Confira os destaques da última semana da 7ª edição do Festival de Cinema Baiano
Tempo de leitura: 2 minutos

Tacila Mendes

Mais de sete mil acessos aos filmes e debates foram realizados nos quatro primeiros dias do 7º Festival de Cinema Baiano (Feciba). O envolvimento do público da Bahia, de outros estados e países impulsiona o evento, que este ano ganhou versão online. A programação segue disponível até a próxima sexta-feira (16). O encerramento será por conta da banda Manzuá, com show transmitido ao vivo sábado (27), às 16h.

Nada menos que 50 filmes produzidos por baianos estão disponíveis para animar os dias de confinamento na pandemia. Ainda, durante a semana, acontecerão debates ao vivo sobre os filmes e temas transversais, reunindo profissionais e entusiastas do cinema. Para aproveitar tudo isso, basta acessar www.youtube.com/feciba

PRÓXIMOS DESTAQUES

Além dos 10 longas, 10 médias e 30 curtas-metragens que podem ser assistidos até o fim do festival, a última semana do 7º Feciba segue com programação nos três turnos.

Para as 120 pessoas já inscritas, as manhãs serão de aprendizado. A cineasta Cecília Amado ministrará a oficina ‘Direção e as sete artes do cinema’, dias 22 e 23, e o influenciador Thiago Almasys falará sobre ‘Produção audiovisual para Internet’, nos dias 24 e 25.

Aberto à participação do público, acontecerão às tardes e noites debates sobre temas urgentes e que impactam o cinema. Assim, sempre às 15h, acontecerão as lives “Cinema e memória: como o cinema baiano desconstrói seu passado?” (dia 22); “Cineclubes: fluidez e valorização do cinema” (dia 23); “Cinema é arte coletiva: produção e recepção do cinema baiano” (dia 24); “Sessão Covid: Cinema e reinvenção” (dia 25). No último dia, excepcionalmente, o debate será às 14h, com o tema “Cinema e escola: a função didática dos filmes” (dia 26).

Já às 19h, os convidados debaterão “As fortes: representações de mulheres negras nas narrativas cinematográficas baianas” (dia 22); ‘’Cinema é para todo mundo: as problemáticas da distribuição fílmica na Bahia” (dia 23); “Liberdade como tema: roteiros subversivos desestabilizam o ‘normal’?” (dia 24); “Quem assiste o que você filma? – Importância dos festivais de cinema, no contexto baiano” (dia 25). O último debate, dia 26, será realizado às 17h: “Documentários baianos: entre o real e o ficcional”.

Todos os debates terão tradução simultânea, garantindo acessibilidade em Libras para surdos e deficientes auditivos. Uma dica é acessar o canal do festival, se inscrever e definir lembrete para não perder a programação do seu interesse.

Com o tema ‘Dentro de casa, asa’, o 7º Feciba é uma produção do Núcleo de Produções Artísticas (Núproart) e da Voo Audiovisual. Esta edição tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Show está marcado para as 17 horas desse domingo (21)
Tempo de leitura: 2 minutos

Três shows musicais serão realizados em Buerarema e transmitidos com acesso gratuito, pelo Youtube da Casa de Cultura Jonas & Pilar, às 17 horas do próximo domingo (21), para marcar o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial.

Instituído em 1966 pela Organização das Nações Unidas, em memória ao “Massacre de Shaperville” (69 manifestantes negros foram mortos e centenas foram feridos, na África do Sul, quando uma lei obrigava negros e negras a andarem com identificações que limitavam seu trânsito na cidade de Joanesburgo), este foi o dia escolhido para a realização da Live Show Negritudes.

Além de lembrar o triste episódio, a Live Show “fortalece e amplia essa rede de resistência e de luta pelos direitos de homens e mulheres de ascendência africana, buscando também estimular o reconhecimento e sentimento de pertença da comunidade enquanto população negra”, diz a historiadora Rita Maria de Souza, consultora de assuntos étnico-raciais do projeto.

Todos os artistas têm forte ligação com a cidade e com a temática proposta. Nascidos ou vivendo há décadas na cidade, todos percebem que, apesar da veia artística expressiva e aparente aura de felicidade, Buerarema tem se tornado um ambiente bastante conservador e hostil ao diferente, às comunidades tradicionais e aos cultos religiosos de origem africana. Com expressivo número de habitantes negros, a comunidade não se reconhece como tal. A cultura da negação e do embranquecimento impera.

