POR QUE EM ILHÉUS DÁ?

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A vida dos governantes da vizinha e irmã – rica, ao que parece – Ilhéus é lamentar falta de dinheiro, precatórios, queda na arrecadação e mais precatórios. Mas, ao que parece, vale mais para – quem tem poder de fogo – trabalhar por lá do que em Itabuna.

Um exemplo: médicos do Samu acabam de sair de uma negociação salarial com o prefeito Newton Lima e a secretaria da Saúde, em que levaram no pacote um aumento de R$ 1.500,00 no salário base, que saiu de R$ 3 mil para R$ 4,5 mil.

“Tivemos várias reuniões com o prefeito e a secretaria, e saímos com mais essa vitória”, comemora o delegado regional do Sindicato dos Médicos da Bahia, Teobaldo Magalhães.

Se comparada com a mesma reivindicação feita em Itabuna, onde ele, assim como em Ilhéus, também trabalhava no Samu, a campanha salarial de lá foi mais que vitoriosa. Aqui, após ameaça de greve, os profissionais conseguiram um acordo que elevou o salário para R$ 4.150.

E, no pacote, o governo ainda incluiu a demissão do sindicalista.

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Daniel Thame | www.danielthame.blogspot.com

O Haiti, que ocupa metade da ilha de Hispaniola, no paradisíaco mar do Caribe, nasceu como nação há cerca de 200 anos, destinada a ser um exemplo para o mundo.

Uma república forjada na luta de escravos libertos, num tempo em que a escravidão, aberta ou disfarçada, ainda era regra no continente e que outras ilhas e ilhotas ao seu redor ainda penavam como colônias dos países da Europa, antes de serem submetidas a ditaduras brutais.

Dona Zilda Arns, uma catarinense de fala suave e de gestos comedidos, criada na parte rica do Brasil desigual, nasceu para servir, para ser a estrada que pavimenta o acesso de milhares, talvez milhões, de pessoas à inclusão social.

Uma mulher assentada na fé católica, mas que entendeu que a fé necessita estar aliada à ação para quem pretende fazer valer a mensagem de Deus. E que, lançadas as bases da Pastoral da Criança, desenvolveu um trabalho que atingiu todas as partes do Brasil e foi adotado em outros países do mundo.

E é aí que ocorre o imponderável, o momento em que as histórias de dona Zilda Arns e do Haiti se encontram, para se unir em laços que o destino, numa de suas muitas trapaças, tornariam eternos.

O destino glorioso do Haiti trombou com fenômenos naturais como furações, vendavais e terremotos, que aliados a uma ditadura brutal e corrupta transformaram aquela parte da Hispaniola num dos países mais paupérrimos do mundo.

Um país em que, todos os anos, milhares de recém-nascidos e de crianças morrem de desnutrição, na fome endêmica e na ausência de serviços básicos como saúde e saneamento, que compõem um quadro de miséria apocalíptica.

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O espírito de solidariedade de dona Zilda Arns a empurrou de encontro ao Haiti, para onde seguiu disposta a implantar ações de combate à desnutrição.

Ela foi salvar vidas, porque a essência de Deus não está necessariamente na conquista de um hipotético reino dos céus, mas na preservação dessa dádiva maravilhosa que é a vida humana.

No momento em que as mãos desse anjo-humano chamado dona Zilda tocavam as crianças haitianas com o poder de oferecer-lhes um futuro, um terremoto destruiu o presente, o futuro e tudo o que encontrou pela frente, reduzindo o Haiti a escombros.

Levou também dona Zilda Arns. Se fosse possível celebrar a morte de quem tanto zelou pela vida, diríamos que ela morreu como morrem os que passam pela vida como protagonistas e não como meros expectadores: cumprindo sua missão, buscando a transformação através do trabalho voluntário e desprendido de vaidades.

O encontro, que se revelou trágico, da história de dona Zilda com a história do Haiti, talvez não seja obra do acaso.

É muito mais provável que seja um sinal.

O sinal de que, inspirados em seu exemplo, homens e mulheres de todo o planeta se unam num imenso abraço de solidariedade.

Agora, para salvar e reconstruir o Haiti.

