OS GOLS DA PRIMEIRA VITÓRIA DO BAHIA EM CASA

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O Bahia ganhou a primeira partida em casa depois do retorno à Série A do Campeonato Brasileiro. O Figueirense foi a vítima. Reinaldo, Ávine e Jones marcaram os gols do tricolor de aço e Héber descontou para o Figueirense. O tricolor subiu três posições. Agora é o 13º, com 15 pontos, coladinho no Figueira (16 pontos e 12º colocado). Confira os gols na TVIG.

O Bahia volta a jogar na próxima quinta (4) contra o São Paulo, no Morumbi, às 21h. O time catarinense pegará o Botafogo, na quarta (3), às 19h30min, em casa.

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O PIMENTA inicia a publicação de uma série de entrevistas com os principais atores do cenário político regional, nomes que certamente terão influência ou estarão diretamente na disputa pelo comando de Ilhéus e Itabuna, as maiores cidades do sul da Bahia. A primeira conversa foi com o secretário-geral do PP da Bahia, Jabes Ribeiro, que trabalha para conseguir mais um mandato à frente do governo ilheense.
Advogado e professor, Jabes já governou Ilhéus em três gestões. Foi também deputado federal e chegou a ocupar a vice-liderança do governo Itamar Franco (1992-1994) na Câmara. No período em que Waldir Pires governou a Bahia, Jabes foi seu secretário estadual do Trabalho.
Nesta entrevista, o político ilheense ataca com dureza a atual administração do município e, entre outros adjetivos, diz que o governo Newton Lima é “inepto” e “ineficiente”. Sobre a polêmica gerada com o PT, quando disse que não aceita fazer aliança com quem detém cargos na Prefeitura de Ilhéus (caso petista), Jabes afirma que não deu ultimato nem nominou qualquer partido.
O pepista diz que seu grupo está aberto a conversar com todas as legendas que integram a base aliada do governo Wagner, mas repete: “quem está com Newton, que fique até o final”.
 
PIMENTA – O PP ficou com uma bela fatia na distribuição dos cargos do Estado em Ilhéus. Isso gerou ciúme entre as demais legendas da base aliada?
JABES RIBEIRO – É do jogo democrático que aqueles que venceram as eleições normalmente ajudem a governar. É assim em qualquer democracia do mundo. Creio que o governador foi muito hábil no momento em que, ao invés de sair fazendo uma distribuição por pessoas, por deputados, ele resolveu convocar os partidos políticos para participar desse entendimento. Foi um debate longo e intenso, mas acredito que o resultado, mesmo não agradando a todos, foi o melhor que se poderia conseguir.
PIMENTA – A seu ver, não existe nenhum desequilíbrio?
JR – Essa distribuição representa o resultado das eleições de 2010. Os partidos que tiveram uma melhor performance acabaram tendo um posicionamento melhor. Falam: “ah, mas tirou o cargo de Fulano”. Não existe isso, o cargo não é de ninguém, senão do governador, do Estado. Eu representei o PP em toda a Bahia e fizemos um trabalho em que ocupamos os cargos com base na votação que tivemos. Por exemplo, no território sul o meu partido teve uma performance e em torno dela teve uma ordem de participação nos cargos. Em Ilhéus, nós ficamos com Detran, um cargo da Bahiapesca, uma coordenação da Direc, a Sudic e alguns outros cargos menores. Enfim, esse foi o espaço que nos coube dentro dessa distribuição e todos os partidos da base aliada participaram desse processo.
PIMENTA – Esse espaço que o PP está ocupando fortalece o partido para 2012. Como você faz essa análise e como está construindo um diálogo com os aliados para viabilizar o caminho para as próximas eleições?
JR – O PP tem um relacionamento ótimo e sem nenhuma contestação com todos os demais partidos da base aliada. Nosso relacionamento com o PT, o PCdoB o PSB, com o PDT, é absolutamente democrático, civilizado, solidário, contributivo. Não tem problema nenhum, tanto que, em vários locais da Bahia, após a distribuição dos espaços políticos, nós fizemos negociações com os partidos. Fizemos negociações com o PDT, o PCdoB, o PSB. Nós não tivemos nenhum problema nesse sentido. O relacionamento é absolutamente positivo com todos os partidos da base aliada.
PIMENTA – Em Ilhéus esse relacionamento não é tão positivo…
JR – É evidente que nos municípios existem problemas, mas eu acho que o diálogo, a conversa, o esforço no sentido da gente encontrar o caminho, isso tudo é absolutamente possível. É claro que você vai encontrar problemas aqui e acolá, mas nós partimos de um princípio: há um projeto nacional, esse projeto é comandado pela presidente Dilma Rousseff, e há um projeto estadual comandado pelo governador Wagner. O nosso partido está absolutamente comprometido com esses projetos.  Nos municípios, é natural que cada partido lute para ocupar o poder e se fortalecer, mas nós partimos do princípio de que onde haja condições de disputar as eleições, nós vamos disputar. Onde existe segundo turno, disputaremos comprometidos a no segundo turno estarmos juntos, dentro da base aliada.
 