PABLO GUILHERME

Não-binário, de São José da Vitória, Pablo Guilherme é cantor e abiã da Casa de Logunedé em Buerarema. Revelação do projeto “Maio da Música” (2019), coprodução do Instituto Macuco Jequitibá e Coletivo Casa Flor, em “Samba de Moça”, traz em seu repertório canções dos gêneros Samba e Samba de Roda, com temática religiosa de matriz africana e afro-brasileira.

MOSES FERREIRA

Gênero fluído, nascido no Litoral Sul da Bahia, Moses Ferreira geralmente compõe utilizando o eu-lírico feminino. Apaixonado pela arte da música, da dança e da poesia, são essas as ferramentas que utiliza na luta por seus direitos, abordando temas como preconceito racial, machismo, intolerância e casos de amor. Intitulado IMPÉRIO, seu show traz um repertório que mescla músicas autorais e covers de grandes artistas da cena LGBTQI+, na atualidadetais como Liniker, Pablo Vittar, Gloria Groove, entre outros. Vale conferir.

SHOW INVERSÕES

Três cantoras de ascendência negra (com fenótipos bastante distintos), Ligia Callaz, Claudia Ferreira e Tainá Meoli fazem a releitura deste projeto que foi idealizado e realizado por elas em 2016, na Casa Flor.

Nele, apresentam canções populares mundialmente conhecidas em inglês/espanhol e suas versões para o português e vice-versa. Neste show, trarão um repertório essencialmente produzido por artistas afrodescendentes, como Bob Marley, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Rihanna, Carlinhos Brown, entre outros.

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Jef Rodrigues
Tempo de leitura: 2 minutos

O Mc Jef Rodriguez, da banda OQuadro, trabalha no seu primeiro álbum solo, um EP com seis músicas. A produção musical coube ao mago Rafa Dias.

O PIMENTA perguntou a Jef se o novo trabalho segue a linha do rap que consagrou a banda ilheense. “Rap na minha linha”, respondeu, escondendo o jogo antes de dar uma pista do que vem por aí. “É a primeira vez que as pessoas vão poder me conhecer como artista fora do OQuadro”.

Nascido em Banco Central, distrito localizado a 60 quilômetros do Centro de Ilhéus, Jef conta que está levando sua escrita e interpretação para um caminho que torna mais perceptível o seu traço artístico. “Ainda não sei falar muito sobre. Tem muita coisa a ser produzida ainda, mas tá sendo um desafio gostoso”, avalia.

Talvez pelo percurso acadêmico da filosofia às artes, áreas de conhecimento atravessadas por reflexões sobre a linguagem, Jef fala do trabalho de compor como um artesão do verso. “Há sempre um cuidado com a palavra, com o que é dito. A gente evita desperdiçar linhas falando besteira. Isso é uma característica nossa. É uma marca. Quando as pessoas esperam algo d’OQuadro, independentemente de ser um trabalho solo, é uma escola, OQuadro se tornou referência dessa canetada, dessa preocupação com as linhas. É um processo seletivo mesmo, artesanal”.

Para ele, mesmo em voo solo, as referências da banda apontam o caminho. “As temáticas podem ser diferentes, podem ir a um lugar muito mais particular e intimista da vivência pessoal, mas não perdem esse controle de qualidade. Não sei se é um controle de qualidade, mas é um processo respeitoso, digamos assim, com as poéticas possíveis. Então, o que você pode esperar é um trabalho cuidadoso. O quanto as pessoas podem gostar ou não a gente nunca sabe. Eu não gosto de criar expectativas nem posso dizer se é bom ou ruim. Só posso dizer que é algo feito com carinho e cuidado”.

Confira o teaser do álbum, que vai ser lançado em 2021 com selo da produtora Isé.

Não conhece OQuadro ou está com saudades da banda? Ouça Nêgo Roque, segundo álbum do grupo.