Depois e sempre para livrar o mundo dos diversos haitis que existem espalhados pelo planeta.

Morta no Haiti, dona Zilda vive.

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Daniel Thame é jornalista e blogueiro

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Igor Kerry Andrade foi um dos 24 beneficiados com o indulto natalino no Conjunto Penal de Itabuna. Sumiu e não mais queria voltar para a “casa”. Voltou à força, como revela o Política Etc.

Ele achou de invadir uma residência na rua União Operária, no Pontalzinho. Estava acompanhado de outro “colega” conhecido como “Galego”.

A dupla rendeu o morador, Danilo Brasileiro da Silva Moura, e fizeram a ‘catança’: “enfiaram na mochila de netbook com carregador a barbeador elétrico, um Ipod, um MP3, telefones celulares com os respectivos carregadores, uma calça jeans e R$ 60,00 em dinheiro”.

Quando a dupla preparava para dar no pé, os vizinhos da vítima capturaram Igor e distribuíram socos e pontapés. Galego conseguiu escapulir. Quem salvou o malandro foi a polícia, e o encaminhou para o Conjunto Penal, não sem antes passar pelo Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães (Hblem), de onde saiu com a cabeça enfaixada.

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Se tem uma secretaria que é alvo das maiores críticas, dentro e fora do governo, essa é a da Saúde. Também, pudera. Abriga em seu guarda-chuva desde o Samu até o Hospital de Base, passando pela coordenação de combate a dengue, zoonoses e postos de saúde.

O secretário Antônio Vieira divide seu tempo entre administrar a pasta e explicar o que muita gente chama de caos. Bom, nessa quinta-feira ele esteve na redação do Pimenta para fazer mais esclarecimentos. Em uma entrevista de mais de 1h20min de duração, respondeu a perguntas dos blogueiros sobre dengue, Samu, gestão plena da saúde, candidaturas e eleições.

Mas nem só de explicações e administração do caos vive o secretário. Ele é, essencialmente, político. Tanto que o momento em que mais se mostrou entusiasmado foi quando falou de política e mandou um recado a Azevedo. “Não vou fazer oposição ao prefeito, sou Democratas e voto com os candidatos do DEM”. A seguir, a entrevista.

Como está o combate à dengue em Itabuna nesse início de ano? Aliás, hoje ainda se fala em controle da dengue ou é combate mesmo?

Combate. Iniciamos a guerra contra a dengue exatamente há um ano, no dia 14 de janeiro de 2009. Seria no dia 13, mas o prefeito preferiu dia 14. Ele disse: ‘pelo amor de Deus, 13 não!’ Claro que foi brincadeira, mas estamos em guerra contra a dengue desde aquela data.

O que é possível assinalar como mudança daquela situação, do início de 2009, para a de hoje?

Ainda temos um índice altíssimo. Pegamos o município com uma infestação predial de 25%, hoje estamos com 7%, de acordo com os números do último ciclo, o sexto, que completamos em dezembro. O preconizado é abaixo de 1%. Em 2008 foram feitos apenas quatro ciclos. Tínhamos, em 2009, 100 casos suspeitos, hoje temos apenas 25.

O município prepara um plano de combate à dengue, que está para ser lançado. O que está previsto, em termos de ações da prefeitura, para impedir uma nova epidemia?

Não creio que tenhamos uma epidemia. Poderemos ter um surto, que difere da epidemia. Não temos casos de internação que sugiram uma possível epidemia. Temos acompanhamento na atenção básica, nas unidades hospitalares, mas não temos nada que fuja desse controle. E também não omitimos casos. Eu sei de município aí, até menor que Itabuna, que omite casos de dengue e ninguém fala nada.

Qual é o município?

É Jequié, mas como é ligado ao governo, fica todo mundo calado.

Mas a prefeitura de Jequié é do PMDB, que é oposição a Jaques Wagner…

Nada, nada… Fizeram tudo por Jequié, fizeram varredura na cidade toda, limparam esgotos, fizeram tudo. Aqui, até prometeram, mas já estamos em 14 de janeiro e cadê as máquinas do governo?

