Ricardo Xavier fala sobre decisões tomadas em reunião extraordinária || Foto Andreyver Lima/Seja Ilimitado
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O fim da parceria com o Grupo Amoedo pegou a torcida do Itabuna no contrapé. A expectativa de bom desempenho nas competições de 2024, justificada pelas duas últimas temporadas, deu lugar a dúvidas sobre o destino do clube. Menos de 24h após o anúncio do investidor Leonardo Amoedo, feito segunda-feira (9), o técnico Sérgio Passos também comunicou sua saída.

Ao PIMENTA, o conselheiro e diretor de Futebol do Itabuna, Ricardo Xavier, falou sobre a reunião extraordinária desta terça-feira (10), quando o Conselho Deliberativo do clube fixou os termos de uma contraproposta ao Grupo Amoedo. O objetivo, afirma o dirigente, é salvar a parceria no projeto da Sociedade Anônima de Futebol.

O colegiado decidiu manter o formato inicial do projeto, em que Amoedo entrou como parceiro e não um comprador do clube, explica Ricardo. Isso significa que o investidor, caso decida retomar a parceria, somente poderá vir a deter até 50% das ações da Sociedade.

“O conceito de parceria – e não de compra – foi discutido no projeto de formação da SAF”, sustenta o diretor. Para ilustrar a diferença, ele citou o exemplo do Fluminense de Feira de Santana, onde, diferente do Itabuna, os sócios aprovaram a venda de 90% das ações do clube.

NÚMEROS NA MESA

Os conselheiros também autorizaram a diretoria do Itabuna a oferecer um aumento da participação societária ao Grupo Amoedo. Na temporada de 2022, o clube recebeu pouco mais de R$ 700 mil do investidor, que, em contrapartida, passou a contar com 26,6% das ações da SAF, informa Ricardo Xavier. Agora, o Conselho propôs que o dinheiro colocado no time em 2023, R$ 1 milhão, eleve a cota do sócio a 40%.

Caso Amoedo aceite as condições, o investidor assumirá o controle do futebol do Itabuna com total autonomia, assegura Ricardo, ressalvando que isso implica em absorver eventuais lucros e prejuízos da empreitada. Os termos da proposta ainda serão apresentados formalmente ao empresário.

TEM VOLTA?

O PIMENTA questionou ao diretor de Futebol se o posicionamento detalhado acima contempla o que Leonardo Amoedo chamou de “divergências irreconciliáveis”. Ricardo respondeu que não tem elementos para determinar quais foram as divergências referidas, pois o comunicado do investidor não as especifica.

Com a ressalva de que se trata de uma suposição, o dirigente sugeriu que irreconciliáveis, neste contexto, podem ser as posições do Conselho do Itabuna e do Grupo Amoedo sobre a transferência de mais de 50% das ações da SAF ao sócio investidor, possibilidade vetada na reunião de ontem.

Sérgio Araújo deixa comando do Itabuna Esporte Clube || Foto Divulgação
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Depois de céu azul em quase dois anos, o Itabuna Esporte Clube começa a enfrentar turbulências com o anunciado rompimento do principal investidor, o Grupo Amoedo. Pouco menos de 24 horas após o comunicado do grupo liderado pelo empresário Leonardo Amoedo, outra baixa. O treinador Sérgio Passos anunciou a saída do projeto para 2024 em comunicado em suas redes sociais na madrugada desta terça-feira (10).

Sérgio lembrou da trajetória de campeão da Série B do Baiano de 2022 à vaga heroica na semifinal do Baianão de 2023 para, na sequência, anunciar a decisão de deixar o comando técnico do time que disputará o Campeonato Estadual, a Copa do Brasil e a Série D do Brasileirão em 2024.

– Ao Itabuna Esporte Clube, minha segunda família, minha gratidão é eterna. Continuarei torcendo pelo sucesso desse clube tradicional do futebol baiano – escreveu Sérgio Passos numa rede social.

Ontem, o CEO do Grupo Amoedo, Leonardo Amoedo, publicou comunicado sobre a saída do projeto do Dragão do Sul:

– É com pesar que compartilho a notícia de que, devido a divergências irreconciliáveis no modelo de gestão da SAF e composição dos investimentos futuros da mesma, tomei a decisão de me retirar do projeto de investimento da Sociedade Anônima do Futebol no Itabuna Esporte Clube. Esta não foi uma escolha fácil, mas acredito que é o melhor caminho à seguir, tanto para o clube quanto para mim.

O empresário não informou quais seriam essas divergências. Até agora, a direção do Itabuna, presidido pelo professor Rodrigo Xavier, ainda não se pronunciou sobre o rompimento com o grupo econômico e a saída do treinador. O Dragão do Sul se tornou SAF (Sociedade Anônima de Futebol) em dezembro do ano passado.

Orlando Cardoso, um exemplo sempre lembrado
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Orlando legislou por dois mandatos de 6 anos e se tornou um vereador conceituado nos 12 anos em que passou no legislativo. Não barganhou votos, não negociou favores, mas se empenhou nas reivindicações da população.

 

Walmir Rosário

Se o sucesso do narrador esportivo Orlando Cardoso multiplicava a cada dia, assim que passou a criar e apresentar programas de músicas e variedades, então, crescia exponencialmente. E a cada vitória da magnífica Seleção de Itabuna no Campeonato Intermunicipal seu prestígio aumentava, em função do seu amor pela equipe e forma apaixonada de transmitir as partidas e apresentar os programas.

Orlando Cardoso não apenas narrava o caminho percorrido pela bola e os jogadores, ele sabia transmitir emoção ao ouvinte, sentimento que se tornava comoção com os gols marcados pelos craques que comandavam o ataque do selecionado itabunense. Nos programas de músicas e variedades não era diferente, pois sabia tocar o coração, o fundo da alma dos ouvintes, com palavras de conforto, carinho e alegria.

Comunicador de palavra fácil (não confundir com Luiz Mendes, o comentarista da palavra fácil), não precisava empolar o texto, engrossar a voz, forçar o grave. Bastava falar ao ouvinte como fazia em sua vida normal, manter sua identidade. E assim tocava uma música, contava uma piada, mandava um alô com bastante intimidade ao amigo. Com isso ganhou cadeira cativa nas residências, nas empresas, onde quer que estivesse o ouvinte.