Edição da Palhasseata de 2021 será online por causa da pandemia
Tempo de leitura: 2 minutos

Karoline Vital

O público vai ter que esperar um pouquinho para conferir o Festival Palhasseata de Ilhéus. Em obediência ao decreto estadual suspendendo eventos de qualquer natureza até 1º de abril, o Grupo Teatro/Circo Maktub remarcou o encontro de artistas para o dia 10 de abril, a partir das 14 horas, na Fundação Fé e Alegria. O link para a live será disponibilizado no perfil do Instagram (www.instagram.com/teatrocircomaktub) e transmitido pelo canal www.youtube.com/grupoteatrocircomaktub.

Antecedendo a transmissão ao vivo de números cômicos, dança, música, poesia, audiovisual e artes plásticas, o projeto vai homenagear o Dia Mundial do Teatro e do Circo. No dia 27 de março, o minidocumentário sobre a Palhasseata de Ilhéus estará disponível no canal do YouTube, contando a história do evento iniciado em 2011. Para além do cortejo animado que percorria as ruas de Ilhéus, a iniciativa que teve seis edições também englobava oficinas de palhaçaria, exibições de vídeos, exposições de fotos e figurinos.

Com formato virtual, o Festival Palhasseata de Ilhéus vai homenagear personalidades importantes para o circo do interior da Bahia. Entre os nomes lembrados estão os palhaços Radiola, o saudoso Tremendão e o Circo Show Brasil, que terá direito à exibição de reportagem especial sobre sua história. O troféu será confeccionado pelo artista plástico Luciano Maciel, o palhaço Pipoca, que também fará uma pintura ao vivo, ao longo da transmissão.

Segundo o diretor do Grupo Teatro/Circo Maktub, Fábio Nascimento, o Festival Palhasseata de Ilhéus é um movimento de pesquisa e investigação contínua sobre a arte da palhaçaria, dialogando com diversos grupos e artistas independentes. “Em função das medidas restritivas de enfrentamento à COVID-19, precisamos adiar e reformular o projeto e iremos manter a transmissão ao vivo, obedecendo todos os protocolos de segurança para proteger toda equipe envolvida”, informou.

O projeto Festival Palhasseata de Ilhéus tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Festival vai exibir 50 filmes pela internet || Foto Renata Sant'Anna
Tempo de leitura: 3 minutos

Prepare a pipoca, a internet e o sofá. Cinco anos depois, o 7º Festival de Cinema Baiano (Feciba) volta ao seu lugar de vitrine das produções do estado. Serão dez dias de programação totalmente online e gratuita, entre 15 e 26 de março. Na grade, 50 filmes, quatro oficinas, 20 debates e duas lives-show.

Com o tema Dentro de casa, asa, o evento é uma produção do Núcleo de Produções Artísticas (Núproart) e da Voo Audiovisual, e chega para dar destaque ao que há de mais recente no cinema realizado por baianos. “É com muito prazer que realizamos a sétima edição do Feciba totalmente diferente e adaptado para esse momento pandêmico. Apesar de distantes, estamos conectados pelas redes e pela arte. O Festival veio para mostrar como o cinema baiano cresceu, multiplicou e está se tornando diverso”, celebra Edson Bastos, produtor executivo e diretor artístico do projeto.

Uma das atrações musicais desta edição será a banda itabunense Manzuá, com o show de encerramento do Feciba.

DEBATES

Sob a ótica do cinema baiano, serão promovidos verdadeiros mergulhos nos temas mais urgentes da atualidade. O evento traz 20 lives-debates, todos os dias às 15h e às 19h. Todos terão tradução simultânea, garantindo acessibilidade em Libras para surdos e deficientes auditivos.

Às 15h, o Feciba pauta a internet com os seguintes temas: “Personagens femininas: representatividade nas narrativas cinematográficas” (dia 15); “Em casa, asa: cinema em tempos pandêmicos” (dia 16); “Ferramentas de Internet: presente e futuro, no audiovisual” (dia 17); “O sagrado no audiovisual: a representação das Religiões de Matrizes Africanas no cinema baiano” (dia 18); “Cinema de preto: produções audiovisuais construindo narrativas afrocentradas” (dia 19); “Cinema e memória: como o cinema baiano desconstrói seu passado?” (dia 22); “Cineclubes: fluidez e valorização do cinema” (dia 23); “Cinema é arte coletiva: produção e recepção do cinema baiano” (dia 24); “Sessão Covid: Cinema e reinvenção” (dia 25). No último dia, excepcionalmente, o debate será às 14h, com o tema “Cinema e escola: a função didática dos filmes” (dia 26).