“O diálogo dele é mais com o prefeito, não sei qual é a deles”

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Se bem que Roberto Brito, que está sempre com o prefeito Azevedo, poderia reforçar esse pedido…

Ele tem ajudado Itabuna… Roberto Brito foi meu estagiário, tenho uma boa relação com ele. Mas o diálogo dele é mais com o prefeito, não sei qual é a deles. [mudando o discurso para a política]: Só sei que vou ter que tomar alguma posição política. Eu sou do Democratas, quero deixar isso bem claro. Não vou fazer oposição ao prefeito, nada disso, mas vou acompanhar candidatos ligados ao Democratas, principalmente os que nos ajudem.

Há uma crítica ao prefeito, nesse seu posicionamento?

Não. Mas até agora ainda não conversamos sobre política. Somos do mesmo partido, conversamos sobre tudo na administração, mas politicamente ainda não conversamos. Eu não me meto nas decisões dele, agora na hora que tiver que… [cortando o raciocínio]: Inclusive eu já o chamei para uma conversa política, no ano passado, e ele disse que ainda estava muito distante, que conversaríamos agora.

O senhor citou o exemplo de Jequié, que tem forte representação política e foi contemplada com várias ações do governo no combate à dengue. Acredita que essa tenha sido a razão para que as ações não tenham vindo para cá?

Exatamente. Os eleitores de Itabuna precisam aprender a votar. Se Itabuna e Ilhéus, com mais de 270 mil eleitores, votassem em candidatos daqui, a situação seria diferente. Poderíamos votar em quatro ou cinco candidatos da região, que tem bons candidatos. Eu, mesmo, tenho grande simpatia pelo coronel Santana. Não sei qual o caminho que vamos tomar, mas tenho grande simpatia por ele.

Ele é do PTN…

Mas o PTN é ligado ao Democratas. Quem é que comanda o PTN na Bahia? É ACM Neto. Mas, voltando, eu acho que falta ao nosso eleitor aprender a votar. Não admito que Itabuna vote em 280 candidatos a deputado estadual.

“Quem é que comanda o PTN na Bahia? É ACM Neto”

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O senhor fala que vai apoiar quem ajudar sua gestão. Nesse sentido, que avaliação o senhor faz da atuação de ACM Neto em favor da saúde em Itabuna?

ACM Neto, o ar da graça que ele deu para Itabuna foi a liberação de uma verba de R$ 300 mil, para recuperação de equipamentos de uso permanente das unidades de média e alta complexidade. Estamos aguardando só a liberação da Caixa.

Ainda se pensa, no governo, em mudar a secretaria da Saúde para a área do aeroporto?

Não estou convencido de que lá seja o melhor local. Ficaria muito distante do restante da administração, com quem temos que ter contato constante, a exemplo do setor de licitações, secretaria das Finanças. Nosso espaço no Centro Administrativo nos atende perfeitamente, e deve ser mantido lá.

Fale mais sobre esse mutirão que está sendo planejado para o combate à dengue. O que ele vai envolver, quem participa…

Vamos fazer, durante seis semanas, um grande mutirão, cobrindo toda a área da cidade, utilizando em torno de 1.500 funcionários de todas as secretarias, além dos voluntários dos clubes de serviço, maçonaria e outras entidades. Vamos fazer uma varredura por módulos, e começaremos, nesse sábado, pelo módulo 1, que envolve os bairros Novo Horizonte, Santo Antônio e Mangabinha. Vamos fazer a doação de brindes para aquelas famílias eu conseguirem manter suas casas livres do mosquito da dengue.

O senhor acha que esse expediente surte efeito?

Esperamos que sim. Vamos trabalhar com famílias de baixa renda e poderemos dar cestas básicas a quem cumprir as recomendações para o combate ao mosquito.

Em relação às projeções para este ano, qual seria um número aceitável de casos de dengue, dentro do que se tem hoje de infestação, de casos de dengue este ano?

Falando em probabilidade, acreditamos que em torno de 100 casos/mês estará dentro do aceitável, para o que temos observado.

E se, Deus nos livre, ocorresse nova epidemia como a de 2009, qual a capacidade do município para enfrentá-la?