E Orlando Cardoso passou a ser um membro das famílias, e não raro recebia convites para almoços, aniversários, festas em geral. E passou a visitar essas pessoas com mais frequência, como retribuição ao carinho que era tratado. Certa feita, ao visitar uma pequena comunidade na área rural, foi recebido por quase toda a população, que fazia questão de ver pessoalmente o amigo que chegava diariamente pelas ondas do rádio.

Sua popularidade era tamanha que era tratado nas ruas com os bordões que utilizava. Em vez do tradicional bom dia, era cumprimentado de forma carinhosa: “É gol itabunense, torcida grapiúna”, ou “O barbante estufou, o escore mudou”. Foi aconselhado a postular uma vaga na câmara municipal, pois teria mais condições de solucionar os problemas da comunidade, muito deles reivindicados pelo rádio.

E Orlando Cardoso aceitou o encargo, mas pautou sua campanha de forma diametralmente oposta aos outros candidatos, sem as costumeiras promessas de fazer e acontecer, como se fosse o guardião do cofre municipal. De maneira singela, dizia não prometer nada, a não ser o empenho político, pois como nunca tinha sido vereador, não sabia com precisão o que poderia realizar, cumprir as promessas.

Os parcos recursos da campanha se destinaram à confecção de santinhos, dentre outras pequenas despesas inerentes. O sucesso e a confiança obtida no rádio foi transmitida à campanha vitoriosa. Legislou por dois mandatos de 6 anos e se tornou um vereador conceituado nos 12 anos em que passou no legislativo. Não barganhou votos, não negociou favores, mas se empenhou nas reivindicações da população.

Enquanto exerceu os mandatos continuou narrando partidas de futebol, apresentando seu programa radiofônico com a mesma desenvoltura de antes, distinguindo e separando as obrigações assumidas com os ouvintes e eleitores. E fazia questão de revelar sua conduta antes de depois de eleito, com a mesma seriedade que sempre pautou sua vida. Continuou sendo o Orlando Cardoso alegre, festeiro, atencioso de sempre.

Certa feita o vereador Orlando Cardoso foi procurado por uma pessoa do bairro da Conceição, onde morava e mora, solicitando seus préstimos no legislativo para propor um projeto de lei de mudança de nome de rua. Coisa simples, um parente – também amigo de Orlando e com prestígio no bairro – teria morrido e poderia ser homenageado emprestando seu nome na rua em que morou por muitos anos.

Sem querer desagradar a pessoa, o vereador Orlando Cardoso agradeceu e disse que se sentia honrado pela sua escolha e com toda a sinceridade que Deus lhe deu, propôs uma simples condição. Como a rua já homenageava outra pessoa, ele sugeriu que a proponente elaborasse um abaixo-assinado subscrito por todos os moradores endossando a mudança do nome da rua, que ele apresentaria o projeto.

Dois dias depois foi procurado pela mesma pessoa, que agradeceu a atenção do vereador e pediu que não desse andamento à proposição, pois na primeira casa em que ela teria visitado era justamente a da família do atual homenageado. E mais, teria tratado a proponente com aspereza e prometeu ir às vias de fato caso houvesse a mudança no nome da daquela rua. E não se falou mais nisso.

Nas votações de projetos importantes a Câmara de Vereadores se transformava num fervedouro, com a movimentação de políticos dos mais variados partidos e bancadas, representantes do Executivo cabalando votos para a aprovação ou rejeição. Na maioria das vezes com vantagens eleitoreiras. Nessas ocasiões, o vereador Orlando Cardoso ouvia a todos com atenção e manifestava seu voto de acordo com a importância do projeto e sua consciência, sem qualquer alarde.

Ao deixar a política continuou exercendo seu trabalho diário na apresentação de seu programa, a gravação de publicidade e a divulgação por meio de carro de som, gozando do mesmo respeito de antes. Até hoje, sempre que no meio político ou na comunicação alguém tece comentários sobre o comportamento dos vereadores, seu nome é lembrado como um exemplo a ser seguido.

Walmir Rosário é radialista, jornalista, advogado e autor de Os grandes craques que vi jogar: Nos estádios e campos de Itabuna e Canavieiras, disponível na Amazon.

Walmir Rosário recupera história do duelo futebolístico entre Belmonte e Itajuípe
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Pires prometeu que nunca mais jogaria em Belmonte e abandonaria o futebol se tivesse que fazer outra partida naquela cidade.

 

 

 

 

 

 

 

Walmir Rosário

Quem jogou ou, pelo menos, acompanhou jogos do futebol amador em tempos passados sabe a dificuldade em disputar uma partida no campo adversário. Nas fazendas, então, era o parto da bezerra. O visitante era convidado a jogar, mas era impedido de ganhar. Para tanto, o árbitro era escolhido a dedo pelo mandante, com o dever de impedir, a qualquer custo, a vitória do time de fora. E não adiantava espernear.

Para não ficarmos falando só do passado, isso existe até hoje, não pela simples rivalidade entre as duas equipes, a exemplo de Itabuna e Ilhéus, que perdura aos dias atuais e não tem prazo para encerrar. Com as equipes profissionais convencionou-se dizer que nos seus domínios o adversário tem que agir com muita cautela, chegando a afirmar que o touro em pasto alheio não passa de bezerro. E os velhos alçapões estão aí.

Para não dizer que não saí da cozinha de casa, lembro bem das partidas entre os times brasileiros e argentinos nos estádios dos hermanos, que não respeitam a torcida, os árbitros e muito menos os adversários. Quando o resultado não já estava encomendado, eles o fabricavam, sem qualquer cerimônia ou receio das consequências legais que poderiam ser tomadas.

Não tenho base legal ou conhecimento para afirmar que os antigos dirigentes e torcedores da Seleção Amadora de Belmonte, no Sul da Bahia, herdaram esses costumes dos argentinos, mas que agiam parecido, isto é fato e não se pode negar. Que digam os atletas, dirigentes e torcedores das seleções amadoras de Canavieiras, Ilhéus, Itabuna nos velhos tempos do Campeonato Baiano de Amadores.

Pra início de conversa, assim que a seleção adversária chegava era recepcionada por uma comissão que tinha como objetivo atingir moralmente os adversários com palavras difamantes, ultrajantes e tudo o mais que a valha. Mas não ficava por aí, essas comissões se revezavam em frente a pensão que hospedava a delegação, e fazia muito barulho noite a dentro, evitando que dormissem o sono dos justos.