Leia Mais

"Pirilampos da Caaetinga" é um mergulho no universo vaqueiro na Bahia
Tempo de leitura: 3 minutos

Um mergulho no universo vaqueiro, utilizando a fotografia como um fomento à preservação da memória e a valorização dessa cultura popular, é a proposta de Pirilampos da Caatinga, projeto que reúne fotos de vaqueiros e vaqueiras do município de Uauá, cidade do norte baiano, a 430 Km de Salvador.

“Uauá é uma palavra originária do dialeto tupi-guarani que significa vagalume. Paira a mística de que quem nasce na “Terra da Luz” não é um habitante qualquer, mas, sim, um Ser Pirilampo, ou seja, com luz própria. Foi nas nuances dessa perspectiva que nasceu o projeto que mergulha no universo do vaqueiro”, explica o fotógrafo Heitor Rodrigues.

Vaqueiros fazem a fogueira em uma das tradições, o café em grupo

Nascido em Feira de Santana e criado desde os primeiros meses de vida em Itabuna, no sul do Estado, Heitor tem uma relação e um olhar todo especial com o sertão baiano. A relação teve início em 2013, quando o então estudante desembarcou na cidade de Juazeiro para cursar Engenharia Civil, na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).

O projeto resultará na publicação de um livro fotográfico, em formato físico e e-book, exposição fotográfica na plataforma digital Flickr e criação de página nas redes sociais Facebook, Instagram e Youtube e o próprio website.

Vaqueiro cavalga na caatinga em mais registro de Heitor Rodrigues

Segundo Heitor, o ponto de partida para que o projeto nascesse foi a convivência com o casal Jaime e Fátima Ribeiro, ele ex-vaqueiro e ela professora e cordelista.

Vaqueiro Jaime foi a fonte de inspiração para a obra

– Jaime e Fátima são os pais de minha companheira Erika Pók Ribeiro, professora, poeta e fotógrafa, que também trabalha no projeto. As histórias de Jaime e de seus antepassados, além dos versos de Fátima, aguçavam a minha imaginação. Foi aí que percebi a magia que envolve essa cultura. Me apaixonei como uma criança que escuta uma história infantil e desde então minhas lentes acompanham os vaqueiros há quase sete anos – revela Rodrigues.

FOTOGRAFAR NA PANDEMIA

Um dos maiores desafios foi realizar o trabalho em plena pandemia, já que a maioria dos personagens que ilustra o projeto faz parte do grupo de risco. “Além das recomendações de não aglomerar, do uso de máscaras e do álcool em gel, fizemos uso de roupas especiais, para preservar a integridade dos vaqueiros e vaqueiras”, diz o fotógrafo.

Por causa da pandemia, cuidados foram adotados contra a covid-19

O projeto Pirilampos da Caatinga tem apoio financeiro do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura (Secult) e da Fundação Cultural do Estado (Funceb), via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo.

Filmes vão ser exibidos no site do evento, com acesso gratuito
Tempo de leitura: < 1 minuto

A 2ª edição da Mostra Amotara – Olhares das Mulheres Indígenas – vai acontecer entre os dias 2 e 31 de março, com exibições no site do evento. Além de contribuir para o fortalecimento do cinema indígena brasileiro e expandir os horizontes da sétima arte no país, a iniciativa abre espaço para que outras realizadoras do audiovisual troquem experiências com as cineastas indígenas.

O nome Amotara homenageia a anciã do povo Tupinambá de Olivença, de Ilhéus, Nivalda Amaral, pioneira na luta pela educação escolar indígena e na defesa do território e do reconhecimento étnico do seu povo. Ela faleceu no dia 29 de abril de 2018, ano da 1ª edição da mostra.

Com idealização e coordenação da produtora cultural e indígena do povo Tupinambá e Pataxó Hã Hã Hãe, Olinda Yawar, e da jornalista Joana Brandão, a iniciativa tem a parceria da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Foi viabilizada por meio do Edital Setorial de Audiovisual, com apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda (Sefaz), Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e Secretaria de Cultura da Bahia (Secult).