Toda, porque todos os equipamentos que utilizamos no ano passado estão à nossa disposição. Temos agora as ótimas instalações do Hospital São Lucas, a Unidade de Pronto Atendimento Valdenor Cordeiro está em plena condição de funcionar. Estamos melhor que o ano passado, quando a rede não tinha sequer soro para os pacientes e tivemos que comprar às pressas.

Os médicos receberam treinamento para o diagnóstico?

Os da atenção básica estão treinados, todos sabem como fazer um diagnóstico. Infelizmente, tenho que dizer, os médicos intra-hospitalares não dão a devida atenção a isso. São poucos os que fazem o treinamento. Vamos fazer agora um treinamento com um representante do Ministério da Saúde e vamos tentar trazer todos eles.

“Os médicos intra-hospitalares não dão a devida atenção”

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No ano passado foi feito pouco isolamento viral, para saber qual o tipo de vírus que temos aqui. Isso não é preocupante para esse ano?

É preocupante, sim. Felizmente no Brasil não temos o tipo quatro – são quatro tipos de vírus. Temos os tipos um, dois e três no Brasil, e na Bahia temos mais o um e o dois. Por isso não podemos ter vacina, porque são vários tipos. Um é mais patogênico que o outro.

O senhor acha que depois da epidemia de 2009, a população está mais conscientizada?

Me parece que sim. E tem que haver, cada vez mais, essa responsabilidade. Temos uma série de ações que estaremos implantando e que terão que ter maior participação da comunidade. Por exemplo, na execução dos ciclos, visitamos toda a cidade, casa por casa. Depois de 60 dias, voltamos, e se o morador não tiver consciência e abrir suas portas, prejudica o trabalho. E é nesse ponto que está a diferença, porque hoje até recebemos denúncias de focos. No ano passado era muito mais difícil até você entrar nas casas.

Mas aí entra a questão da identificação dos agentes, fardamento sem uniformização…

É, inclusive estamos comprando novo fardamento, porque os primeiros vieram fora de padrão. Compramos de uma empresa de Feira e Santana, que nos mandou fora das especificações. Já está desqualificada para as próximas licitações.

Saindo um pouco de dengue, e chegando no Samu. O senhor viu que o coordenador administrativo do Samu reclamou da falta de autonomia na gestão do órgão…

Isso aí se refere a recursos financeiros. Quando se fala em autonomia administrativa, fala-se em autonomia dos recursos financeiros. O Samu não tem esse fluxo de recursos na unidade. Tem lá a conta específica do Samu, para onde vão os recursos. Mas, tudo o que foi requisitado, foi liberado. Não há pendências.

Como o senhor viu a informação de que funcionários da saúde estão novamente assinando o livro de ponto antes de trabalhar?

Estou indo no Samu, verificar isso. Se for comprovado, será afastado quem fez isso.

O coordenador do Samu, Carlos Coelho, sequer quis aparecer no órgão, para acompanhar uma visita do Conselho Municipal de Saúde. Dizem que ele não aparece muito por lá também…

Ele não foi porque estava no plantão, na Maternidade Esther Gomes. Eu soube o que aconteceu, ele disse que não se programou porque não foi avisado da visita do Conselho.

E essa dificuldade para fazer as ambulâncias rodar?

Esses veículos estão com sua vida útil muito além do que é o recomendado. Temos a dificuldade de manutenção, por serem importados.

A oficina da prefeitura não tem a menor condição de fazer reparos, por exemplo, na parte eletrônica de qualquer veículo. E, por outro lado, os carrinhos da saúde, de marca nacional, estão completamente desmantelados.

A oficina não tem condições mesmo. Mas os carrinhos da saúde nos foram entregues daquele jeito. Acabaram com tudo, carregaram até cimento em ambulância.

O Samu de Ilhéus não tem tantos problemas com as ambulâncias, que são importadas também…

O segredo é a manutenção, sim. Mas lá, também, não tem a mesma demanda que Itabuna. Não tem uma BR-101 para dar cobertura. Aí também entra a questão da cidade pavimentada, o que leva os veículos a quebrar menos. Mas estamos para receber três novas ambulâncias, e vamos recompor a frota, com as unidades de campo e as reservas técnicas.