Quando você tem um comandante que não gosta do que faz, não tem aptidão, não tem autoridade, gera esse caos que está aí, em que você tem vários prefeitinhos.

 
PIMENTA – O senhor acredita que os conflitos locais podem trazer dificuldades para o seu projeto de eleição?
JR – As disputas locais são absolutamente naturais. Veja em Itabuna, por exemplo,  a disputa do PCdoB com o PT. Em Salvador, praticamente todos os partidos têm candidato a prefeito. Em Ilhéus, da mesma forma, temos um debate natural e democrático. O governador sabe disso, não tem nada que esteja acontecendo em Ilhéus que não seja do conhecimento do governador. Nesse sentido, não creio que haja nenhum problema, muito pelo contrário. O PP quer se fortalecer em Ilhéus para ajudar o governador Wagner e a presidente Dilma Rousseff.
PIMENTA – Causou certo incômodo, sobretudo a pessoas ligadas ao PT, a espécie de ultimato feito pelo senhor, avisando que não faria aliança com pessoas que estão no governo municipal. Como fica isso?
JR – Eu nego veementemente ter dado ultimato a quem quer que seja, esse não é um papel meu. Eu tenho um projeto como líder do meu partido: nós trabalhamos em Ilhéus com um projeto de chegar à prefeitura. Há pessoas no PT de Ilhéus com quem eu tenho um ótimo relacionamento, assim como no PSB. Muitos até já estiveram comigo ao longo da história. Às vezes eu pergunto:  quem não esteve? O que eu disse e quero reiterar foi que eu e o meu partido estamos absolutamente abertos a conversar com todos, mas decidimos não fazer aliança com nenhum partido que esteja dentro do atual governo municipal. Não estou me negando a conversar, muito pelo contrário.
 
PIMENTA – Mas há lideranças locais que parecem não querer conversa.
JR – Quem conhece política sabe que isso é bobagem. O que não dá é as pessoas tentarem a vida inteira um artificialismo, um jogo de enganação que não funciona. A nossa posição clara é a seguinte: nós não iremos fazer nenhuma aliança com o atual governo de Ilhéus. Não cabe, pois temos uma atitude institucionalmente de oposição a esse governo. Não há nada de pessoal contra o Newton (Lima), e eu tenho dito isso. Muito pelo contrário, ele é uma pessoa cordial, não temos problema nenhum.  Agora, politicamente falando, o governo é um desastre, um caos, é uma desorganização completa, é a negação do que seja um governo. Mas isso quem está dizendo não sou eu, é quase 90% dos ilheenses.
PIMENTA – E como fica, então, a chance de prosperar algum diálogo com o PT, que está no governo municipal?
JR – Eu não quero nem nominar, nunca nominei. Eles ficam meio nervosos comigo, mas eu quero até que tenham tranquilidade. Quem quiser considerar que o projeto para 2012 passa por esse governo que está aí, fique com ele. Estou disposto a conversar com o PT, o PSB, PCdoB, PDT e já tenho conversado com muitos. Estão enganados aqueles que pensam que eu estou voltado apenas para o meu partido.  Não é essa a minha experiência e vale lembrar que no passado eu já tive alianças com o PT. O PT já me apoiou em Ilhéus, o PSB já me apoiou, e eu já apoiei o PT. Nas últimas eleições eu apoiei o PT a pedido do governador.

Já conversei com o deputado Josias (Gomes, do PT), com quem tenho um bom relacionamento e considero um político capaz, competente, que não age com o fígado, como muitos.