Uma solução encontrada por Itabuna foi viajar para Belmonte em aviões, os famosos teco-tecos, com a finalidade de chegar um pouco antes da partida. Os que se aventuravam ir de ônibus comiam o pão que o diabo amassou. Tinham que chacoalhar nas velhas “marinetes” da Sulba por quase 200 quilômetros. Aguentar a poeira os atoleiros, a depender da estação do ano.

No começo da década de 1960, a Seleção de Itajuípe tinha um compromisso com o selecionado de Belmonte pelo Campeonato Baiano de Amadores. Os dirigentes alugam um ônibus e saem no sábado bem cedo (um dia antes). No caminho desceram para empurrar o veículo várias vezes e conseguiram chegar com o sol caindo no horizonte. Foram ao estádio reconhecer o gramado e dali se dirigiram à pensão.

Por recomendação do presidente Jackson Hage e dos diretores Fernando Mansur e Tuffik, os jogadores não saíram da pensão para conhecer a cidade, por motivos óbvios. Mas não conseguiram dormir com a batucada na praça em frente, sob o comando da apaixonada torcida belmontense. E Itajuípe tinha que sair de Belmonte, no mínimo, com um empate, para disputar com a Seleção de Ilhéus. Mas o pensamento do grupo era ganhar o jogo.

E a partida não saia do 0X0. Mais ou menos aos 35 minutos do segundo tempo, o árbitro, do meio de campo, marcou um pênalti contra a Seleção de Itajuípe, sem qualquer motivo e fora de qualquer jogada. Não adiantaram as reclamações. O árbitro estava irredutível. Atrás do gol de Itajuípe, uma pessoa chegou para perto do goleiro Antônio Pires, tirou o revólver da cintura e disse: “Se você se mexer na área eu lhe encho de chumbo”.

Ao presenciarem a cena, os jogadores da Seleção de Itajuípe comunicaram o fato à diretoria, que por sua vez chamou a polícia, que confirmou a arma e a estranha ameaça. Não se sabe o motivo e o poder do agressor, já que os policiais não o prenderam. Apenas se dividiram em dois grupos, um junto ao ameaçador e outro ao lado da trave, no sentido de evitar que o crime se consumasse, caso o goleiro Pires pegasse o pênalti.

Confusão amainada, o jogador do selecionado belmontense chuta a bola e o goleiro Pires a encaixa com segurança. Mesmo com a proteção dos policiais, o ameaçador continua prometendo transformar Pires numa tábua de pirulito, pelos tiros que prometia dar. O árbitro é obrigado a interromper o jogo, pois todos os jogadores formaram um cordão de isolamento para proteger o goleiro ameaçado.

A única solução encontrada pelos dirigentes foi fretar um avião teco-teco e transferir Pires para Ilhéus. Embarcaram Pires em um jipe, na companhia de Fernando Mansur e Tuffik, além dos policiais, para levá-los ao avião, enquanto em outro jipe ficou o agressor cercado de policiais. Assim que o teco-teco levanta voo, o jogo é retomado, com o goleiro reserva no lugar de Pires, e o placar de 0X0 foi mantido, apesar do desespero dos itajuipenses.

Pires prometeu que nunca mais jogaria em Belmonte e abandonaria o futebol se tivesse que fazer outra partida naquela cidade. E não se falou mais nisso.

Walmir Rosário é radialista, jornalista, advogado e autor de Os grandes craques que vi jogar: Nos estádios e campos de Itabuna e Canavieiras, disponível na Amazon.

Jogador de Eunápolis assina contrato com o Santos || Foto Divulgação
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Nascido no interior da Bahia, o centroavante Arthur Manoel está realizando um sonha da família. O atleta acaba de assinar seu primeiro contrato profissional com o Santos. Com idade para o Sub-17, o menino disputou, recentemente, o mata-mata do Campeonato Brasileiro com a categoria Sub-20 do time da Vila Belmiro, que ficou pelo caminho ao ser eliminado pelo Flamengo, na semifinal.

O centroavante Arthur Manoel é natural de Eunápolis. Com 17 anos completos em abril, ele comemorou as oportunidades dentro de campo e falou da motivação no momento da assinatura do novo contrato, com extensão até 31 de julho de 2026.

“Estou muito feliz e agradeço a Deus por essas oportunidades que estou tendo. Busco sempre mais. É uma grande motivação assinar esse primeiro contrato profissional e vou sempre dar o meu melhor pra nossa torcida e pelo Santos Futebol Clube”, declarou.

Campeonato Interbairros de Futebol em Itabuna || Foto Pedro Augusto/Arquivo
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Com a implantação do campeonato, os times jogavam nos campos de bairro e disputavam a final no Estádio Itabunão. Praticamente todos os jogos eram transmitidos pelas emissoras de rádio e com cobertura nas TVs locais. O domingo era, realmente, um dia de festa.

Walmir Rosário

Pouquíssimos municípios brasileiros podem se orgulhar de planejar e executar políticas públicas para o setor esportivo. Os programas, por si só não bastam: precisam ser eficientes e eficazes para contemplar uma população de jovens cada vez mais longe do direito consagrado no artigo 217 da Constituição Federal: “É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um…”.

E no quesito desporto não há como comparar o antes e o depois da chamada Constituição Cidadã. Desde antes os colégios públicos mais equipados conseguiam formar atletas nas diversas especialidades na disciplina educação física em suas quadras poliesportivas. Nada mais que isso. As prefeituras auxiliavam, quando muito, com um trator na abertura de um campinho nos muitos terrenos baldios existentes nos bairros.

Fora disso, a população se virava aproveitando a ausência do boom imobiliário. Era costume uma turma de garotos e homens formados pegar no pesado para dar forma a um campinho de pelada, ou babas, como queiram. Jogavam descalços, sem uniformes, como queriam e dava tempo. Era voltar da escola, colocar um calção, chegar ao campo e bater o par ou ímpar para escolher os times. Um jogava com camisas, outro com torso nu.

Mas o crescimento das cidades deu um basta na brincadeira dos meninos. Os bem mais aquinhoados financeiramente e que eram associados a clubes continuaram praticando o esporte, bem como os participantes dos times amadores. Os excluídos mudaram de esporte ou deixaram de praticá-los. Outra solução eram os campos que alugavam horário para as partidas.

