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Neste sábado (26), Dia do Cacau, o governo baiano anunciou que o projeto Bahia Produtiva já investiu R$ 37,7 milhões em melhorias no cultivo e manejo da produção do cacau, no acesso dos pequenos produtores ao mercado, nos serviços de assistência técnica e extensão rural (Ater) e no processo de Identificação Geográfica do fruto.

Líder da produção nacional, a Bahia tem na agricultura familiar o segmento mais promissor para a cacauicultura. De acordo com o Censo Agro 2017, dos 64 mil estabelecimentos rurais que plantam o fruto, 53 mil são propriedades de trabalho em família.

Uma das principais frentes de atuação da  Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) na cacauicultura, segundo o governo, é a entrega de máquinas e equipamentos aos produtores para cultivo, beneficiamento e agroindustrialização das amêndoas de cacau.

MUDANÇA DA ESTRUTURA FUNDIÁRIA

De acordo com o chefe de gabinete da SDR, Jeandro Ribeiro, o cenário da cacauicultura baiana passa por uma mudança fundiária que aconteceu há 20 anos e se traduz numa distribuição de renda muito mais efetiva do que no passado, após a desconcentração da posse de terras.

Ele explica que, desde 2020, uma nova modalidade de Ater, via contrato com consórcios públicos, ampliou esse serviço para o desenvolvimento da lavoura cacaueira, envolvendo os municípios que têm, na sua base econômica, a produção do cacau como atividade protagonista.

Ao todo, 5.310 famílias de agricultores, de 46 municípios, são atendidas pelo serviço de Ater, com aquisição de kits produtivos e apoio do Consórcio Intermunicipal da Mata Atlântica (Cima), Consórcio Intermunicipal do Mosaico das Apas do Baixo Sul (Ciapra), Consórcio de Desenvolvimento Sustentável do Território Litoral Sul (CDS), Consórcio Intermunicipal Médio Rio de Contas (Cimurc) e Consórcio de Desenvolvimento Sustentável do Vale do Jiquiriçá (Convale), somando investimentos de R$ 7,1 milhões.

CONSOLIDAÇÃO DA MARCA BAHIA CACAU

A Cooperativa da Agricultura Familiar e Economia Solidária da Bacia do Rio Salgado e Adjacências (Coopfesba), que comercializa produtos derivados do cacau, com a marca Bahia Cacau, conta com investimentos no valor de R$3,8 milhões do estado. Os recursos são direcionados para construção e equipamentos para agroindústria do cacau e casa de extração de mel, kits produtivos e implantação de energia solar.

De acordo com o presidente da Coopfesba, Osaná Crisóstomo, equipamentos como cocho, casa de fermentação, os kits contendo roçadeira, podão, medidor de unidade e temperatura, a entrega de mudas de qualidade e o serviço de acompanhamento dos técnicos são essenciais para ganho de produtividade. “Em 2021, colhemos cerca de 700 arrobas. A perspectiva para este ano de 2022 é de colher cerca de 950 arrobas, um aumento de 30% na produção”.

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Quando Haroldo Lima foi convidado a fazer uso da palavra parece ter feito uma viagem de volta ao passado, lembrando de que, quando estava na clandestinidade, perseguido pela força policial da Ditadura Militar, atuou como trabalhador rural nos municípios de Buerarema, São José da Vitória e Arataca…

Wenceslau Júnior

Hoje recebi um telefonema do amigo Lucas Costa, ex-secretário de Agricultura e Meio Ambiente do Município de Arataca.

Ele fez questão de manifestar o seu pesar pelo falecimento do nosso querido Haroldo Lima.

Logo hoje, 26 de março, Dia do Cacau, dois dias após o falecimento de Haroldo e um dia após o aniversário do Glorioso Partido Comunista do Brasil.

Uma história curiosa me chamou a atenção e jamais poderia guardá-la comigo.

Lucas lembrou de uma reunião ocorrida na campanha eleitoral do ano de 1998, ocasião na qual Haroldo Lima foi candidato a deputado federal e Davidson Magalhães a deputado estadual.