PIMENTA – Chegou a existir de fato algum ensaio de acordo para que o PP apoiasse o PT em Itabuna em troca de uma reciprocidade em Ilhéus?
JR – O que acontece é o seguinte: há em Salvador uma comissão com representantes de cada partido da base aliada. Tem o representante do Partido Progressista; tem lá o Jonas Paulo, do PT; Alexandre Brust, do PDT; Daniel Almeida, do PCdoB; Lídice da Mata, do PSB;  Toninho, do PSL; Bispo Márcio Marinho, do PRB, e por aí vai… Nós estabelecemos nesse grupo que vamos buscar o máximo de esforço para que haja uma unidade da base aliada nas 30 maiores cidades da Bahia, o que inclui Itabuna, Ilhéus e tantas outras. É uma conversa que se faz priorizando a defesa do projeto nacional e do projeto estadual . Se haverá possibilidade de termos êxito em todos os lugares, não sabemos. É evidente que em situações desse tipo, existem composições. Por exemplo, o PT pode precisar do nosso apoio em Vitória da Conquista, em Feira de Santana, em Salvador e nós poderemos precisar do apoio do PT em Ilhéus. Não significa que cada partido não irá consultar suas bases locais, agora há uma resolução do PT, assim como no PP, de que as questões locais terão que passar por uma análise da executiva estadual de cada partido. Eu, por exemplo, já conversei com o deputado Josias (Gomes, do PT), com quem tenho um bom relacionamento e considero um político capaz, competente, que não age com o fígado, como muitos. Converso com Geraldo (Simões), conversei há poucos dias com Everaldo Anunciação (secretário de Organização do PT na Bahia). Estão enganados aqueles que pensam que eu não estou conversando. É que tem alguns que estão tão envolvidos com o governo municipal, que não têm tempo para conversar.
PIMENTA – Nessas suas conversas com lideranças do PT, já se estabeleceu algum critério para definição de alianças, como desempenho em pesquisa, por exemplo?
JR – Não, mas eu topo. Pelo critério de pesquisa eu topo discutir aliança em Ilhéus com qualquer partido da base aliada, exceto, repito, com aqueles que fazem parte da atual administração municipal. Porque senão a gente descaracteriza nosso discurso. Ao escolher o nome que disputará as eleições com base em pesquisa, estaremos demonstrando consideração pelo que pensa a opinião pública, mas é claro que não é só o critério da pesquisa. Existem outros que podem ser utilizados e eu não tenho problema nenhum.
PIMENTA – Ilhéus tem problemas financeiros graves, com um volume imenso de precatórios e inadimplência que gera até a impossibilidade de firmar convênios para projetos e obras. Como equacionar isso?
JR – Eu deixei o município, no final de 2004, com os precatórios todos negociados. Eu fiz essa negociação quando era presidente da Amurc, e não foi só para Ilhéus. Itabuna negociou, Jequié negociou, toda a região negociou. Ilhéus teve uma administração, com o ex-prefeito Antônio Olímpio, que gerou milhões de precatórios. Isso está registrado, não tem o que se discutir, mas, enfim, existem os precatórios e nós negociamos em condições de honrar. Veio Valderico (Reis, ex-prefeito) e chutou tudo pra cima. As negociações com o INSS, eu deixei todas organizadas. Por que eu assinei convênios com os governos federal e estadual até o último dia do meu governo? Assinei porque estava tudo absolutamente em dia, as contas estavam organizadas. Deixei a folha de pagamento com menos de 50%, abaixo do limite legal. A Prefeitura estava organizada, as contas estavam organizadas. Eu vou apresentar no momento certo os dados que demonstram que Ilhéus estava crescendo. Foi feita uma reportagem naquele período, publicada na revista Veja ou na Época, que listava Ilhéus entre as dez melhores cidades do Brasil para se viver. Está escrito. Não dá para as pessoas ficarem na enganação, na mentira,na malandragem. Não existe isso.
PIMENTA – Quer dizer que todos os problemas da cidade são culpa do atual governo?
JR – O que está aí é produto de dois governos desastrados, que desorganizaram as contas públicas, o setor de pessoal, os programas sociais, a saúde, a educação. Esse é um desgoverno porque desorganizou todas as políticas de Ilhéus e acho que nós, ou qualquer outro que chegue à prefeitura, teremos um grande trabalho para enfrentar isso. Programas como o “Escola Campeã”, do Instituto Ayrton Senna, cadê? Ilhéus era a única cidade da Bahia que tinha esse programa. Cadê os programas voltados para a geração de emprego, como o Pead, por exemplo? Acabou tudo. Na área cultural, o que se fez? Fecharam biblioteca, fecharam o Circo Folias da Gabriela, que era um espaço importante para a cultura, as manifestações artísticas do povo de Ilhéus. O que eles fizeram mais de importante para a cultura? Fecharam o Memorial da Cultura Negra. Fizeram o que a mais? Transformaram o Bataclan num restaurante, só isso. Não tenho nada contra, acho até que está legal, mas era esse o projeto? Ou era o projeto de uma casa de cultura, que contou com dinheiro público, do município e da Petrobras? O restaurante está até bonito, mas você não vê uma placa que indique o que é aquilo. Será que a Petrobras iria me ajudar a fazer aquele trabalho se eu dissesse que seria um restaurante, por melhor que seja? Esse governo é inepto, ineficiente. Quando você tem um comandante que não gosta do que faz, não tem aptidão, não tem vocação, não tem talento, não tem liderança, não tem autoridade, gera esse caos que está aí, em que você tem vários prefeitinhos. Todo mundo manda e a cidade não avança.