Segundo Joana, a curadoria aprovou 33 filmes de vários lugares do país. Além das produções inscritas, a mostra contará com uma sessão de filmes convidados pela curadoria, e de filmes não-indígena sobre a realidade das mulheres indígenas.

A proposta inicial da segunda edição da Amotara, programada para 2020, era um evento itinerante, com intervenções em quatro aldeias indígenas no sul e extremo sul da Bahia. Com a pandemia de Covid-19, o evento foi adaptado para o formato virtual.

Ouça "Camaleão Laico", uma das doze faixas do primeiro álbum da banda Manzuá
Tempo de leitura: 2 minutos

A Manzuá vai lançar seu primeiro disco oficialmente no dia 26 de março, mas as músicas do álbum homônimo da banda itabunense já estão disponíveis nos tocadores da internet. O show de lançamento será online e vai encerrar a 7ª edição do Festival de Cinema Baiano (Feciba).

O baterista e compositor Mither Amorim falou ao PIMENTA da satisfação de produzir o álbum com financiamento coletivo viabilizado por amigos e fãs da banda. O primeiro entusiasta da ideia foi o produtor cultural Victor Aziz, do NúProart.

No começo, segundo Mither, a viabilidade do projeto pareceu incerta, mas Victor insistiu: “Vai ser de boa!”.  E foi. O grupo arrecadou os R$ 14 mil necessários para tocar a produção do disco, que foi gravado pela MCK. A banda vai recompensar as pessoas que contribuíram com exemplares do álbum, camisetas e outros brindes – a composição de cada kit varia conforme o tamanho da colaboração feita.

Parte dos kits terá cartões postais com imagens do documentário Memórias do Rio Cachoeira, projeto de 2013 em que o grupo musicou poemas de artista grapiúnas, a exemplo de Firmino Rocha, Cyro de Mattos, Valdelice Pinheiro, Ruy Póvoas, Daniela Galdino, Kleber Torres, Lorenza Mucida e do próprio Mither Amorim.

Para Mither, se é verdade que as músicas da Manzuá dialogam com a cultura da região, elas também são atravessadas por influências de outros lugares, como da África. “A gente não tem uma identidade pura. Por exemplo, nesse álbum, você conhece aqui, conhece a região, a gente sabe que a presença de afrodescendentes, descendentes de africanos que vieram pra cá escravizados, é muito forte”.

Seis anos separam o início da produção do álbum e a data do seu lançamento oficial. No fim da conversa com o site, a vocalista e compositora Brisa Aziz lembrou a explicação da poeta Daniela Galdino sobre os percalços que impediram a conclusão da obra nos últimos anos:

-A gente gravou, demorou um tempo para o rapaz fazer a mixagem, depois outro tempão pra arte chegar. A gente mandou para a MCK ainda em 2018. No começo de 2019, a gravadora disse que o insumo que a gente precisa para produzir tá embarreirado com esse governo [federal] novo. Eu lembro de ter comentado isso com Daniela Galdino, falando: ‘Poxa, velho, cada etapa está sendo um rolê com essa questão do tempo’. E ela na resenha: ‘Bicha, você sabe o que é isso? Faltou sal grosso’.

Além de Brisa e Mither, Manzuá é formada por Laísa Eça (vocal), Marcelo Weber (baixo) e João Solari (guitarra). Ouça Camaleão Laico, uma das doze faixas do álbum.

Criado em Ilhéus, cineasta revisita a Princesinha do Sul com filme sobre família devastada pela ditatura militar
Tempo de leitura: 3 minutos

O cineasta Henrique Dantas vai ambientar a maior parte do seu próximo filme, Silêncio, no Sul da Bahia e quer o apoio de empresários e governos da região para conseguir realizar o projeto, que teve seu financiamento prejudicado pelo declínio da Agência Nacional do Cinema (Ancine).

Nascido em Salvador, onde vive hoje, Henrique morou em Ilhéus na infância e adolescência. No filme, pretende usar uma fazenda de cacau e a Lagoa Encantada como cenários. No entanto, enfatiza que Silêncio não é sobre os temas consagrados da lavoura cacaueira. “É um filme que fala sobre a morte. Não vou falar da Saga do Cacau, não tem nada a ver, mas o cenário que escolhi e algumas questões que vou trazer, sim”, explicou o cineasta, em conversa com o PIMENTA no início de fevereiro.