“O segredo é a manutenção, sim”

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O senhor está acompanhando aquele caso do idoso Ailton Prado, que tem um tumor cerebral e enfrentou dificuldades para a cirurgia na Santa Casa de Misericórdia?

Ainda ontem (quarta, 13) o doutor Valdece me ligou, e eu já autorizei a compra dos materiais que o SUS não cobre e a Santa Casa não quer bancar. É uma obrigação do estado, mas vamos comprar, para ver a cirurgia ser realizada.

Por falar em compra, a secretaria da Saúde agora se reporta à da Fazenda para qualquer procedimento financeiro. Antes, a Saúde concentrava essas soluções. Isso não atrapalha o andamento das ações?

Atrapalha, um pouco, mas eu não atribuo tanto ao secretário [da Fazenda, Carlos Burgos]. Temos é uma dificuldade da secretaria do Planejamento de fazer as coisas saírem em tempo hábil, mas até isso já estamos melhorando, já foi pior.

Pior?

O governo federal quer o secretário da Saúde gerindo tudo, eu até prefiro que seja assim, como está. Estamos vendo lá o que aconteceu, no governo passado. A gente recebeu muita coisa, que estamos resolvendo agora. Acho que Jesuíno acabou se perdendo em algumas coisas, mesmo ele sendo um contador.

Por que o senhor acha isso?

Porque todo dinheiro que chega é destinado a algo, você não pode misturar as verbas, comprar algo que não foi determinado. Por exemplo, eu tenho recursos lá, para comprar medicamentos, que não posso fazer mais nada. São verbas carimbadas, do governo federal, que estamos respeitando rigorosamente e o dinheiro está dando pra tudo.

Houve desvios na gestão de Jesuíno?

Não, não. Não estou falando de desvio de recursos.

Não de recursos, de finalidades.

Ah, tem algumas coisas que estamos resolvendo agora. Porque ele comprava, ordenava… É por isso que, comigo, antes de eu assinar, passa por três leituras. Depois eu leio tudo de novo, para botar minha assinatura.

Vocês têm interesse ou alguma previsão de retomar a plena?

Estamos conversando com o prefeito e temos planos de tentar definir em até 90 dias. Ele já está aceitando [a ideia]. Aí, sim, o Hospital de Base vai poder funcionar direitinho, tudo vai para os seus lugares. Com recursos suficientes, porque não pode funcionar bem com R$ 1,5 milhão.

O estado faz alguma complementação em cima desse valor?

Nada, quem está complementando sou eu, que estou fazendo convênios para levar recursos para lá porque, se não, não funciona. O hospital precisa, no mínimo, de R$ 2,2 milhões. Tem um milhão e meio e colocamos todo mês R$ 300 mil. O Regional de Ilhéus recebe R$ 3 milhões, e não tem a resolutibilidade que nós temos. Fazemos em média 450 cirurgias/mês.

Mas essa questão do fundo municipal de saúde é condição para o retorno da gestão plena, não é?

É condição, sim. Mas veja que quando assumi a secretaria, recebi da Receita Federal a indicação de como seriam gerenciados os recursos do SUS, do municipal de saúde, juntamente com o prefeito e o secretário da Fazenda. O que existe é uma dificuldade de a gente agilizar as coisas.

Pra finalizar: o senhor será candidato a algum cargo?

Não, não tenho nenhuma pretensão, até porque não morro de amores por ser deputado. Não vou aqui fazer qualquer tipo de crítica, porque eu sei tudo o que acontece lá. É igual a Câmara de Vereadores, só se sentam para negociar. Negociar o quê? Os interesses do povo? Isso ocorre tanto na esfera estadual como na federal.

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Solon: pré-candidatura a deputado (Foto Duda Lessa).
Solon: pré-candidatura a deputado (Duda Lessa).

O vereador Solon “Menudo” Pinheiro saiu da moita e voltou a falar em pré-candidatura a deputado estadual.

O tucano até definiu o nome do coordenador de sua pré-campanha, o professor Beto Dourado. Solon, também, fechou dobradinha com o deputado federal ACM Neto (DEM).