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Marco Wense

Essa reação, externada de maneira incisiva, de que o PCdoB não é mais subserviente ao petismo, não quer mais o papel de coadjuvante, agrada também ao PSB e o PP.

As reações de Wenceslau Júnior, presidente do PCdoB de Itabuna, reafirmando candidatura própria na sucessão de 2012, têm provocado uma incontrolável euforia nos democratas (DEM).
Qualquer comentário de que o PCdoB não terá candidato, novamente apoiando o PT, é logo bombardeado pelos três prefeituráveis da legenda: Davidson Magalhães, Sena e Wenceslau.
Um racha na oposição, principalmente entre comunistas e petistas, é “a azeitona que faltava na empada do prefeito Azevedo”, costuma dizer um azevista de carteirinha.
Tem até correligionários com a opinião de que a reeleição de Azevedo depende mais da cisão oposicionista do que da realização de obras na periferia.
Essa reação, externada de maneira incisiva, de que o PCdoB não é mais subserviente ao petismo, não quer mais o papel de coadjuvante, agrada também ao PSB e o PP.
Com o PCdoB longe do PT, a indicação do candidato a vice na chapa encabeçada por Geraldo Simões seria disputada por socialistas e pepistas.  O empresário Roberto Barbosa, que preside o PP local, é um fortíssimo vice-prefeiturável.
O PT de Geraldo Simões não quer nem ouvir falar do médico Edson Dantas e do vereador Ricardo Bacelar como opções do PSB para uma composição na chapa majoritária.
Não é à toa que Ruy Machado, presidente da Câmara de Vereadores, trabalha para levar o colega Gerson Nascimento para o Partido Socialista Brasileiro.
Ruy Machado sabe que a coligação do PSB com o PT é favas contadas. A senadora Lídice da Mata, mandatária-mor do PSB, já decidiu que o partido deve apoiar o ex-prefeito Geraldo Simões.
De olho no segundo mandato, Ruy Machado, mesmo em outro partido, faria de tudo para emplacar o colega Gerson como vice de Geraldo. A contrapartida do edil seria o apoio a sua reeleição.
Para fazer frente ao ambicioso plano do presidente do Legislativo, alguns membros do diretório vão convidar o major Serpa para se filiar ao PSB, se tornando assim um vice-prefeiturável.
Pelo andar da carruagem, parece que o caminho da reconciliação entre petistas e comunistas é cada vez mais difícil. A tábua de salvação do PCdoB é o PMDB.
O PCdoB não pode lançar candidatura própria sem o imprescindível apoio do PMDB, sem o tempo que a legenda dispõe no horário eleitoral destinado aos partidos políticos.
Davidson Magalhães, por exemplo, não pode fazer uma campanha com alguns segundos na telinha. Uma campanha, digamos, enesiana, na base do “meu nome é Davidson”.
Marco Wense é articulista político.

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Manuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

Peguei-me pensando a que ponto nós chegamos, ao observar a população agindo com as próprias mãos.