Silêncio vai apresentar tipos raros no Sul da Bahia, um médico e um fazendeiro negros. Henrique defendeu a escolha. “Eu nunca fui atendido por um médico negro na minha vida inteira em Ilhéus. Existia a família de Espírito Santo, mas eu não fui atendido por ele. Eu vou colocar também um fazendeiro negro, que eu também nunca conheci. Sei que até existe, porque alguns amigos me falaram, mas eu, que conheci muitos fazendeiros, não conheço”.

O elenco reúne grandes nomes da dramaturgia nacional, a exemplo de Antonio Pitanga, Helena Ignez e Fabrício Boliveira, que formam o núcleo familiar da trama. O fazendeiro, militar da reserva, será vivido por Pitanga.

Fabrício será o neto do fazendeiro, que estudou medicina na Holanda, onde sua mãe se exilou fugindo da ditadura militar. “Ela foi torturada e seu marido, assassinado”, antecipa o cineasta, que também é roteirista da história.

Leia Mais

Confira a lista dos 150 filmes que serão exibidos na 7ª edição do Feciba
Tempo de leitura: 4 minutos

O 7º Festival de Cinema Baiano (Feciba) divulgou nesta sexta-feira (19) a lista dos 50 filmes que serão exibidos na edição deste ano. Serão 10 longas, 10 médias e 30 curtas-metragens produzidos por baianos nos últimos cinco anos.

O produtor executivo e diretor artístico Edson Bastos ressalta que é uma tarefa muito difícil escolher os filmes que vão participar de um evento, pois obras muito boas ficam de fora. “Mas a curadoria do Feciba fez um excelente trabalho. Uma equipe diversa e competente que se dedicou durante dias de visionamento e horas de diálogos intensos para chegar ao resultado dos 50 filmes que vão fazer parte desta edição do festival”, reitera.

O tema deste ano – Dentro de casa, asa – reflete bem o que o público pode esperar das mostras deste Feciba. Devido à pandemia de Covid-19, a programação deste ano será totalmente online, além de gratuita, incluindo as mostras, quatro oficinas e vinte debates transmitidos ao vivo. A programação acontecerá de 15 a 26 de março.

CURADORIA

Para a tarefa de escolher entre as produções inscritas, entrou em cena um time de 11 curadores escolhidos em seleção realizada entre janeiro e fevereiro. Foram eles: Cláudio Lyrio (Itabuna), Enoe Lopes Pontes (Salvador), Euclides Santos Mendes (Pindaí), Jhefferson Jhekson (Cruz das Almas), José Araripe Júnior (Salvador), Lecco França (Salvador), Marialva Monteiro (Rio de Janeiro), Marise Urbano (Salvador), Michel Santos (Luiz Eduardo Magalhães), Naira Évine (Salvador) e Ruthe Maciel (Juazeiro).

José Araripe Júnior, um dos curadores dos longas-metragens, não esconde a euforia com que se envolve no trabalho. “Ver o retorno do FECIBA com uma safra de produções tão criativas, impactantes e comprometidas com o contexto cultural, histórico e social da Bahia, não enche apenas os olhos do curador; faz bater mais forte o coração do cinéfilo”.

A curadora Marise Urbano fez parte da selação dos curtas. “Eu pude, em poucos dias, assistir a mais de 100 produções baianas de diversas regiões, o que me atualizou sobre o contexto dos últimos anos. Sinto que os filmes selecionados dão conta de caracterizar as produções do nosso estado. Priorizamos uma perspectiva descentralizada e decolonial de se fazer cinema. Julgamos ter, em nossa seleção, uma infinita diversidade de formas e conteúdos, o reflexo de uma sociedade diversa e rica como é a Bahia”, conta.

Já a curadora Naira Évine, que se debruçou sobre a seleção dos média-metragens inscritos, destaca como o cinema baiano tem ampliado o seu repertório. “Hoje temos uma diversidade de pessoas com a câmera na mão e uma ideia na cabeça e isso não tem mais volta. Notamos que os baianos tem muito a falar, quer falar e está falando. Engana-se quem resume esse estado a apenas um jeito de ser e pensar. Conheci a fundo novas histórias, manifestações culturais, memórias e protestos”.