“Menudo” vai seguir orientação do PSDB e apoiará toda a chapa majoritária liderada pelo democrata Paulo Souto, na disputa pelo Palácio de Ondina e pelas duas vagas ao Senado.

Ainda não é sabida qual a posição do diretório do PSDB itabunense em relação à candidatura do vereador. Parte da executiva tucana não se anima com a ideia de ter Solon candidato a deputado.

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O novo presidente da subseção da OAB-Itabuna, Andirlei Nascimento, tomou posse no dia 1º, sem festa. Esta, ficou para o dia 29, no Fórum Ruy Barbosa. A posse festiva acontece somente no fim do mês porque, segundo ele, havia muito trabalho pela frente.

Até o próprio escritório tem ficado um pouco de lado enquanto adquire o hábito do cargo. “Tivemos uma vitória brilhante e devemos corresponder à altura”.

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O vereador Alcides Kruschewsky participou da engrenagem que levou Newton Lima para o PSB, em 2007, logo após a cassação de Valderico Luz Reis, de triste memória. De lá para cá, viu o PSB ter participação mínima no governo de Newton e a ascensão de peças mais ligadas ao jabismo.

O tempo passou e o governo de Newton esteve entre Paulo Souto (DEM) e Geddel Vieira Lima (PMDB) para depois de definir por Jaques Wagner (PT). A definição aconteceu momentos após o prefeito meter a canetada e exonerar quase todos os secretários.

No início da tarde, o vereador do PSB conversou com o Pimenta. Ele avalia o momento político-administrativo em Ilhéus e diz acreditar em mudança de rumo do governo. “O prefeito não pode retroceder”, diz em relação ao secretariado. E constata: “O desempenho do governo em 2009 foi muito ruim”.

Leia os principais trechos:

Pimenta – O sr. tem participado das negociações. Existem novidades em relação ao secretariado?

Alcides Kruschewsky – Os novos secretários já estão nomeados e trabalhando. Poderemos ter mais novidades quando o prefeito Newton Lima chegar de Salvador, no sábado. É necessário mudar o secretariado.

E quanto ao senhor, vai para a Secretaria de Governo?

As conversas neste novo momento acontecem com os partidos e os seus dirigentes.

Como fica o PSB, então?

O PSB não vai aceitar fazer o mesmo papel de 2009, quando foi alijado administrativamente. O PSB teve espaço pequeno no governo, precisamos ser valorizados. O partido esteve sempre ao lado do prefeito e não criou embaraços para a administração. Aproximamos o prefeito de um segmento positivo e novo com a definição de apoio ao governador Jaques Wagner. Newton saiu de uma eleição história, 54 mil votos, e encerrou o ano passado com uma forte rejeição.

Rejeição de 51%, segundo pesquisas.

Pois é, e só crescendo [a rejeição]. Deveríamos iniciar o ano comemorando, cidade cheia…

“Newton não pode mais retroceder”.

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Como fica Newton Lima em relação à sua equipe de governo, muitos voltam?

Ele não pode mais retroceder, precisamos de novos nomes e não mais os mesmos. Esse rumo tem que ser imprimido. O desempenho [do governo] foi muito ruim em 2009. A administração deve reconhecer isso e ter a capacidade de promover mudanças de conceito e de quadros. Foi essa conversa que tivemos com os partidos.

Como trabalhar essa mudança de conceito?

Vamos até criar o Conselho Político para discutir questões de governo para que as decisões não sejam tomadas de forma isolada ou anunciadas sem prévio estudo. Veja o caso das demissões de efetivos, contratados entre 1983 e 1988. Ela foi anunciada sem nenhuma discussão.

E gerou confusão entre os servidores.

Foi posta de forma isolada. Não podemos mais fazer as coisas de forma monocrática. Até tive essa conversa com o prefeito para fazermos essa reflexão.

O ex-prefeito Jabes Ribeiro comentou que a decisão de demitir os efetivos não-concursados geraria um enorme passivo.