Noite fria e chuvosa de sábado, 30 de julho, e eu estava tentando escrever alguma coisa sobre o aniversário de Itabuna. Na verdade, já vinha rabiscando desde o início da semana, mas não consegui. Em primeiro lugar, não me senti à vontade para criticar a cidade que vivo justamente nos dias de comemoração pelo seu aniversário. Comparo com alguém que aproveita um evento familiar para “lavar roupa suja” com algum parente, deixando de ser sincero para ser deselegante. Por outro lado, a sua infraestrutura está decadente, e seria hipocrisia vendar os olhos diante de tudo e escrever um texto com votos de felicitações, como já fiz tempos atrás.
Escutei o som de um tiro. Não sei dizer quantos foram, mas o estampido de um tiro é inconfundível. Ao chegar à porta de casa, deparei-me com o fato em si: um ladrão, ao assaltar um estabelecimento comercial próximo, foi contido pela população. Torna-se desnecessário descrever detalhes do assalto ou da forma como o meliante foi pego. Atenho-me, neste momento, ao que me parece ser o grave e considerável problema: somos nós, cidadãos itabunenses e baianos, que estamos cuidando da nossa segurança!
Somos nós que estamos contratando seguranças particulares para as empresas e residências. Somos nós que denunciamos. Somos nós que fiscalizamos. E assim, vivemos acuados, com medo. Peguei-me pensando a que ponto nós chegamos, ao observar a população agindo com as próprias mãos.
É lamentável a atual situação. Estamos desprotegidos, desamparados, abandonados, vulneráveis. Não frequentamos praças e não caminhamos nas avenidas com tranquilidade. São assaltos, agressões e mortes gratuitas. O tema bate recorde nos noticiários e os índices já não nos assustam mais. A segurança pública está gritando, e os governantes fingem não escutar!
Manuela Berbert é jornalista e colunista da Contudo.

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Do Correio
Uma quadrilha explodiu uma agência bancária do banco Bradesco na madrugada deste domingo (31) na rua João Leal Sales, na cidade de Milagres, a 232 km de Salvador. Segundo informações de Jorge Figueredo, coordenador do Grupo Avançado de Repressão a Crimes Contra Instituições Financeiras (Garcif), por volta das 3h, cerca de 10 homens encapuzados, fortemente armados e com coletes a prova de bala chegaram à cidade em um veículo Fiesta, cor preta, placa HHT-1011, e foram até a agência.
Ainda segundo o coordenador, ao chegar no banco, os bandidos instalaram as dinamites para fazer uma primeira tentativa de explodir os caixas. Não conseguindo roubar o dinheiro, os assaltantes dobraram a carga explosiva e tentaram mais uma vez destruir os caixas eletrônicos.
As explosões não tiveram êxito. Os 10 homens destruíram a agência mas não conseguiram roubar nada. Frustrada, a quadrilha saiu do banco, capturou alguns moradores como reféns e fugiu da cidade atirando. Na saída do município, os assaltantes libertaram os reféns, roubaram um Gol, cor prata, placa JSQ-0027, e incendiaram o Fiesta.

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“QUALIDADE” ANDA AO LADO DE ADJETIVOS

Ousarme Citoaian
É curioso como o falar das ruas ultrapassa a chamada norma culta e, nessa transgressão, facilita a linguagem assentada na gramática. Falamos aqui, há poucos dias, em adjetivos, e hoje retomamos o tema, de outro ângulo. Veja-se, por exemplo, “qualidade”, no sentido (Dicionário Michaelis) de “propriedade pela qual algo ou alguém se individualiza, distinguindo-se dos demais”. Já se vê que a palavra necessita de adjetivo que a explique: comida de boa qualidade, artigo de primeira qualidade, trabalho de qualidade inferior, música de qualidade – e demais lembranças que ocorram ao leitor. Se bem utilizado, o termo vem de braço dado com outro que o faça claro.

NOSSO FUTEBOL PRECISA DE “QUALIDADE”

É quando surge o falar brasileiro e faz a necessária adaptação. “Ronaldinho é um jogador de muita qualidade”, diz o narrador da tevê; “O ataque do Vasco não funciona porque falta qualidade no passe”, emenda o outro. Talvez regido pela lei do menor esforço (que abordaremos a qualquer dia), o falante eliminou o adjetivo, tornou a frase mais econômica e, pasmem, todos entendemos o que ele quis dizer: o jogador é de boa qualidade e o passe é de qualidade. Noel Rosa já dizia: “Isto é brasileiro, já passou de português” – mas o jornalismo não se pode permitir tal gênero de grosseria. Um jornalista tem que escrever tão bem quanto um romancista, sentencia Dad Squarisi.