Clique em Leia mais para ver todos os 50 filmes selecionados.

Leia Mais

Primeiro colóquio do projeto começa às 20 horas desta sexta (12)
Tempo de leitura: < 1 minuto

Começa nesta sexta-feira (12), às 20 horas, o projeto Colóquios Tupy Or Not Tupy – 99 anos da Semana de Arte Moderna, do Coletivo Flisba. As atividades vão ser online, com transmissão no Instagram do grupo (@flisba). O evento vai continuar nas noites de sábado (13) e domingo (14), sempre no mesmo horário.

O tema de hoje será Modernismo – desvios e preconceitos, com mediação da professora Luh Oliveira. O convidado é o professor Ramayana Vargens, referência dos estudos literários no país.

Para Ramayana, “a Semana de Arte Moderna merece uma análise que destaque não apenas sua contribuição estética renovadora. Faz-se oportuno examinar suas influências na formação dos padrões ideológicos que nortearam a política cultural no país”.

Confira a programação completa na página do Flisba.

Propostas nas áreas de teatro, dança, música, audiovisual e fotografia podem ser inscritas entre 10 e 16 de fevereiro
Tempo de leitura: 2 minutos

Artistas de toda a Bahia estão convidados a participar da 1ª edição do Festival Balaiano, que selecionará apresentações de teatro, música e dança, mostras de fotografia, filmes e artesanato para compor a sua programação. Os trabalhos selecionados vão receber prêmios que variam de R$ 200 a R$ 500.

O festival será online, com transmissão no Youtube, em dois finais de semana consecutivos, 12, 13 e 14 de março e 19, 20 e 21 do mesmo mês.

As inscrições estão abertas e seguem até 10 16 de fevereiro, no site do projeto.

A programação vai contemplar a diversidade cultural dos macroterritórios da Bahia, propondo uma rede colaborativa entre os artistas. A equipe da curadoria, responsável pela seleção dos candidatos, será composta por representantes de diferentes segmentos artísticos da capital e do interior.

Os curadores vão selecionar 12 apresentações musicais, 12 performances, 6 exposições fotográficas e 6 curtas-metragens de produção baiana para integrar o evento. Dentre os critérios para seleção, serão priorizadas as produções realizadas por mulheres cis e/ou transgêneras, e temáticas que envolvam a promoção da equidade de gênero, igualdade racial e acessibilidade.

Leia Mais

Tempo de leitura: 2 minutos

Antônio Lopes traz seleção pessoal de textos em A bela assustada

A bela assustada, uma seleção pessoal de textos de Antônio Lopes, está sendo posta no mercado de livros pela editora itabunense A5, a partir deste mês. Com 260 páginas, a seleção recupera trabalhos publicados pelo cronista bueraremense em jornais e livros, e acrescenta vários textos inéditos.

Na apresentação, a professora Evelina Hoisel, titular de Teoria da Literatura da Universidade Federal da Bahia (UFBA), ex-diretora do Instituto de Letras da UFBA e coordenadora da Pós-Graduação do Programa de Letras e Linguagem (PPGLL), ex-presidente da Associação Brasileira de Literatura Brasileira (Abralic) e da Academia de Letras da Bahia, destaca:

São muitas as estratégias escriturais do cronista Antônio Lopes,
intérprete voraz de obras literárias e artísticas. Impressiona a argúcia
com que ele articula a matéria vivida em relatos engenhosamente
construídos, recorrendo ao diálogo com um variado repertório de
escritores, de artistas, de obras literárias, cinematográficas e musicais.

Para Marcel Santos, diretor da A5, “editar Antônio Lopes, justamente num livro-síntese de sua obra, é coisa que extrapola o campo dos negócios e se confunde com o prazer. Fico muito feliz por ele ter dado essa prova de confiança ao nos escolher para publicar sua antologia pessoal”. Segundo Marcel, com A bela assustada a A5 encampa um  projeto editorial ousado, imaginado por Lopes e executado por Ulisses Góes, projeto que, além do conteúdo literário, surpreende pela forma como foi concebido e executado, numa homenagem ao escritor argentino (nascido na Bélgica) Julio Cortázar, mas sem perder de vista uma plêiade de comunicadores regionais, pessoas a quem o autor respeitosamente lembra e saúda.