Em Itabuna, lá pelo ano 1993, o desportista João Xavier – jogador e dirigente esportivo –, eleito vice-prefeito, tomou a incumbência de proporcionar à população os benefícios do esporte, como mandava a Constituição Cidadã. De pronto, escalou José Maria (Nininho, o Sputnik), ex-jogador profissional e ex-supervisor do Itabuna Esporte Clube para pilotar importante projeto desportivo.

De início implantaram diversas escolinhas esportivas nos bairros de Itabuna, cujos alunos participavam das atividades no contraturno da escola formal. Em pouquíssimo tempo, cerca de 700 crianças já se beneficiavam do projeto nos bairros, orientados por profissionais oriundos de diversas modalidades esportivas e supervisionados pelos profissionais de Educação Física do quadro da prefeitura.

E o sucesso do projeto ultrapassou limites e divisas geográficas, chegando em Brasília. De imediato, a então secretaria federal dos Esportes destacou um técnico para conhecer a ação. De cara, destinou R$ 600 mil (à época recursos consideráveis) para o desenvolvimento do projeto. Até hoje as escolinhas dos bairros Santa Inês, São Pedro, Daniel Gomes, Núcleo Habitacional da Ceplac e Ferradas não viram a cor do dinheiro.

Recentemente, o radialista e advogado Geraldo Borges Santos elaborou um projeto que poderia resgatar a formação de jovens nos diversos bairros da cidade. De acordo com o projeto, a prefeitura executaria as ações em parceria com as faculdades e universidades instaladas em Itabuna e empresas privadas. Para tanto, bastaria recuperar alguns equipamentos públicos esportivos, a exemplo de quadras e o complexo esportivo que reúne o Estádio Fernando Gomes e a Vila Olímpica professor Everaldo Cardoso.

Conclui-se, portanto, que a cidade tem uma estrutura básica de equipamentos públicos voltados para o esporte, grande contingente de jovens ávidos para envolvimento em atividades esportivas e de atletismo. Tudo isso aliado a uma população que gosta de esportes, com histórica tradição de sucesso, restando ao Executivo e Legislativo estabelecerem uma política pública que possa beneficiar a comunidade.

Obstinado, João Xavier apresenta e executa outro projeto esportivo de fôlego: o Campeonato Interbairros de Itabuna, considerado o maior certame do gênero no Brasil. De cunho social, mexia positivamente na educação dos jovens e adultos e na economia desses locais onde os jogos eram disputados. Fortalecia o comércio formal e informal nos dias dos jogos e autoestima da população, que se unia em torno de suas comunidades.

O Interbairros também atuou na mudança do comportamento das pessoas, que antes deixavam Itabuna aos domingos para curtir o lazer nas praias de Ilhéus, um verdadeiro êxodo de pessoas e recursos dispendidos nas viagens. Com a implantação do campeonato, os times jogavam nos campos de bairro e disputavam a final no Estádio Itabunão. Praticamente todos os jogos eram transmitidos pelas emissoras de rádio e com cobertura nas TVs locais. O domingo era, realmente, um dia de festa.

Em 28 julho de 2023 o Campeonato Interbairros de Itabuna completou 30 anos. Criado para se tornar uma fonte inesgotável do descobrimento de craques, que poderiam ter chances de jogar em grandes equipes profissionais do Brasil e do exterior, não possui o mesmo glamour. Apesar de estar em atividade, não chega a movimentar toda a comunidade dos bairros itabunenses. Quem sabe mereça um upgrade?

Por si só, o Campeonato Interbairros não forma atletas cidadãos, pois seu público-alvo é formado por jovens formados e adultos. Lembrando do ditado: É de menino que se torce o pepino”, os poderes executivo e legislativo deveriam ter maturidade suficiente para evoluir e privilegiar as políticas públicas e não as políticas de governo. Enquanto isso, os jovens ficam à mercê da sorte, enquanto a marginalidade campeia livremente.

Walmir Rosário é radialista, jornalista, advogado e escritor, autor do livro de crônicas Os grandes craques que vi jogar: Nos estádios e campos de Itabuna e Canavieiras, disponível na Amazon.

Abertura da competição será no Campo de Futebol Amador, às 8h
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O prefeito Augusto Castro abre oficialmente o Campeonato Interbairros de Futebol Amador de Itabuna, neste domingo (27), às 8h. O secretário de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia, Davidson Magalhães, também confirmou presença na abertura da competição. A rodada inaugural do torneio será no campo anexo ao colégio CAIC Jorge Amado, no Sarinha Alcântara.

Antes da abertura oficial, as 41 equipes receberão uniformes para usar durante toda a competição. Depois da cerimônia, se enfrentam Califórnia e São Roque, às 9h; e Sarinha e Novo São Caetano, às 11h.

O campeonato é organizado pela Secretaria de Esporte e Lazer  do município. Segundo o titular da Pasta, Alcântara Pellegrini, foi montado esquema de segurança para dar tranquilidade aos torcedores e atletas. “Ele foi definido com os comandos do 15º Batalhão da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal. Além disso, a Secretaria Municipal de Saúde vai assegurar todo o atendimento médico necessário”, explicou.

SEGUNDA RODADA

A segunda rodada do Campeonato será no dia 10 de setembro, uma quinta-feira, com os jogos do Núcleo da Ceplac x Banco Raso, às 8h15min; e Mangabinha x Jaçanã, às 11h15min, no campo do Núcleo. Já o Itabunão vai receber Santa Catarina x Odilon, às 8h15min; Santo Antônio x Bananeira; e Nova Mangabinha x Vale do Sol.

Lincoln, do Goiás, e Maurício Duarte, do Vila Nova, disputam bola no Serra Dourada || Arquivo/Walmir Rosário
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Certa feita, ao jogar na Gávea contra o Flamengo, ao tentar tirar a bola do craque Zico, que a adiantou com um toque, passou reto com o carrinho, numa jogada que terminou em gol.

 

Walmir Rosário

Nem todos os meninos peladeiros conseguem tirar a sorte grande jogando os babas apenas nas praias ou nos campinhos de bairro. Muitos são levados para os times consagrados, nos quais aprendem a se especializar no futebol. Os que conseguem unir a habilidade individual às técnicas e táticas, teoricamente terão um futuro garantido e nome gravado entre os astros do futebol.