NO HEROI MACUNAÍMA, “NENHUM CARÁTER”

“Caráter” (em referência a traços psicológicos, índole, temperamento, modo de ser e de agir dos indivíduos) parece seguir o mesmo modelo desvirtuado da norma culta. A divisão primária entre bom caráter e mau caráter já foi esquecida. Quando se deseja dizer que uma pessoa é moralmente sã diz-se que ela tem caráter (em vez de bom caráter); quando, ao contrário, se trata de cabra safado, é comum afirmar-se que ele não tem caráter. Pior é que tem; mau, mas tem. Lembram de Macunaíma? Era o herói sem nenhum caráter. Pode? Pode, como licença poética que o jornalismo não possui. E como ninguém aqui é Mário de Andrade, lembremo-nos de que todos têm “caráter” (bom, ruim, frágil, forte, irascível, leviano, colérico, dúbio etc).

“SHANE” OU… “OS BRUTOS TAMBÉM AMAM”

No Brasil resta consolidado o costume de dar aos filmes estrangeiros títulos capazes de atrair o público. Dois exemplos interessantes são The quiet man, de John Ford/1952 (aparentemente, “O homem quieto”), que  virou “Depois do Vendaval”; e The thin man (talvez “O homem magro”), W.S. Van Dyke/1934, sobre o romance noir de Dashiell Hammett), que chegou às telas (antes, às livrarias) como “A ceia dos acusados”. Porém, não tenho notícia de tradução mais manipulada pelo mercado do que “Os brutos também amam”, de Georges Stevens/1953, cujo título no original é um prosaico Shane, nome do personagem principal, feito por Allan Ladd (foto).

PERSONAGENS QUE NÃO TÊM AMOR A NINGUÉM

Guido Bilharino (O filme de faroeste, edição Instituto Triangulino de Cultura/2001) diz que a referência marota é aos “brutos” do filme: um fazendeiro ganancioso e seus pistoleiros, entre eles Jack Palance. “Mas estes não demonstram amor a ninguém, nem lhes é dada essa oportunidade pelo script”, ressalta o crítico. O título, portanto, é impróprio para definir a história mostrada na tela, embora tenha cumprido às mil maravilhas seu objetivo mercadológico: não há dúvida de que a expressão “Os brutos também amam” carrega a pieguice necessária para atingir o grande público. E o filme caiu (não pelo título subliterário) também no goto da crítica.

CRÍTICO OBSESSIVO VIU O FILME 82 VEZES


Shane é um clássico que tem lugar na estante de qualquer fã do faroeste. Densidade psicológica e feitura cuidadosa se destacam nesse trabalho que produziu até um especialista obsessivo no Brasil, o crítico Paulo Perdigão (1939-2007): ele viu Os brutos… 82 vezes, foi conhecer o set de filmagens nos Estados Unidos, entrevistou o diretor (na foto, à direita) e escreveu um livro a respeito do filme (Western clássico — gênese e estrutura de Shane). Treze críticos declararam à Folha de S. Paulo (1984) que este é o maior western de todos os tempos. Para Moniz Viana, “Shane é uma das obras mais perfeitas que não só o gênero, mas o próprio cinema produziu”.

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UM SAXOFONISTA GRANDE E POUCO BADALADO

Faço saber a todos que me dão a honra de dispensar a esta coluna uma vista d´olhos (acho-me hoje inusitadamente lusitano) que sou, desde  antigamentes já olvidados, fã de jazz. Mais: se fosse forçado a escolher um instrumento para símbolo desse gênero, apontaria o saxofone, o tenor, de preferência. Não me perguntem sobre os tenoristas geniais, que são tantos, e eu não me arriscaria a dar palpite: Coleman Hawkins, Lester Young, Charlie Parker, Sonny Rolins, John Coltrane, há muitos, cada um com seu estilo: o sax tenor, segundo os críticos, é tão pessoal quanto a voz humana. Para os não iniciados, mostramos aqui o resumo da trajetória de um dos grandes, porém menos badalados, Sonny Stitt (foto).

TODA A FAMÍLIA DO SAX, MENOS O SOPRANO

Não se trata, a rigor, de um tenorista, pois Stitt (1924-1982) domina quase toda a família do saxofone: tenor, alto e barítono. Não consta que toque sax soprano, mas aposto que ele fez isso alguma vez, às escondidas, talvez no banheiro. E trabalhou com as grandes feras do jazz a partir da metade dos anos 40: tocou com Dexter Gordon (na banda do cantor Billy Eckstine), depois no sexteto do trompetista Dizzy Gillespie (foto), gravou com os pianistas Bud Powell e Oscar Peterson, em horas diferentes. Em 1960 integrou o grupo de ninguém menos do que Miles Davis, substituindo ninguém menos do que John Coltrane. Um currículo impressionante, mesmo que tenhamos esquecido de Thelonious Monk e Art Blakey.