Bem humorado, Lopes diz supor que, “às vésperas dos 80 anos e, estatisticamente, de dar o suspiro derradeiro”, este será seu trabalho final, marco do limite da criação, uma espécie de despedida. A bela assustada seria, visto desse curioso ângulo proposto pelo autor, uma espécie de canto de cisne, o aprontar das malas a que se referiu o poeta famoso.

“Velho, desempregado, um tantinho preguiçoso e acometido por mazelas próprias da idade, decidi me despedir em grande estilo: pela lei das probabilidades, após esse lançamento, ocorrerá, ainda sem data e horário marcados, meu dilúvio pessoal. Enquanto seu lobo não vem, é louvar a vida (ou que dela resta), apesar da aspereza destes tempos”, resume o cronista. O livro está à venda no site www.a5editora.com.br[email protected].

Fábio Lago encarnando o Curupira de Cidade Invisível
Tempo de leitura: < 1 minuto

A Netflix lançou, no dia 5 de fevereiro, a série original Cidade Invisível, do diretor Carlos Saldanha, criador das animações da franquia A era do gelo e Rio. Apresentando versões contemporâneas de personagens do folclore nacional, a história mistura suspense e fantasia. O papel do Curupira, o guardião da floresta, é do ator ilheense Fábio Lago.

Com roteiro de Raphael Draccon e Carolina Munhóz, a trama policial se passa no Rio de Janeiro, transitando entre a vida noturna de um bar na Lapa e uma comunidade ribeirinha ameaçada de remoção por uma construtora.

Os telespectadores veem o desenrolar da maior parte da história pelos olhos de um investigador da Polícia Ambiental, Eric, interpretado por Marco Pigossi. A atriz Alessandra Negrini é a misteriosa Inês, dona do bar Cafofo.

Para o dramaturgo ilheense Ed Paixão, a Netflix acertou em cheio explorando o imaginário do folclore brasileiro “numa pegada mais séria, menos infantil”.

Até o momento, o canal de streaming não confirmou se a produção vai ter segunda temporada. Os sete episódios da primeira estão disponíveis para os assinantes.

Confira trailer da série brasileira da Netflix.

Juarez Caseh no The Voice+ e na capa de disco da Banda Lordão (no círculo em vermelho), ainda com cabeleira
Tempo de leitura: < 1 minuto

Ao interpretar I Don’t Want To Talk About It, canção de autoria de Danny Whitten, o cantor Juarez Caseh foi um dos destaques, na tarde deste domingo (7), do programa The Voice+, da Rede Globo.

Natural de Maceió, Juarez Caseh, hoje com 64 anos, é um artista que fez grande sucesso no sul da Bahia. “No final da década de 70 e início da de 80, Juarez integrou a banda Super Som Lordão, lembrou o jornalista Ederivaldo Benedito, que cedeu ao PIMENTA a imagem da capa de disco do Lordão que ilustra esta matéria.

Antes de deixar o Lordão e seguir carreira em Salvador, onde foi vocalista da Banda Mel, Juarez – ao lado de Mimide, Filemon, Jô Carlos e Kocó – gravou, em 1979, o primeiro LP da banda. Dois dos sucessos da gravação, foram Tempo e o Vento, de Datan Coelho, e Melô do Sufoco, de Mimide.

A apresentação de Juarez empolgou os técnicos, que viraram as cadeiras ainda nas primeiras notas. O artista escolheu o time de Claudia Leitte, que se emocionou ao saber da carreira musical de Caseh e ouvir que o cantor foi vocalista de bandas famosas no estado, como Banda Mel, Lordão e Furtacor.

A reação de Claudia Leitte à apresentação de Caseh:

– Meu Deus! Não tô acreditando. Vocês tão entendendo que vocês estão diante de uma estrela?

Confira a apresentação que “quebrou” a última rodada da audição às cegas do The Voice+.

Clique aqui e confira a apresentação de Caseh e a reação dos jurados do programa da Rede Globo.