Por ironia do destino, um garoto peladeiro deixa sua cidade natal, Porto Velho, em Rondônia, e vai para o Rio de Janeiro, acompanhar sua mãe em tratamento médico. Era tudo que queria. Se já se encantava com o futebol jogado na cidade maravilhosa pelas ondas do rádio, agora se imaginava ser um daqueles craques que tanto assistia no rádio e na TV. Finalmente era chegada a hora e a vez do garoto Maurício Duarte.

E tudo se encaminhava conforme seus pensamentos. Em pouco tempo já disputava bola nas areias da praia de Copacabana com a desenvoltura de um atacante, atuando pelas equipes praianas do Radar e do Copa Leme. Mas queria o destino um futuro mais brilhante para a promessa de craque rondoniense. Foi descoberto pelo maior e mais excêntrico “olheiro” de futebol carioca, Antônio Franco de Oliveira, o Neném Prancha.

Botafoguense de quatro costados, Neném Prancha, considerado o maior dos filósofos do futebol, o levou para o seu time de coração, o Botafogo. Aos 12 anos o garoto se deslumbra com a plêiade de craques que ouvia e via jogar no rádio e na TV. Mais que isso, iria participar de uma peneira e, se aprovado, poderia ser um deles, afinal, tinha como padrinho Neném Prancha, o descobridor de Heleno de Freitas e Júnior “Capacete”.

Diante da enorme concorrência, lhe ocorreu uma estratégia de defesa que o fez sobreviver nos gramados de General Severiano. Assim que o treinador e antigo lateral-direito Joel Mendes dividia as promessas de atletas pelas posições que jogavam, Maurício Duarte se assombrou pela quantidade de atacantes e meios-campistas. Os pensamentos rodaram com extrema velocidade em sua cabeça e decidiu: a partir daquele momento seria zagueiro. E para jogar no Botafogo!

E a sorte lhe sorriu, tanto assim que após ver de perto “os cobras” do Glorioso, a exemplo de Gérson, Fischer, Jairzinho, Brito, Manga, dentre outros craques, foi aprovado para a famosa Escolinha de Seu Neca, pela qual passaram as estrelas do Botafogo dos anos 1970, inclusive ele. Descoberto por Neném Prancha, agora teria a felicidade de aprender com seu Neca todas as técnicas e artimanhas do melhor futebol do mundo.

E o garoto magro de Porto Velho iniciou os treinamentos na Escolinha do Neca, no Botafogo, no subúrbio de Del Castilho. Era um sacrifício danado, pois pegava dois ônibus lotados para participar do treinamento coletivo às quartas e sextas-feiras. No restante da semana treinava em General Severiano. Se firmou como zagueiro e ganhou posição nas divisões de base, até que chegou o dia de ser incorporado ao time de cima.

Era o ano de 1970. E Maurício Duarte, aos 17 anos, teria a responsabilidade de substituir o zagueiro Brito, convocado para a Seleção Brasileira tricampeã do mundo. Jogaria a Taça Guanabara, posteriormente cancelada, e os jogos amistosos, o primeiro deles contra o Bangu, vencido pelo placar de 2X0. Junto com os profissionais, lembrava dia e noite os ensinamentos do seu Neca, essenciais para a sobrevivência nos gramados da vida.

Nos treinos do Botafogo marcava grandes jogadores de ataque. Certa feita, ao jogar na Gávea contra o Flamengo, ao tentar tirar a bola do craque Zico, que a adiantou com um toque, passou reto com o carrinho, numa jogada que terminou em gol. Aí ouviu do seu Neca: “Você não teria que ter dado o carrinho e sim cercado; acompanharia a jogada e ele não teria toda a tranquilidade. Lembre-se, zagueiro caído é jogador abatido”.

De outra feita, no Maracanã contra o Vasco, quando foi marcar Roberto Dinamite, ouviu outro ensinamento do seu Neca: “O zagueiro tem que ficar com um olho no peixe e outro no gato”. E era para observar a bola e Roberto Dinamite, que ficava de “migué”, na ponta-esquerda quando a bola vinha pela direita. E esse ensinamento lhe serviu para o resto da vida, tomando ou não deixando a bola chegar aos atacantes.

Do Botafogo, Maurício Duarte se transferiu para outros clubes brasileiros, nos quais experimentou a diversidade na realidade do futebol praticado nos quatro cantos deste país. E sua saída do Glorioso se deu por motivos internos. Quando chamado de volta pelo Departamento Amador, acreditou que seria um regresso e não atendeu ao pedido. Daí passou a treinar no “time da Ave Maria”, no finalzinho da tarde, com chances remotas.

Emprestado ao Remo, do Pará, Maurício não foi muito feliz, pois teve uma distensão na virilha. Em seguida se transforma num operário da bola e joga no Santo Antônio e Rio Branco, ambos no Espírito Santo, Flamengo do Piauí, Vila Nova de Goiás, Galícia, Olaria e Itabuna. Nesses times atuou com e contra grandes craques do futebol brasileiro, muitas das vezes sem receber salários em dia, dentre outras adversidades.

No Itabuna Esporte Clube, o último time por qual jogou, Maurício Duarte se identifica bastante com a diretoria e a cidade. E por aqui constrói família, faz um curso de formação em técnico de futebol, trabalha na AABB, dirige as seleções de Itajuípe, Itabuna e Buerarema. Certificou-se em Radialismo, atuou como comentarista em emissoras de rádio e Maurício Duarte se torna um verdadeiro cidadão grapiúna.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

Novo livro do mestre Walmir Rosário já pode ser adquirido em formato digital (eBook)
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Os grandes craques que vi jogar – nos estádios e campos de futebol de Itabuna e Canavieiras é o mais novo livro do radialista e jornalista Walmir Rosário. Editada pela Ojuobá Projetos de Comunicação, a obra traça o perfil dos craques das antigas que tinham verdadeiro domínio da bola. O autor expressa, em cada crônica, o verdadeiro sentimento desses jogadores amadores ao jogar por suas esquipes e as seleções de suas cidades.

Bastava envergar o manto sagrado para que esses craques se superassem das deficiências dos antiquados treinamentos físicos e táticos das equipes do interior e entrassem em campo com a finalidade de ganhar o jogo. Com essa sequência de vitórias, chegavam os tão sonhados títulos nos campeonatos municipais e intermunicipais, façanha conseguida pela Seleção de Itabuna ao conquistar o hexacampeonato baiano intermunicipal.