Esse acompanhamento e cuidado quanto ao passivo e a precatórios deveriam ser exercidos permanentemente. No passado, isso não ocorreu. Isso não é uma crítica específica a Jabes, mas aos governos anteriores, que descuidaram nesse sentido e geraram grandes dívidas com precatórios.

O sr. acredita que o prefeito não estava sendo bem orientado?

Ele não estava contando com melhor conselho técnico. Em 2008, o município concedeu reajuste de 10% e em 2009, 12%. Só aí, a folha teve acréscimo de R$ 15 milhões. Os reajustes sem um melhor aconselhamento técnico geraram atrasos com fornecedores, empreiteiros e funcionalismo. Parte dos servidores ainda não recebeu o décimo terceiro. Certo que a crise econômica e as desonerações de impostos do presidente Lula também influenciaram nesta crise. O pagamento da empresa de lixo está atrasado.

São quantos meses de atraso, seis, sete?

A empresa apresentou estudos para atender determinado número de habitantes, dentre eles os distritos, mas eles não são atendidos pela Marquise. A empresa reduziu o número de caminhões da coleta, retirou dois compactadores. Entendemos isso como retaliação.

“O prefeito está ouvindo e está determinado.

Sinto mudança.”

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Voltando ao tema secretariado, o senhor assume após formar a equipe e fazer sondagem sobre qual será o caminho adotado pelo governo?

A ida do PT é um passo longo nesse sentido, essa construção para opiniões diferentes, e com grau de autonomia. Aceitaremos o convite se for para trabalhar com autonomia na função. Será um grande prazer fazer parte do governo. Newton é hoje a maior expressão do PSB no sul da Bahia.

O prefeito está disposto a ouvir, mudar?

Ele está ouvindo e está determinado. Sinto mudança. Ele está comprometido com Ilhéus. Há uma mudança. O prefeito não pode mais estar no universo político e abdicar de fazer política.

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A área de 70 mil metros quadrados onde será construída a loja do Atacadão, do grupo Carrefour, também abrigará dois outros investimentos: um condomínio residencial e posto de combustível.

O condomínio terá 90 apartamentos, de acordo com técnicos que trabalham na obra, no quilômetro 24 da rodovia Ilhéus-Itabuna. Quando estiver pronta, a loja do Atacadão vai gerar aproximadamente 300 empregos diretos.

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Vieira: cestas básicas para levantar combate à dengue...
Vieira: cestas básicas para levantar combate à dengue…

Depois da epidemia que provocou a morte de nove itabunenses e registou 14.545 casos de dengue, o município decidiu premiar quem faz a sua parte no combate à doença e, na outra ponta, multar os cidadãos desleixados.

O secretário de Saúde de Itabuna, Antônio Vieira, concedeu entrevista ao Pimenta e anunciou, veja só!, que será premiado o dono de residência que estiver cumprindo as recomendações contra o mosquito transmissor da dengue. Não encontrou foco, brinde!

Ainda segundo ele, o foco (ops!) da campanha são as comunidades carentes. Para estas, o brinde pode ser cesta básica. Já no caso dos desleixados, a prefeitura aplicará multa que vai variar de R$ 34,00 a R$ 340,00, conforme lei já aprovada pela Câmara de Vereadores e sancionada por José Nilton Azevedo (DEM).

A entrevista com Antônio Vieira será publicada ainda hoje. Ele comenta sobre epidemia de dengue, descaso no Samu, atendimento na rede de saúde e falta de autonomia financeira na saúde. O secretário também afirma que, ao contrário do prefeito Azevedo, ele apoiará os candidatos do DEM na eleições de 2010.

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Veículos carregam o peso de serem importados…

Muita coisa estava devidamente maquiada, quando da visita da auditoria do Ministério da Saúde ao Samu de Itabuna. Tanto que, do que o Pimenta teve acesso, as falhas apontadas recaem, principalmente, quanto à estrutura do órgão.

Sobre as ambulâncias, propriamente ditas, que na auditoria estavam devidamente paramentadas “para auditor ver”, nada saltou aos olhos, na rápida checada ao relatório que o blog conseguiu dar junto com os membros do Conselho Municipal de Saúde, na manhã dessa quarta-feira.

