A Justiça acolheu solicitação da Polícia Civil e impôs medidas cautelares à mulher que agrediu verbalmente e ameaçou a comerciante Herta Breslauer, de 54 anos, em Arraial D’Ajuda, em Porto Seguro (relembre). Conforme a decisão deste domingo (4), do juiz Armando Duarte Mesquita Junior, a chilena Ana Maria Leiva Blanco está proibida de deixar o município e de manter contato com a vítima.
O magistrado também proibiu Ana Maria de entrar na loja onde ela chamou a proprietária de “assassina de crianças” e de se aproximar da vítima. A loja de Herta fica na Rua da Broadway. Na noite de sexta-feira (3), ela estava no estabelecimento quando Ana Maria chegou no local e começou a xingá-la por, supostamente, apoiar o regime sionista de Israel. Uma pessoa filmou o ataque e publicou o vídeo na internet.
De acordo com a Polícia Civil, no primeiro momento, o caso foi enquadrado como racismo. Mas, depois das oitivas da agressora e da vítima, que se conhecem há 10 anos, Ana Maria foi autuada por injúria racial. Os policiais entenderam que a ação da chilena não se dirigiu à coletividade judaica.
REPERCUSSÃO
O caso ganhou repercussão nacional. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) usou as redes sociais para repudiar o ataque sofrido pela empresária. “Repudio veementemente os recentes insultos antissemitas direcionados a Herta Breslauer, uma comerciante judia em Arraial d’Ajuda. Este tipo de comportamento é absolutamente inaceitável, especialmente em um país como o Brasil, conhecido por sua diversidade cultural e tolerância”, escreveu o político, neste domingo (4).
“O Brasil é uma nação formada pela mistura de povos e culturas, e atitudes discriminatórias contrariam os valores fundamentais de respeito e convivência pacífica. É crucial lutarmos contra o antissemitismo e qualquer forma de discriminação”, concluiu.