Essa brilhante conquista teve como protagonistas, praticamente, os mesmos jogadores, de 1957 a 1965, com um intervalo de três anos sem a disputa do campeonato (1958, 1959 e 1960), retomado em 1961. A base da seleção vinha dos clubes amadores itabunenses Janízaros, Fluminense, Grêmio, Flamengo, Botafogo, Bahia e Corinthians, verdadeiras fábricas de craques.

TRANSIÇÃO

O livro também aborda a transição do futebol amador para o profissional, com a criação do Itabuna Esporte Clube, conhecido com o slogan Meu Time de Fé. O Itabuna brilhou no Campeonato Baiano de profissionais, com equipes competitivas; no início, formadas pelos craques amadores. Mais tarde, mesclada com profissionais vindos do sul do país.

O foco da obra é mostrar a trajetória de cada um desses craques, como iniciaram e foram descobertos nos campinhos de baba e seguiram carreira amadora, muitos deles chegando ao profissionalismo. O espetáculo rolava solto aos domingos, no velho campo da Desportiva, em Itabuna, para a satisfação dos torcedores, que enchiam o estádio para torcer pelos seus times.

PAIXÃO

A paixão pelo futebol era tamanha que, em Itabuna, surgiu o primeiro Colégio de Futebol Grapiúna, criado pelo vascaíno Demosthenes Propício de Carvalho, cirurgião dentista que influenciou na formação de caráter e na arte de jogar futebol dos futuros craques. Dessa escolinha saíram grandes jogadores amadores e profissionais, a exemplo de Perivaldo, que atuou em grandes clubes e até na Seleção Brasileira.

Algumas crônicas são dedicadas a fatos pitoresco do futebol do interior, como o dia em que o Botafogo itabunense entrou em campo no segundo tempo sem o goleiro Romualdo Cunha, que ficou no vestiário tirando um cochilo. Somente após 15 minutos sua ausência foi notada por um torcedor. Esse era o mesmo Botafogo dos meios campistas Pedrinha e Mundeco, considerados superiores a Pelé e Coutinho, quando o assunto era a tabelinha.

CRAQUES DE CANAVIEIRAS

O leitor conhecerá, em outras crônicas, dois dos grandes craques que se formaram em Canavieiras, no sul da Bahia: Bené Canavieira (sem o s final) e Boinha Cavaquinho, que jogaram um futebol de gente grande. Canavieira passou pelo Botafogo Carioca nos tempos de Garricha, Didi, Nilton Santos, além de outras equipes. Já Boinha Cavaquinho era centroavante goleador, jogava bem nas onze posições, do gol à ponta-esquerda.

O livro “Os grandes craques que vi jogar – nos estádios e campos de futebol de Itabuna e Canavieiras” foi editado pela Ojuobá Projetos de Comunicação, com design gráfico, editoração e capa de Tasso Filho e Vitória Giovanini. A obra está disponível em eBook, na Amazon. Para assinantes do serviço Kindle Ilimitado, a leitura é gratuita. Quem não tem assinatura pode adquirir a coletânea por R$ 24,00. Acesse aqui.

Acidente mata 7 torcedores do || Fotos Divulgação- CBM-MG
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Um ônibus com torcedores do Corinthians sofreu um acidente na BR-381 (Fernão Dias), na madrugada deste domingo (20), no município de Brumadinho (MG), e deixou 7 mortos. O veículo transportava 48 pessoas, que voltavam para o estado de São Paulo após o jogo entre Cruzeiro e Corinthians, ocorrido na noite de sábado, pelo Campeonato Brasileiro.

Segundo a concessionária da rodovia, a Arteris, o ônibus adentrou uma curva e chocou-se contra o barranco e na sequência tombou. O socorro às vítimas foi feito por equipes da concessionária, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), e pelo Corpo de Bombeiros. Unidades da Polícia Rodoviária Federal e peritos da Polícia Civil também foram deslocados para o local.

Segundo a Polícia Civil, 36 pessoas ficaram feridas. 27 delas precisaram de atendimento médico e foram encaminhadas a hospitais da Região Metropolitana de Belo Horizonte. O ônibus transportava torcedores/moradores de São José dos Campos, Jacareí, Caçapava, Taubaté e Pindamonhangaba.

“O Corinthians se solidariza às famílias dos torcedores falecidos e permanece à disposição para apoiá-las, assim como às outras vítimas do acidente e autoridades envolvidas no resgate e apuração dos fatos”, disse o clube paulista, em nota.

Às 10h30, a faixa esquerda da rodovia, no sentido de São Paulo, foi liberada para o tráfego. A faixa direita ainda permanece interrompida para atuação das equipes da perícia. De acordo com a concessionária, há cinco quilômetros de congestionamento no local.

ANTT DIZ QUE ÔNIBUS ERA IRREGULAR

Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) emitiu nota lamentando e se solidarizando com os familiares das vítimas, torcedores do time de futebol Corinthians.

A Agência informou que o veículo envolvido, de placa LPH3885, não possui registro nem autorização para realizar o transporte interestadual de passageiros, portanto a viagem é considerada irregular.

A ANTT esclareceu que fornecerá, quando solicitadas, todas as informações necessárias às autoridades de segurança pública para apoiar as investigações. Além disso, informou que a Arteris Fernão Dias, administradora do trecho da rodovia concedida, prestou todos os socorros iniciais.  Com informações da Da Agência Brasil.

Vitória arranca empate heroico e se mantém no G-4 || Foto Victor Ferreira/ECV
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O Vitória conseguiu arrancar um empate após levar dois gols em menos de 14 minutos de jogo, na casa do adversário, na noite deste domingo (30), em Campinas. Diante da Macaca, o Leão até rugiu forte na etapa final, porém o placar de 2 a 2 foi o suficiente para tirá-lo da liderança da Série B do Campeonato Brasileiro de Futebol. O líder, agora, é o Novorizontino-SP.

O empate veio nos 30 minutos finais da partida. O atacante Léo Gamalho iniciou a reação rubro-negra aos 31 minutos do segundo tempo, em cobrança de pênalti. Iury Castilho fez o segundo e definiu o placar no Moisés Lucarelli, em Campinas. Léo Naldi e André fizeram os gols da Macaca, ambos no primeiro tempo.

