer política, mesmo assim dizem que não estão mais com essa bola toda.

Ainda ontem (sexta-feira, 21), ouvi falar – à boca-pequena – aqui na “Boca Maldita”, em Curitiba, a confirmação do que já sabia e não levava a sério, de que esses Maya eram uns caras que gostavam de viver nas nuvens, ou pelo menos perto delas. E olha que o povo da “Boca Maldita” não é de jogar conversa fora.

Pelo que consegui escutar, a família Maya se meteu a fazer um calendário e, pelo que consta, não conseguiu sequer acabar (o calendário, é claro), dando a entender ao mundo que o dia 21 de dezembro de 2012 era o fim de tudo. Até eu que nunca levei “esses caras” a sério pensei que estaria com os dias contados.

Também com todo o mundo (ou quase) dizendo que o mundo iria mesmo acabar, não tive alternativa senão entrar no clima. Parecia até copa do mundo da Fifa: tinha data e hora para terminar. Mas qual, quando fui me inteirar direito, nem o ex-presidente Lula sabia e, pior, os cientistas da Nasa desmentiram esses Maya, ponto por ponto.

Essa polêmica só me deu prejuízo: primeiro foi sair por aí comprando tudo que via pela frente com os cartões de crédito, pensando que não iria pagar. Agora vou ter que trabalhar dobrado. Pior do que isso, ao vir comemorar o fim do mundo fora de Itabuna, perdi a comemoração do fim do mundo promovida pela Academia de Letras, Artes, Música, Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopia e Etc. (Alambique) no Beco do Fuxico, iniciando no ABC da Noite do Caboclo Alencar e subindo para o Artigos para Beber, já no Alto Beco.

Mas não faz mal, já que o mundo continua mundo e eu vivo, vou comemorar meu desatino em Joinville, onde não falta cerveja da boa, feita de forma artesanal e comida da melhor qualidade. Vou até pedir ao Papai Noel que no próximo ano ele arranje história melhor para ser contada antes do Natal. Quem sabe o “bom velhinho” não me atenda…

Walmir Rosário é jornalista, advogado e editor do Cia da Notícia.

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rribeiroRicardo Ribeiro | ricardo.ribeiro10@gmail.com

 

Antes do jogo, Borges ouvira de um torcedor do Itabuna que queria vencer o jogo de qualquer jeito, mesmo que fosse com um gol roubado. Para ele, foi rigorosamente o que aconteceu.

 

Sempre gostei de conhecer as velhas histórias da imprensa, seja a itabunense, a baiana ou a brasileira. Não é à toa que li “De Tabocas a Itabuna – 100 anos de imprensa”, com os causos antológicos compilados pelo jornalista Ramiro Aquino. E viajei na leitura de livros como “Cobras Criadas”, de Luiz Maklouf Filho; “Minha Razão de Viver”, autobiografia de Samuel Wainer, e “Chatô, o Rei do Brasil”, biografia de Assis Chateaubriand escrita por Fernando Morais.

Vale a pena gastar tempo em uma roda de veteranos, rememorando eventos que se deram nas redações e sabendo como era o trabalho da imprensa no passado. Em Itabuna, um dos que conhecem e viveram boas histórias é o advogado e professor de direito Geraldo Borges, que durante anos militou no rádio e bem mais tarde na televisão. No rádio, ele era conhecido como Geraldo Santos e atuava na cobertura esportiva.

O ex-radialista conta episódio ocorrido na década de 70, na transmissão de um jogo entre Fluminense de Feira e Itabuna pelo Campeonato Baiano. A partida foi disputada no Estádio Joia da Princesa e o Itabuna venceu com um gol chorado, em pênalti duvidoso. Borges, que narrava o jogo, atento ao lance, não constatou a penalidade. Consultou o comentarista Ramiro Aquino, que também não viu absolutamente nada. Lance normal. Mas o juiz marcou e o Itabuna estufou o filó. Pronto.

Atormentado pela dúvida, sem o auxílio luxuoso do replay, o narrador itabunense procurou a ajuda do colega de uma emissora de Salvador. O sujeito lhe disse: “o resultado favorece meu Vitória, portanto foi pênalti e pronto”. Não adiantou, o cabra da capital era fiel  seguidor da regra de que os fins justificam os meios, ainda que estes sejam indecorosos. Isenção zero.

Geraldo Borges (então Santos) e Ramiro Aquino foram os únicos a duvidar do tal pênalti, o que lhes valeu o epíteto de traíras e outros adjetivos desse naipe. Em Itabuna, só faltou serem recebidos por uma artilharia de caroços de jaca, e o dono da rádio, Hercílio Nunes, mandou divulgar nota de repúdio aos dois radialistas. Na própria emissora em que eles trabalhavam.

Antes do jogo, Borges ouvira de um torcedor do Itabuna que queria vencer de qualquer jeito, mesmo que fosse com um gol roubado. Para ele, foi rigorosamente o que aconteceu. Mas não foi a primeira nem será a última fraude a entrar para a história.

Ricardo Ribeiro é blogueiro e advogado.