FILHO DE “BIRD” PARKER E DEXTER GORDON

Críticos apontaram, no começo da carreira de Sonny Stitt (1945, ao trabalhar com Gordon) clara influência de Charlie “Bird” Parker, mas hoje acusam a presença de “Bird” apenas no sax alto. No tenor, Stitt logo desenvolveu linguagem própria, afastando-se do mestre. Aponta-se ainda que ele tem, sobretudo ao tocar baladas, um lirismo relaxado que o assemelha mais a Dexter Gordon (foto)
do que a Parker. Dessa combinação do clássico “Bird” Parker e do moderno bebop de Gordon, nasceu o estilo Sonny Stitt. Aqui, para quem é do ramo (e quem não é está perdendo muito), o sax alto de Stitt num dos temas mais populares do jazz: Stardust (creio que, em língua de barbares, quer dizer “poeira de estrelas”).


O.C.

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Wagner, ao lado do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e do presidente da CBF, Ricardo Teixeira (foto Secom)

Na cerimônia que a Fifa realizou ontem (30), no Rio de Janeiro, para sortear as chaves das eliminatórias da Copa do Mundo, o governador da Bahia, Jaques Wagner, assegurou aos dirigentes da entidade que o Estado dará conta das obras de infraestrutura necessárias para receber as seleções que disputarão os jogos de 2014.
Segundo Wagner, além das obras relacionadas à mobilidade urbana na capital, o cronograma de reconstrução da Arena Fonte Nova também será cumprido para que o estádio possa ser utilizado na abertura da Copa das Confederações, programada para junho de 2013, um ano antes da Copa do Mundo.

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Jovens católicos de Itabuna estão participando na manhã deste domingo, 31, na Igreja Santa Rita, da Conferência Livre da Juventude Católica. O evento é preparatório para as conferências municipal, estadual e nacional deste segmento da igreja.
Segundo os organizadores, a intenção é discutir políticas públicas para a juventude e incentivar os jovens a ser “agentes transformadores da sociedade”.

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O prefeito de Itabuna inaugurava uma unidade de saúde no bairro da Mangabinha, na manhã deste sábado, 30, quando voltou a fazer sua profissão de fé contra a forma como a receita tributária é dividida no Brasil. A bronca, motivo de queixa de todos os prefeitos do país, é que a União abocanha 60% do “bolo”, deixando 25% para os Estados e 15% para os municípios.
Curiosa foi a forma que Azevedo encontrou para ilustrar o assunto. Durante o discurso, ele chamou o secretário da Agricultura (e peso-pesadíssimo), Marcelino Oliveira, e outros dois sujeitos – bem mais magros e um deles magérrimo – que assistiam à inauguração. Estes últimos, segundo o prefeito, representariam  o Estado e o município. Quando apresentou o rechonchudo Marcelino, Azevedo disse: “já a União, vejam como ela está gorda, inchada”…
Gargalhada geral.

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Dono de um dos melhores repertórios da atual MPB, o cantor e compositor Zeca Baleiro é a principal atração da noite deste sábado (30) na Concha Acústica de Ilhéus, a partir das 22 horas.
A noite também terá shows de Zabumbahia e da sensação do instrumental baiano, a banda Marambaia. O show é promovido pela M21 Eventos e tem apoio do PIMENTA. E aqui, Zeca Baleiro aparece cantando Quase Nada.

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Confira duas histórias de um Brasil real. A primeira dá nojo, causa repulsa. Vereador tucano da cidade de Pirapora (MG) disse ter visto desvios de “rios de dinheiro”, mas não denunciou porque a câmara de lá tem homens com H maiúsculo. O apelido do vereador é Groselha.
A Polícia Federal iniciou procedimentos para investigar o vereador com “v” minúsculo e os “coligados” dele. No mesmo portal IG, uma história que emociona. Um belo exemplo. Maria Joviniana dos Santos, 103 anos, baiana, mostra que não há idade para (começar a) aprender. É tapa na cara dos nossos governantes acostumados a negar educação de qualidade aos cidadãos:
Confira a história de Maria Joviniana dos Santos

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Cláudio Rodrigues | formandus@formandus.com.br
 

Grande parte de nossos impostos vai para os bolsos de gestores corruptos.