O resultado de ontem deixou o Leão com 38 pontos, um a menos que o novo líder da Série B, Novorizontino. O terceiro colocado é outro Leão, o pernambucano Sport Recife, que também soma 38 pontos, mas o time baiano acumula mais vitórias (12 a 11). Fechando o G-4, o Vila Nova-GO, com 35 pontos.

JOGA NA QUARTA

O Vitória vinha de uma sequência de três triunfos, suficientes para levá-lo, novamente, à condição de líder da Série B e campeão do 1º turno da competição. Os quatro melhores colocados sobem para a elite do Brasileirão.

O novo confronto do Rubro-Negro pela Série B será contra o lanterninha ABC, na quarta-feira (2), às 21h30min, no Barradão, em Salvador. Mais cedo, às 19h, a Ponte Preta enfrentará o Criciúma, em Santa Catarina.

Léo Gamalho marca gol do triunfo para o Vitória || Foto Victor Ferreira/EC Vitória
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Com um gol do atacante Léo Gamalho, aos 42 minutos do segundo tempo, o Vitória garantiu mais três pontos na Série B do Campeonato Brasileiro, na noite desta segunda-feira (24), no Estádio Barradão, em Salvador. O Rubro-Negro baiano bateu a Chapecoense por 1 a 0 na última rodada do primeiro turno e chegou aos 37 pontos.

O Vitória fechou o turno da Série B do Brasileirão com um ponto à frente do vice-líder, o Novo Horizontino, que chegou aos 36. O Rubro-Negro encerrou o primeiro turno com 12 vitórias, um empate e seis derrotas, o que representa um aproveitamento de 64%.

Na abertura do returno, no próximo domingo (30), o Vitória viaja até Campinas para enfrentar a Ponte Preta, no Estádio Moisés Lucarelli. A partida está marcada para começar às 18h. A Macaca terminou o primeiro turno da Série B na 13ª colocação, com 22 pontos.

SUPERAÇÃO

A liderança do primeiro turno e o gol da vitória tiveram sabor mais que especial para o atacante Léo Gamalho. Ele ficou afastado por várias rodadas para se tratar de um câncer de pele. “Achei que podia ser o fim”, disse o jogador após a partida ao canal pay-per-view Premiere.

Ainda emocionado, ele relembrou o começo difícil em 2023. “Desde o início do ano, em que eu acabei machucando o braço, quase perdi os movimentos do braço. Depois acabei tendo vários problemas, fui tirar um sinal e descobri que tenho um melanoma (câncer de pele)”, narrou o profissional destacando o fato de a doença ter sido diagnosticada no início, o que colaborou para o sucesso do tratamento.

Ary Borges deu show na estreia do Brasil || Foto Thaís Magalhães/CBF
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A primeira partida do Brasil na Copa do Mundo de Futebol Feminino foi mais do que tranquila. Sem sustos, a seleção atropelou o Panamá por 4 a 0, no estádio Hindmarsh, em Adelaide (Austrália), nesta segunda-feira (24). Brilhou a estrela de Ary Borges, estreantes em Mundiais, que fez três gols e deu o passe para Bia Zaneratto marcar o outro. Com o resultado, a equipe comandada por Pia Sundhage pula para a liderança do Grupo F, com três pontos, se aproveitando do empate entre França e Jamaica na véspera.

O Brasil começou a todo vapor em Adelaide com a Rainha Marta no banco, recuperando-se de contusão. Com menos de dez minutos de jogo, já havia finalizado quatro vezes ao gol adversário, exigindo boas intervenções da goleira Bailey.

Aos 18, começou o show de Ary Borges. Debinha foi lançada pela esquerda, dominou e cruzou na área. A meio-campista surgiu livre e cabeceou no canto esquerdo para abrir o placar.

MAIS SHOW

Jogando muito pelos lados, o Brasil não deixava o Panamá respirar, sempre mantendo a posse de bola na casa dos 60% e criando chance atrás de chance. Aos 38, veio o segundo.

Tamires cruzou pela esquerda, Ary Borges cabeceou e parou em Bailey. No entanto, no rebote, com a goleira caída no chão, ela não teve dificuldades para marcar o segundo.

A seleção entrou no segundo tempo disposta a resolver o jogo. Logo aos três minutos, a vantagem foi ampliada com um golaço coletivo. Após troca de passes na entrada da área panamenha, Debinha cruzou pela esquerda e encontrou Ary Borges de frente para o gol. Ela dominou e, após deixar a marcação no chão, apenas rolou para trás para Bia Zaneratto finalizar para o gol escancarado e fazer o 3 a 0.

Com a vitória pouco ameaçada, Pia Sundhage começou a fazer mudanças na equipe e o Brasil diminuiu o ritmo. No entanto, a meta adversária continuou sem ter descanso.

Aos 25, Geyse, que havia entrado no lugar de Debinha, cruzou pela esquerda e encontrou a iluminada Ary Borges, que mais uma vez completou de cabeça para marcar.

Cinco minutos depois, a estrela da noite (na Austrália) deixou o gramado para a entrada de Marta.

A camisa 10 teve chances para marcar e se tornar a única jogadora na história das Copas a fazer gols em seis edições da competição. Porém, o Brasil (que terminou o jogo com 34 finalizações) não conseguiu mais marcar.

Depois da atuação consistente na estreia, a seleção agora tem, em tese, seu desafio mais duro na primeira fase da Copa. Enfrenta no sábado (29), às 7h (horário de Brasília), a forte equipe da França, em Brisbane, em duelo que pode definir quem termina em primeiro na chave.

Notícia da viagem de Nininho para teste no Fluminense, em 1958
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O menino de Macuco, iniciado no Pindorama Futebol Clube, depois no Brasil Esporte Clube, o BEC, venceu no futebol e até hoje é reconhecido como bom exemplo por onde passou.

 

Walmir Rosário

Campeão pela Seleção de Itabuna no primeiro Intermunicipal vencido, Nininho, o Sputnik, sentiu necessidade de mostrar seu futebol em outras terras, se apresentar no Maracanã, o santuário do futebol. E aqui pra nós, qual jogador de futebol que nunca sonhou atuar no Gigante do Maracanã? Nem tinha medo com o tradicional friozinho na barriga no jogo de estreia. Era o começo de uma carreira, quase sempre bem-sucedida.