O Samu foi condenado em relação às condições físicas, de localização, falta de equipamentos – como refeitório -, precariedade na limpeza das ambulâncias, acondicionamento de medicamentos etc. Sobre os medicamentos, a auditora assustou-se ao descobrir que eles estavam em contato direto com o chão.

Mas, numa visita reveladora, na manhã dessa quarta, os conselheiros municipais de saúde puderam perceber que, das seis ambulâncias que deveriam estar servindo ao município, apenas duas estavam rodando. No início da semana era só uma. As outras estão na oficina da Adei, à espera de peças de reposição. “Também descobrimos irregularidades no livro de ponto, na quantidade de médicos e na prestação do socorro da unidade avançada”, aponta o conselheiro Carlos Vitório.

DISCURSO PRONTO

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…mas os nacionais também atestam a incompetência

A ladainha foi a mesma: são veículos importados – Peugeot e Iveco –, o que dificulta tudo. O diretor de Transportes da Settran, Abílio Pereira, justificou que “se fossem da marca Mercedes Benz, tudo estaria resolvido. Porque temos aqui em Itabuna concessionária da Mercedes, oficina especializada, peças com fartura”.

O discurso é bonito – e até verossímil –, com certeza. Mas Abílio esqueceu de olhar para os lados, ante de proferi-lo. Bem ali, na Adei, departamento que chegou a dizer que “gostaria de comandar, para acabar com aquela ineficiência”, repousavam várias vans, que um dia serviram como carrinhos da Saúde e ambulâncias. Todas devidamente sucateadas. Todas da Mercedes Benz (foto).

TEM DE TUDO

Pequena lista de absurdos do Samu: falta alvará sanitário; medicamentos que serão ministrados aos pacientes repousam no chão; refeitório fechado; alimentação não condiz com a verba que o órgão recebe; apenas um médico no plantão; funcionários assinam ponto sem terem trabalhado; ambulância vai para atendimento sem o médico (avançada); ausência do responsável (Carlos Coelho); ambulâncias estão se desintegrando. E ninguém parece ter solução.

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“Em nome de todo o povo baiano queremos manifestar nosso profundo pesar com a tragédia que vitimou nossa querida Zilda Arns, símbolo de luta contra a desnutrição infantil e em favor da vida”. Este foi o conteúdo de telegrama enviado pelo governador Jaques Wagner e a primeira-dama Fátima Mendonça à Pastoral da Criança ao lamentar a morte da médica sanitarista e pediatra Zilda Arns.

Através de sua assessoria, Wagner lembrou da convivência com Zilda no período em que ele esteve à frente do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDS), quando o petista era ministro do CDS.

Na condição de governador, Wagner recebeu a médica para tratar da Pastoral da Criança e da criação da Pastoral da Pessoa Idosa da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A médica foi uma das vítimas do terremoto que matou centenas de pessoas, 12 delas brasileiras, no Haiti.

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Se no plano estadual tá difícil uma união entre PT e DEM, o mesmo não se pode dizer da situação nem tão sui generis de Itororó, no sudoeste baiano.

Por lá, o prefeito Adroaldo Almeida, do PT, tem o apoio seguro de dois vereadores do Democratas. Robélia Barros, suplente na coligação do DEM e PP no município, em 2008, assumiu a vaga do colega Walter Marques, que agora responde pela secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente.

Robélia, a Bela, é do DEM, e assim justificou a sua aliança com o prefeito petista:

– Meu objetivo é somar.

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O guarda municipal que agrediu uma ambulante no bairro de Fátima foi afastado e pode ser demitido, segundo o secretário de Administração de Itabuna, Gilson Nascimento. A agressão ocorreu durante um ‘rapa’.

Um processo administrativo foi instaurado e a orientação é para demitir o guarda, caso seja constatada a sua culpa. O titular da Administração não divulgou o nome do agressor.

O secretário participou do programa Alerta Total, da TV Cabrália. No programa, o secretário ainda informou que a Guarda Municipal recebeu R$ 654 mil do Ministério da Justiça. Os recursos serão utilizados na compra de viaturas, sistemas de videomonitoramento e instalação de alarmes em prédios municipais, afirmou.