 
Há 16 anos uma quadrilha se instalou no Ministério dos Transportes sob as bençãos dos ex-presidentes FHC e Lula. Nesse período, bilhões de reais foram drenados para os bolsos dessa quadrilha, uma facção criminosa que inicialmente usou a sigla PL (Partido Liberal ou Partido dos Ladrões) e depois passou para PR (partido da República ou partido da Roubalheira). Sempre chefiado pelo deputado Valdemar da Costa Neto e pelo ex-ministro e senador Alfredo Nascimento, esse bando não só nos roubou dinheiro, como também o desenvolvimento do Brasil e vidas, milhares de vidas.
Sabemos que boa parte dos acidentes que exterminam seres humanos nas rodovias brasileiras são fruto do péssimo estado de conservação dessas estradas. Para se ter uma ideia, no trecho da BR 101, entre os municípios de Eunápolis e Teixeira de Freitas, no extremo-sul do Estado, o condutor de qualquer veículo, além de habilidade e prudência, precisa contar com a proteção divina. Nesse trecho, o acostamento é dominado por imensos buracos e mato, que está prestes a tomar a pista. As placas de sinalização também estão cobertas pelo mato.
Na mesma rodovia, já em Itabuna, existem buracos capazes de engolir a roda de uma carreta. Nesse ponto da 101, há pouco mais de um ano o Dnit, um dos braços do esquema da ladroagem, fez uma “total recuperação”, mas o asfalto aplicado foi tipo Sonrisal e na primeira chuva derreteu.
O Brasil é formado por pessoas de bem, honestas e que ganham o pão de cada dia com o fruto do suor que escorre do rosto. Pagamos a maior carga tributária do mundo, e não temos os serviços básicos como saúde, educação, transporte público de qualidade e segurança. Grande parte de nossos impostos vai para os bolsos de gestores corruptos. Temos que dar um basta a essa situação, não podemos ver ladrões de colarinho branco se dar bem e achar que é assim mesmo, esperando que um novo escândalo apareça e apague o último.
Hoje ninguém fala mais das traquinagens de Eunice Guerra e seus filhos Metralhas, das consultorias milionárias de Palocci e dos atos secretos de Sarney no Senado, só para ficar nas pilantragens recentes. Vamos juntos criar o Dia Nacional de Mobilização Contra a Corrupção, mobilizar os homens e mulheres de bem dos quatro cantos do País, através dos veículos de comunicação e das redes sociais, para dedicar um dia a protestar e malhar esses políticos ladrões. Colher assinaturas para mudar o Código Penal e alterar a Constituição para acabar com o foro privilegiado dessa gente, mandar para a cadeia esses safados e tomar tudo o que eles nos roubaram.
Um povo que enfrentou as baionetas da Ditadura Militar, que foi às ruas exigir eleições diretas, que se uniu para expulsar um presidente ladrão, não pode ser permissivo com a atual situação que estamos vivendo. Está na hora de dar um basta.
Cláudio Rodrigues é empresário, sócio da Formandus Eventos.

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A Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) decidiu aderir ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2012 em reunião encerrada nesta tarde de sexta-feira (29). O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Uesc aprovou a adesão por 32 votos.
Conforme antecipou com exclusividade o PIMENTA (veja aqui), 50% das vagas dos cursos de graduação vão ser preenchidas  pelos aprovados no vestibular de 2012 e o restante, pelo Enem.
A universidade acaba com o vestibular em 2013, substituindo-o pelo Enem. Desta forma, todos os concorrentes às vagas dos 33 cursos de graduação terão que se submeter ao Exame Nacional do Ensino Médio.
Para selecionar estudantes submetidos ao Enem, a Uesc adere neste ao ao Sistema de Seleção Unificada (SiSU), do MEC. O aluno faz a prova do Enem e o desempenho neste exame é que o habilita a concorrer a uma vaga na universidade sulbaiana.

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A greve na Delfi Cacau, iniciada na última quarta (27) pode chegar ao fim ainda nesta noite. Os operários têm assembleia às 22 horas, na sede da empresa, no centro industrial de Itabuna, quando votarão se aprovam a proposta apresentada pela Delfi.
Numa negociação intermediada pelo Ministério Público do Trabalho, em Itabuna, a empresa acenou com 8% de reajuste salarial, mais R$ 3,5 mil de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e R$ 450,00 no tíquete-alimentação. “A decisão será nesta assembléia”, afirma o presidente do Sindicacau, Luiz Fernandes Andrade.
Atualização 00h30min – Os trabalhadores aprovaram a proposta e decretaram o fim da greve.