E José Maria Santos, o menino de Macuco, hoje Buerarema, só pensava nisso. Tanto foi assim que dispensou as honrarias dos cartolas, comerciantes e torcedores de Itabuna para aventurar a carreira no Rio de Janeiro. Quem sabe poderia aparecer no Canal 100, em todos os cinemas do Brasil, jogando por um grande clube do Rio de Janeiro ou São Paulo. A mudança valeria a pena e ele estava disposto a correr o risco.

Artilheiro com 11 gols marcados em sete jogos da Seleção de Itabuna campeã. Eleito em 1958 o atleta mais eficiente e disciplinado de Itabuna, Nininho ganhou uma passagem de ida e volta, além da hospedagem para 15 dias em hotel no Rio de Janeiro. Viajou acompanhado do colega Hildebrando, que ia visitar dona Guiomar, esposa de Didi do Botafogo, que é da região cacaueira. Nininho foi apresentado aos dois e se tornaram grandes amigos.

Finalmente, o craque Sputnik se foi. No Rio, fez teste no Fluminense, time em que jogava o conterrâneo Léo Briglia, e treinou muito bem. Aprovado, o técnico Pirilo queria inscrevê-lo como juvenil, mas não foi possível, pois já completara 20 anos. Como não tinha vaga no aspirante, completo com jogadores subidos dos juniores, nem mesmo a intervenção de Léo Briglia resolveu. A escolinha do Flu era uma fábrica de craques, o que sempre impedia o aproveitamento de novos valores. E o Sputnik era um deles.

Se não deu certo no Fluminense, ainda em 1958 Nininho decidiu dar uma passada no Botafogo para se submeter aos testes. Enquanto fazia o famoso vestibular no Glorioso, um treinador do Guarani de Divinópolis gostou de sua atuação e quis saber qual era situação do atleta. Informado que era livre e estava passando por testes, convidou o Sputnik para ir disputar o Campeonato pelo Guarani. Aceitou, de pronto.

Em janeiro de 1959, volta ao Rio de Janeiro para se submeter a novos testes no Botafogo, onde pretendia jogar ao lado do time dos grandes craques. Nesse período, foi levado para o Canto do Rio, em Niterói, e daí para o América, no qual se sagrou campeão carioca em 1960. Nesse ano, mesmo na reserva, foi o artilheiro dos aspirantes. Nessa época já tinha incorporado novo nome: Zé Maria.

Nininho (Zé Maria) no América campeão carioca de 1960

Emprestado ao Bonsucesso Futebol Clube para fazer uma excursão no exterior, atuou no Chile e Peru. Nessa viagem jogou o que sabia nos 15 jogos realizados, uma campanha invicta. No último jogo, contra o Sporting Cristal, do Peru, que já era campeão peruano antecipado, faltando três rodadas para o fim do certame, marcou o gol mais bonito de sua vida. Para ele foi a consagração como jogador profissional.

Em 1962 volta a São Paulo, desta vez para jogar na Prudentina. No ano seguinte, 1963, Sputnik, ou Zé Maria, joga um belo campeonato. Àquela época, a Prudentina era um time cheio de bons jogadores e ele consegue se destacar, embora a equipe tenha ido mal. Resultado: no final do ano todos os atletas foram dispensados. Nininho chegou a ser cotado para ir para o Peru, onde jogaria no Sporting Cristal, mas como não se concretizou, ele continua no Brasil e passa a jogar pelo Nacional.

Depois disso foi trabalhar na Rede Ferroviária Federal e continuou jogando por dois anos, e encerrou a carreira em 1967. Anos depois o craque volta para Itabuna. Deixa a Rede Ferroviária, um emprego federal e se instala em Itabuna. Convidado por Ramiro Aquino, José Adervan e João Xavier para supervisionar o Itabuna Esporte Clube, cumpriu a missão de fortalecer o profissionalismo no futebol itabunense.

Nininho preferia ser treinador, mas foi convencido a atuar na supervisão. E fez um excelente trabalho, dando uma nova cara à equipe profissional, àquela época ainda tratada com muito amadorismo no sul da Bahia. O Itabuna chega ao final do campeonato em uma boa colocação, resultado do trabalho implantado por ele e o treinador Roberto Pinto, mudando as características do futebol por aqui praticado.

Nessa época, Itabuna reunia bons jogadores, muitos deles valores regionais. Um em especial, vindo de Itarantim para fazer teste no Itabuna como quarto zagueiro. Era Zezito Carvalho. Assim que viram a baixa estatura dele, Nininho, Roberto Pinto e João Xavier sugeriram que fosse testado na lateral direita. Deu certo e o Zezito Carvalho passou a se chamar Tarantini, nome dado em homenagem ao jogador argentino e que fazia referência à sua cidade, Itarantim.

Nininho também fez um excelente trabalho com a juventude itabunense, quando convidado pelo amigo João Xavier, à época vice-prefeito e secretário de Esporte de Itabuna. A missão era implantar as escolinhas de futebol projetadas pela Prefeitura. E execução deu excelentes resultados, retirando meninos da rua para proporcioná-los uma vida melhor com a prática de esportes, notadamente o futebol.

O menino de Macuco, iniciado no Pindorama Futebol Clube, depois no Brasil Esporte Clube, o BEC, venceu no futebol e até hoje é reconhecido como bom exemplo por onde passou.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

Previsão de ciclone levou Prefeitura a solicitar adiamento do jogo || Divulgação/EC Bahia
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A Prefeitura de Porto Alegre solicitou à CBF adiamento do jogo entre Grêmio e Bahia, marcado para as 19h desta quarta-feira (12), devido à previsão de que a capital gaúcha pode ser atingida por um ciclone. O compromisso é a volta das quartas de final da Copa do Brasil. Na Arena Fonte Nova, em Salvador, os times empataram em 1 a 1, no último dia 4.

“Ainda diante do alerta do ciclone extratropical, enviamos ofício ao Grêmio, FGF e CBF solicitando o adiamento do jogo marcado para a noite desta quarta-feira na Arena. Importante a precaução considerando que envolve deslocamento de milhares de pessoas e mobilização de serviços”, anunciou o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, em uma rede social.

A Confederação Brasileira de Futebol decidiu manter o horário e a data da partida, mas acompanha a situação da cidade, segundo a ESPN Brasil. A entidade ainda não se manifestou oficialmente. No site da CBF, até o momento, nenhuma mudança no calendário da Copa do Brasil.