O cenário: umas dezenas de pessoas na porta do estabelecimento de um outro “cabo eleitoral” conhecido como “Zé do Caixão”, já falecido. Todos em pé no meio da rua. Uma caixa de som e um microfone improvisados. Lucas e Zé do Caixão apresentavam seus candidatos a Deputados.

Quando Haroldo Lima foi convidado a fazer uso da palavra parece ter feito uma viagem de volta ao passado, lembrando de que quando estava na clandestinidade, perseguido pela força policial da Ditadura Militar, atuou como trabalhador rural nos municípios de Buerarema, São José da Vitória e Arataca, período no qual se dedicou a “recrutar” e formar militantes rurais para resistirem à Ditadura.

Mirando uma mata que podia ser vista por todos, Haroldo Lima apontou para ela e disse: “Baixinhos, eu já quebrei muito cacau no pé de pau nestas matas de Arataca”.

Alguns permaneceram em silencio, outros cochicharam nos ouvidos daqueles que estavam ao lado. Um ar de desconfiança pairava no ar.

Evento encerrado, Haroldo e Davidson seguiram viagem com a comitiva e a turma permaneceu no bar de Zé do Caixão para bebericar e jogar sinuca.

Aí foi aquele alvoroço: “o que ele quis dizer com isso? Quebrar cacau no pé do pau?”

Muitos duvidando da história de Haroldo Lima trabalhador rural. Outros querendo entender a expressão, outros rindo da cara de Haroldo.

Quando Lucas explicou que nessa época costumava chover muito na região, o que dificultava a colheita e transporte do fruto na “cabruca” (cacau plantado sob a mata). Por tal razão os trabalhadores colhiam o fruto, colocavam nas raízes das árvores frondosas umas folhas de bananeira para servir de anteparo e não sujar a poupa e ali mesmo quebravam o cacau, dispensando a casca e coletando apenas o caroço. Tal pratica facilitava o transporte para as barcaças, pois reduzia o peso e o volume.

Lucas finalmente disse: “vocês estavam duvidando do homem e o homem mostrou que conhece mais de cacau de que vocês todos”.

Haroldo Lima e Davidson angariaram alguns votos e nossa amizade com Lucas que até hoje permanece sólida.

Wenceslau Júnior é ex-vereador de Itabuna e professor da Uesc.

Pé de cacau na Mata Atlântica do Sul da Bahia
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Principal produto agrícola do Sul da Bahia, o cacau, cujo dia é comemorado nesta sexta-feira (26), é também um aliado do meio ambiente. Graças a uma de suas características de cultivo, o cacau é um dos responsáveis pela preservação de áreas remanescentes da Mata Atlântica, que concentram uma das maiores biodiversidades do planeta. Com a cabruca, o sistema agroflorestal da região, o manejo da cultura cacaueira é feito à sombra das árvores nativas.

Com produção de cerca de 110 mil toneladas na última safra 2020, de acordo com o IBGE, a lavoura dá sinais de recuperação. Na outra ponta, a aposta na agroindústria consolida o Sul da Bahia como polo de produção de chocolates, com cerca de 70 marcas que já conquistaram mercado no Brasil e no exterior, impulsionadas pelo Chocolat Festival, em Ilhéus, maior evento do gênero na América Latina.

O gerente da CRV Costa do Cacau, Maurício Sena, afirma que a data de hoje estreita o laços da empresa com a região onde a empresa chegou para contribuir com seu desenvolvimento socioeconômico e a conservação ambiental.

A CVR Costa do Cacau é a única no Sul da Bahia credenciada para a destinação adequada de resíduos sólidos, com licenças ambientais concedidas pelo Ibama e Inema. Instalada às margens da Rodovia Jorge Amado, entre Ilhéus e Itabuna, a empresa preserva área da Mata Atlântica, que inclui o cultivo de cacau cabruca. O nome da companhia foi escolhido justamente para homenagear o produto símbolo da região, explica Maurício Sena.

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